O governador da Baviera, Horst Seehofer, exigiu um esclarecimento o mais rápido possível do caso de Gustl Mollath, de 54 anos, que foi intenado há seis anos no regime fechado do Hospital Psiquiátrico de Custódia de Bayreuth, depois que acusou os funcionários de um grande banco do estado, o Hypovereinsbank, de terem organizado uma máfia de lavagem de dinheiro ilegal. Há uma nova suspeita de que Mollath teria sido internado para não interferir mais nesses negócios.
O caso de Mollath parece cada vez mais um thriller de Alfred Hitchcock. Uma das pessoas responsáveis pela sua condenação ao regime fechado do estabelecimento de psiquiatria judiciária, que abriga condenados por delitos graves como assassinos e maníacos sexuais, foi a sua ex-esposa, com quem estava em processo de divórcio, que o acusou de violência doméstica.
Só agora, seis anos depois, o misterioso caso tem a chance de ser esclarecido. A suspeita da secretaria de justiça da Baviera, que também ordenou a revisão do caso, é que a ex-esposa de Mollath estivesse envolvida com os integrantes do grupo que lavava dinheiro ilegal. Ela denunciou na justiça o ex-marido, que acusou de tê-la espancado e de ter furado pneus de carros estacionados na rua.
A sentença proferida pelo juiz, há seis anos, foi dracônica: Internação à força na psiquiatria judiciária, em regime fechado. Depois disso, Mollath não foi mais levado a sério como suspeito de ser doente mental. A justiça não investigou mais as suas denúncias partindo do pressuposto que elas eram apenas produto da fantasia de um paranóico.
Mas seis anos depois parece existir uma outra explicação para o caso. Conforme divulgou o jornal "Nürnberger Nachrichten", algumas das acusações de Mollath contra funcionários do banco teriam sido confirmadas. Seehofer, do partido conservador União Social Cristã (CSU), que participa da aliança de governo dachanceler federal Angela Merkel - os dois são candidatos à reeleição no próximo ano - receia que o escândalo de justiça vire um escândalo político depois que o tema passou a ser manchete dos noticiários de televisão nos últimos dias.
A grande surpresa da VW para o evento é um conceito de SUV compacto para o Brasil e mercados emergentes
por CARINA MAZAROTTO
22/10/2012 20h53 - atualizado às 14h53 em 27/10/2012
Desde a semana passada, Autoesporte já havia antecipado que a Volkswagen aproveitaria o Salão do Automóvel de São Paulo para revelar o protótipo de um SUV inédito. Hoje o mistério acabou em definitivo. A marca revelou o Taigun, que presta homenagem ao povo brasileiro e indica como deve ser o crossover compacto global que a marca alemã produzirá para rivalizar com modelos como Ford EcoSport e os futuros Chevrolet Trax, que no Brasil deve se chamar Tracker, e Peugeot 2008.
Confira o primeiro vídeo do Taigun direto da mostra.
Um grupo de policiais trabalha contra o relógio. São os homens da inteligência da polícia. Eles têm de prender um bando de assaltantes do Primeiro do Comando da Capital (PCC) de qualquer jeito. Essa é a única forma de impedir que mais dois policiais militares sejam assassinados na Grande São Paulo. A ordem para matá-los foi dada pela cúpula da facção criminosa há uma semana. O prazo para ela ser cumprida acaba em 23 dias.
"É pra matar dois (PMs) do 15.º Batalhão". A guerra não declarada entre PCC e policiais militares criou essa situação dramática, a dos policiais que acompanham em tempo real as interceptações telefônicas dos diálogos de integrantes do crime organizado. "Começa a cair as conversas deles (dos bandidos) preparando o ataque. Olha, você não tem ideia da aflição que é ouvir eles se preparando para matar um PM. E o tamanho do esforço que a gente faz para impedir", disse um delegado de um dos setores de inteligência da polícia.
A primeira coisa que esses homens tentam fazer é identificar e avisar o policial marcado para morrer. É esse drama que está em andamento em São Paulo. Na segunda-feira, uma mensagem vinda de Presidente Venceslau - cidade onde está presa a cúpula da facção - foi interceptada pela inteligência policial. O delegado-geral, Luiz Maurício Blazek, informou ao secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, que o plano era matar dois PMs do 15.º Batalhão - servia qualquer um da unidade. A ação era uma vingança em razão da morte de dois de seus integrantes em uma das mais violentas perseguições do ano.
