por Gerson Camarotti Temer dá aval para anúncio de déficit fiscal de cerca de R$ 170 bilhões
O presidente em exercício Michel Temer deu o aval para que os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) anunciem nesta sexta-feira (20) uma proposta de meta fiscal com previsão de déficit de cerca de R$ 170 bilhões.
Chegou a ser cogitado um valor de até R$ 200 bilhões, mas ficou de fora o rombo da Eletrobras, que ainda não está fechado.
Junto com o anúncio, deve ser divulgada uma nota técnica explicando que o prejuízo da Eletrobras ficará de fora desse cálculo.Na próxima terça-feira, o Congresso deverá votar a proposta de meta fiscal que será enviada pelo governo.
por Gerson Camarotti Governo anunciará déficit entre R$ 160 bi e R$ 180 bi
Ao anunciar a nova meta fiscal para este ano, o governo deverá divulgar nesta sexta-feira (20) que buscará autorização para um déficit (despesas superiores às receitas) entre R$ 160 bilhões e R$ 180 bilhões.
Na quinta-feira, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, falou em reunião com senadores em déficit de até R$ 200 bilhões, quase o dobro do que foi anunciado pelo governo Dilma Rousseff. Até ontem, ao falar no déficit de R$ 200 bilhões, Jucá incluiu a renegociação da dívida dos estados e o rombo na Eletrobras.
A nova meta foi discutida agora há pouco no gabinete do presidnte em excecício Michel Temer, junto com o próprio Jucá, além dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
A estratégia que o governo quer usar é explicitar toda a herança do governo Dilma Rousseff. Conforme oblog já havia adiantado na semana passada, a ordem abrir uma “caixa-preta”, fazer uma espécie de inventário do governo da presidente afastada. O governo de Temer quer mostrar tudo que está recebendo da gestão de Dilma, para não ser cobrado por problemas do passado.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
A garotada estudantil adoeceu e está com complexo de autoridade; os professores terão que passar o giz para eles...
O SURTO DE OCUPAÇÕES FASCISTAS NAS ESCOLAS
por Percival Puggina. Artigo publicado em
A cena apresentada pela Globo News era inacreditável. Uma dessas que a gente costuma ver no YouTube, filmada por celular, em posição vertical e tela estreita, estava sendo exibida ao país por uma emissora de grande audiência, em tela grande e HD. O ato, transcorrido no palco do auditório de uma escola estadual do Rio, tinha certa imponência. Casa cheia. À mesa diretora dos trabalhos, um grupo de adolescentes comunicava ao mundo sua soberana decisão de encerrar a "ocupação" que já levava 56 dias. Sentado entre eles, o chefe de gabinete do secretário de Educação do Rio de Janeiro. Imagino que até a Unesco festejou a notícia. Ufa!
Aquela escola era uma das centenas que, em articulada sequência, vêm sendo invadidas no país. O ato mostrado pela TV fazia lembrar esses comunicados formais de autoridades sobre temas palpitantes. O chefe de gabinete, ao se manifestar, teve a audácia de expressar sua desaprovação à atitude dos invasores. Prá quê! Os ágeis neurônios da audiência entraram em rebelde polvorosa: "Como é? Esse sujeito está nos criticando? Afirma que não deveríamos ter ocupado o colégio? Fascista!". E a gritos de "Fascista!" o infeliz chefe de gabinete foi varrido para fora do auditório.
A Globo News a tudo filmava como coisa relevante para exibir ao país. A tais alturas, seria conveniente ouvir algum professor. Não sei se havia outros disponíveis no local, mas uma professora de Sociologia apresentou-se para defender seus pupilos destacando o caráter altamente educativo dos acontecimentos ali transcorridos. Cidadania pura.
A Globo News a tudo filmava como coisa relevante para exibir ao país. A tais alturas, seria conveniente ouvir algum professor. Não sei se havia outros disponíveis no local, mas uma professora de Sociologia apresentou-se para defender seus pupilos destacando o caráter altamente educativo dos acontecimentos ali transcorridos. Cidadania pura.
Os xingamentos lançados sobre o audacioso chefe de gabinete foram mais do que suficientes para evidenciar o mal inoculado nos jovens. Ele volta a se revelar sempre que alguém quiser entrar para estudar ou lecionar nas escolas invadidas: "Fora, fascistas!".
