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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Mais complicação para Lula explicar... / blog de Aluizio Amorim / O Antagonista

BOMBA! EMAILS APREENDIDOS PELA PF REVELAM QUE MARCELO ODEBRECHT E SEUS CAPATAZES ARTICULAVAM COM LULA ESQUEMAS DE NEGÓCIOS NA ARGENTINA, BOLÍVIA E PERU.

O site O Antagonista anota a seguinte informação: O juiz Sérgio Moro retorna do recesso judiciário para reassumir o comando da Lava Jato na quinta-feira 7, com toda a equipe da força-tarefa. O título da pequena nota não pode ser mais eloquente: "Lula, acerte do despertador". Faz sentido porque as operações da Lava Jato costumam ocorrer nas primeiras horas do amanhecer.

Por outro lado, o site do jornal O Estado de S. Paulo postou uma extensa reportagem exclusiva revelando diversos emails cujos conteúdos são trocas de mensagens entre o presidente afastado do Grupo Odebrecht,  Marcelo Odebrecht, que está na cadeia desde junto do ano passado e de executivos dessa empresa versando sobre o interesse de maior empreiteira do País que ex-presidente Lula ajudasse em negócios na Argentina, Bolívia e Peru.


Transcrevo parte da reportagem com link para leitura completa. Vale a pena dar uma olhada nesse material que é nitroglicerina pura. Afinal, Odebrecht e seus capatazes mencionam diretamente Lula. Leiam:

Fotomontagem que circula sem parar pelas redes sociais
Uma série de e-mails trocados entre Marcelo Bahia Odebrecht e executivos afastados do grupo mostra como a maior empreiteiro do País usava de sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-diretores da Petrobrás para tentar influenciar governos de outros países para obter contratos bilionários. Anexados aos autos da Operação Lava Jato em dezembro, as mensagens tratam de negócios da Odebrecht na Argentina, Bolívia e Peru.
Em uma das trocas de e-mails destacadas pela Polícia Federal, o dono da Odebrecht – afastado da presidência do grupo em novembro, após ser preso pela Lava Jato em 19 de junho – conversa com executivos do grupo. São eles, Carlos Brenner, Roberto Prisco Ramos, Márcio Faria e Rogério Araújo. O assunto tratado, negócios da Braskem – petroquímica da empresa em sociedade com a Petrobrás – no Peru e a visita do ex-presidente Lula.
Para a PF, o documento indica a tentativa de Odebrecht e executivos de uso da influência do ex-presidente para fechar o negócio. Quem também participa da troca de mensagens é o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró e o ex-gerente da estatal Luis Moreira.
No dia 25 de janeiro de 2008, Brenner escreve para Roberto Ramos. “Vi no jornal que o Lula estará e Lima (capital do Peru) em 05/03 para encontrar-se com Alain Garcia. O foco é a discussão de das relações bilaterais. Já pensou se conseguirmos incluir na agenda a assinatura do MoU???”, inicia a conversa.
O negócio buscado pelo grupo, “MoU”, era um acordo para a implantação de um polo petroquímico no Peru, que envolvia a parceria entre Petrobrás e Petroperu. O projeto, segundo a Braskem, previa a industrialização de etano, encontrado no gás natural local.
Cinco dias depois, em 30 de janeiro, Ramos envia a outro executivo, Rogério Araújo – preso na Lava Jato e suposto operador de propinas do grupo – mensagem sobre o tema. “Só para sua informação. O ideal era voltar ao assunto depois do carnaval e ver se conseguimos combinar com nosso amigo Nestor (Cerveró) estar em condições de assinar o protocolo durante a visita de Lula!.”
No mesmo dia, Araújo repassa o e-mail de Ramos intitulado “Lula no Peru” para Cerveró – ex-diretor de Internacional, preso pela Lava Jato e novo delator – com a seguinte mensagem: “O que você acha desta estratégia?”.
Um dia depois, dia 31, o ex-diretor de Internacional responde o executivo da Odebrecht e copia o ex-gerente da Petrobrás em seu e-mail funcional: “Este assunto já foi acertado com o Cesar Gutierrez (presidente da Petroperu) na minha reunião da ultima semana, quando estive em Lima. Acho boa ideia e vamos andar rápido com o assunto”. A troca de mensagens é copiada para Marcelo Odebrecht. “Apenas para inf. Assunto em evolução.”
No dia 7 de fevereiro, é o próprio dono da Odebrecht que responde aos executivos. “Ótimo. Estes eventos com Lula são bons pois criam um deadline.”
O acordo buscado pela Braskem foi assinado durante a visita do então presidente Lula.
Argentina. Os e-mails anexados há 15 dias em um dos inquéritos que executivos da Odebrecht são investigados pela Lava Jato, há também a atuação do presidente afastado do grupo em visita feita em fevereiro de 2008 por Lula à Argentina.
No relatório da PF, foi destacado trecho de mensagem enviada por Odebrecht para Henrique Valladares no dia 4 de fevereiro. “Preciso uma nota sobre Garabi para preparar a ajuda memoria final que quero enviar para Lula até amanhã, referente a visita a dele a Argentina.”
“Pela dimensão e importância dos projetos atualmente em execução e em estudo pela Odebrecht na Argentina, havendo oportunidade, seria importante que o presidente Lula pudesse reforçar, junto à presidente Cristina, a confiança que tem na Odebrecht”. Leia MAIS e veja documentos