Trata-se do assalto a uma agência do Banco do Brasil na zona norte de São Paulo. O crime ocorreu em outubro. O bando com cerca de dez bandidos disparou tiros de fuzil em direção a um carro da PM, acertando 15 deles em uma viatura do 9.º Batalhão. Seguida por outros carros do 9.º e do 15.º Batalhões, parte do grupo foi interceptada por PMs - eles atiraram em um ônibus na tentativa de provocar ferimentos em passageiros, criar confusão e garantir a fuga.
Dois deles foram mortos e três fuzis, apreendidos. Eles tinham mais de 400 cartuchos, coletes à prova de bala e uma dúzia de carregadores. Grella e Blazeck repassaram a informação ao comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, que teve de tomar uma decisão difícil: avisar a tropa ameaçada pelo PCC. Enquanto isso, continua correndo o prazo de 30 dias - sete já se foram - para que os PMs sejam mortos. E o desafio dos homens da inteligência fica a cada instante mais agudo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Interino Osmar Loss comandou último treino antes do Gre-Nal com portões fechadosFoto: Diego Vara / Agencia RBS
Se o Inter enfrentará o Grêmio com três volantes ou dois cantes na derradeira rodada do Brasileirão, o torcedor colorado só saberá quando o time entrar em campo para a disputa do Gre-Nal 394, que fecha as portas do Estádio Olímpico, minutos antes das 17h.
Pouco ou nada pôde se ver do treinamento comandado pelo técnico interino Osmar Loss na manhã deste sábado, no gramado principal do Estádio Beira-Rio. Só se ouvia o som das britadeiras dos operários da Andrade Gutierrez, trabalhando a todo vapor.
Desde que entrou no complexo do Beira-Rio, com certa dificuldade, pois são poucos os acessos, a reportagem de zhEsportes foi seguida por segurança com físico de lutador de MMA e óculos escuros, apesar do dia nublado e, depois, chuvoso.
Na primeira tentativa de encontrar um ponto mais alto para ligeira observação para confirmar que o treino começara (os jogadores estavam em campo e brincavam em clima harmonioso), o comunicador do orientador em frente a um dos portões fechados chama:
– Avisa para eles saírem daí porque senão vou ter de tirá-los — ameaçou o segurança, antes de acompanhar a saída da reportagem e prontamente avisar pelo rádio comunicador.
Esse é o clima de Gre-Nal do lado vermelho. De mistério total.
São duas as possíveis escalações do Inter, concentrado desde sexta-feira, para o último jogo no Olímpico:
Com três volantes (4-5-1): Muriel; Edson Ratinho, Rodrigo Moledo, Índio e Fabrício; Ygor, Guiñazu, Josimar, Fred e D'Alessandro; Leandro Damião.
E com dois atacantes (4-4-2): Muriel, Edson Ratinho, Rodrigo Moledo, Índio e Fabrício; Ygor, Guiñazu, Fred e D'Alessandro; Forlán e Leandro Damião.
Os 22 relacionados:
Goleiros: Muriel e Renan;
Zagueiros: Índio, Rodrigo Moledo e Juan;
Laterais: Edson Ratinho, Fabrício e Zé Mário;
Volantes: Guiñazu, Ygor, Elton e Josimar;
Meias: D'Alessandro, Fred, Dátolo, João Paulo e Lucas Lima;
Atacantes: Leandro Damião, Rafael Moura, Forlán, Cassiano e Marcos Aurélio.
Rosemary na Costa Rica. Foto Jorge Araujo – 3.jun.2009/Folhapress
Rosemary Nóvoa de Noronha, a ex-assessora especial da Presidência envolvida no mais novo escândalo político, viajou a 23 países diferentes com passaporte especial. Isso você já leu na Folha no dia 27. Sua influência se devia, ao menos em parte, à sua intimidade com o ex-presidente Lula. Isso você já leu na Folha ontem. Mas já viu o mapa das andanças de Rosemary? O repórter Alexandre Aragão preparou uma planilha com os dados das visitas e, a partir dela, criou o mapa abaixo. Clique para abri-lo inteiro; ao abrir, clique nos pontos para conhecer os detalhes das viagens:
Último a saber da Porto Seguro, Cardozo ficou por um fio
Supreendida pela investigação da Polícia Federal, Dilma ficou irritada e pensou em demitir seu ministro da Justiça. VEJA desta semana traz a história completa de Rosemary Noronha e de como ela se tornou íntima de Lula e de José Dirceu
CADÊ O MINISTRO? - Ao não conseguir falar com Cardozo, da Justiça, Dilma cogitou demiti-lo (Ailton de Freitas/ Agência O Globo)
A presidente Dilma Rousseff soube da Operação Porto Seguro pouco depois das 8 da manhã de sexta-feira por um telefonema de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. Adams havia sido acordado momentos antes por seu número 2, José Weber Holanda, um dos investigados. Dilma pediu para localizar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mas ele não atendia aos telefonemas. Já irritada, a presidente só conseguiu falar com o ministro duas horas depois, quando soube que ele não tinha conhecimento de nada.