Por um lado, bem feito. Bem feito para a Rede Globo que se presta para dar cobertura a uma traquinice daquelas e, depois, se sujeita a ser acusada, também ela, de fascista e de golpista quando cobre algum evento onde haja petistas. Por outro lado, muito válido o episódio para revelar a origem política e ideológica de tais invasões e sua coincidência com o processo de impeachment. Só fechando os olhos para não perceber. Assim como o idioma de quem fala, na maior parte das vezes serve para identificar sua origem, o vocabulário empregado na política vale como carteirinha de filiação, indicando devoção e militância. Você já sabe: "Chame-os do que você é, acuse-os do que você faz.".
Há exceções nessa agitação estudantil? Claro que deve haver. Mas causa tristeza saber o quanto a educação brasileira está desfocada. Multidão de professores entra diariamente nas salas de aula com o intuito de capturar corações e mentes para a ideologia do atraso. Reproduzindo conduta histórica da KGB, dos partidos comunistas e da União Soviética, ensina seu auditório cativo, entre outras maledicências, a qualificar como fascista quem não segue sua cartilha. Que contribuição se pode esperar dessa miserável atividade pedagógica para o desenvolvimento social, econômico e cultural do país? Mal sabem tais professores que, quanto mais o país for levado na direção que pretendem, menos recursos haverá numa economia despida dos "odiosos" critérios de conhecimento, estudo, trabalho, mérito, competitividade e produtividade para lhes pagar o que gostariam de receber como remuneração de sua insidiosa tarefa.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Dilma afastada ainda dá trabalho para o Brasil ter esperança de melhorar...
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/as-bombas-que-o-governo-temer-corre-para-desarmar
As bombas que o governo Temer corre
para desarmar
Equipe do presidente interino dedicou boa parte dos sete dias à frente do Planalto a desfazer canetadas que, no apagar das luzes do governo Dilma, complicam ainda mais a economia do país
Por: Laryssa Borges, de Brasília - Atualizado em
Na equipe do presidente interino Michel Temer, as derradeiras canetadas da petista Dilma Rousseff são tratadas no dia a dia do Palácio do Planalto como pautas-bombas, medidas estrategicamente assinadas para deteriorar a imagem do ainda temporário governo peemedebista. Diante da maquiagem na previsão do rombo fiscal de 2016 - se os 96 bilhões de reais já não fossem preocupantes, as novas projeções beiram um déficit de 200 bilhões de reais -, e até da liberação de última hora de reajustes salariais cujas negociações estavam adormecidas há quase um ano, os ministros do governo Temer passaram a primeira semana de governo listando medidas impopulares que terão de ser tomadas para devolver a economia aos eixos e não desvirtuar programas sociais e políticas de governo, no apagar das luzes direcionados silenciosamente a apoiadores do PT.
As primeiras, por mais desgastantes que sejam, já foram tomadas, e incluem, por exemplo, suspensão de convênios com universidades e a sustação da construção de mais de 11.000 moradias populares para beneficiários como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Outra pauta bomba a ser desarmada são os acordos de reajuste salarial que o governo Dilma fechou, um dia antes da sessão de debates para o afastamento da presidente Dilma Rousseff, com oito categorias do funcionalismo público. As categorias prometem pressionar a equipe de Michel Temer, mas segundo o ministro do Planejamento Romero Jucá, apenas os acordos já em tramitação no Congresso estão garantidos.
- http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/as-bombas-que-o-governo-temer-corre-para-desarmar
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Dilma ainda não entendeu porque está afastada do poder...
MULHER E POLÍTICA – um assunto irrelevante
Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Em todo caso, como um Nero petista Lula disse ser o único capaz de por fogo no Brasil ou, talvez, em pneus para atrapalhar o trânsito nas cidades. Entre outras bravatas ele também já se considerou um Napoleão vermelho capaz de convocar o exército de Stédile, em que pese o fato de que não foi sequer atendido por muitos deputados quando, aboletado em um hotel de luxo em Brasília lhes ordenou que votassem contra a inadmissibilidade do impeachment. Até o Tiririca passou Lula para trás.
Dilma Rousseff finalmente foi colocada em desterro por trâmites legais e institucionais dos Poderes da República. Além de andar de bicicleta, para quem sabe espairecer com relação a outras pedaladas, parece não ter noção da situação em que ora vive. Aliás, essa senhora nunca teve ideias claras sobre a realidade e demonstrou reiteradamente confusão mental quando proferia discursos desconexos.
