20/06/2013 09:08
Filho de empresário depredou Prefeitura
Estudante, que estava de camisa branca e usava máscara, foi preso acusado de quebrar vidros do prédio
Reprodução
O homem vestido de branco que depredou a porta principal da Prefeitura, quebrou os vidros laterais e desafiou os guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana) na noite de terça-feira, durante protesto pela redução da tarifa do ônibus. foi preso nesta quarta-feira.
Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, é filho de um pequeno empresário de transporte de carga e estuda arquitetura na faculdade FMU.
Segundo a polícia, Pierre confessou os atos de vandalismo que incentivaram outros manifestantes a partir para o quebra-quebra na sede da Prefeitura de São Paulo.
O estudante, que também trabalha com o pai na venda de máquinas, foi para a manifestação com quatro amigos. Segundo o advogado de Pierre, Gerson Dellani, o rapaz ficou nervoso quando levou, segundo ele, uma bomba de gás na cara, o que teria motivado os ataques contra o prédio público. O advogado afirmou, nesta quarta à noite, no Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), que seu cliente estava arrependido e “chorando”.
O pai de Pierre, que não teve o nome divulgado até o fechamento da edição, também estava presente, mas não falou com os jornalistas.
A prisão/ Nesta quarta à noite, duas versões conflitantes eram divulgadas para esclarecer a prisão de Pierre. Segundo o advogado Gerson Dellani, a polícia foi até a casa do suspeito, na Penha, e teria conversado com a mãe dele. A mulher, então, deu o telefone do estudante, que teria combinado de se entregar em um posto de combustível perto da Marginal Tietê.
Já o delegado titular do Deic, Antonio de Olim, afirmou que Pierre foi preso perto da região do Aeroporto de Congonhas, onde foi reconhecido por um guarda da GCM, ironicamente a corporação que foi o principal alvo do manifestante na terça. A prisão temporária de Pierre foi pedida.
Entre os presos há ‘pés de chinelo’ e acusados de tráficoOs outros detidos pelos atos de vandalismo e os roubos às lojas do Centro de São Paulo, na terça à noite, foram chamados de ‘mendigos” pelo carcereiro de uma das delegacias para onde parte deles foi levada. “Só tem pé de chinelo preso. Tem gente que roubou TV de 42 polegadas, mas não tem nem onde usar o aparelho”, disse o carcereiro, que não quis se identificar.
Porém, nem só “pés de chileno” foram presos. Segundo o delegado titular de uma das delegacias para onde eles foram levados, que também não quis se identificar, “organizações criminosas participaram dos saques.”
O DIÁRIO apurou que entre os presos há quem responda por tráfico de drogas, homicídio e furto. Até o fechamento desta edição, a Secretaria da Segurança confirmava que 61 adultos e oito menores de idade tinham sido detidos, acusados de participação nos saques.
Foto: Marcos Bizzotto/Futura PressNesta quarta, Pierre Ramon não estava com a máscara que dificultava sua identificação na noite de terça
Foto: Marcos Bizzotto/Futura PressNesta quarta, Pierre Ramon não estava com a máscara que dificultava sua identificação na noite de terça
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