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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Matriarcado está chegando devagar, perfumado, arrumado para o bem do Mundo...!!! Época


O triunfo das narrativas femininas na literatura e no cinema

Baseado no livro de memórias de Cheryl Strayed, o filme 'Livre' retoma o gênero das narrativas femininas. Elas misturam casamentos fracassados, aventura e autodescoberta

NINA FINCO
23/01/2015 08h00

PIONEIRAS A atriz Reese Witherspoon gravando o filme Livre. As histórias de mulheres  na estrada estão ganhando mais visibilidade (Foto: Anne Marie Fox)
O desejo de viajar para mudar a vida parece ser parte da mais profunda natureza humana. Inúmeras histórias contaram, ao longo dos séculos, as jornadas de heróis e desbravadores que saíram em busca de aventura e reconhecimento. Modernamente, foi no final dos anos 1950, com o surgimento da cultura beatnik nos Estados Unidos, que aliteratura viveu seu último grande boom de relatos “pé na estrada”. A cultura americana, que associa mobilidade e liberdade de forma quase direta, produziu autores nômades, como Jack Kerouac, William S. Burroughs e Allen Ginsberg. Uma característica comum a essas histórias é que seus protagonistas são sempre homens. As mulheres são citadas apenas na condição de acompanhantes das poéticas e atormentadas almas masculinas. Não que elas mesmas não estivessem por lá, vagando. Estavam, atravessando os Estados Unidos a pé ou de carro. Mas suas histórias não costumavam ser ouvidas. Até recentemente. Nos últimos anos, uma leva de escritoras de sucesso está mudando esse cenário.
É o caso de Cheryl Strayed. Seu livro Livre (Objetiva, 376 páginas, R$ 39,90) conta a caminhada solitária de 1.800 quilômetros pela Costa Oeste dos Estados Unidos que Cheryl iniciou em 1995, aos 26 anos. Durante três meses, ela atravessou desertos, montanhas e gelo enquanto tentava lidar com a morte prematura da mãe e as consequências dessa perda. Cheryl se viciou em heroína e traiu o marido seguidamente, até destruir seu casamento. O relato ferozmente sincero da autora comoveu os leitores. O livro ficou sete semanas consecutivas no primeiro lugar da lista dos mais vendidos do jornal The New York Times, em 2012, e foi traduzido para 30 idiomas. Acabou chamando a atenção da atriz Reese Witherspoon. Ela estrelou e produziu a adaptação para os cinemas que estreou no Brasil na quinta-
feira, 15 de janeiro. Na semana passada, foi indicada a concorrer ao Oscar de  Melhor Atriz pelo papel. “As pessoas se identificam com minha história porque viajar faz parte de nossos instintos mais antigos”, disse Cheryl em entrevista por telefone a ÉPOCA. “Quando nos colocamos fora de nossa zona de conforto, aprendemos sobre quem somos. Entendemos mais sobre a condição humana.” Em cartaz desde dezembro nos Estados Unidos, o filme já conseguiu US$ 30 milhões, considerado um bom resultado. A crítica adorou o filme. A.O. Scott, do The New York Times, o chamou de “um clássico do feminismo moderno”.
 
 
 
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Cheryl não é a única desbravadora no território das narrativas femininas sobre viagens e transformações existenciais. No ano passado, o filme Tracks (ainda sem tradução para o português) colocou nas telas do cinema a história da australiana Robyn Davidson (interpretada por Mia Wasikowska). Em 1977, ela cruzou 2.700 quilômetros no deserto australiano, a pé, acompanhada de quatro camelos e sua cachorra – depois de ter convivido com aborígenes e caipiras numa cidade do sertão poeirento do país. Depois da viagem – registrada pelo fotógrafo da revista National Geographic Rick Smolan –, Robyn tornou-se uma espécie de propagandista das culturas nômades. Escreveu diversos livros sobre o assunto. As memórias que deram origem ao filme só foram escritas em 1995. Durante a caminhada, Robyn teve de se haver com a morte da mãe, que se matou quando ela tinha 11 anos.