Agora repete como um mantra: “é golpe, é golpe, é golpe”, no que é seguida, por enquanto, por remunerados malandros ou incautos dos chamados movimentos sociais. Estes e o PT nunca gostaram dela, mas certamente obedecem ao chefão Lula no momento não mais tão poderoso.
Saindo de sua insignificância para o cargo mais alto da República não por mérito ou competência, mas alçada por um homem esperto que fez dela sua marionete, Rousseff mergulhou nos perigosos delírios do poder e pensou que mandava. Mandar, dizem que mandava de modo truculento nos auxiliares que a serviam no palácio. Nos ministros aplicava o mesmo método raivoso, porém nunca se soube se era de fato obedecida. É que acima dela estava Lula da Silva e ao seu redor o PT, dando as coordenadas e impedindo ações que desagradassem ao partido. Só para dar um exemplo lembremos o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que não conseguiu desempenhar seu trabalho.
Em outros tempos, poderoso, inimputável, surfando no politicamente correto e seguindo o plano de permanência no poder do PT, Lula fez de Dilma Rousseff sua criatura política. Logrou elegê-la como presidente da República e fez mais, conseguiu reelegê-la. O resultado já se sabe foi um descalabro total. Homem e mulher arrastam o país à ruína.
Como nenhum governo resiste quando a economia vai mal, Rousseff foi afastada por 180 dias de forma legal e com o apoio de 70% da população. Período que bem podia ser abreviado para se chegar ao desfecho. Afinal, ela demostrou ser totalmente inepta para ocupar cargo tão relevante e, sem dúvida, cargos mais simples.
Ainda sem entender completamente sua condição, Rousseff, já defenestrada, chamou jornalistas estrangeiros ao Palácio da Alvorada e entre acusações ao presidente Temer soltou sua crítica de cunho feminista, no que foi copiada por petistas e se alastrou pela mídia.
“Lamento que, depois de muito tempo, não haja mulheres e negros no ministério, o que é fundamental se você quer construir um país inclusivo, não só do ponto de vista social, mas cultural e dos direitos humanos”.
O que Rousseff, uma “mulher sapiens”, ignora é que não existem qualidades intrínsecas femininas ou masculinas, em negros ou brancos, em homossexuais ou heterossexuais para exercer a política. A competência para exercer um cargo público, a ética, a visão de bem comum nada tem a ver com sexo e cor. Nesse sentido disse a grande governante Indira Gandhi: “Não me considero uma mulher fazendo política, mas uma pessoa exercendo um ofício”.
Portanto, Rousseff, anos-luz distante de Margaret Thatcher, levantou uma questão tão irrelevante quanto ela mesma e suas ministras que não chegaram a dizer a que vieram.
O presidente Temer depois da polêmica nomeou Maria Silvia Bastos Marques presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Façamos votos que ela tenha êxito, não por ser mulher, mas por sua competência.
Lula nunca desceu do palanque, fez politicagem, ensinou a criatura a mentir e deu no que deu. Temer está se baseando na realidade, acabou de entrar e é necessário se dar a ele um tempo. Para uma oposição feroz e inconsequente já existe o inconformado PT. Afinal, milagre Temer não pode fazer depois do homem, Lula da Silva, e da mulher, Dilma Rousseff, terem destroçado o Brasil. Ou alguém quer que ela volte?
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
"A proposta do articulador do novo governo é uma ideia de jerico e a entrevista, um desastre do começo ao fim." / José Nêumane
José Nêumanne: Se Lula bebe, quem
fica tonto é o Geddel
Amigo da onça de Temer, Geddel informa que estenderá a Lula mão que pode afundar chefe: é tolo ou traíra?
Por: Augusto Nunes
Publicado no Blog do Nêumanne
O ministro da Secretaria de Governo e responsável pela articulação politica de Michel Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), informou que vai procurar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que este ajude o governo a buscar saídas para a atual crise política e econômica do país. Em entrevista a Erich Decat, publicada domingo pelo Estadão, Geddel, que foi ministro do petista, disse: “Não tenho nenhuma dificuldade de diálogo com o ex-presidente e tenho certeza de que, passado esse momento de emoção, o Lula, na condição de ex-presidente, haverá de dar sua contribuição para o distensionamento”.
