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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

"Mais de 3 mil fuzis apreendidos no Rio entre 2007 e 2017 " / G1

RJ bate recorde de fuzis apreendidos 

em um ano: 393 entre janeiro e setembro

Número já é maior do que o registrado em todo o ano de 2016, segundo o governo. A média é de mais de

 um fuzil apreendido por dia. Junho foi o mês com maior número de apreensões em 10 anos: 93 armas.

Por Henrique Coelho, G1 Rio
 
Mais de 3 mil fuzis apreendidos no Rio entre 2007 e 2017 
De 2012 até 2017, estado registra cinco altas seguidas de apreensões de fuzis
Anos21421418318321021025725726026024624625625627927934434436936939339320072008200920102011201220132014201520162017 (até setembro)0100200300400500
Fonte: Instituto de Segurança Pública/ISP Dados
O ano de 2017 bateu o recorde de fuzis apreendidos no Estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. Um levantamento feito pelo G1 a partir de dados do Instituto de Segurança Pública mostrou que, entre janeiro e setembro deste ano, 393 fuzis foram apreendidos no Rio. A média é de mais de um fuzil apreendido por dia no Estado.
Em dez anos, o número chega a mais de 3 mil. Na comparação entre 2008, que tem o menor número da série, e este ano, o número de apreensões subiu 114,7%.
Frederik Barbieri é apontado pela polícia como responsável pelo envio de mais de 60 fuzis, apreendidos no aeroporto do Galeão (Foto: Reprodução/RJTV)Frederik Barbieri é apontado pela polícia como responsável pelo envio de mais de 60 fuzis, apreendidos no aeroporto do Galeão (Foto: Reprodução/RJTV)
Frederik Barbieri é apontado pela polícia como responsável pelo envio de mais de 60 fuzis, apreendidos no aeroporto do Galeão (Foto: Reprodução/RJTV)
Em 2017, junho foi o mês com mais apreensões em 10 anos : foram 93, sendo 60 deles apenas no aeroporto do Galeão. No mês seguinte, no entanto, o número caiu drasticamente para 19. Após dois meses de queda, mais uma subida: em setembro foram 46 apreensões, o maior número depois de maio e junho, com 73 e 93 fuzis apreendidos, respectivamente.
Apontado pela Polícia Civil como o responsável pelo envio das armas para o Galeão, o brasileiro Frederik Barbieri está foragido. Ele nega as acusações. Investigações apontam que as armas foram pedidas pelo traficante Rogério 157, um dos pivôs da guerra que aterrorizou os moradores da Rocinha em setembro deste ano.
Como o Instituto de Segurança Pública ainda não divulgou os dados de outubro, os números serão ainda maiores: recentemente, a Polícia Militar apreendeu o 300º fuzil em operações da corporação somente em 2017 - número que não inclui as armas apreendidas por outras forças, como a Polícia Civil.
Fuzis apreendidos pela Polícia do Rio são apresentados em junho (Foto: Alessandro Ferreira/G1)Fuzis apreendidos pela Polícia do Rio são apresentados em junho (Foto: Alessandro Ferreira/G1)
Fuzis apreendidos pela Polícia do Rio são apresentados em junho (Foto: Alessandro Ferreira/G1)
Recentemente, traficantes foram flagrados com fuzis durante um baile funk em uma das comunidades do Complexo da Maré

domingo, 5 de novembro de 2017

Charge do Amarildo

Trabalho escravo

"A volta da DisneyLula" / Guilherme Fiuza

GUILHERME FIUZA

A volta da DisneyLula

Não era a Rádio Sucupira, mas nem Odorico Paraguaçu sonhou com uma cobertura tão bonita

