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sábado, 20 de agosto de 2016

Mais 'coisas do arco da velha' para preocupar os principais dirigentes do PT e deixá-los de 'cabelo em pé' / IstoÉ

REPORTAGEM-BOMBA DE 'ISTOÉ' REVELA: DEPOIS DO IMPEACHMENT, DILMA, LULA E SEUS SEQUAZES PODEM PEGAR CADEIA.

Dilma Rousseff e Lula: horizonte nebuloso no pós-impeachment. Foto: IstoÉ
A revista IstoÉ que chega às bancas neste sábado traz um bom inventário dos episódios que conduziram Dilma Rousseff ao impeachment. Selecionei os trechos fundamentais da principal reportagem da revista assinada por Pedro Marcondes de Moura. Trata-se de um levantamento dos fatos relativos ao processo do impeachment. Entretanto, há mais, muito mais coisas que complicam seriamente Dilma, Lula, Mercadante e José Eduardo Cardoso, não estando descartado após o impeachment o andamento de processos criminais contra Dilma, Lula e seus sequazes já então sem foro privilegiado. Pela gravidade dos fatos e dependendo das investigações pode dar cadeia. Leiam:
Na semana em que o Senado inicia o derradeiro julgamento do impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff enfrenta o auge de sua fragilidade. As preocupações da petista vão além da iminência de deixar o Palácio do Planalto pela porta dos fundos. Agora, pesam contra ela mais do que as acusações por ter editado créditos complementares ou ter cometido as famigeradas pedaladas fiscais, passíveis de perda de mandato. Dilma passou a ser investigada por um crime comum. Desde a última semana, ela corre risco real de ser condenada pela Justiça por interferir na Operação Lava Jato. Atendendo a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de um inquérito para apurar as suspeitas de que a petista usou o cargo para obstruir a Justiça, o que configura crime. Para Zavascki, há fortes indícios de que Dilma liderou uma conspiração para nomear Marcelo Navarro Ribeiro Dantas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em troca do compromisso para soltar empreiteiros presos da Lava Jato, articulou uma tentativa de evitar a delação do ex-senador Delcídio do Amaral e nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tirá-lo da jurisdição do juiz Sérgio Moro.
SEM FORO PRIVILEGIADO
O momento para as acusações contra ela não poderia ser pior. Dilma já planejava um exílio de oito meses por países latino-americanos, tão logo sua saída do cargo fosse oficializada. Com a decisão de Teori, talvez seja mais prudente mudar o plano de vôo. Motivo: ao perder o foro privilegiado, Dilma poderá ser processada em primeira instância junto a outros acusados de também obstruir a Justiça, como os ex-ministros Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão atinge ainda os ministros do STJ Marcelo Navarro e Francisco Falcão. Uma eventual condenação pode levar Dilma à cadeia. Por muito menos, Delcídio foi preso. Agora começa a etapa de coleta de provas, o que pode incluir até o depoimento de investigados. Em sua primeira diligência, Teori solicitou os registros de visitas de Navarro ao Senado.
Política e juridicamente, a abertura do inquérito pelo Supremo pode ser considerada o pior revés já experimentado por Dilma desde sua ascensão ao poder. Isolada e sem apoio até do PT, Dilma tentava construir a narrativa da vítima. Sonhava em entrar para a história como uma presidente cassada sem provas e acima de qualquer suspeita. Desde a posse para o segundo mandato, a petista ecoava um mantra de que o governo dela era marcado pela independência nas investigações de corrupção e propagandeava a inexistência de acusações de enriquecimento pessoal, apesar das inúmeras provas de que o Petrolão abasteceu as campanhas dela de 2010 e 2014 ao Palácio do Planalto. Agora, ao autorizar a abertura do inquérito, o STF sepulta de uma vez a sua versão. Mostra que existem, sim, suspeitas contra ela. Mais do que isso.
COISAS DO ARCO DA VELHA
Há evidências de suas digitais em, pelo menos, duas tentativas de obstruir a Lava Jato: a nomeação de Navarro ao STJ e a tentativa de empossar Lula na Casa Civil. Em um primeiro movimento, Aloizio Mercadante, então ministro da Casa Civil, foi flagrado, em uma conversa gravada com um assessor do ex-senador Delcídio do Amaral, oferecendo ajuda para que o parlamentar não fizesse um acordo de delação premiada. O diálogo acabou vindo à tona quando Delcídio, com o objetivo de deixar a prisão, resolveu contar tudo o que sabia aos procuradores. O ex-senador afirmou à Justiça, em depoimento revelado por ISTOÉ com exclusividade, que o Palácio do Planalto – mais precisamente Dilma Rousseff – interferiu diretamente para que o Superior Tribunal de Justiça soltasse empreiteiros. Em uma conspiração envolvendo Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o presidente do STJ Francisco Falcão foi acertada a nomeação de Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para a Corte com a condição de que ele concedesse a liberdade aos empresários envolvidos no Petrolão. Navarro, de fato, votou favorável à soltura Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, e Marcelo Odebrecht. O plano só não vingou porque a maioria da turma do STJ optou por mantê-los detidos. Não importa. Para Teori e Janot, há elementos para a caracterização da prática criminosa por Dilma e companhia.

