O mau humor do mercado em relação à presidente Dilma Rousseff ganhou mais um número: US$ 1 trilhão. Isso é quanto as 300 empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se desvalorizaram, durante seu governo, segundo a consultoria Economática. A petista assumiu o primeiro mandato em 1º de janeiro de 2011. Poucos meses depois, em abril, a bolsa chegou ao seu maior nível, com as companhias totalizando US$ 1,531 trilhão.
Desde então, apesar de alguns soluços, a Bovespa entrou em queda livre. Na última sexta-feira (18), em meio à expectativa de que o país perderia seu segundo selo de bom pagador (o chamado grau de investimento), a bolsa fechou com forte queda de 2,65%. Com isso, o valor total das companhias caiu para apenas US$ 515 bilhões.
Para se ter uma ideia do que isso representa, as 300 companhias da bolsa brasileira não valem, juntas, a Apple, a badalada empresa fundada por Steve Jobs e criadora de aparelhos como o iPhone e o iPad. Hoje, seu valor de mercado é de US$ 656 bilhões. De acordo com a Economática, o preço da bolsa brasileira é o mais baixo desde dezembro de 2005, quando valia US$ 447 bilhões.
De acordo com a Economática, parte dessa desvalorização brasileira deve-se à disparada do dólar. Nos 54 meses analisados pela consultoria, a moeda americana subiu 134%. Isso cria outro embaraço: a bolsa brasileira está muito próxima de ficar menor que a do México. Com 121 companhias listadas, a bolsa mexicana vale US$ 497 bilhões. Ou seja: o Brasil está apenas 3,4% acima. Do site O Financista
Con la publicación de la Gaceta Oficial No. 31, muchas han sido las opiniones publicadas sobre el indulto otorgado a 3.522 presos antes de la visita del papa Francisco. La mayoría de las críticas se han dirigido al hecho de que entre los beneficiados no se incluyan condenados por motivaciones políticas. Sin embargo, al repasar la relación de prisioneros a excarcelar, otro elemento salta a la vista.
Al menos 411 de los indultados llevan nombres que comienzan con “i griega”, lo que significa más de un 11 por ciento de la cifra total. Se podría asegurar que se trata de personas que tienen entre 20 y 45 años, pues desde principios de la década del setenta y hasta entrados los años noventa estuvo de moda en Cuba llamar a los hijos con la penúltima letra del abecedario. Estamos en presencia entonces de “el hombre nuevo”, ese ser que nació y creció en una sociedad que se sentía parte de la “utopía”, vivió bajo el subsidio soviético y el excesivo adoctrinamiento ideológico. ¿Cómo es posible que tanta de esa arcilla humana haya terminado tras las rejas?
¿Cómo es posible que tanta de esa arcilla humana haya terminado tras las rejas?
Carne de laboratorio social y piel de prisión, la Generación Y está muy alejada de lo que se proyectó para ella. Le ha tocado vivir un país diferente al que le prometieron, y para sobrevivir en esa jungla ha tenido que hacer todo lo contrario de lo que le enseñaron. Aunque el listado de los presos a liberar no incluye el delito por el que fue juzgado cada uno, es fácil aventurar qué llevó a muchos de esos hombres y mujeres de la utopía a terminar en una celda.
Quizás esté entre ellos Yoandis el que mató una vaca para dar de comer a su familia o Yuniesqui quien robó combustible de la empresa para revenderlo en el mercado ilegal y compensar su bajo salario. ¿Quién sabe si alguna Yordanka a la que la violencia de género le hizo tomar el camino de la venganza marital, se encuentra también en esa relación? ¿O Yusimí, la que aprendió desde pequeña en el solar donde vivía que era mejor golpear primero que golpear dos veces? De pioneritos con pañoletas de colores, pasaron a ser reos de uniforme gris; de la Cuba de los manuales de marxismo cayeron en el país real.
Una generación atrapada por las circunstancias, obligada muchas veces a delinquir, empujada otras a escapar y condenada a las pocas oportunidades. Las 411 familias de estos hijos del experimento cubano estarán por estos días aliviadas de verlos retornar, al igual que los parientes del resto de los indultados. Pero, la sociedad que encontrarán al traspasar las rejas sigue desmintiendo aquella que una vez les explicaron frente a las pizarras y en los matutinos. La cárcel ha sido parte de la alquimia social que les ha tocado.