10 comentários:

Anônimo disse...
Amorim, só acredito que há democracia neste país se Lula for preso, se a policia colocar a mão nele .
Anônimo disse...
O que mais está faltando pra justiça tratar esse cretino como réu e não mais como testemunha?

Túlio Xavier
Anônimo disse...
http://www.dieselonveins.blogspot.com.br/2016/01/outro-possivel-golpe-na-loteria.html

Taí uma curiosidade:
Tão logo o Pe3trolão começou a dar em cadeia e apertou-se o cerco nas roubalheiras, ao ponto de Delcidio Amaral comentar, na gravação do Bernardo, que deveriam partir para a area de TI da Petrobras, onde ninguém se importava muito em investiogar, e com verba era de 1 bilhão, curiosamente o valor das apostas na MegaSena pulou de R$2,50 para R$3,50 visando arrecadar mais. ...Afinal, o Petrolão estava sendo muito monitorado e meio arriscado.

Curiosamente a Caixa erra na divulgação de resultado de uma Mega de 200 milhões, corrigindo em seguida com a afirmação de que "houve sim ganhador" qdo tinha publicado não haver. A caixa alegou um erro na divulgação do resultado.

Agora essa OUTRA falha com um grande atraso na divulgação do resultado.

Os erros seriam medo do possível monitoramento???
Anônimo disse...
Eles já estão resolvendo o problema. Cada vez mais que eles chegam perto do Brahma mais eles cortam a verba da PF! Depois vão na TV negando tudo como fizeram ontem no Jornal da Bobo!
Alias a gente percebe que tudo está tomado por ideologia depois que vê a Bobo puxando o saco do Irã dizendo que é um país mais democrático do Oriente Médio. 
Anônimo disse...
Infelizmente deixei de acreditar no Brasil... um país em que a impunidade e a bandidagem é recompensada... um país onde - apesar de todos os indícios - os criminosos ficam livres e ainda recorrem às decisões feitas pelo STF (que significa SUPREMO tribunal federal) demonstrando que esta instituição na prática não vale para eles e somente para o "cidadão comum"... infelizmente... não dá para acreditar mais neste país... é deixar este bando dominar e procurar fugir daqui o quanto antes...
Diesel on Veins disse...
A $atani$t and a ‘jew’



The Odebrecht family is the owner
of the capitalism of state in Brazil.

Their youngest member Marcelo Odebrecht is in prison.
Already revealed by the Federal Police as a dangerous psychopath.

Lula as to become a president got
drunk from robbery for him allowed
to do if he carried out all the plans of
the Odebrechts to make poorer the nation
and lead everyone into bankruptcy thus
owning through the Lula’s political party
all the control of Brazil.

The jews and orthodox jews are interfering
in the Brazilian natural way of life
to use the Christians to, without noticing it, serve
the worldwide communist power takeover,
and still are campaigning publicly and via
Youtube and Facebook to coopt the
people to not believe neither in Jesus Christ,
in Virgin Mary, nor in the New Testament.

For a ‘jew’ to own the world he doesn’t need
to create a nation as big as Russia, he just takes
their local power and mess with it publicly
WITHOUT BEING POINTED AS THE RESPONSIBLE FOR.