Sob investigação: STF autoriza inquérito contra Dilma, Lula e os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante por conspiração para parar a Lava Jato - Foto: IstoÉ

PARCERIA CRIMINOSA
A terceira investida de Dilma para interferir na Lava Jato ocorreu em março. Após o ex-presidente Lula ser alvo de uma condução coercitiva, a petista o nomeou ministro da Casa Civil. Interceptações telefônicas de conversas entre os dois mostram a pressa com que ela agiu para que o antecessor assumisse o cargo. Enviou pelo assessor Jorge Messias o termo de posse, antes mesmo da cerimônia, para que Lula ganhasse foro privilegiado e seu caso saísse das mãos do juiz Sérgio Moro. Por decisão do Supremo, a conversa não pode ser usada na acusação por ter ocorrido após o período de gravação autorizado por Moro. Outra prova, no entanto, foi suficiente para encalacrar Lula e Dilma: uma edição extra do Diário Oficial da União publicada pelo Palácio do Planalto para garantir que a nomeação do ex-presidente entrasse em vigor o mais rápido possível. Para Miguel Reale Jr., um dos juristas signatários do pedido de impeachment de Dilma, o episódio é uma afronta aos princípios republicanos e confere materialidade ao impedimento da presidente. “É um ato de imoralidade administrativa e política”, afirma. O inciso 5 do artigo 6º da a Lei nº 1.079 define como crime de responsabilidade exatamente o que as ações de Dilma atestaram, ou seja, “opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças. Do site da revista IstoÉ onde há muito mais para ler

"Uma mulherzinha de caráter miúdo" / Valentina de Botas

Valentina de Botas: 

Uma mulherzinha de caráter miúdo

Enquanto há brasileiros competindo para serem os melhores, o jeca e a respectiva criatura quebram cotidianamente o próprio recorde de delinquência