A proposta do articulador do novo governo é uma ideia de jerico e a entrevista, um desastre do começo ao fim. Demonstra, acima de tudo, completo desconhecimento da alma do ex-chefe e atual adversário, da natureza humana em geral e, em particular, da estratégia de combate político dele. O ex tem dado diariamente provas de que não merece mais a definição de gênio – nem mesmo de craque – da política com que já foi designado, inclusive pelo autor destas linhas, várias vezes. Ao contrário, a forma como tem atuado, principalmente ao longo do segundo governo de sua afilhada, escolhida e protegida, tem desmanchado fio a fio a teia em que enredou seu presente, as chances de seu Partido dos Trabalhadores (PT) e, sobretudo, o futuro de todos os que lhes estão próximos. Dar a mão de vencedor ao derrotado, neste momento, é se oferecer ao abraço do afogado. Por inabilidade ou sede de protagonismo, que terminou demonstrando que não merece, o baiano só pode é criar embaraços para o novo chefe, do qual deveria receber dura reprimenda. Caso não o desautorize publicamente, o presidente em exercício dará sinais de falta de comando sobre a própria equipe, o que na atual conjuntura poderá tornar-se até fatal para ele.
Uma aulinha banal de História precisa ser dada ao ministro, que, inebriado pelo poder, ao que parece, nem se lembra de fatos recentes, que se tornarão o epílogo de um relato que já começa por mostrar a falta de equilíbrio, oportunidade e sensatez do palpite infeliz.
Quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, hoje do ABC, nos anos 70, e depois das greves que liderou na virada para os 80, foi sugerido a Lula um gesto de conciliação que lhe daria, ainda antes de começar sua carreira política, uma chance de ouro de entrar para a História do país pelo portão da frente. O general Golbery do Couto e Silva, então chefe da Casa Civil do último governo da ditadura militar, sob a chefia do general João Figueiredo, mandou o então presidente do diretório paulista do partido do governo em São Paulo, Cláudio Lembo, pedir o apoio do arcebispo dom Paulo Evaristo cardeal Arns e de Lula à anistia dos exilados políticos brasileiros. Dom Paulo estendeu a mão, mas o dirigente sindical recusou-se a imitá-lo.
Seu gesto foi tão brusco e surpreendente que o presidente Figueiredo imaginou que o bruxo da “Sorbonne” – como então era conhecida a Escola Superior de Guerra (ESG) – podia estar mentindo. Pediu ao maior adversário de Golbery no Palácio do Planalto, o chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), general Octavio Aguiar de Medeiros, que mandasse um agente a São Paulo só para conferir. O então major Gilberto Zenkner encontrou-se com o líder operário num apartamento do jornalista Alexandre Von Baumgarten, na Liberdade, e ouviu dele próprio a confirmação de que não apoiaria a anistia porque não admitia, depois, obedecer a ordens dadas por asilados que estavam no “bem bom” enchendo a cara da melhor produção de vinho francês, em Paris.
Lula, que já atendera a pedido mais difícil de ser atendido de Golbery ─ de desalojar seu arqui-inimigo Leonel Brizola das bases sindicais ─, manteve-se alheio aos ex-guerrilheiros até que estes aceitaram fundar sob seu comando o Partido dos Trabalhadores. O PT nasceu da fusão desses militantes desarmados com católicos de esquerda (que Nelson Rodrigues chamava de “padres de passeata”) e sindicalistas independentes em relação a comunistas ou pelegos do PTB. Mas sob a égide de um líder acima de todos – ele mesmo, claro.
Foi nesta condição que participou da campanha pelas diretas já e da construção dos alicerces da Nova República, depois da derrota da emenda Dante de Oliveira na Câmara. No entanto, expulsou do partido três deputados da bancada petista – Airton Soares, Bete Mendes e José Eudes – que ousaram desobedecer à sua ordem de não votar em Tancredo Neves. Porque, a seu ver, este e o adversário, Paulo Maluf, seriam “iguais”. Isso não o impediria de, depois, levar seu ungido para a Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, aos jardins da casa daquele que chamava de “filhote da ditadura”, na disputa política para fazer de seu “poste” prefeito paulistano.
