Deputado federal levou parentes do traficante Marcinho VP
para audiência com ministro da Justiça
Encontro, no ministério em Brasília, aconteceu no dia 4 de julho.
Deputado Francisco Floriano pediu para Torquato revogar a proibição de visitas íntimas nos presídios federais.
Encontro não estava na agenda oficial de Torquato Jardim.
Por Jornal Nacional
O deputado federal Francisco Floriano (DEM-RJ) levou a mulher, uma irmã e um filho do traficante, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, além das esposas de outros dois criminosos, para uma audiência em Brasília com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, em julho deste ano.
O deputado pediu a Torquato que revogasse a proibição de visitas íntimas nos presídios federais de segurança máxima, decretada havia dois meses pelo governo brasileiro.
Segundo a reportagem, publicada no jornal O Globo deste sábado (5), o deputado disse que o ministro respondeu que o caminho não era com ele. Em entrevista, na tarde deste sábado, o deputado deu mais detalhes sobre a audiência.
"Foi pedida oficialmente, foi pedida por meios alegando o que seria. Que era questão dos requerimentos dos direitos dos familiares dos internos e sem distinguir quem era A ou B ou C", afirmou Francisco Floriano.
O encontro não aparece nos registros oficiais da agenda do ministro Torquato Jardim, mas o Jornal Nacional confirmou com uma fonte do ministério, que a audiência aconteceu no dia 04 de julho, durou vinte minutos e que embora o ministro soubesse que se tratava de assistência social a famílias de presidiários, foi surpreendido com a presença dos parentes dos presos.
O ministro da Justiça está numa espécie de quarentena desde que expôs sua visão sobre as relações de autoridades do Rio de Janeiro com o crime organizado.
Em entrevista, no início da semana, Torquato Jardim disse que o comando da PM é indicado por deputados e que comandantes de Batalhoes sao sócios do crime organizado. E isso provocou a ira de aliados do presidente Michel Temer.
Na semana passada, o governador Luiz Fernando Pezão pediu ao Supremo Tribunal Federal que cobre explicações do ministro.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara quer convocá-lo para que ele dê nomes aos bois. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) cobrou uma manifestação pública do governo. Mas, apesar do que o próprio Palácio do Planalto chamou de climão provocado por Torquato, a ordem é esperar a poeira baixar.
O ministro saiu deixando claro que adotou um silêncio bíblico, citando até a sabedoria de Salomão, que nos ensina que há tempo de falar e tempo de calar. Depois, de falar demais Torquato, agora, está no segundo tempo, calado.
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