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terça-feira, 27 de outubro de 2015

"Na ausência de um governo adversário, o PT coloca um adversário no governo. Sabendo que Levy propõe medidas duras e tende a fracassar, o PT estará com seu discurso em dia..." Fernando Gabeira

http://gabeira.com.br/nessa-canoa-furada/


NESSA CANOA FURADA

23.10.2015 EM BLOG 

“Como vai você/ assim como eu/ uma pessoa comum/ um filho de Deus/ nessa canoa furada/ remando contra a maré.” Esses versos de Rita Lee cantados por Marina Lima me vêm à cabeça neste momento da crise brasileira. Uma canoa furada remando contra a maré. Dois personagens centrais brigam pela imprensa. Dilma e Cunha estão numa gangorra. Se um deles parar de repente, o outro voa pelos ares.
Dilma pensa na queda de Cunha, ele pensa na queda dela. Nenhum dos dois parece capaz de realizar esse feito. Para derrubar Dilma é preciso um processo conduzido por alguém que não esteja envolvido no escândalo. Para derrubar Cunha é preciso um tipo de pressão que seus oponentes não fazem.
Na queda de Renan Calheiros, lembro-me bem de que ele não conseguia presidir sessões do Congresso porque os opositores não deixavam. Não sei se isso é possível na atual e sinistra correlação de forças na Câmara. No fundo, seria mais uma paralisia num quadro de desalento e grandes dificuldades econômicas. Esse impasse político faz da retomada do crescimento, ainda que em novas bases, uma outra canoa furada. Com todos os personagens centrais, Renan incluído, tentando se equilibrar, falta energia para pensar no País.
O projeto de Joaquim Levy passa pela CPMF. Mais uma furada. O imposto não será aprovado no Congresso, mesmo se usarem parte dele comprando deputados. Ninguém vende o próprio pescoço num momento em que os eleitores estão atentos. Levy sempre poderá buscar outros meios, como a Cide, de combustíveis, por exemplo. Mas, derrotado com a CPMF, teria força para esse novo movimento? Além disso, há as repercussões inflacionárias.
O ajuste possível e necessário para avançar não tem chance de ser feito. O clima político é de salve-se quem puder. Se fossem personagens de House of Cards, a série de TV americana, até que seria divertido ver o desenrolar de seu destino.
Não canso de lembrar: eles estão aqui, entre nós. Já vamos encolher este ano e em 2016. O número de desempregados cresce e isso é um tema ofuscado pela briga lá em cima da pirâmide.
Outro tema que passa batido são os impactos econômicos do El Niño. As chuvas provocam grandes estragos no Sul e a seca em muitas partes do Brasil é intensa. Pode faltar água nas metrópoles do Sudeste. Com a seca vêm as queimadas. Os incêndios em áreas de conservação em Minas cresceram 77%. São 421 focos. O governo do Estado lançou um plano de emergência de R$ 8 milhões, mas os prejuízos são muito maiores e talvez o dinheiro seja curto. Se computamos os estragos das cheias, da seca e das queimadas, vamos nos dar conta de que estamos num ano de forte El Niño.
No Brasil é um El Niño abandonado. Não houve planejamento. Em Minas o procurador de meio ambiente, Mauro Fonseca Ellovitch, culpa a imprevisão do governo. Mas é um problema nacional. Quem vai cuidar do El Niño com tantas batalhas políticas pela frente?
O fogo comendo aqui embaixo e os malabaristas divertindo a plateia com seus saltos. O PT é o mais sofisticado deles. Resolveu se opor a Joaquim Levy.
Dilma arruinou o País e precisou de Levy para sanear as contas. De modo geral, isso ocorre em eleições, quando o perdedor deixa para trás uma terra arrasada. Mas o PT ganhou as eleições. Se tivesse perdido, ficaria mais confortável na oposição ao ajuste. Na ausência de um governo adversário, o PT coloca um adversário no governo. Sabendo que Levy propõe medidas duras e tende a fracassar, o PT estará com seu discurso em dia.
O movimento é mais sutil porque tenta atribuir todas as dificuldades do momento à política de Levy, mascarando o imenso rombo deixado pelo próprio governo. Duvido que Dilma e o PT não tenham combinado o clássico movimento morde e assopra. Tanto ela como o PT precisam de Levy: ela para acalmar os mercados e o partido para bater nele.
Outra figura polivalente para o PT é o próprio Eduardo Cunha. Derrubá-lo ou não derrubá-lo? É preciso um bom número de deputados do partido para assinar o pedido no Conselho de Ética. E um bom número para ficar calado, uma tática de não agressão. É preciso ser contra Cunha e trabalhar nos bastidores para mantê-lo. Enquanto encarnar a oposição no Parlamento, Cunha será apenas um roto falando do esfarrapado.
Em Estocolmo, Dilma alvejou Cunha, referindo-se ao escândalo: pena que seja com um brasileiro. É um pequeno malabarismo para reduzir o maior escândalo da História a um samba de um homem só. Ainda assim, os aliados acharam que foi um movimento de guerra. Talvez tenha sido inábil no quadro de um acordo de paz, em que ninguém derruba o outro.
Dilma foi à Suécia ganhar o Prêmio Nobel de inabilidade. Foi inspecionar os objetos mais caros que o Brasil comprará: os caças de US$ 4,5 bilhões. Nada contra a Aeronáutica nem contra os caças suecos. Vivemos na penúria perdendo empregos, lojas fechando, cortes de gastos. Recém-condenada pelo TCU por esconder um rombo no Orçamento, ela escolheu como gesto político reafirmar a compra dos caças. E nos deixou como consolo o corte de 10% no salário dos ministros.
Os tempos mudaram tão rapidamente que já não consigo entender a lógica das agendas presidenciais. Alguém deve ter dito: vamos dar uma resposta ao TCU posando diante dos caças suecos, isso levanta o ânimo da galera. Depois de pedalar, Dilma entra num caça. Recentemente, testou um carro sem piloto. Ela parece gostar de veículos, movimento. Amante da poesia mineira, corre o risco de parafrasear Drummond: no meio do caminho, havia um trator.
Para muitos, o processo ainda parece dar-se num universo distante e autônomo, como se fosse mesmo um programa de TV ao qual se pode assistir, mas não alterar o seu curso. Aos que não acreditam nisso, resta a esperança da ação, a certeza de que presidentes caem e sistemas políticos perversos como o brasileiro podem ser reformados.
Ainda que palhaços e malabaristas nos divirtam, será preciso botar fogo no circo.
Artigo publicado no Estadão em 23/10/2015