Tancredo morreu, o vice, José Sarney, assumiu a Presidência e Lula foi eleito constituinte. Participou das sessões, teve seus votos computados, mas resolveu proibir que os constituintes petistas assinassem a Constituição dita “cidadã”, presidida por Ulysses Guimarães. Depois, convencido pelo presidente da Constituinte, do PMDB e da Câmara dos Deputados à época, além de eminência parda de Sarney, assinou a Carta tão discretamente que até hoje há quem diga e escreva que ele não o fez. Também nunca fez questão de confirmar nem desmentir esse recuo, do qual ele parece não se ter arrependido, apesar de hoje, na luta para manter na Presidência a sua sucessora, Dilma Rousseff, defendê-la com empenho que o próprio dr. Ulysses nunca teve. Ou pelo menos nunca o demonstrou.
Derrotado por Fernando Collor de Mello na primeira eleição presidencial direta após 31 anos, participou ativamente da deposição dele, mas ficou na oposição ao mandato-tampão do mineiro nascido em águas do mar baiano. E condenou ao expurgo do PT a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, que aceitou chefiar o órgão que cuidava da administração pública no governo que o partido ajudou a tornar viável, mas ao qual não quis dar sustentação. Há uma explicação para isso: só lhe interessava chegar ao topo da República por qualquer razão, sem ter de se aliar com ninguém, mas podendo se reservar o poder de fazer vassalos em vez de aliados e inimigos no lugar de adversários.
Nada há que indique que ele tenha mudado agora. Depois de seus dois mandatos e de ter escalado a substituta para mais dois, enquanto a maior organização criminosa da História pilhava os cofres públicos, e flagrado por descuido, ambição e arrogância, ele tenta emergir do naufrágio da grei, agarrado à tábua de salvação do mito do melhor presidente da História do Brasil. Construiu o muro da vergonha que divide os “brancos opressores da elite” e os “pardos pobres e oprimidos”. Destilou ódio, fragmentou a Nação, as famílias e as instituições apenas para tentar reconstruir a própria utopia pessoal nas ruínas da maior crise moral, econômica e política de todos os tempos. Inventou o golpe “parlamentar e jurídico” da burguesia, que estão depondo sua protegida. Seus compadres também falidos da Sul-América bolivariana fingem que acreditam nele, até porque também levaram os próprios povos à bancarrota.
Içado do poço lulodilmista por Temer, Geddel promete puxar o ex-presidente encrenqueiro pra cima. Isso na certa implicará afundar o chefe bonachão. Dizem que Lula bebe. Mas é Geddel quem fica tonto. Será tolo ou traíra?
terça-feira, 17 de maio de 2016
Puxa vida, um cargo com remuneração mais alta do que o de presidente da República no Sesi
Tchau, Gilberto Carvalho
Brasil 19:34
É aguardada para amanhã a exoneração de Gilberto Carvalho do cargo de presidente do Conselho Nacional do Sesi.
O seminarista dará adeus a uma boquinha de quase R$ 45 mil mensais.
domingo, 15 de maio de 2016
O Brasil pode ajudar politicamente a Venezuela...
domingo, maio 15, 2016
Dilma cai, Maduro perde - CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 15/05
Em meros seis meses, a Venezuela bolivariana perdeu dois dos seus já poucos aliados na América do Sul, exatamente os dois países mais importantes no subcontinente (Argentina, primeiro, e Brasil, agora ).
Mauricio Macri, o novo presidente, antes mesmo de assumir, já propunha impor à Venezuela a cláusula democrática do Mercosul, no pressuposto que se tratava de uma ditadura, incompatível, portanto, com as regras do grupo.
No caso do Brasil, a perda talvez seja ainda mais terrível, pela simples e boa razão de que o país pesa mais no cenário global e, portanto, ainda mais no panorama regional.
É verdade que o governo Dilma já vinha se afastando dos amigos bolivarianos. Mas, ainda assim, o fazia com aquela paquidérmica lentidão que é uma característica permanente da diplomacia brasileira.
A nota de sexta-feira (13) criticando os bolivarianos em geral já é um primeiro sinal. Mas foi apenas reação a um ataque. Falta agora a ação, a iniciativa.
Há uma segunda ressalva a fazer na expectativa de que José Serra à frente do Itamaraty representará perda total para a Venezuela: o novo ministro, por sua formação centrada na economia, tenderá a dar prioridade à negociação de acordos comerciais, território de que o Brasil ficou afastado nos últimos muitos anos.
A propósito, Brasil e União Europeia acabam de trocar as ofertas indispensáveis para eventualmente fechar um acordo de livre comércio, que é negociado desde 1995.
Logo, é razoável supor que Serra poderá, nessa seara, aterrissar já acelerando.
