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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Torcida corintiana se mobiliza para lotar os arredores do Pacaembu - Title1

Torcida corintiana se mobiliza para lotar os arredores do Pacaembu - Title1

23/02/2013 | Por Estadao.com.br- Estadao.com.br

Torcida corintiana se mobiliza para lotar os arredores do Pacaembu

Organizadas querem mostrar força das arquibancadas mesmo se não puderem entrar nos jogos da Libertadores
As organizadas do Corinthians estão se mobilizando para, caso a diretoria não consiga reverter a decisão que impede a presença de torcedores nos jogos da Libertadores, se concentrarem nos arredores do Pacaembu na quarta-feira, no horário da partida contra o Millonarios.
A Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, alega que está aguardando o término das apurações sobre a morte do garoto Kevin Douglas Beltrán para só depois se posicionar, mas ontem, em seu Twitter, convocou os seus associados. "As arquibancadas poderão estar vazias, mas a nossa voz eles ouvirão! Estaremos com o Corinthians em qualquer lugar." Entre os torcedores presos na Bolívia está Tadeu Macedo Andrade, diretor financeiro da Gaviões.
Na internet torcedores se mobilizam para se agruparem na Praça Charles Miller. "Vamos invadir. Dentro do Pacaembu só cabem 40 mil. Lá fora cabe muito mais," diz um comunicado distribuído nas redes sociais.
A Polícia Militar já está em alerta e se prepara para reforçar a segurança no local. As vendas dos ingressos para a partida de quarta-feira foram suspensas.
O zagueiro Paulo André, um dos líderes do elenco, aprovou o apoio dos torcedores mesmo fora do estádio, mas pediu que a manifestação seja feita de forma ordeira. "Todo tipo de apoio é válido, mas tem de ter cuidado."
Segundo o jogador, o grupo está bastante abalado com a morte de Kevin Douglas Beltrán e coube ao gerente de futebol Edu Gaspar conversar com os atletas antes do treino de ontem. O recado foi que eles deveriam se concentrar nos jogos enquanto a diretoria recorria da punição recebida pela Conmebol.
"A gente está tentando se motivar, mas acaba falando mais sobre o ocorrido do que sobre o que está para acontecer. De qualquer forma, começou a preparação para o jogo contra o Bragantino (amanhã, em Bragança Paulista, pelo Campeonato Paulista). Precisamos vencer e trazer um pouco de tranquilidade para o ambiente", disse.
Paulo André comentou que a morte do garoto não premeditada. "O que aconteceu foi uma grande fatalidade", disse. Por isso, ele acredita que a punição ao Corinthians é injusta. "Não sei até que ponto o clube poderia ou deveria ser prejudicado."
O zagueiro, no entanto, cobrou que o responsável pela morte do garoto seja identificado e punido, e o caso sirva para mudar o futebol. "Se a gente não mudar a atitude e a fiscalização, daqui a seis meses isso pode voltar a acontecer", disse.
Mundial. Paulo André endossou as palavras de Tite que, após o empate por 1 a 1 com o San Jose, disse que trocaria o título mundial pela vida do jovem. "O Tite quis mostrar o valor da vida, da importância para todos nós. Não há nada que pague uma vida." Segundo o zagueiro, se o time ganhar a Libertadores dedicará o título a Kevin. /G.Jr. e R.R.

Veja como foi a semana do Corinthians entre a tragédia em Oruro e o empate na altitude contra o San José:
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A polícia boliviana manteve 12 torcedores do Corinthians em Oruro. Eles estão presos para investigação da morte de um garoto de 14 anos durante o jogo entre Corinthians e San José

sábado, 7 de julho de 2012

Doentes felizes... // Cristiane Segatto

http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/cristiane-segatto/noticia/2012/07/doentes-felizes.html

Doentes felizes

O futebol, o Corinthians e a linha que separa a paixão do vício

CRISTIANE SEGATTO
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Parecia final de Copa do Mundo. Uma final do tempo em que dava gosto torcer pela seleção brasileira. Do tempo em que jogar futebol não parecia ser um “bico”, uma mera “escada” para garotos-propaganda de telefone celular, aparelho de barba, linguiça... Na quarta-feira (4), final da Libertadores, São Paulo acordou dispersa.