Cristiano Arruda
Campo Grande, MS, Brazil
Jan 5, 2016


Anônimo disse...
Eu continuo repetindo a frase do Reinaldo Azevedo: "Não será fácil despetizar o país".
Há interesses pesadíssimos em jogo. Inclusive com a participação de capital estrangeiro.
Bilhões e bilhões roubados são para garantir o pão e manteiga ou que mais financiam?
É lógico que algo tem de ser feito, não importando aonde isso tudo vá parar, mas que há muito mais em jogo, e pesado!, há. 
Vejam aí, o caso do Oriente Médio. Uma leve distensão entre países que, no fundo rezam juntos, com algumas variantes radicias, e o preço do petróleo já subiu! A distensão é verdadeira? ou é para mexer no preço do precioso líquido que vinha depreciando as contas de quem depende dessa matriz energética?
Lotemos as ruas no dia 13 de março!!! Ajuda, e muito!

Cavalaria Ligeira
Anônimo disse...
Belíssimo artigo!
Crime de Omissão Supremo: Quem pune?
- Laércio Laurelli, Jurista, é apresentador do programa Direito e Justiça em Foco. Professor da Escola Paulista de Magistratura. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Aqui:
http://www.alertatotal.net/2016/01/crime-de-omissao-supremo-quem-pune.html
Anônimo disse...
E...Para não ficarmos ao sabor da mídia marrom , chapa branca e outros quetais; eis as empreitadas do Irã:

O Irã está se apoderando da América Latina
AQUI:
http://www.midiasemmascara.org/
Anônimo disse...
Não vejo a hora de um certo japonês desembarcar em certa cidade do estado de São Paulo!

Tabela periódica de Mendeleyev ganhou novos elementos


Tabela periódica ganha mais quatro elementos e completa a sétima linha


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A tabela periódica, que agrupa os elementos químicos em função de sua composição química e propriedades, terá mais quatro novos elementos e, assim, completará a sua sétima linha. A tabela foi criada pela primeira vez em 1869 pelo cientista russo Dmitri Mendeleyev.
Os novos elementos –113, 115, 117 e 118– foram descobertos por cientistas do Japão, da Rússia e dos Estados Unidos e confirmados pela Iupac (União Internacional de Química Pura e Aplicada, na sigla em inglês). Esses são os primeiros elementos a serem adicionados à tabela desde 2011, quando foram incluídos os 114 e 116.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a Iupac anunciou que uma equipe de cientistas –composta por russos e americanos do Instituto de Pesquisa Nuclear em Dubna, na Rússia, e o Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, produziram provas suficientes para afirmar a descoberta dos elementos 115, 117 e 118. A descoberta do elemento 113, que também havia sido reivindicado pelos cientistas russo-americanos, foi concedida a uma equipe de cientistas do Japão, do Instituto Riken.
Kosuke Morita, que liderava a pesquisa em Riken, disse ao jornal britânico que sua equipe agora pretende "olhar para o território inexplorado do elemento 119 e além." Ryoji Noyori, ex-presidente do Instituo Riken e Prêmio Nobel de química, disse que "para os cientistas, esta é de maior valor do que uma medalha de ouro olímpica ".
31.dez.2015/Associated Press
Cientista Kosuke Morita mostra elemento 113 na tabela, descoberto por japoneses
Cientista Kosuke Morita mostra elemento 113 na tabela, descoberto por japoneses
"A comunidade química está ansiosa para ver sua tabela mais querida finalmente ser concluída até a sétima lina", disse o professor Jan Reedijk, presidente da Divisão de Química Inorgânica da Iupac.
Os novos elementos, que atualmente têm nomes de espaço reservado, serão oficialmente nomeados pelas equipes que os descobriram nos próximos meses –o 113 será o primeiro a ser nomeado na Ásia. Morita ainda não decidiu o nome do elemento, mas "Japonium" é um candidatos.
Eles podem ser nomeado após um conceito mitológico, um mineral, um lugar ou país, uma propriedade ou um cientista. Por enquanto, os elementos foram nomeados como unúntrio (Uut ou elemento 113), ununpentium (Uup, 115), ununseptium (Uus, 117) e ununoctium (Uuo, 118 ).
Com informações da AFP 

Mais uma fonte de propina > INCRA e MST! // Fantástico em 03/01/2016 // blog do Coronel

A corrupção do Incra e do MST vêm à tona.

Ontem o Fantástico fez uma radiografia da reforma agrária no Brasil. Como todos já sabíamos, o INCRA é mais uma aparelho do PT. Onde não há um líder do MST infiltrado formando um exército, há um petista corrupto distribuindo terras em troca de propinas. A reportagem mesmo assim é estarrecedora. Você pode assistir o vídeo neste post.

“Passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a Educação e para a Saúde.”, palavras da presidente Dilma em outubro de 2014



POLÍTICA

Já é ruína

Ruinas (Foto: Arquivo Google)
José Casado, O Globo
Numa noite de outubro, dois anos atrás, ela convocou uma cadeia nacional de rádio e televisão para comunicar: “Passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a Educação e para a Saúde.”
Enlevada num tom de realismo mágico, anunciou a alquimia: “A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares, agora descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos, mais emprego, mais tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro para o Brasil.”
Arrematou, com esmero ilusionista: “Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a Educação de alta qualidade. Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade mais justa.”
Para gerenciar a riqueza submersa a mais de quatro mil metros no Atlântico, Dilma Rousseff criou a estatal Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.(PPSA). Deu-lhe amplos poderes para defender os interesses da União, o que inclui a gestão dos contratos de partilha, controle dos custos e das operações de exploração e produção de todo petróleo extraído da camada pré-sal.
Não é pouco. A combalida Petrobras, que nesses campos já produz mais de um milhão de barris, planeja concentrar investimentos numa área de tamanho equivalente a 150 mil campos de futebol, a 170 quilômetros de distância do litoral do Estado do Rio. Libra, como é conhecida nos mapas marítimos, é uma das maiores áreas do planeta reservada à exploração de petróleo. Foi leiloada a uma sociedade composta pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.
Dilma continua com o seu discurso surrealista, com toques de absolutismo groucho-marxista: “Eu represento a soberania nacional, do pré-sal, a defesa dos 30%, a defesa do conteúdo nacional... Esse golpe (o processo de impeachment) não é contra mim, é contra o que eu represento, contra a soberania, contra o modelo de partilha do pré-sal”— disse semanas atrás a uma plateia de sindicalistas aliados do governo.
Longe do espelho d’água do Palácio do Planalto, sobram certezas sobre o desgoverno na condução dos negócios do pré-sal. A empresa estatal (PPSA) criada para recolher a “massa de recursos jamais imaginada” para Saúde e Educação mal começou e já está sucateada.
Tem 15 empregados, acumula prejuízos e patrimônio líquido negativo. Sem dinheiro, atravessou 2015 sobrevivendo da caridade privada. Fornecedores cederam-lhe licenças temporárias gratuitas de software.
Perplexos, auditores do Tribunal de Contas da União registraram: “Há sérios riscos de se comprometer ou até inviabilizar a realização de importantes tarefas técnicas, tais como: a) interpretação sísmica e modelagem geológica; b) construção de modelos estáticos e dinâmicos para simulação de fluxo em reservatórios petrolíferos; c) análise de dados de perfuração de poços e de desempenho petrofísica; d) testes de modelagem de escoamento.”
É real a ameaça aos resultados econômicos para a União, adverte o tribunal.
Com 28 meses de existência, a estatal do pré-sal pode ser vista como novo símbolo do governo Dilma. Parecia que ainda era construção, mas já é ruína.
José Casado é jornalista