Mas seria um erro deixar de lado o dossiê venezuelano. Afinal, Serra já disse, como senador, que a Venezuela é uma "ditadura". Não é exatamente assim, mas não fica muito longe disso.
Logo, seria coerente que o novo ministro desse todo o apoio ao esforço da oposição para convocar o chamado "referendo revogatório" do mandato do presidente Nicolás Maduro.
Como Maduro é um fracasso administrativo muito mais portentoso do que Dilma Rousseff, caberia ao vizinho Brasil, além disso sócio no Mercosul, apoiar uma saída que permita salvar a Venezuela de uma crise aparentemente terminal.
Sugiro a Serra, como leitura inicial a respeito, o texto para "The Atlantic" dos analistas venezuelanos Francisco Toro e Moisés Naïm, que já foi colunista da Folha.
O hiperativo Serra vai assistir inerme ao colapso?
Em meros seis meses, a Venezuela bolivariana perdeu dois dos seus já poucos aliados na América do Sul, exatamente os dois países mais importantes no subcontinente (Argentina, primeiro, e Brasil, agora ).
No caso da Argentina, deu perda total: Cristina Kirchner era uma defensora incondicional do chavismo, até porque seu governo, como o de seu marido, recebia precioso financiamento de Hugo Chávez.
Mauricio Macri, o novo presidente, antes mesmo de assumir, já propunha impor à Venezuela a cláusula democrática do Mercosul, no pressuposto que se tratava de uma ditadura, incompatível, portanto, com as regras do grupo.
No caso do Brasil, a perda talvez seja ainda mais terrível, pela simples e boa razão de que o país pesa mais no cenário global e, portanto, ainda mais no panorama regional.
É verdade que o governo Dilma já vinha se afastando dos amigos bolivarianos. Mas, ainda assim, o fazia com aquela paquidérmica lentidão que é uma característica permanente da diplomacia brasileira.
A nota de sexta-feira (13) criticando os bolivarianos em geral já é um primeiro sinal. Mas foi apenas reação a um ataque. Falta agora a ação, a iniciativa.
Há uma segunda ressalva a fazer na expectativa de que José Serra à frente do Itamaraty representará perda total para a Venezuela: o novo ministro, por sua formação centrada na economia, tenderá a dar prioridade à negociação de acordos comerciais, território de que o Brasil ficou afastado nos últimos muitos anos.
A propósito, Brasil e União Europeia acabam de trocar as ofertas indispensáveis para eventualmente fechar um acordo de livre comércio, que é negociado desde 1995.
Logo, é razoável supor que Serra poderá, nessa seara, aterrissar já acelerando.
Mas seria um erro deixar de lado o dossiê venezuelano. Afinal, Serra já disse, como senador, que a Venezuela é uma "ditadura". Não é exatamente assim, mas não fica muito longe disso.
Logo, seria coerente que o novo ministro desse todo o apoio ao esforço da oposição para convocar o chamado "referendo revogatório" do mandato do presidente Nicolás Maduro.
Como Maduro é um fracasso administrativo muito mais portentoso do que Dilma Rousseff, caberia ao vizinho Brasil, além disso sócio no Mercosul, apoiar uma saída que permita salvar a Venezuela de uma crise aparentemente terminal.
Sugiro a Serra, como leitura inicial a respeito, o texto para "The Atlantic" dos analistas venezuelanos Francisco Toro e Moisés Naïm, que já foi colunista da Folha.
Dizem, para começar: "O que o país está enfrentando é monstruosamente único. É nada menos do que o colapso de uma nação grande, rica, aparentemente moderna, aparentemente democrática, a poucas horas de voo dos Estados Unidos" [e do Brasil, acrescento].Não é exagero. A mazela venezuelana (recessão impressionante, inflação recorde mundial, criminalidade idem, escassez de quase tudo) é arquiconhecida.
O hiperativo Serra vai assistir inerme ao colapso?
Aquíferos, suas reservas subterrâneas, Mapa Mundi das águas ...
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/2016/05/agua-doce-recurso-escasso-suas-reservas.html?m=0
Certa feita, visitando a catedral católica de uma cidade do oeste do Paraná, chamou-me a atenção o esmero com o qual duas senhoras tentavam arrumar uma montagem com papéis coloridos no fundo do templo.
Quando cheguei perto, fiquei pasmo. O tema era a Campanha da Fraternidade falando que a água doce é um recurso cada vez mais raro, escasso e caro.