Os jornalistas costumavam liderar o caminho, em vez de seguir servilmente o fluxo superficial do tráfego da internet
Bobby Fischer (Foto: Divulgação)
Kenneth Rogoff, O Globo
O novo e brilhante filme “Pawn Sacrifice” (“Sacrifício do peão”) retrata a vida do atormentado gênio do xadrez Robert James “Bobby” Fischer desde o começo como um prodígio ao histórico jogo de 1972, aos 29 anos, com o campeão mundial russo Boris Spassky. O ator Toby Maguire representa Fischer com uma autenticidade impressionante — de fato, um gol de placa para aqueles de nós que conhecemos Fischer em seu auge.
O filme retrata um jogo que se tornou um evento crucial na Guerra Fria entre a Rússia e os EUA. Também leva a pensar se um gênio criativo como Fischer, profundamente perturbado e ainda assim plenamente funcional como enxadrista, seria capaz de sobreviver hoje no implacável mundo on-line.
Fischer certamente obteve repercussão naquela época, mas a informação era filtrada de forma muito diferente do que é hoje. Os jornalistas costumavam liderar o caminho, em vez de seguir servilmente o fluxo superficial do tráfego da internet. A história de rapaz errático do Brooklyn vencendo o império soviético em seu esporte nacional fez uma boa cópia para os jornalistas, que entenderam o significado do evento. Durante dois meses, diariamente, o jogo sustentou manchetes de primeira página nos principais jornais do mundo, com os comentaristas analisando cada movimento durante até cinco horas a cada dia.
Naquela época, havia poucos canais de televisão. Não existia aparelhos de DVD ou serviços pay-per-view. Apesar disso, essa não era a única razão para as pessoas ficarem grudadas em seus aparelhos de TV para assistir o jogo. O ambiente surreal, as surpreendentes jogadas de xadrez e a Guerra Fria como pano de fundo tornaram Fischer uma das pessoas mais famosas no mundo naquele verão. Não vou me vangloriar a ponto de afirmar que foram as análises que atraíram a atenção, embora eu tenha sido um comentarista do crucial 13º jogo.
Para o campeão americano, a partida foi a culminação de duas décadas de busca do título, começando em seus dias de criança prodígio. Após uma vida inteira em relativa pobreza para um superstar (embora ele frequentemente aparecesse nas capas das principais revistas), Fischer se viu, enfim, disputando uma partida com uma bolsa de US$ 250 mil. Claro, isso era uma ninharia se comparada aos US$ 2,5 milhões que cada lutador havia garantido na luta Ali-Frazier de 1971. Mas Fischer reconheceu que a cultura americana marginaliza qualquer iniciativa que não produza uma fortuna, então ele viu o prêmio de seis dígitos como o mais alto símbolo de prestígio de seu esporte.
Para a Rússia, a partida não tinha a ver com dinheiro, mas sim com corações e mentes. O mundo do xadrez há muito havia sido o campo de batalha para se provar a superioridade do sistema comunista. Embora os ocidentais hoje finjam que sempre se soube que o comunismo à Rússia iria fracassar, isso não era tão óbvio àquela época. O principal texto introdutório de economia do período, do Prêmio Nobel Paul Samuelson, ainda previa que a Rússia poderia superar os EUA como a maior economia do mundo. Para sermos justos, os russos valorizavam enormemente o jogo de xadrez, mesmo sem produzir muita renda. De várias formas, o xadrez era o esporte nacional da Rússia. Não admira que a busca quixotesca do título de campeão por Fischer levou ao mentor da política americana Henry Kissinger a se reunir com Fischer e instá-lo a não desistir, como ele ameaçara fazer.
