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sábado, 20 de abril de 2013

Vinte clubes paulistas de futebol protestam contra a violência e pedem "Violência Zero" entre torcedores

flor_da_bola_de_futebol_poster-ra2b1116bb3fd4597ae7d9f65f1f02bae_ipu_400.jpg (400×400)Atletas dos 20 clubes paulistas protestam contra violência

Após conflitos envolvendo torcedores, jogadores vestirão neste domingo camisas com mensagens de paz

20 de abril de 2013 | 17h 31
Gonçalo Júnior
Preocupados com os seguidos casos de violência no futebol, os jogadores vão protestar entrando em campo uniformizados com faixas e uma camisa com os dizeres "Seja torcedor, nunca um agressor" e "Violência zero". A ação, idealizada pelos próprios jogadores e apoiada pelo Sindicato dos Atletas, está programada para ocorrer simultaneamente em todos os estádios de São Paulo e representa uma das principais manifestações recentes dos jogadores de futebol.
"Foi uma decisão da categoria. Os jogadores se uniram e decidiram que precisavam mostrar sua indignação com a questão da violência no futebol", diz Mauro Costa, diretor de Relacionamento do Sindicato dos Atletas de São Paulo, que costurou o movimento visitando os clubes do interior a partir da iniciativa das equipes da capital. O movimento começa na Série A-1 e deve se estender também para as Séries A-2 e A-3 do futebol paulista.
O protesto foi motivado pelos últimos conflitos envolvendo torcedores e jogadores. O episódio que mais assustou os jogadores foi a agressão sofrida pelo elenco do Palmeiras em um aeroporto de Buenos Aires, na Argentina, quando o time retornava ao Brasil depois de perder para o Tigre pela Taça Libertadores da América, no mês passado. No meio da confusão, objetos foram atirados nos palmeirenses e chegaram a abrir um corte na cabeça do goleiro Fernando Prass.
A morte do torcedor Kevin Beltrán, atingido por um sinalizador marítimo no jogo entre San Jose e Corinthians, pela Libertadores, também foi citada pelos atletas como razão para a manifestação de hoje.
Os jogadores se incomodam não só com esses atos extremos, mas também com as cobranças das torcidas fora dos estádios. Até Neymar, uma unanimidade entre os torcedores, vem sendo hostilizado pelos santistas, que o acusam de jogar pouco pelo clube em virtude das viagens e dos compromissos com a seleção brasileira e com patrocinadores. Exatamente por causa dessas cobranças, Neymar admite se transferir para a Europa antes do fim do seu contrato, em 2014.
Um treinador ouvido pelo Estado afirma que evita ir a um shopping center com a família por medo de atritos com a torcida do clube.
"Os jogadores estão protestando porque têm o direito de ir e vir como qualquer cidadão. Eles são profissionais como outros, que erram e acertam. A única diferença é que o erro deles é visto por milhares de torcedores", justifica o diretor do sindicato.
MOBILIZAÇÃO Com o ato, os jogadores esperam também reafirmar o seu poder de mobilização, praticamente nulo nos últimos anos. Na maioria das vezes, os atletas emprestam seu prestígio e sua popularidade para ações institucionais ou comerciais. Poucas vezes, no entanto, iniciam um grande movimento de reivindicação. Recentemente, os jogadores do Botafogo, por exemplo, protestaram contra o regime de concentração. No final do ano passado, os jogadores do Paraná não treinaram. Nos dois casos, o motivo foi o mesmo: atraso nos salários. 

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