Não é apenas a morte que move as mulheres em direção ao mundo da aventura. Em dois grandes sucessos de venda e bilheteria, o ponto de partida das protagonistas foi a falta de perspectivas e o divórcio. Luto afetivo, portanto. Em 2006, Elizabeth Gilbert lançou suas memórias sobre uma viagem à Itália, à Índia e a Bali após dolorosa separação. Apesar de ter financiado a aventura mundial com US$ 200 mil de uma editora – o que produziu acusações posteriores de que sua “jornada interior” seria apenas uma tarefa bem paga –, as descobertas sobre o amor que Elizabeth relata conquistaram leitores mundo afora. Comer rezar amar vendeu 9 milhões de cópias e tornou-se queridinho da apresentadora Oprah Winfrey, talvez a maior formadora de gosto e opinião do planeta. O filme, lançado em 2010 com Julia Roberts no papel de Elizabeth, obteve  mais de US$ 80 milhões em bilheteria.

“As mulheres não saem em jornadas mais frequentemente porque são vistas como agentes de preservação da ordem social, não como agentes de mudança”, afirma a escritora americana Vanessa Veselka, de 46 anos. Ela fez duas grandes viagens pelos Estados Unidos e pela Europa aos 15 e 19 anos. Vanessa, que é divorciada e tem uma filha, diz que, mesmo descontentes com suas vidas, as mulheres ficam presas ao cotidiano por obrigações impostas a elas tradicionalmente pela sociedade, como cuidar da casa e dos filhos. O medo dos perigos da estrada também é um enorme impedimento à exploração feminina. “A possibilidade de estupro e morte está em toda parte para as mulheres”, afirma. Isso acontece, segundo ela acredita, pela falta de divulgação de relatos de mulheres viajantes. “As narrativas nos tornam mais seguras porque permitem que sejamos vistas”, diz ela. “Pior que ter histórias bobas sobre mulheres na estrada é não ter nenhuma história.”
 
Viagens existenciais  (Foto: AFP)
Sob o sol da Toscana conta uma aventura sem estrada. A escritora americana Frances Mayes acabara de passar por um divórcio envenenado por disputas financeiras quando decidiu tirar férias na Itália, no verão de 1990. Lá, faz uma escolha inesperada: usa todo o seu dinheiro para comprar uma casa abandonada de 200 anos e reformá-la. No processo, faz amigos, cura feridas e reencontra o amor. O livro ficou dois anos na lista dos mais vendidos e virou filme em 2003. A história com homens e mulheres felizes com mais de 40 anos virou a bíblia romântica dos maduros em busca de novos horizontes. “É um refresco glorioso passar algum tempo com personagens que não têm 20 anos, uma esposa chorosa e outros arquétipos redutores”, afirmou, na época, o crítico Desson Thomson, do Washington Post.
Um relato que também mistura ficção e realidade éExpresso Marrakesh. A história acompanha uma garotinha de 5 anos numa viagem ao Marrocos com a mãe e a irmã mais velha. A autora, Esther Freud, neta do psicanalista Sigmund Freud, escreveu o livro com base em sua infância incomum: em 1972, sua mãe deixou Londres e levou Esther e sua irmã a uma viagem de autodescobrimento inspirada pelo movimento hippie. A história virou filme em 1998, estrelado por Kate Winslet.

Existem outras narrativas mais antigas sobre mulheres que saem em jornadas de autodescobrimento. Mas são ficcionais. O caso mais conhecido é o filme Thelma & Louise, de 1991. O grande filme dirigido por Ridley Scott  tem um componente de violência e fantasia que não se encontra nas histórias de mulheres reais. Márcio Markendorf, professor adjunto do curso de cinema da Universidade Federal de Santa Catarina, diz que as narrativas femininas modernas refletem o espírito do tempo, que se tornou muito mais favorável à liberdade e à autoexpressão das mulheres. Há mais histórias surgindo e elas se tornam mais visíveis. “Está ocorrendo uma passagem da personagem testemunha para a de heroína. Isso sublinha as conquistas éticas, estéticas e políticas das mulheres”, diz ele.