Qualquer que fosse o seu status nos EUA, Fischer era certamente o americano mais querido na Rússia. A majestade de seu jogo transcendia a propaganda num país onde diariamente as pessoas podiam apreciar e entender a beleza própria do jogo. Na preparação para o campeonato, Fischer derrotou dois oponentes muito bons com histórico placar de 6 a zero, um resultado surpreendente, quando muitos jogos de grandes mestres acabam em empate. Os torcedores russos ficaram tão estimulados pelo feito sem precedentes de Fischer que, conta-se, chegaram a congestionar as linhas telefônicas de Moscou para tentar obter informações. Depois de um tempo, as telefonistas simplesmente atendiam as ligações dizendo “6 a zero” e desligavam. No fim, até mesmo Spassky prestou o último tributo à genialidade de Fischer, aplaudindo com o público após a inspirada sexta vitória de Fischer, como mostra o filme. O americano pode ter sido o maior gênio do xadez, mas o russo teve o maior gesto de classe.
O diretor Edward Zwick não se esquivou de mostrar os demônios que atormentavam Fischer. Ele se preocupou coerentemente que o russos não poupassem esforços para evitar que ele fosse campeão, mas no fim as preocupações racionais se transformaram em paranoia, e Fischer começou a se voltar contra seus amigos e confidentes. Ele se tornou antissemita, mesmo sendo judeu.
Suspeita-se que, no mundo on-line de hoje, a paranoia de Fischer e suas falhas pessoais o teriam derrubado bem antes de se tornar campeão. Depois que Fischer venceu o campeonato e simplesmente parou de jogar xadrez em competições, sua enfermidade mental piorou. Embora ninguém possa condenar os surtos virulentos e pensamentos sombrios de Fischer em seus últimos anos (ele morreu em 2008), é triste perceber que alguém com tal criatividade e genialidade, que inspirou tantos por meio de seu xadrez, tenha tido sua carreira encerrada num estágio muito mais cedo do que ocorre hoje. Vivemos num mundo distinto. “Pawn Sacrifice” relembra um mundo em que as qualidades de Fischer eram possíveis.
Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI, é professor de Economia e Política Pública na Universidade de Harvard
VLADY OLIVER Gilmar Mendes está falando sozinho. O juiz Sérgio Moro está falando sozinho. Joaquim Barbosa falava sozinho. Ainda fala. O procurador Dalton Dallagnol está falando sozinho. Todos estes ilustres senhores estão escancarando a verdade na cara dos pagantes e nem isto é razão para uma tal de “imprensa” sair de sua confortável saleta com ar condicionado, onde dão um verniz nos press-releases picaretas de um governo idem, e conferir o que está sendo dito por todos estes ilustres senhores sobre a sofisticada organização criminosa.
A tropa de funcionários sem concurso continua lá, como se tudo estivesse normal. Aloizio Mercadante faz cara de bravo e ocupa o espaço ao lado do rosto e acima do ombro de Dilma, como se as fotos ainda valessem a pena. Sibá Machado e José Guimarães ─ aquele cujo assessor andava com dólares na cueca ─ ainda discursam, como se alguma vez tivessem sido importantes. E todos correram para buscar socorro com o Pai de Todos, o Número 1, o Boa Ideia, O Cara, como se Lula ainda pudesse salvar seus empregos e mordomias. No momento em que pediram socorro ao Pai dos Postes, anunciaram que o governo acabou.
Se a Benemerenta que distribui nomeações e benesses e manda no Diário Oficial não consegue sustentar-se no poder, nem distribuindo dezenas de Ministérios, não tem como ostentar o majestoso título de Denta. Denta virou cargo honorífico. Como diria um filho cujo pai o chamou de Ronaldinho dos Negócios, game over. Como nos desenhos animados em que o personagem anda na prancha e só despenca no abismo ao perceber que a prancha acabou, falta apenas cair.
E táticas que já deram certo dificilmente funcionarão agora. Lula, estrela máxima do petismo, já se queixou de que não pode sequer ir a um restaurante. Não pode tomar um voo comercial nem, por outro motivo, os bons jatos dos empresários. Sujeita-se a um jatinho pequeno, apertado. Aliados o abandonam; amigos antigos, como José Dirceu, ele os abandonou. E, se nem aos tradicionais restaurantes do tempo de metalúrgico pode ir, que prestígio lhe resta para dar a Dilma?