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Folha.com - Videocasts - "É arrogância do homem se achar filho de Deus", diz Rita Lee - 10/05/2012

10/05/2012 - 11h05

"É arrogância do homem se achar filho de Deus", diz Rita Lee

DE SÃO PAULO


A cantora Rita Lee está lançando o novo álbum "Reza". Em sua casa, ela responde as perguntas de internautas e fãs sobre o novo momento da carreira, sua música na novela "Avenida Brasil" (Rede Globo) e seus próximos projetos.
Rita também fala sobre Deus. " Acho arrogante a raça humana dizer que é filho de Deus". Veja.



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Destempero de Rita Lee em show rende pedido de indenização de 24 mil reais por policiais baianos

http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2012/05/09/pms-pedem-indenizacao-de-r-24-mil-a-rita-lee/

PMs pedem indenização de R$ 24 mil a Rita Lee 

Portal Terra
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, cerca de 16 policiais 

PMs pedem indenização de R$ 24 mil a Rita Lee

Cantora mandou que eles fumassem um "baseado" ... militares entraram com ações por danos morais contra a cantora Rita Lee. O grupo diz que foi ofendido por ela no dia 29 de janeiro durante seu show de despedida em Aracaju. O advogado Plínio Karlo pede uma indenização de R$ 24.880 para cada militar.
Na ocasião, no final do show, a cantora foi presa por desacato a autoridade. Rita Lee ofendeu policiais militares, mandou que eles fumassem um "baseado" e que se retirassem do show. Depois, a artista chamou os oficiais de "cachorros" e diversos palavrões. Segundo o advogado, o fato da cantora ter admitido ao Fantástico que sofre de transtorno bipolar não vai prejudicar o caso.
Tags: agressão, policiais, recife, rita, show

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

BLOG DO ALUIZIO AMORIM: RITA LEE E LAERTE COUTINHO: A ARTE DE LEVANTAR BANDEIRAS DESNECESSÁRIAS.

BLOG DO ALUIZIO AMORIM: RITA LEE E LAERTE COUTINHO: A ARTE DE LEVANTAR BANDEIRAS DESNECESSÁRIAS.
Era para ser uma apresentação histórica, com solos memoráveis e a esperada confraternização entre público e artista. Afinal, estava anunciado, seria o último show da ex-mutante Rita Lee. Acabou na delegacia, depois de a cantora lançar impropérios sobre policiais que faziam a segurança junto ao palco, em Aracaju, Sergipe. Também teve um final diferente do esperado a última noite do cartunista Laerte em uma pizzaria que ele costumava frequentar na zona oeste de São Paulo. O que deveria ser um jantar tranquilo se tornou tanto uma questão de poder público, depois de o desenhista acionar a Secretaria de Justiça do estado para ter o direito de usar o banheiro feminino – sim, feminino – do endereço.

Laerte e Rita Lee fazem parte do grupo considerado nobre da cultura brasileira – são artistas que há décadas se mantêm em destaque em suas áreas de trabalho. Igualmente nobres são os motivos alegados por eles para agir. Ela afirmou ter falado em nome dos fãs, que, disse, viu serem agredidos por policiais. Laerte milita pela não-discriminação e a livre circulação de transgêneros como ele, que há dois anos se veste publicamente com roupas femininas. Mas, como em tantas outras causas encampadas por artistas e celebridades (basta lembrar do vídeo recente de atores da Globo reclamando com argumentos furados da construção da usina de Belo Monte), o pretexto e o modo de conduzir o pleito foram dos mais infelizes, nos dois casos. 