"É ano olímpico ..." Chega pra lá / Chico Caruso / blog de Ricardo Noblat

HUMOR

A charge de Chico Caruso

Charge (Foto: Chico Caruso)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

"Um Brasil em desmanche" ... J. R Guzzo // Veja //

04/01/2016
 às 20:04 \ Opinião

J. R. Guzzo: Um Brasil em desmanche

Publicado na edição impressa de VEJA
2015 foi o ano em que o Brasil Velho teve finalmente um duelo para valer com o século XXI. Todos estão cansados de saber que país é este. É o Brasil que desde a sua independência, 200 anos atrás, está aí para proteger, servir e enriquecer a minoria dos que dão ordens nos governos, os seus amigos e os que pagam para estar de bem com os que mandam.  É o Brasil da corrupção como método de governo e objetivo da vida pública ─ um condomínio gerido por gangues políticas cujo único propósito é controlar a máquina do Estado. Não há ideias nesse Brasil; só há interesses. O primeiro mandamento do político “competente”, ou “do ramo”, é aplicar as melhores técnicas para enganar um eleitorado em grande parte ignorante, pobre, indiferente a seus direitos e desinteressado de questões públicas. Aqui, os donos das decisões tratam como um absurdo o princípio pelo qual a lei deve ser igual para todos. Estão convencidos de que o fato de ganhar eleições, em geral através da prática de estelionato aberto em suas campanhas milionárias, lhes dá o direito de fazer o que bem entendem com o aparelho da administração pública. O Brasil Velho, em suma, é o Brasil em guerra permanente com o progresso, a mudança e o bem-estar da maioria.
Em 2015, o Brasil Velho perdeu. Não vai desaparecer assim de uma hora para outra, é claro, porque nada que resiste há dois séculos desaparece de uma hora para outra. Mas as coisas não serão mais como têm sido até hoje na vida pública brasileira; o futuro do Brasil Velho acabou. Ele é representado hoje, de corpo, alma e mente, pelo ex-presidente Lula, pelo Partido dos Trabalhadores e por essa trágica Dilma Rousseff com seu governo em decomposição ─ junto com os amigos, os magnatas que se tornaram companheiros e as quadrilhas que vivem de assaltar o Erário. Lula e todos os intendentes que estão em seu redor não perceberam o temporal que vinha se formando havia anos e desabou sobre eles em 2015 ─ escândalo após escândalo, fracasso após fracasso, flagrante após flagrante de mentira, fraude e incompetência para governar. Acharam que seu problema estava nos outros: na “mídia” que publica notícias de corrupção, nos “pessimistas” que registram o naufrágio econômico do país, na “oposição”, na Justiça que investiga a roubalheira, nos que simplesmente discordam. Com sua casa caindo, jamais pensaram que pudessem ter errado em alguma coisa.
Imaginaram-se ameaçados por um “golpe”. Convenceram a si próprios de que as maiores manifestações de rua que o Brasil já viveu eram um capricho das “elites”, coisa de “terraço gourmet”, e outras assombrosas bobagens do mesmo tipo. Comandaram, diretamente ou através da sua usina de propaganda nos meios de comunicação, uma campanha a favor da corrupção como jamais se viu por aqui e provavelmente em nenhum outro lugar do planeta. Trataram como vítimas empreiteiros de obras que são réus confessos no pagamento de propinas, e festejaram como heróis (“guerreiros do povo brasileiro”) criminosos condenados por corrupção. Continuaram acreditando, com fé religiosa, no Brasil dos privilégios, onde a polícia não prende e a Justiça não condena. Meteram-se numa operação desesperada para salvar o couro de um presidente da Câmara dos Deputados que 80% dos brasileiros querem ver deposto e cassado; tudo o que conseguiram, no fim das contas, foi o exato oposto do que pretendiam ─ um processo de impeachment no lombo da presidente da República. Mais que um crime, o Brasil Velho cometeu um erro. Não entendeu até agora qual foi o confronto real de 2015: o que pôs uma porção decisiva da sociedade brasileira contra as forças aqui descritas ─ o coletivo que se chama “oligarquia” e que foi absorvido, habitado e comandado por Lula e pelo PT em seus treze anos no governo. Esse lado não podia continuar ganhando sempre.
É o que mostram os fatos. Muitos dos seus chefes, que até outro dia estavam aí dando ordens, nomeando gente para empregos públicos e armando negócios de bilhões com dinheiro público, vivem hoje apavorados com a possibilidade real de ir para a cadeia a bordo de um camburão da Polícia Federal. Há um senador preso, sem data para sair ─ e ele é simplesmente o líder do governo no Senado. Estão no xadrez ou acabaram de sair o presidente da empreiteira de obras públicas número 1 do Brasil, o presidente da empreiteira número 2 e um banqueiro descrito até outro dia como estrela em ascensão irresistível na alta finança brasileira ─ especialmente aquela que vive em concubinato com o governo. Estão na mesma situação ex-deputados, ex-diretores da Petrobras, um ex-ministro de Estado, um vi­ce-almirante da armada, o último tesoureiro do PT, executivos “top de linha” e por aí vamos. Não existe nessa turma toda um único preto ou pobre ─ é só elite, e dentro dela há uma alarmante coleção de cidadãos que faz anos convivem em intimidade com o ex-presidente Lula, sua família e sua vizinhança. Só na Operação Lava Jato, a maior ofensiva contra a corrupção jamais feita neste país, mais de 100 suspeitos já foram presos, mais de trinta foram condenados, alguns várias vezes, num total de penas que somam quase 700 anos de prisão, e mais de vinte continuam na cadeia. Outros esperam suas sentenças usando o equipamento-símbolo destes dias de desmanche do Brasil Velho ─ a tornozeleira eletrônica que os impede de fugir.