Quando tinha 18 anos, Leslee Udwin foi convidada por um homem charmoso que conheceu para ir a uma festa na casa dele. Chegou lá e estranhou um pouco o lugar isolado. Os convidados estavam atrasados, ele dizia. Ninguém apareceu – e Leslee foi estuprada naquela noite.
O caso aconteceu na África do Sul, mas a cineasta pensa que poderia ter sido em qualquer lugar do mundo. Na época, voltou pra casa com a certeza de que a culpa havia sido dela. "Eu fiquei 20 anos sem contar isso para absolutamente ninguém, me culpando por não ter virado as costas e ido embora no momento em que vi que não havia ninguém na casa", disse à BBC Brasil.
Um bom tempo depois, a israelense-britânica se surpreendeu com o caso de um estupro coletivo na Índia que chocou o mundo. Jyoti Singh, de 23 anos, voltava do cinema com um amigo por volta de 20h30 em Nova Déli, quando foi violentada por seis homens dentro de um ônibus.
O crime repercutiu e gerou protestos pedindo justiça e direitos iguais para mulheres na Índia – e Leslee decidiu mergulhar em uma jornada "traumática", como ela descreve, para "amplificar a voz daquelas mulheres" em um documentário sobre o caso.
"Meu objetivo sempre foi usar isso como uma ferramenta poderosa de mudança. Eu queria levantar essa questão dos direitos de meninas e mulheres no mundo. Porque não é uma coisa da Índia", disse. "Todo país do mundo sofre dessa doença que é a desigualdade de gênero. Nós precisamos agir, entender nossa responsabilidade nisso."
O filme India's daughter (Filha da Índia, em português) estreou em março internacionalmente e chegou ao Brasil nesta semana, com uma exibição pública em São Paulo promovida pela ONG Plan International Brasil no lançamento da campanha "Quanto custa a violência sexual contra meninas?"
Para produzi-lo, a cineasta gravou 32 horas de entrevista com os estupradores da menina na Índia e outros agressores sexuais. Ela achava que encontraria "monstros" ou psicopatas, mas se surpreendeu ao concluir que todos eles eram "homens normais".
"Eu juro que nem por um segundo das entrevistas eu senti um pingo de raiva. Por que não? Pela mesma razão que esses homens não conseguem sentir nenhum remorso", relata.
"Ficou óbvio que esses homens foram programados para pensar o que pensam e agir como agem. Eles não são independentes, eles são conduzidos a pensar dessa maneira desde que nascem."
'Temos o que merecemos'
Leslee Udwin conta que precisou fazer algumas 'entrevistas-teste' (que não entrariam no filme) com outros estupradores para treinar sua 'sanidade' antes de enfrentar os agressores de Singh. E foi um deles que a fez identificar, ao mesmo tempo, o problema que gerava tantos casos de estupro, e a solução para acabar com eles.
O homem em questão havia estuprado uma menina de 5 anos. Ele descreveu tudo o que fez com ela e como "tampou sua boca para abafar os gritos com o cuidado de não tampar seu nariz para que ela pudesse se manter viva". A garota, como ele apontou, era da altura do seu joelho. Leslee lhe perguntou se ainda pensava nela e no que tinha feito. "Sim. E toda vez que penso, preciso ir ao banheiro", ele respondeu.
A falta de arrependimento demonstrada por ele fez com que a cineasta entendesse a cultura do estupro.
"Se você desvaloriza esse ser humano (mulher), se você aprende que elas não têm nenhum valor comparadas a você (homem), é claro que você vai tratá-las dessa forma. O que você espera?", questiona. "Nós somos responsáveis pelas atitudes deles, nós motivamos as atitudes deles. E nós como sociedade merecemos isso."
Leslee reforça que o caso retratado no filme faz parte de uma questão mundial – a desvalorização da mulher -, que precisa ser combatida desde cedo.
"É só uma questão do grau de intensidade do problema. Em alguns lugares estamos lidando com a falta de representatividade das mulheres no comando das empresas, ou as diferenças de salário das mulheres, e em outros nós estamos falando da restrição dos direitos da mulher, como na Arábia Saudita, onde mulheres não podem dirigir um carro".
