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Déficit em conta corrente em 2014 é o maior da história
Contas externas do país tiveram rombo de US$ 90,94 bilhões no ano passado, o pior resultado desde o início da série histórica do Banco Central, em 1947
Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 62,495 bilhões no ano passado (Jessica Rinaldi/Reuters/VEJA)
As contas externas do Brasil terminaram 2014 com um déficit de 90,94 bilhões de dólares, um recorde para a série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1947. O rombo superou a projeção da instituição, de um resultado negativo de 86,20 bilhões de dólares. Até então, o maior volume havia sido registrado em 2013, de 81,34 bilhões de dólares. Vale destacar que esse resultado deficitário foi 50% maior do que o verificado em 2012, de 54,24 bilhões de dólares, que até então era o pior desde 1947.
O déficit em conta corrente do ano passado ficou em 4,17% do Produto Interno Bruto (PIB), ainda de acordo com os dados do BC, o pior para um ano fechado desde 2001 (4,19%). O maior porcentual da série histórica do BC foi observado em 1974, de 6,80%.
Apenas em dezembro, o resultado ficou negativo em 10,31 bilhões de dólares. Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo de 9,70 bilhões de dólares no mês passado.
O BC informou que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 6,65 bilhões de dólares em dezembro, praticamente em linha com o previsto por analistas consultados pelaReuters. No fechamento de 2014, o IED ficou em 62,49 bilhões de dólares, insuficientes para cobrir o déficit da conta corrente.
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Apontada como principal vilã das contas correntes em 2014, a balança comercial registrou um déficit de 3,93 bilhões de dólares, enquanto a conta de serviços ficou negativa em 48,667 bilhões de dólares. A conta de renda também ficou no vermelho, em 40,2 bilhões de dólares.
2015 - Para este ano, a tendência é de mais dificuldades para as contas externas do país, mesmo considerando a recente valorização do dólar em relação ao real, que pode ajudar nas exportações. O governo, no entanto, mantém o otimismo. "A tendência para 2015 é que a balança comercial melhore. A primeira razão é a taxa de câmbio, depois a perspectiva de maior volume de comércio internacional e, na parte de petróleo, a expectativa de que tenhamos um saldo comercial melhor (na conta petróleo)", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. A estimativa do BC é de rombo de 83,50 bilhões de dólares em 2015 nas transações correntes do país.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)
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