Foi um dia de produtividade baixa para corintianos e anticorintianos. Os rojões começaram a estourar de manhã, muito antes do início da partida decisiva entre Corinthians e Boca Juniors. A cada estampido, uma provocação no trabalho e nas ruas. O incômodo na boca do estômago tirava a fome. A angústia tirava a concentração. A ansiedade tirava da cadeira.
Essa é a sina de quem gosta de futebol – independentemente da camisa que defenda. Quando o time em questão é o Corinthians, a paixão e o ódio assumem outra proporção. Tudo é exagerado, intenso. Há alguma coisa nesse time, nessa nação, que os outros times não têm. É esse atributo impalpável, difícil de definir, que tanto encanta e incomoda.
Talvez o que faça a diferença seja a valorização coletiva e visceral daquilo que os corintianos definem como “raça”. A torcida não exige que o jogador seja um craque, mas espera total entrega de quem veste a camisa. Quem, dentro de campo, representa o bando de loucos do lado de fora tem de suar sangue e não desistir nunca.
Para os corintianos do passado, a garra era uma questão de sobrevivência. Foi assim para os dois pintores de parede, o sapateiro, o cocheiro e o trabalhador braçal que em 1910 se reuniram no bairro paulistano do Bom Retiro para criar o time.   
Para os corintianos de hoje, a garra é mais que uma questão de sobrevivência. É também um estilo de vida. Você olha um corintiano, independentemente da classe social a qual ele pertence (sim, há vários milionários que torcem pelo time, ao contrário do que afirmam os preconceituosos) e já sabe mais ou menos o que ele pensa e como age diante dos obstáculos que a vida impõe.
Essa unidade em torno de um grupo, essa previsibilidade comportamental é movida por um fervor que tem tudo para dar certo e para dar errado. Ele dá certo quando a vitória em um jogo funciona como um estímulo permanente. A glória faz cada torcedor se sentir um vitorioso. A lembrança de uma conquista difícil o socorre nos momentos difíceis. O emprego está ruim, a mulher está chata, tudo parece mais ou menos, mas a cena inesquecível da conquista o faz acreditar que, de vez em quanto, até o impossível acontece.  
O fervor pelo time dá errado quando toma conta da vida do sujeito e o leva a cometer atos impensados, desperta a violência e o crime. É milimétrica a linha que separa a paixão do vício. E, em alguns casos, ela é menos reta e mais um novelo -- um emaranhado de emoções conscientes e inconscientes.
É importante que cada torcedor – do Corinthians ou de qualquer outro time – reflita sobre o espaço que o futebol ocupa em sua vida. Existem pesquisadores que se dedicam a estudar isso e dão pistas importantes. É o caso de Robert J. Vallerand, do Laboratório de Pesquisa sobre o Comportamento Social, da Universidade de Quebec, no Canadá.
Ele define a paixão pelo futebol como uma forte inclinação em direção a uma atividade que os indivíduos gostam ou amam. É algo que eles valorizam e na qual investem tempo e energia. Vallerand diferencia dois tipos de paixão: a harmoniosa e a obsessiva.
A paixão harmoniosa é aquela que faz o sujeito se sentir forte, feliz, revigorado a cada vitória. Ela é motivada pela vontade e leva o sujeito a desempenhar um papel social de respeito às normas e respeito às pessoas. O torcedor que demonstra esse tipo de paixão costuma ter a autoestima elevada e um alto grau de satisfação com a vida.
A paixão obsessiva é perturbadora. Envolve um sentimento de urgência incontrolável. A pessoa passa dias ou a vida inteira perturbada pelos fatos e pelos sentimentos que envolvem o time. Não pensa em outra coisa. Perde o emprego, mas não perde um jogo importante. Perde o aniversário do filho, um casamento, um enterro de uma pessoa próxima, mas não perde a partida. Quem sofre desse tipo de paixão está propenso a infringir as regras sociais. É alguém que perturba constantemente os torcedores de outros times ou sente ódio cego por eles.
Em geral, os obsessivos são pessoas com propensão à baixa autoestima ou extrema necessidade de aceitação social. Para eles, o futebol deixa de ser um esporte e passa a ser parte fundamental da identidade. Torna-se praticamente a única fonte de satisfação de necessidades emocionais básicas, como sentir-se querido e aceito.
Os obsessivos demonstram um engajamento rígido e uma persistência exagerada quando o objetivo é satisfazer essa paixão. Como em outros campos da nossa existência, a rigidez pode ser tornar um atraso de vida.
A paixão obsessiva pelo futebol não acomete apenas os corintianos. Nem apenas os brasileiros. Vallerand encontrou o mesmo comportamento entre torcedores de vários países da Europa e do Canadá. Ele estudou os hooligans, da Inglaterra, e os torcedores da França e da Itália na final da Copa do Mundo de 2006.
Os conselhos dele são universais. É fundamental que o torcedor e a família observem sinais de dependência psicológica. Quando se torna obsessivo e começa a atrapalhar outros campos da vida, o prazer deixa de ser prazer para virar sofrimento. É o mesmo fenômeno que ocorre em outras compulsões. Seja por sexo, amor, comida, jogo, bebida, drogas etc.
Quem vive uma paixão harmoniosa está no comando da própria vida. Tem liberdade de escolha. Quem vive uma paixão obsessiva torna-se escravo. Que tal um teste? Responda, com sinceridade, as questões abaixo:

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A torcida do Corinthians pode ser considerada louca por seus excessos nas comemorações???


Hector Hernandez de Santana é detido pela polícia após ter atropelado 22 pessoas
Hector Hernandez de Santana é detido pela polícia após ter atropelado 22 pessoas
05/07/2012 - 14h47

Motorista que atropelou torcedores na ZL diz que "só estava curtindo a festa"

Pedro Taveira
Do UOL, em São Paulo
Transferido no início da tarde desta quinta-feira para o 31º DP, Hector Hernandez de Santana, motorista do Astra que atropelou 22 torcedores do Corinthians durante a madrugada, disse que “estava apenas curtindo a festa, também sou vítima”.
Santana tem 20 anos e será indiciado por quatro crimes (embriaguez ao volante, tentativa de homicídio qualificado, dirigir sem habilitação e lesão corporal grave), sem direito a fiança. O incidente ocorreu na madrugada desta quinta-feira na rua Coelho Lisboa, próximo à praça Sílvio Romero, no Tatuapé.

MOTORISTA NÃO TEM HABILITAÇÃO

  • LUIZ GUARNIERI/BRAZIL PHOTO PRESS
    Motorista que atropelou torcedores tem 20 anos e não possui habilitação, diz polícia
Na saída do 30º DP, várias vítimas aguardavam Santana que saiu escoltado por policiais. "A gente estava no lugar onde sempre comemoramos. Do nada, abriu um clarão, pensei que fosse briga e em coisa de segundos, vi o carro na minha direção", contou Wesley Dominique. "Se a Polícia não chega, os caras matavam ele", prosseguiu outra vítima que não quis se identificar.
Segundo o delegado José Matalla Neto, do 30º DP, o acidente aconteceu depois que o carro do motorista esbarrou em uma mulher que comemorava a conquista corintiana na Copa Libertadores. Outros torcedores reagiram e começaram a bater no carro. Assustado, ele acelerou para tentar fugir.
Na arrancada, Santana acertou uma moto que estava estacionada e foi na direção da multidão, atingindo ao menos 22 pessoas. Quatro ficaram presas sob o carro e foram arrastadas por cerca de dez metros.
Um soldado da PM afirmou que o rapaz só não foi linchado porque a polícia já estava no local e conteve o tumulto. Outras três pessoas estavam no veículo. 
O motorista estava aparentemente embriagado e foi preso em flagrante. O teste de bafômetro não foi realizado no local, mas o hálito do homem indicava que ele havia ingerido álcool, segundo a PM. Bebidas alcoólicas foram encontradas dentro do veículo. Nesta manhã, ele foi submetido a exame de sangue no IML e teria admitido em depoimento que bebeu.
Dois dos torcedores atropelados foram conduzidos ao pronto socorro do hospital São Luiz, também na região do Tatuapé e estão em estado grave.

AMBULÂNCIA ATENDE CORINTIANOS ATROPELADOS

Final da Libertadores - Corinthians x Boca Juniors

Foto 43 de 71 - Emerson Sheik chuta para abrir o placar para o Corinthians na decisão da Libertadores contra o Boca Juniors Mais Leandro Moraes/UOL