GUILHERME FIUZA
02/11/2017 - 08h01 - Atualizado 02/11/2017 09h00
Finalmente as coisas estão voltando ao normal no Brasil. Que bom que foi só um pesadelo. Lula saiu em caravana por Minas Gerais, prometendo salvar o país da elite branca e gananciosa. Que alegria voltar a ouvir isso. Por um tempo (de trevas), os brasileiros chegaram a achar que tinha sido o próprio Lula, com sua quadrilha de cupins do Estado nacional, o autor do maior assalto da história da República. Ufa... Não foi nada disso. Olha ele aí flanando livre e falando pelos cotovelos contra tudo e contra todos. Os cotovelos mais honestos do Brasil estão de volta.
Foi emocionante ouvir no rádio, na partida da caravana, a notícia de quantas cidades Lula iria percorrer, a expectativa sobre a presença de Dilma (haja coração!) e outros detalhes do grande evento – tudo comentado por um dirigente do PT, o partido mais injustiçado do presépio progressista. O grã-petista falava sozinho, sem ninguém de fora da igreja para quebrar o clima, nem para lembrar que Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Estão vendo? Só pode ter sido um mal-entendido.
Não era a Rádio Sucupira, mas nem Odorico Paraguaçu sonhou com uma cobertura tão bonita (talvez só comparável à de São Bernardo ou à de Guarujá). Foi muito legal ouvir o dirigente do PT anunciando solene que o governador de Minas, Fernando Pimentel, estava animado com a caravana e marcharia lado a lado com Lula. Viva a revolução!
Coincidências da vida: naquele mesmo dia, o companheiro Pimentel fora apontado pela Polícia Federal como coordenador de uma quadrilha de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais. Troço chato, que pode acontecer com qualquer bandoleiro patriótico. Mas vejam o que é a verdadeira solidariedade: o noticiário sobre a caravana não fez nenhuma referência aos problemas do governador com a polícia. Certíssimo! Roubo é questão de foro íntimo, ninguém tem nada com isso.
E assim vai o Brasil, no embalo da caravana purificadora de Lula, acordando daquele pesadelo terrível. Felizmente essa opinião pública atenta e determinada contra a corrupção (Lula ainda vai salvar a Lava Jato) nem se lembra mais quem foi Mônica Moura. É claro que não vamos estragar esse estado sublime. Quem quiser que vá ao Google. Falando francamente, talvez João Santana nem tenha existido. Pode ter sido só mais uma invenção de João Santana. E aquelas confissões todas sobre os formidáveis assaltos ao contribuinte via empreiteiras, você sonhou. O departamento de propinas da Odebrecht foi uma criação de seu inconsciente obsceno. Aliás, quem garante que a Odebrecht existe? Onde estão as provas? Os cães passam e a caravana ladra.
Enquanto isso, os verdadeiros guardiões da democracia se desdobram. Depois de defender com unhas, dentes e flechas o mandato da companheira Dilma, a mais honesta das delinquentes, Rodrigo Janot foi o primeiro a investir contra o terrível pesadelo elitista, agindo com o açougueiro biônico para derrubar o governo do sucessor. Foi uma ação vadia, mas não se podem exigir virtuosismos numa hora dessas. O herói bilionário inventado pelo PT com dinheiro do BNDES (seu) acabou preso, e Janot desmoralizado (embora ainda solto), mas a narrativa criada foi genial: o país não foi depenado por 13 anos de PT, mas por 13 meses do Conde Drácula.
Para qualquer plateia de circo, ainda mais num jardim de infância como o Brasil, não é difícil espalhar que a culpa é do mordomo. Afinal, o que é a vida senão um grande clichê cinematográfico? Foi o mordomo quem deixou entrar os que arrancaram a Petrobras da gangue do Dirceu. Imperdoável. Como ousa extinguir o pixuleco, maior conquista trabalhista deste século? Foi também o mordomo quem abriu a porta para a equipe econômica que tirou o país da vala em menos de um ano. Pau nele!
E lá vai a caravana da DisneyLula contra a corrupção, incluindo atrações internacionais como Bono Vox – cuja vox não foi ouvida nos 13 anos de ternura do bando, período em que o papa fofo (estrela da companhia) também não mandou recadinhos policiais a Nossa Senhora Aparecida. Tem ainda Dartagnol Foratemer caçando votos com seu nojo aos políticos e a ira santa de Gabriel Predador, que só não mata presidente petista.