Por: Augusto Nunes  
O que torna o cotidiano possível? O Brasil sempre me deu a impressão de que padecia da deformação resultante da inversão “o importante é ganhar, não competir”, mas isso parece a forma branda da patologia verdadeira: “importante não é ganhar, mas ganhar sempre”. O texto primoroso de Augusto Nunes, da gratidão citando a excelente Dorrit Harazim, passando pela homenagem ao grande Ricardo Prado, até a comemoração do que espero ser uma melhora definitiva na alma enferma de um país infantiloide e brutalizado na rejeição a qualquer resultado que não o pódio – e, neste, o topo –, ensina um olhar de generosidade sobre grandes homens e mulheres que inspiram uma nação e colonizam a alma dela com a beleza de fazer flutuantes os limites ou da poesia no desafio aos limites imóveis.
Essa generosidade nada tem de condescendente e contempla não somente o desempenho quase inumano dos competidores numa olimpíada, mas também a risonha oportunidade de que o possam testemunhar homens e mulheres normais, heróis anônimos de si mesmos que, além de envolvidos em embates íntimos ou privados normais da vida, tentam sobreviver moral e fisicamente num Brasil cujas melhores potencialidades o lulopetismo sabotou enquanto se servia das piores.
Agora mesmo, enquanto há brasileiros competindo para serem os melhores, o jeca e a respectiva criatura quebram cotidianamente o próprio recorde de delinquência numa disputa sem limites ao pódio mais alto do pior que a terra tão garrida produziu para ser tão esbulhada. Enquanto ele, sempre afastando os limites da sordidez, para escapar da merecida e tardia cadeia, mente numa cartilha em quatro idiomas distribuída no exterior, difamando o Brasil, as instituições brasileiras, Sergio Moro e Rodrigo Janot; ela, para escapar do merecido e tardio impeachment, faz do Alvorada a locação para um documentário ficcional a respeito do processo lendo uma carta em que encena promessas tão plausíveis quanto válidas de uma mulherzinha de caráter miúdo que demitiu a verdade de todas as promessas inventadas, com exceção de uma: fazer o diabo para ganhar a eleição.
Maquiando o vazio, Dilma repetiu a tríade formada por uma verdade desnecessária e duas mentiras inúteis: foi torturada pela ditadura militar, o que não a inocenta do crime de responsabilidade fiscal; é honrada, OK, Fernando Henrique Cardoso acreditar nisso não a inocenta do crime de responsabilidade fiscal; ela não tem conta no exterior, nem eu, só que não cometi crime de responsabilidade fiscal, ela sim, crime pelo qual será condenada.
Os bravos Sergio Moro ou Hélio Bicudo não são heróis e há coisas que o impeachment e a Lava Jato não poderão fazer, mas acho que eles são figuras inspiradoras e triste do país que, desgraçado por Lula e Dilma, não pudesse contar com eles. Do mesmo modo, ainda que a excepcionalidade de Ricardo Prado ou Thiago Braz não baste para curar nossa impotência olímpica, eles integram, para sempre e mesmo sem repetir o que já fizeram, uma coleção heterogênea de genialidades humanas que deslumbram o presente, como Usain Bolt, e inspiram o futuro.
Me lembro que em agosto de 2012, quando esta coluna ergueu o justo brinde a Usain Bolt por ter sobrevoado no chão da pista olímpica de Londres 100 metros em menos de 10 segundos, eu quis comentar, mas não sabia o que dizer. Na ocasião, minha filha me perguntou para que serve correr 100 metros em menos de 10 segundos. Também não soube o que dizer. Mas falei qualquer coisa sobre como isso não acontece da noite para o dia, que exige treino absurdo, disciplina espartana, que a marca genial era inédita, que o feito ajuda a entender melhor a fisiologia do corpo humano e… vi que era melhor ter ficado calada. Aquilo não estava alcançando a pequena.
Fiquei olhando para os olhos grandes dela, atentos, lindos na sua apressada curiosidade pelo mundo. Lembrei-me de um dia de agosto de 1977, quando, só um pouco maior do que ela, o cabelo preso num alto rabo-de-cavalo, cheguei da escola vestindo o uniforme de sainha xadrez plissada e camisa branca. Não quis almoçar, brincar, nem fazer a lição de casa. Por quê? Minha mãe deixando as costuras quis saber e eu não sabia como explicar que meu primeiro namorado acabara de morrer sem que eu pudesse contar a ele da minha paixão.
Passei o dia inteiro ouvindo as músicas dele numa vitrolinha ordinária do Mickey, como se cada uma fosse um beijo: It’s now or never, Kiss me quick, Burning love, Blue moon, Suspicious mind, Love me tender, Blue suede shoes, tantas outras e a eterna You’re always on my mind. Por algum tempo, o cotidiano só era possível se eu ouvisse Elvis Presley.
Então, soube o que dizer à minha filha: como qualquer realização genial, alguém correr 100 metros em menos de 10 segundos, fazer mil gols e ter os mais lindos gols não feitos ou saltar mais de 6 metros é um sonho que torna possível o cotidiano e, com outras palavras, confidenciei que isso faz aquilo que é pó e transitório em nós experimentar por instantes, como num beijo, o eterno.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Sonia Zaghetto: "O que nos falta é um movimento vigoroso de todo o organismo social para expurgar de vez os personagens sem ética que nos fazem campeões da vergonha"



Sonia Zaghetto: 

A medalha dourada do vexame

O que nos falta é um movimento vigoroso de todo o organismo social para expurgar de vez os personagens sem ética que nos fazem campeões da vergonha

