Fruto da mediação de Egito e EUA, pacto anunciado por Hillary Clinton e Mohammed Kamel Amr no Cairo chega em momento de escalada da violência. Em oito dias, foram cerca de 150 mortes, a maioria do lado palestino.
Após oito dias de conflito e cerca de 150 mortes, Israel e Hamas chegaram nesta quarta-feira (21/11) a um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito pelo ministro do Exterior do Egito, Mohammed Kamel Amr, e pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton. E coroa dias de uma maratona diplomática que parecia ameaçada pela intensificação da violência.
Nesta quarta-feira, um atentado à bomba contra um ônibus no coração de Tel Aviv havia levado o conflito pela primeira vez à capital econômica e social israelense. E, com ele, cresceram os temores de que Israel poderia intensificar a ofensiva contra a Faixa de Gaza. Já referendado por Israel e Hamas, no entanto, o pacto mediado por Egito e Estados Unidos parece pôr fim às hostilidades.
“Não há substituto para uma paz longa e duradoura”, disse Hillary, que antes de chegar ao Cairo já havia passado por Jerusalém e Cisjordânia e se reunido com a liderança palestina e israelense. “EUA e Egito vão trabalhar juntos para apoiar o próximo passo, para oferecer segurança a Israel e melhorar as condições para o povo em Gaza.”
Segundo o governo israelense, a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de aceitar a paz atendeu a um pedido direto do presidente americano, Barack Obama.
“Netanyahu falou com Obama e aceitou sua recomendação para dar uma chance à proposta egípcia de cessar-fogo e, dessa forma, dar uma oportunidade para a estabilização da situação”, disse o governo israelense em comunicado.
O ônibus alvo de um atentado em Tel Aviv
Atentado é celebrado em Gaza
O ataque desta quarta-feira em Tel Aviv foi celebrado com tiros para o alto em Gaza. No Twitter, uma conta atribuída às Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, disse ser responsável pela ação, mas não há confirmação. Oficialmente, o grupo palestino não reivindicou a autoria, mas elogiou a iniciativa.
“O Hamas abençoa o ataque e vê-lo como uma resposta natural aos massacres israelenses em Gaza”, disse Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas. “As facções palestinas vão recorrer a todos os meios para proteger os civis, na falta de um esforço global para interromper a agressão de Israel.”
O atentado foi o primeiro desta magnitude a atingir Tel Aviv desde abril de 2006, quando um suicida palestino deixou 11 pessoas mortas. E apesar de, em destruição e mortes, não se comparar às perdas do lado palestino, reativou o temor do início de uma nova era de ataques a bomba contra civis, como entre 2001 e 2004. No período, o mais violento da Segunda Intifada, mais de 500 israelenses foram mortos.
RPR/rtr/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler
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