Rita Lee
primeiro recomendou à força policial que trabalhava em seu show que fumasse “um baseadinho”. Sugerir uma prática criminosa a policiais já seria um desacato, mas, como se não quisesse deixar dúvidas, a cantora em seguida os chamou de “cachorros” e de “cafajestes”. “Cadê o responsável? Eu quero falar, eu tenho direito, esse show é meu, não é de vocês. Esse show é a minha despedida do palco”, disse a cantora, que parou a apresentação para se dirigir à polícia e pareceu ignorar que o evento, ainda que fosse encabeçado por ela, corria em lugar público e portanto demandava policiamento. “Seus cachorros – coitados dos cachorros. Cafajestes! As pessoas estão me esperando cantar, não é a gracinha de vocês”, prosseguiu ela, insultando e provocando. 


Quanto a Laerte, o combate ao preconceito sexual é correto e necessário. Já a celeuma em torno do uso de um banheiro, espaço que embora público é obviamente íntimo, por pessoas do sexo oposto, é descabido. Nem seus colegas perdoaram: charges pipocam na internet apontando o absurdo da demanda. E indicando, pela via do exemplo, o caminho que o artista deveria trilhar: o da sua arte, muito mais rica que a disputa por um vaso sanitário. Bom momento para soar a descargaDo site da revista Veja

domingo, 29 de janeiro de 2012

Rita Lee entra em surto, é detida e liberada. Chamem a Maria do Rosário, o Gilberto Carvalho, a Dilma Rousseff, o Paulo Teixeira…

Rita Lee entra em surto, é detida e liberada. Chamem a Maria do Rosário, o Gilberto Carvalho, a Dilma Rousseff, o Paulo Teixeira…


Leiam o que informa Marcus Preto, na Folha Online. Volto depois:

A cantora Rita Lee, 67, foi liberada após prestar depoimento e assinar um boletim de ocorrência numa delegacia de Aracaju (SE). Ela foi detida por policiais ao fim do último show de sua carreira, no Festival Verão Sergipe. Ao avistar policiais na plateia, a cantora declarou que não os queria em sua apresentação. “Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho.” O imbróglio começou no meio do show, quando a cantora afirmou ter visto membros de seu fã clube, que viaja trás dela pelo Brasil, sendo agredidos pelos policiais. Tendo se aproximado do palco, os policiais foram xingados pela cantora de “cavalo”, “cachorro”e “filho da puta”. “Sobe aqui”, dizia Rita a eles, desafiando-os. Ela fez o show até o final, quando foi levada à delegacia.
O boletim de ocorrência foi tipificado como “desacato e apologia ao crime ou ao criminoso (art. 287 do Código Penal)”. “A sensatez falou mais alto no momento, por isso a polícia não parou o show”, disse o tenente-coronel Adolfo Menezes, responsável pelo policiamento do show. A ex-senadora e hoje vereadora de Alagoas Heloisa Helena (PSOL) chegou à delegacia antes de Rita e para assinar o B.O. como testemunha a favor do caso. No mesmo boletim Rita disse que” não tem nata a relatar a cerca dos fatos no noticiário, justificando apenas que todo o ocorrido se deu como uma reação emocional, provocada pela ação truculenta desnecessária”.
O governador Marcelo Déda (PT), que assistiu à apresentação, disse ter testemunhado “um espetáculo deprimente” por parte de Rita. “A polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]“, declarou Déda. Para o governador, a cantora tentou colocar o público, estimado em 20 mil pessoas pela organização, contra os policiais, o que poderia levar a uma “confusão generalizada”, segundo ele.
No Twitter, Beto Lee, filho de Rita, protestou: “A policia de Aracaju levou minha velha para a delegacia. Bando de frouxo”. A própria cantora tuitava ao lado dos policiais: “Tô indo p/ a delegacia…a polícia d Aju ñ gosta d mim mas Sergipe gosta, estou dentro do carro, eles estaaoentravv [sic]“. Pelo microblog, o cantor Lobão também se manifestou: “Mas era soh o que faltava…prender a Ritinha eh de última!”.
VolteiO que eu tenho a dizer? Ou o remédio da Rita Lee acabou ou que ela precisa trocar de substância. Tem todo jeito de ser um surto. Imaginem se milhares de, sei lá, 5% de uma platéia estimada em 20 mil pessoas decidissem partir pra cima de policiais, pais de família que estão lá fazendo o seu trabalho. Poderia acontecer uma tragédia.>>>http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/rita-lee-entra-em-surto-e-detida-e-liberada-chamem-a-maria-do-rosario-o-gilberto-carvalho-a-dilma-rousseff-o-paulo-teixeira/