Por: Augusto Nunes  
Sempre tive uma certeza: a medalha de ouro na categoria vexame internacional por equipes seria nossa. Seguíamos liderando também nas modalidades individuais mazela política, incompetência administrativa, corrupção despudorada e obras não concluídas. A imprensa mundial já trombeteava aos quatro ventos nossa vitória, apontando lixo e cadáveres boiando na baía de Guanabara, a violência onipresente e a precariedade da Vila Olímpica.
Tanta certeza tive de que o campeonato era nosso que não titubeei: adquiri uma sacolinha de papel para usar sobre a cabeça. Para completar o quadro, surgiram novas chances de medalhas na categoria péssimo anfitrião, quando oferecemos cangurus, vaiamos atletas e delegações adversários, incluindo os vizinhos que aprendemos a odiar.
Foi quando surgiu o nadador americano Ryan Lochte. Ah, esses americanos, sempre tentando arrebatar as medalhas alheias! Lochte relatou um assalto, incrementou a performance com a história de uma arma na cabeça e bateu em retirada. Estava certo de que nada aconteceria, afinal estava numa terra de ninguém, famosa pela incapacidade do Estado, por um aterrorizante número de crimes e por um povo acostumado a assistir passivamente a seus dirigentes mentirem com a mesma naturalidade com que se respira.
Desmascarado, o nadador seguiu agindo com arrogância e sem dar mostras de arrependimento. Foi a essa altura que, sozinho, Lotche quase nos arrebatou a medalha dourada e eu ensaiei tirar a sacola de papel que me cobria a cabeça. Como bem sabe quem acompanhou a saga, inicialmente os americanos deram suporte aos seus atletas, mas, diante das evidências, fizeram algo cada vez mais raro no Brasil: reconheceram a gravidade da conduta dos seus compatriotas e o Comitê pediu desculpas formalmente.
Com a maturidade desse gesto, os Estados Unidos deixaram a disputa pela medalha da vergonha. Continuamos soberanos na incapacidade de reconhecer erros, admitir equívocos, curvar a cabeça diante de provas cabais e demonstrar pudor em apoiar mentiras e crimes. Não há estatística da tragédia socioeconômica, testemunho de antigos comparsas, prova documental ou gravação de conversas obscenas que consiga arrancar de nossos homens públicos e seus apoiadores uma singela admissão de culpa ou o reconhecimento da gravidade de suas condutas.
Da nota do Comitê Olímpico americano destaquei esta frase: “O comportamento desses atletas não é aceitável, muito menos representa os valores do Time Americano ou a conduta da vasta maioria de seus membros”. Pensei aqui comigo no quanto seria prazeroso ouvir algo assim de dirigentes de partidos cujos membros foram flagrados em casos de corrupção. Ou como seria confortador ouvir de alguns eleitores que não é aceitável que seus políticos de estimação mintam, manipulem, cometam crimes e permaneçam impunes.
“Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e aos brasileiros pelo problema causado durante o que deveria ser apenas a celebração da excelência”, declarou o comitê americano. E já que nossos políticos são apenas hóspedes temporários em Brasília, seria de bom tom copiar o modelo acima em várias situações:
º Em nome do meu partido/coligação, peço desculpas aos brasileiros pelos crimes causados durante o que deveria ser apenas um mandato. O comportamento desses políticos não é aceitável, muito menos representa os valores do partido ou da vasta maioria de seus membros.
º O comportamento causado pelo político que elegi causou graves prejuízos ao nosso país. Isso é inaceitável. Peço desculpas aos brasileiros pelos crimes causados por minha escolha equivocada.
º Reconheço e peço desculpas ao povo brasileiro pelos crimes que cometi, pelas mentiras que espalhei para convencer incautos e por ter me locupletado com dinheiro público durante o que deveria ser apenas um mandato. Meu comportamento não é aceitável, muito menos representa os valores da Nação brasileira.
Achou excessivo? Pois lembre-se que Ryan Lochte é considerado um dos maiores atletas olímpicos de todos os tempos e os americanos não hesitaram em expor o membro doente que pode corromper toda uma sociedade. Obviamente os Estados Unidos não são exemplos de perfeição ética ─ não é isso que estou afirmando. Mas demonstraram, neste episódio específico, que prezam pela imagem de seu país e que não aceitam ser associados a condutas abjetas. O recado foi claro: mentiras são prova de péssimo caráter e não há passado glorioso que possa justificar atos vergonhosos.
É exatamente o que nos falta: um movimento vigoroso de todo o organismo social para expurgar de vez os personagens sem ética que nos fazem campeões da vergonha. Mas, antes disso, temos uma outra tarefa ainda mais árdua: tornar verdadeira a parte das desculpas que diz que os comportamentos indecorosos não representam os valores de partidos políticos, da maioria de seus membros e do conjunto da pátria brasileira.
Com a medalha dourada do vexame reluzindo na Praça dos Três Poderes, decidi manter a sacolinha de papel na cabeça