Solução
Foram tantos "choques" durante a produção do filme que, em um determinado momento, Leslee admite que quis abandonar o barco. Em pânico por achar que aquilo era doloroso demais, a cineasta se inspirou na filha de 13 anos para seguir com o projeto.
"Ela me disse algo que nunca vou esquecer: 'Você não está sozinha. Eu e minha geração inteira estamos com você nessa'."
Não fosse isso, o filme A Filha da Índia não teria saído e, consequentemente, não teria provocado reflexão nas milhões de pessoas que o assistiram no mundo todo, segundo ela. Mesmo banido na Índia, o documentário já foi visto por 1,6 milhão de pessoas no país horas depois que foi lançado na internet. Mas só isso, Leslee reforça, não é o suficiente.
Para combater o problema, ela defende uma mudança estrutural e global na educação, valorizando respeito, direitos humanos e igualdade de gênero nas escolas.
"Quando crianças chegam a uma certa idade, que seria 6 anos, você não pode mudar os estereótipos que elas já aprenderam", opina.
Para lutar por essas mudanças, Leslee se aliou a ONU com o consultora de Direitos Humanos, e está ajudando na formulação de um novo currículo escolar com alterações de conceitos básicos da educação.
"Precisamos começar cedo com uma nova geração. Ensinar respeito na escola para que elas possam aprender a valorizar outros seres humanos. Nós não estamos ensinando crianças a pensar, a sentir, a ter empatia, vendo o mundo sob o ponto de vista do outro", diz.
E ela ainda faz um apelo para as mulheres. "Eu imploro para quem passou por isso (violência sexual) que fale, porque é muito importante. A culpa é deles, a vergonha é toda deles. É um erro e é de uma maldade absurda colocar a culpa disso na mulher pelo que ela estava fazendo ou usando. É nojento e absurdo que isso ainda aconteça. E nós, como mulheres, precisamos reagir a isso."
O Brasil também está precisando de uma dieta. Uma mudança radical dos hábitos alimentares do Estado glutão e obeso
Nelson Motta, O Globo
A única vitória pessoal de Dilma no seu segundo mandato foi emagrecer, melhorar a aparência e aumentar sua autoestima, no fundo do poço desde que foi julgada mentirosa e incompetente por 93% da população.
O Brasil também está precisando de uma dieta. Uma mudança radical dos hábitos alimentares do Estado glutão e obeso.
Mas primeiro é necessário um detox radical, já iniciado com a eficientíssima dieta Lava-Jato, no Spa de Curitiba, começando a descontaminação do organismo estatal inchado de gorduras, parasitas, subsídios e privilégios, que criam dependência cada vez maior de drogas fiscais.
Controlar a gula arrecadadora. Perder gordura de custos e diminuir o peso das dívidas para melhorar a saúde dos órgãos vitais. Fazer exercícios diários de eficiência para desenvolver músculos produtivos e perder banha burocrática, que gera incompetência e corrupção. Cortar projetos megalomaníacos anabolizantes que aumentam despesas para ganhar eleições. Trocar charlatãos e marqueteiros por médicos e nutricionistas ou políticos e administradores, honestos e competentes.
Na dieta brasileira não entram drogas como a velha CPMF, que funcionam como anfetamina, moderando o apetite de arrecadação do Estado, mas a médio prazo só conseguem criar mais fome, por mais impostos. A opção à dieta seria a redução cirúrgica do estômago do Estado, um impeachment da gordura e das toxinas.
O pior seria a dieta Lula: “Em vez de cortar despesas, devemos estimular investimentos e aumentar o crédito”, como se houvesse dinheiro para isso, e não fosse essa uma das origens da atual crise que, como Dilma dizia de Marina na campanha, está tirando comida da mesa do pobre.
Tanto sofrimento, tanto sacrifício, mas, sem reformas estruturais dos hábitos alimentares e dos gastos de calorias do Estado, será só uma travessia para voltar aos velhos vícios, em um efeito sanfona que logo levará de novo à obesidade, celeiro da corrupção.
A receita de Dilma para o Brasil tem tudo para repetir, de forma trágica, a piada de Tim Maia: “Fiz uma dieta rigorosa, cortei gorduras, açúcar e álcool. Em duas semanas perdi 14 dias.”