O momento não poderia ser mais oportuno. Elizabeth Cardoso, professora do programa de pós-graduação em literatura e crítica literária da PUC-SP, diz que existe uma demanda por histórias reais no cinema e na literatura. É parte da cultura de reality shows que se impôs nos últimos anos. “Todas as artes estão em diálogo com a realidade”, afirma. “Por esse caminho, a perspectiva feminina vem ganhando espaço.” O público, que vota com o bolso cada vez que entra no cinema ou compra um livro, aprova a tendência. O sucesso das narrativas femininas sugere que elas terão vida longa.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Petrobras recebe mais notícias de traição de seus ex-diretores... / G1

Petrobras Petrobras

Costa diz ter recebido US$ 1,5 mi para facilitar compra de refinaria nos EUA 

Ex-diretor da Petrobras fez afirmação em setembro em depoimento à PF.
Segundo ele, 'grupo' de ex-diretor Cerveró pode ter levado até US$ 30 mi.

Do G1, em Brasília
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em depoimento prestado em setembro do ano passado à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba que recebeu US$ 1,5 milhão para não dificultar, em reunião de diretoria, a aprovação da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal.
Petrobras/Refinaria de Pasadena 26/3 (Foto: Arte/G1)
Segundo Costa, "boatos" que circulavam na empresa indicavam que "o grupo de Nestor Cerveró [ex-diretor da área internacional], incluindo o PMDB e Fernando Baiano [lobista que atuava na Petrobras], teria dividido algo entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, recebidos provavelmente da Astra" – a Astra Oil é a empresa que vendeu a refinaria para a Petrobras.
O depoimento de Paulo Roberto Costa sobre Pasadena foi disponibilizado nesta quinta-feira (22) no andamento processual da Operação Lava Jato, que investiga esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Após ter feito acordo de delação premiada, Costa está em prisão domiciliar, no Rio de Janeiro. Cerveró e Baiano estão presos na carceragem da PF em Curitiba. Os três são réus em processos da Lava Jato.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior ao que foi pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões. Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam, e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar.
No depoimento, Paulo Roberto Costa afirmou que a compra da refinaria "não foi um bom negócio" e que era "tecnicamente inadequada". Para defender a compra da refinaria em reunião de diretoria da empresa, Costa disse ter recebido do lobista Fernando Baiano – suposto operador do PMDB, o que o partido nega – uma oferta de US$ 1,5 milhão, quantia que foi aceitada em uma conta em um banco em Lichtenstein. Ele disse acreditar que o dinheiro tenha sido pago pela Astra.
Paulo Roberto Costa afirmou que foi apresentado a Fernando Baiano por Cerveró entre o fim de 2005 e início de 2006 e que antes disso somente "ouvia falar" do lobista, embora soubesse que ele tinha uma "atuação forte no âmbito da diretoria internacional [ocupada por Cerveró], representando os interesses do PMDB".
Segundo Costa, no âmbito da diretoria da Petrobras, a compra de Pasadena foi decidida por unanimidade. Ele afirmou que não sabe se houve oferta de propina a outros membros da diretoria para assegurar a aprovação do negócio.

São Paulo quer se separar do Brasil // Brasil Post

http://m.huffpost.com/br/entry/6522446

Movimento que prega a separação de São Paulo do resto do Brasil se reúne no Obelisco no domingo

Publicado: Atualizado: 
MONTAGEMSPPAIS
Uma parte da direita paulista ainda sonha em ver o Estado de São Paulo separado do resto do Brasil. Sugerida pelo vereador e deputado estadual eleito Coronel Telhada(PSDB) após a vitória de Dilma Rousseff (ele fez um ‘mea culpa’ pouco depois), oseparatismo proposto por setores paulistas terá um novo capítulo no próximo domingo (25), quando se comemora o aniversário da capital.
Movimento São Paulo Independente (MSPI) promete se reunir em um ato no Obelisco, que fica em frente ao Parque do Ibirapuera e homenageia a Revolução de 1932. No evento aberto pela organização no Facebook, mais de 1 mil pessoas foram convidadas.