Os prêmios para os medalhistas olímpicos dos Jogos do Rio 2016 / BBC

Quanto os medalhistas brasileiros vão receber de prêmio pela Rio 2016

  • 17 agosto 2016

Thiago Braz comemora ao superar 6,03 metros no salto com vara - marca que lhe garantiu ouroImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionThiago Braz comemora ao superar 6,03 metros no salto com vara - marca que lhe garantiu ouro
Ao ganhar um ouro surpreendente na noite de segunda-feira, Thiago Braz não apenas entrou para o seleto grupo de medalhistas olímpicos como garantiu algo a mais: uma recompensa em dinheiro.
Não se trata de um pagamento obrigatório ou universal, pois não depende do Comitê Olímpico Internacional. Mas diversos países, inclusive o Brasil, estabelecem essa política para apoiar e estimular os atletas.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) decidiu que, neste ano, pagaria R$ 35 mil (equivalente a cerca de US$ 11 mil) aos brasileiros que subissem ao pódio individualmente - independentemente da cor da medalha conquistada.
Já as conquistas em equipe serão remuneradas com metade do valor, R$ 17,5 mil (ou US$ 5,5 mil).
Os valores serão pagos por patrocinadores, já que o COB, por receber dinheiro público, não pode pagar diretamente os atletas.
O pagamento, que não ocorria desde Atenas 2004, está relacionado ao objetivo do COB de colocar o Brasil entre os dez melhores países no ranking de medalhas.

Rafaela SilvaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionRafaela Silva conseguiu o primeiro ouro do Brasil
Os valores oferecidos para o Brasil estão entre os menores da América Latina, mas nos outros países as medalhas de prata e bronze recebem valores mais baixos que o ouro.
No caso do futebol, a premiação deve ser maior na tentativa de conquistar o tão sonhado ouro olímpico. Ainda há certa indefinição sobre o valor, mas a mídia brasileira fala em cerca de US$ 100 mil (cerca de R$ 330 mil) para cada jogador, mesma quantia que seria oferecida em Londres.
Mas um detalhe: é só para o ouro. Se ficarem com a prata ou o bronze, eles não ganham nada.
E a premiação valeria tanto para o masculino quanto para o feminino, que virou queridinho dos brasileiros nesta Olimpíada, ainda que tenha caído na semifinal e só possa agora disputar o bronze.

Alta premiação

Assim como o Brasil, diversos outros países oferecem bônus aos medalhistas olímpicos.


Paula ParetoImage copyrightREUTERS
Image captionJudoca argentina Paula Pareto receberá US$ 70 mil

O maior valor será dado por Cingapura: US$ 753 mil para quem ganhar ouro. Pelo menos um atleta, o nadador Joseph Schooling, já garantiu a premiação, ao vencer os 100m borboleta e ganhar a primeira medalha de ouro na história da cidade-Estado. De quebra, ele ainda derrotou o ídolo Michael Phelps.
Já para os italianos, uma medalha olímpica vale US$ 165 mil (até esta quarta-feira eles já tinham 23 medalhas, 8 delas de ouro), a França US$ 66 mil (30 medalhas, 8 de ouro até agora) e os Estados Unidos, US$ 25 mil (86 medalhas, 28 de ouro até o momento).
Na América Latina também há prêmios altos. O maior é mexicano: cerca de US$ 160 mil para o ouro, US$ 109 mil para a prata e US$ 55 mil para o bronze. Por enquanto, o país ainda não tem medalhistas.

Óscar FigueroaImage copyrightREUTERS
Image captionHalterofilista colombiano Óscar Figueroa receberá US$ 57,5 mil
Já os hermanos irão recompensar o ouro com US$ 75 mil - quantia que receberá Paula Pareto, primeira mulher da Argentina a ganhar um ouro olímpico -, prata com US$ 35 mil e bronze com US$ 25 mil.
Em busca de uma medalha olímpica inédita para a Bolívia, o presidente Evo Morales estimpulou uma recompensa que varia de US$ 50 mil e US$ 30 mil.
Colômbia e Peru também têm prêmios, que vão de US$ 60,3 mil a US$ 22 mil.
Já no Chile, além de premiações que variam de US$ 55 mil a US$ 27,9 mil, os vencedores receberão bolsas destinadas a atletas de alto rendimento que permitirão que treinem durante todo o próximo ciclo olímpico.

Quadro de medalhas às 15 horas do dia 19/08/2016

Jogos Olímpicos Rio 2016
VISÃO GERALESPORTESNA TVPROGRAMAÇÃOATLETASMEDALHASPAÍSES
Quadro de medalhas

País


1
Estados Unidos
353332100

2
Grã-Bretanha
23211357

3
China
21172361

4
Rússia
13151947

5
Alemanha
1381334

14
Brasil
55515