Não preciso dizer quanto chove no Paraná. Nem toda a água doce do rio do mesmo nome. Nem tampouco toda a água do Iguaçu que cai na foz desse rio, tão visitado por pessoas do mundo inteiro pela sua grandiosidade.
O disparate era tamanho que custei a reagir. Também percebi que essas boas senhoras, pertencentes a algum movimento de sacristia, nada entendiam do que estavam fazendo. Apenas o pároco e o bispo mandaram-nas fazer.
E elas montavam com boa fé um painel segundo o que entendiam do tema na sua fantasia. E manifestamente nada entendiam da proposta dessa Campanha da CNBB.
Tempos depois, em São Paulo, um velho amigo me contou ter ouvido do ex-frei Leonardo Boff que a luta do futuro seria pela água doce. Achei um perfeito disparate, mas aqueles meses eram de seca e a Cantareira batia recordes negativos...
Lembrei-me dessas boas pessoas logradas quando recebi um artigo do site Inovação Tecnológica com o título “Um mapa-múndi das águas subterrâneas”.
Já tive ocasião de difundir neste blog algumas valiosas informações sobre os imensos lagos subterrâneos de água doce existentes em todo o planeta.
A começar pelos aquíferos do Brasil: o Guaraní (o maior em extensão de água) e o Alter do Chão (o maior em volume de água) nas bacias dos rios Prata e do Amazonas, para só falar deles e deixar de lado gigantes como o Cabeças, o Urucuia-Areado ou Furnas.
Mas também o colossal lago Vostok, na Antártica, ou aquele que permitiria irrigar boa parte do Saara e atender às necessidades de grande parte da população que vive em seu entorno, além das áreas futuramente irrigáveis.
Nunca, porém, vi uma visão de conjunto dessas águas doces que Deus colocou em quantidades desmesuradamente grandes debaixo de nossos pés.
O referido artigo pôs-me diante de um panorama de cair de costas.
Ele informa que, pela primeira vez desde que um cálculo do volume mundial das águas subterrâneas foi tentado, na década de 1970, um grupo internacional de hidrólogos produziu a primeira estimativa das reservas totais de águas subterrâneas da Terra.
O estudo fornece dados importantes para os gestores de recursos hídricos e desenvolvedores de políticas, bem como para pesquisas de campo na hidrologia, ciência atmosférica, geoquímica e oceanografia.
A equipe, liderada por Tom Gleeson, da Universidade de Vitória, no Canadá, usou vários conjuntos de informações (incluindo dados de perto de um milhão de bacias hidrográficas) e mais de 40.000 modelos de águas subterrâneas para compor o mapa-múndi das águas subterrâneas.
Os cálculos estimam um volume total de cerca de 23 milhões de quilômetros cúbicos de água subterrânea, algo muito próximo da estimativa feita há 40 anos.
Para efeito de comparação, se fosse possível retirar essa água e depositá-la sobre a parte seca da Terra, ela poderia produzir um dilúvio que cobriria todos os continentes com uma profundidade de 180 metros. Talvez nem Noé visse tanta água!
Ou poderia elevar os níveis do mar em 52 metros, caso fosse espalhada sobre o globo inteiro.
Do total das águas subterrâneas da Terra, apenas cerca de 0,35 milhão de quilômetros cúbicos de “água jovem” é inferior a 50 anos de idade.
Essa fração de “água jovem” recarrega-se através das chuvas e dos cursos d'água em uma escala temporal de algumas décadas, representando assim a parte potencialmente renovável das águas subterrâneas.
Segundo Gleeson, as águas mais profundas são demasiadamente salgadas, isoladas e estagnadas, e deveriam ser vistas como recursos não renováveis.
O volume da água subterrânea moderna supera todos os outros componentes do ciclo hidrológico ativo e é um recurso renovável.
Lembrei-me das sacrificadas senhoras católicas enganadas daquela catedral do oeste do Paraná, bem como do bom amigo que caíra no papo do ex-frei agora Teólogo da Libertação da Terra.
E pensei: vermelhos ou verdes, eles são sempre os mesmos! Eles obedecem à risca o péssimo conselho de Voltaire: “Menti, menti, algo sempre ficará!”
domingo, 15 de maio de 2016
Água doce, recurso escasso? Suas reservas subterrâneas poderiam sepultar a superfície terrestre
Este é o primeiro mapa-múndi das águas subterrâneas. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Certa feita, visitando a catedral católica de uma cidade do oeste do Paraná, chamou-me a atenção o esmero com o qual duas senhoras tentavam arrumar uma montagem com papéis coloridos no fundo do templo.