Quem seria capaz de imaginar que coisas assim iriam acontecer um dia? Também não dava para prever que o maior líder político do país acabaria perdendo a sua situação de imunidade perante a lei, como ocorreu com doutores e excelências que hoje fazem parte da população carcerária nacional. Lula, neste momento, é ao mesmo tempo candidato a presidente e candidato ao presídio. Não está sendo ameaçado por suas ações políticas; seu problema, caso a Justiça decida que há indícios bem fundamentados de sua participação em algum delito, é que terá de se submeter a um processo penal, como todos os demais cidadãos brasileiros. É uma novidade, igualmente, o fato de não bastar mais mandar no governo, nem utilizar sua máquina e seus cofres, para se safar da vida real. A ocupante da cadeira teoricamente mais poderosa da República está hoje reduzida a um pano de estopa como pessoa pública, arrastada daqui para lá por deputados, senadores e todo um mundo de aproveitadores que têm o poder real de decidir se ela fica no cargo ou é deposta. Dilma conseguiu decair ao nível de desmoralização de um Fernando Collor. A maior realização do seu governo será escapar de um processo de impeachment humilhante, e que já começa muito mal.
O regime velho, ao afundar pelos quatro lados em 2015, deixou à vista de todos o embuste sem limites que foi a sua marca principal durante a fase Lula-Dilma-PT. Há, com certeza, discordâncias sérias quanto a essa observação. Para muitos, a corrupção frenética dos últimos treze anos é imbatível na disputa pelo título de pior pecado da era lulista: quando se roubou mais do Tesouro Nacional? Outros tantos acham que o desastre número 1 é a sua incompetência sobrenatural para governar o país no dia a dia das coisas práticas: o que dizer de um governo que chegou ao fim do ano ameaçado de não ter dinheiro para pagar suas contas de luz? Todas essas escolhas são corretas, mas talvez nada tenha mostrado tão bem a alma do Brasil atrasado, decadente e maligno que o PT liderou de 2003 para cá quanto a escolha da trapaça, pura e direta, como lei suprema da ação política e administrativa do governo. O Brasil de hoje é o Brasil do trem-bala, da transposição das águas do São Francisco e da entrada na Opep, entre outras miragens. Aqui o cidadão chega à classe média ganhando um salário mínimo por mês. Os governos que juraram “defender a Petrobras” provaram ser os seus piores inimigos; a empresa está em ruínas, quem investiu em suas ações tem hoje um mico miserável, e só por conta do petrolão, segundo a última perícia criminal, ela foi roubada em mais de 40 bilhões de reais. O “momento mágico” da economia que Lula garantiu ter criado é o que se vê aí: 9 milhões de desempregados, inflação de 10%, juros de agiotagem, o caixa do governo na porta da vara de falências. É um manifesto contra quem não é rico.
A mãe de todas as trapaças é o “resgate de 40 milhões” de brasileiros da pobreza, ou sabe-se lá quantos. Dezenas de países apresentam resultados melhores que os do Brasil no combate à miséria ─ com a vantagem de não terem caído, como aqui, numa recessão de 3,5% em 2015, e talvez outro tanto em 2016, o que tira dos pobres tudo aquilo que os governos Lula-Dilma disseram ter dado. Que progresso social é esse que faz com que as coisas andem para trás? O fato é que não transferiram “renda” nenhuma ─ apenas distribuíram dinheiro que não tinham e tomaram emprestado a juros extorsivos. O resultado é essa dívida pública monstro que hoje caminha para os 3 trilhões de reais e rende bilhões para a elite da elite, os “rentistas” com sobra no bolso para emprestar ao governo. Foram remunerados com cerca de 500 bilhões de reais em juros pagos pelo Tesouro em 2015 ─ mais que o total de gastos com o Bolsa Família desde a sua criação. A aritmética é essa. Ela indica que Lula e Dilma fazem há treze anos seguidos o mais agressivo governo em favor da minoria já visto neste país; disfarçam isso com falatório de palanque, mas seu grande programa, na verdade, foi o “Concentra Brasil”.
Ambos tentam tudo, agora, para salvar o que podem da sua opção por 200 anos de atraso. Mas estão tocando a Marcha Fúnebre. Não haverá uma nova Dilma. E não haverá outro Lula depois desse.

Humor de Chico Caruso no blog de Ricardo Noblat...

Humor de Chico Caruso...


Charge (Foto: Chico Caruso)

Sponholz no Diário do Poder...

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