“A causa paulista não está colada aos movimentos em si. Ela é uma causa do povo. Se hoje o MSPI, antes tivemos outros movimentos e no futuro é possível que existam outros mais. A causa pela independência está sempre viva no nosso povo”, explica o professor Júlio Bueno, presidente do movimento separatista, em recente podcast divulgado pelo grupo.
Parte do embasamento do movimento, fundado em 1992 e hoje apreciado por quase 26 mil pessoas na página oficial no Facebook, vem dos interesses paulistas de caráter histórico, remetendo a eventos que remetem o Estado ao período colonial. Nesse sentido, a figura do bandeirante, desbravador e conquistador para alguns, ‘predador’ para outros (visão notadamente defendida pelos movimentos sociais), é muito simbólica.

As motivações para a separação de São Paulo do resto do Brasil, segundo o grupo, são econômicas e políticas. “São Paulo se mostra o estado que mais arrecada, mas menos de 10% dessa verba retorna para cá em investimentos. O dinheiro fica perdido em Brasília, em um governo ineficiente e corrupto. Queremos poder gerir nossos próprios recursos e não precisar repassá-los para regiões mais atrasadas, que vivem de sugar e parasitar o Estado”, disse Bueno à Veja São Paulo.
Grupo tenta explicar suas motivações por meio de vídeos como esse (Reprodução/YouTube)
A entidade ainda nega que exista qualquer tipo de preconceito ou segregação em sua bandeira. “É possível e é legítimo defender a independência de São Paulo. Não existe lei que possa nos cercear. O separatismo não é racismo, não é xenofobia. Muito pelo contrário. É liberdade, a liberdade do nosso povo”, concluiu o presidente do MSPI.Entretando, há postagens que mostram o oposto - como uma que ironiza os "soldados do Nordeste" durante o conflito da Revolução de 1932.
Ideias separatistas no Brasil não são uma novidade. Além das diversas revoltas que eclodiram durante mais de 500 anos – quase todas integralmente isoladas – no País, houve movimentos mais recentes, como o “Sul é o meu País”, que pregou nos anos 90 a independência dos três Estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) do resto do Brasil.

Polícia de New York prende presidente da Assembléia Legislativa por corrupção... / Época



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Polícia dos EUA prende poderoso político de Nova York por corrupção

Sheldon Silver, presidente da Assembleia Legislativa de Nova York, é acusado de receber dinheiro não declarado

REDAÇÃO ÉPOCA
22/01/2015 14h07 - Atualizado em 22/01/2015 14h09
O político do Partido Democrata e presidente da Assembleia Legislatifva de Nova York, Sheldon Silver, é transportado em viatura do FBI nos Estados Unidos. Político foi preso acusado de corrupção (Foto: Mark Lennihan/AP)
Sheldon Silver é um político poderoso. Presidente da Assembleia Legislativa de Nova York desde 1994, era considerado o segundo político mais influente do Estado, atrás apenas do governador Andrew Cuomo. Sua palavra tinha grande peso nas decisões de um dos mais importantes Estados americano. Toda essa influência, no entanto, não intimidou a polícia. Silver foi preso nesta quinta-feira (22), em Manhattan, acusado de corrupção.
Segundo a promotoria, uma pequena empresa de advocacia, o escritório Goldberg & Iryami, fez "pagamentos substanciais" a Silver, em uma movimentação financeira não declarada em 2013. Não está claro os valores desses pagamentos. O promotor deverá explicar as acusações ainda na tarde desta quinta. Segundo jornal Washington Post, o político precisará explicar a origem do aumento de sua renda no ano passado. Ele recebeu US$ 121 mil como salário anual por ser presidente da Assembleia, e mais de US$ 600 mil de origem não declarada.
 
 
 
 
 
 
Curiosamente, a investigação contra Silver começou justamente quando seu aliado, o governador Cuomo, encerrou uma comissão anticorrupção no ano passado. A decisão acabou fazendo com que a promotoria passasse a focar nos pagamentos recebidos pelo político.
Segundo o New York Times, Sheldon Silver disse que não fez nada ilegal e que será inocentado de todas as acusações. Ele pode continuar exercendo o cargo mesmo preso, mas a expectativa é de que ele renuncie.
bc