Quando cheguei perto, fiquei pasmo. O tema era a Campanha da Fraternidade falando que a água doce é um recurso cada vez mais raro, escasso e caro.
Não preciso dizer quanto chove no Paraná. Nem toda a água doce do rio do mesmo nome. Nem tampouco toda a água do Iguaçu que cai na foz desse rio, tão visitado por pessoas do mundo inteiro pela sua grandiosidade.
O disparate era tamanho que custei a reagir. Também percebi que essas boas senhoras, pertencentes a algum movimento de sacristia, nada entendiam do que estavam fazendo. Apenas o pároco e o bispo mandaram-nas fazer.
E elas montavam com boa fé um painel segundo o que entendiam do tema na sua fantasia. E manifestamente nada entendiam da proposta dessa Campanha da CNBB.
Tempos depois, em São Paulo, um velho amigo me contou ter ouvido do ex-frei Leonardo Boff que a luta do futuro seria pela água doce. Achei um perfeito disparate, mas aqueles meses eram de seca e a Cantareira batia recordes negativos...
Lembrei-me dessas boas pessoas logradas quando recebi um artigo do site Inovação Tecnológica com o título “Um mapa-múndi das águas subterrâneas”.
Já tive ocasião de difundir neste blog algumas valiosas informações sobre os imensos lagos subterrâneos de água doce existentes em todo o planeta.
A começar pelos aquíferos do Brasil: o Guaraní (o maior em extensão de água) e o Alter do Chão (o maior em volume de água) nas bacias dos rios Prata e do Amazonas, para só falar deles e deixar de lado gigantes como o Cabeças, o Urucuia-Areado ou Furnas.
Mas também o colossal lago Vostok, na Antártica, ou aquele que permitiria irrigar boa parte do Saara e atender às necessidades de grande parte da população que vive em seu entorno, além das áreas futuramente irrigáveis.
Nunca, porém, vi uma visão de conjunto dessas águas doces que Deus colocou em quantidades desmesuradamente grandes debaixo de nossos pés.
O referido artigo pôs-me diante de um panorama de cair de costas.
Ele informa que, pela primeira vez desde que um cálculo do volume mundial das águas subterrâneas foi tentado, na década de 1970, um grupo internacional de hidrólogos produziu a primeira estimativa das reservas totais de águas subterrâneas da Terra.
O estudo fornece dados importantes para os gestores de recursos hídricos e desenvolvedores de políticas, bem como para pesquisas de campo na hidrologia, ciência atmosférica, geoquímica e oceanografia.
A equipe, liderada por Tom Gleeson, da Universidade de Vitória, no Canadá, usou vários conjuntos de informações (incluindo dados de perto de um milhão de bacias hidrográficas) e mais de 40.000 modelos de águas subterrâneas para compor o mapa-múndi das águas subterrâneas.
Os cálculos estimam um volume total de cerca de 23 milhões de quilômetros cúbicos de água subterrânea, algo muito próximo da estimativa feita há 40 anos.
Grandes aquíferos conhecidos no mundo, segundo a NASA. |
Ou poderia elevar os níveis do mar em 52 metros, caso fosse espalhada sobre o globo inteiro.
Do total das águas subterrâneas da Terra, apenas cerca de 0,35 milhão de quilômetros cúbicos de “água jovem” é inferior a 50 anos de idade.
Essa fração de “água jovem” recarrega-se através das chuvas e dos cursos d'água em uma escala temporal de algumas décadas, representando assim a parte potencialmente renovável das águas subterrâneas.
Segundo Gleeson, as águas mais profundas são demasiadamente salgadas, isoladas e estagnadas, e deveriam ser vistas como recursos não renováveis.
O volume da água subterrânea moderna supera todos os outros componentes do ciclo hidrológico ativo e é um recurso renovável.
Lembrei-me das sacrificadas senhoras católicas enganadas daquela catedral do oeste do Paraná, bem como do bom amigo que caíra no papo do ex-frei agora Teólogo da Libertação da Terra.
E pensei: vermelhos ou verdes, eles são sempre os mesmos! Eles obedecem à risca o péssimo conselho de Voltaire: “Menti, menti, algo sempre ficará!”
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