Movimento que prega a separação de São Paulo do resto do Brasil se reúne no Obelisco no domingo
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Uma parte da direita paulista ainda sonha em ver o Estado de São Paulo separado do resto do Brasil. Sugerida pelo vereador e deputado estadual eleito Coronel Telhada(PSDB) após a vitória de Dilma Rousseff (ele fez um ‘mea culpa’ pouco depois), oseparatismo proposto por setores paulistas terá um novo capítulo no próximo domingo (25), quando se comemora o aniversário da capital.
O Movimento São Paulo Independente (MSPI) promete se reunir em um ato no Obelisco, que fica em frente ao Parque do Ibirapuera e homenageia a Revolução de 1932. No evento aberto pela organização no Facebook, mais de 1 mil pessoas foram convidadas.
“A causa paulista não está colada aos movimentos em si. Ela é uma causa do povo. Se hoje o MSPI, antes tivemos outros movimentos e no futuro é possível que existam outros mais. A causa pela independência está sempre viva no nosso povo”, explica o professor Júlio Bueno, presidente do movimento separatista, em recente podcast divulgado pelo grupo.
Parte do embasamento do movimento, fundado em 1992 e hoje apreciado por quase 26 mil pessoas na página oficial no Facebook, vem dos interesses paulistas de caráter histórico, remetendo a eventos que remetem o Estado ao período colonial. Nesse sentido, a figura do bandeirante, desbravador e conquistador para alguns, ‘predador’ para outros (visão notadamente defendida pelos movimentos sociais), é muito simbólica.
As motivações para a separação de São Paulo do resto do Brasil, segundo o grupo, são econômicas e políticas. “São Paulo se mostra o estado que mais arrecada, mas menos de 10% dessa verba retorna para cá em investimentos. O dinheiro fica perdido em Brasília, em um governo ineficiente e corrupto. Queremos poder gerir nossos próprios recursos e não precisar repassá-los para regiões mais atrasadas, que vivem de sugar e parasitar o Estado”, disse Bueno à Veja São Paulo.
Grupo tenta explicar suas motivações por meio de vídeos como esse (Reprodução/YouTube)
A entidade ainda nega que exista qualquer tipo de preconceito ou segregação em sua bandeira. “É possível e é legítimo defender a independência de São Paulo. Não existe lei que possa nos cercear. O separatismo não é racismo, não é xenofobia. Muito pelo contrário. É liberdade, a liberdade do nosso povo”, concluiu o presidente do MSPI.Entretando, há postagens que mostram o oposto - como uma que ironiza os "soldados do Nordeste" durante o conflito da Revolução de 1932.
Ideias separatistas no Brasil não são uma novidade. Além das diversas revoltas que eclodiram durante mais de 500 anos – quase todas integralmente isoladas – no País, houve movimentos mais recentes, como o “Sul é o meu País”, que pregou nos anos 90 a independência dos três Estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) do resto do Brasil.
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