"O ENEM, PARA OS NÃO INGÊNUOS"... / Percival Puggina

O ENEM, PARA OS NÃO INGÊNUOS

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 A maioria dos brasileiros não sabe como funciona o Enem, o tal Exame Nacional do Ensino Médio. Nem imagina como um aluno possa prestar exame no Amazonas e ser qualificado para cursar Arte Dramática no Rio Grande do Sul. Menos ainda haverá de entender a lógica dessa perambulação acadêmica em meio à miscelânea das cotas, das linhas de corte e múltiplas escolhas (como se a opção por uma graduação universitária fosse questão de nota, da cor da pele e de onde se estudou antes, e não de vocação).
Pois eu também não consigo penetrar nesse emaranhado. Mas sei, a esse respeito, algo que todos deveriam saber. O Enem é um dos mais importantes instrumentos de concentração do poder político nas mãos de quem já o detém e nele se incrustou de modo quase irreversível. É parte de um projeto de hegemonia que já conta quase quatro décadas de planejamento e execução. Tudo se faz de modo solerte e gradual, para que a sociedade não perceba estar transferindo soberania e sendo politicamente manipulada. De fato, se não somos agentes desse projeto, se não compomos quaisquer dos grupos ideológicos e de interesse que se articulam para esse fim, tornamo-nos inocentes inúteis, cidadãos descartados de uma democracia a caminho da extinção por perda de poder popular e inanição do poder local.
É possível que o leitor destas linhas considere que estou delirando. Ou que não seja bem assim. Talvez diga que mudei de assunto e que o primeiro parágrafo acima nada tem a ver com o segundo, ou seja, que Enem nada tem a ver com poder. Pois saiba que tem, sim. Peço-lhe que observe a realidade do município onde vive. Qual o poder do seu prefeito, ou de sua Câmara Municipal? O que eles, efetivamente, podem realizar pela comunidade? Da ambulância ao asfaltamento da avenida, quais os sinais de progresso que acontecem aí sem que algo caia da mão dadivosa da União? Quais são as leis locais que você considera importante conhecer? E no Estado? Tanto o Legislativo quanto o Executivo constituem poderes cada vez mais vazios, que vivem de promessas e criação de expectativas, empurrando a letargia com a barriga e empanturrando a sociedade de palavras.
Observe que todas as políticas de Estado que podem fazer algum sentido na vida das pessoas são anunciadas no plano federal (que venham a acontecer é outra conversa). Por quê? Porque é lá que estão concentrados os recursos. O poder político que comanda o país conta muito com seu elenco de prerrogativas exclusivas. Mas o poder que tudo pode, como temos testemunhado à exaustão, pode até o que não deve poder. Esse monstrengo chamado Enem não é apenas uma fonte de colossais trapalhadas. É um instrumento de poder. Impõe a homogeneização de currículos. Regula visão de mundo, de história e de sociedade. Controla posições sobre pautas políticas e violenta a liberdade de opinião dos estudantes. Age contra as diversidades regionais ideologizando as múltiplas escolhas e transmitindo a sensação de que a Educação, o exame e o ingresso no ensino de terceiro grau são dádivas de um onisciente guru brasiliense que tem o gabarito de todas as provas. Estou descrevendo a ação abusiva de um gigante das sombras: o poder dos burocratas instalados no Ministério da Educação.
As cartilhas, os livros distribuídos às escolas, os muitos programas nacionais voltados ao famigerado "politicamente correto", a imposição da ideologia de gênero, tudo flui para o Enem e dele necessita. Ele serve aos oráculos de um projeto de poder, do único que de fato mobiliza energias políticas no país, de modo permanente, há quase quatro décadas.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Coisas do Brasil... Deputado federal marca encontro com ministro da Justiça por visitas íntimas de traficante...!

Deputado federal levou parentes do traficante Marcinho VP 

para audiência com ministro da Justiça

Encontro, no ministério em Brasília, aconteceu no dia 4 de julho. 

Deputado Francisco Floriano pediu para Torquato revogar a proibição de visitas íntimas nos presídios federais.

 Encontro não estava na agenda oficial de Torquato Jardim.

Por Jornal Nacional
 
Deputado leva parentes de preso a audiência com ministro, revela jornal
O deputado federal Francisco Floriano (DEM-RJ) levou a mulher, uma irmã e um filho do traficante, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, além das esposas de outros dois criminosos, para uma audiência em Brasília com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, em julho deste ano.
O deputado pediu a Torquato que revogasse a proibição de visitas íntimas nos presídios federais de segurança máxima, decretada havia dois meses pelo governo brasileiro.
Segundo a reportagem, publicada no jornal O Globo deste sábado (5), o deputado disse que o ministro respondeu que o caminho não era com ele. Em entrevista, na tarde deste sábado, o deputado deu mais detalhes sobre a audiência.
"Foi pedida oficialmente, foi pedida por meios alegando o que seria. Que era questão dos requerimentos dos direitos dos familiares dos internos e sem distinguir quem era A ou B ou C", afirmou Francisco Floriano.
O encontro não aparece nos registros oficiais da agenda do ministro Torquato Jardim, mas o Jornal Nacional confirmou com uma fonte do ministério, que a audiência aconteceu no dia 04 de julho, durou vinte minutos e que embora o ministro soubesse que se tratava de assistência social a famílias de presidiários, foi surpreendido com a presença dos parentes dos presos.
O ministro da Justiça está numa espécie de quarentena desde que expôs sua visão sobre as relações de autoridades do Rio de Janeiro com o crime organizado.
Em entrevista, no início da semana, Torquato Jardim disse que o comando da PM é indicado por deputados e que comandantes de Batalhoes sao sócios do crime organizado. E isso provocou a ira de aliados do presidente Michel Temer.
Na semana passada, o governador Luiz Fernando Pezão pediu ao Supremo Tribunal Federal que cobre explicações do ministro.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara quer convocá-lo para que ele dê nomes aos bois. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) cobrou uma manifestação pública do governo. Mas, apesar do que o próprio Palácio do Planalto chamou de climão provocado por Torquato, a ordem é esperar a poeira baixar.
O ministro saiu deixando claro que adotou um silêncio bíblico, citando até a sabedoria de Salomão, que nos ensina que há tempo de falar e tempo de calar. Depois, de falar demais Torquato, agora, está no segundo tempo, calado.