A operação pegou Cardozo e o chefe da Polícia Federal, Leandro Daiello, de surpresa, já que foi feita pela superintendência da Polícia Federal de São Paulo, sem comunicação a Brasília. Três dias depois, Cardozo não conseguia dizer à chefe com segurança se havia ou não escutas telefônicas envolvendo Rosemary e o ex-presidente Lula, como chegou a ser noticiado. Só na manhã de terça-feira o ministro confirmou que não houve quebra de sigilo nas comunicações de Rose. Dilma fez duras críticas à atuação do ministro. Chegou a pensar em demiti-lo - desistiu por temer passar a imagem de que não aceita que a PF investigue seu governo.
Por mais incômoda que possa ter sido para Lula e para setores do governo, a operação foi conduzida dentro das normas da PF. Uma mudança na estrutura da autarquia feita na gestão de Tarso Genro (2007-2010) descentralizou as grandes operações. As superintendências regionais ganharam competência para promover ações sem avisar Brasília. Sob Márcio Thomaz Bastos (2003-2007), os trabalhos eram centralizados. O então diretor do órgão, Paulo Lacerda, tinha um responsável pela inteligência e um pela atuação. As ações deviam ser autorizadas por um dos dois e sempre saíam de Brasília - o governo era avisado na véspera. De início, a descentralização foi considerada positiva. Mas ela veio acompanhada de uma restrição orçamentária que praticamente engessou a PF. No governo, a Operação Porto Seguro foi interpretada como um “recado” da PF paulista, que não gosta do gaúcho Daiello (considerado um interventor e criticado pela rigidez com que comandou a superintendência paulista entre 2008 e 2010) nem de Cardozo (que deixou a segurança da Olimpíada e da Copa para as Forças Armadas). Questionado por emissários do governo, o superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon, negou que a operação tenha tido motivação política.
Quem é a mulher que sabe demais
Reportagem de VEJA desta semana mostra que, quando conheceu Lula e José Dirceu, nos anos 80, Rosemary Nóvoa de Noronha era uma morena de cabelos longos e contornos voluptuosos que, trabalhando como bancária, passou a frequentar o sindicato da categoria em São Paulo. Ex-colegas daquele tempo lembram que ela chegou a participar de plenárias e discussões partidárias, mas nunca se destacou como dirigente de expressão. Fazia mais sucesso nas festas que aconteciam nas quadras do sindicato, que ficava ao lado da sede nacional do PT, no centro da cidade. A proximidade entre as categoria e o partido contribuiu para que ela logo chamasse a atenção de próceres petistas, como o então deputado José Dirceu, de quem se aproximou. Ele a contratou como secretária logo depois. Meses mais tarde, Rose conheceu Lula, então candidato derrotado duas vezes em disputas à Presidência. A partir daí, embora oficialmente continuasse a trabalhar para Dirceu, passou a cuidar da agenda de Lula e a pagar suas contas. A proximidade entre os dois cresceu ao longo dos anos. Quando Lula chegou ao poder, criou um escritório para a Presidência da República em São Paulo, na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, e Rose foi imediatamente encaixada na lista de funcionários. Foi ela a responsável pela reforma do escritório e sua decoração, que inclui um grande mural do petista vestido com a camisa do Corinthians e chutando uma bola. Sobre os sofás, almofadas revestidas com reproduções de fotos do ex-presidente. Logo após a reforma, Rose foi promovida a chefe do escritório.
(Leia a reportagem completa sobre as relações entre Rosemary e o ex-presidente Lula na edição desta semana de VEJA, que revela também como a quadrilha que ela integrava, tinham ramificações nas agências reguladoras e na AGU.)
Umas das principais investigadas na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, possuía uma relação de intimidade com o ex-presidente Lula, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”. De acordo com a publicação, a ex-primeira dama Marisa Letícia não gostava da assessora do marido.
Rosemary ingressou no funcionalismo público por meio de Lula, em 2003, e foi promovida ao cargo de chefe de gabinete no último ano de mandato do ex-presidente, em 2006.
De acordo com a “Folha de S. Paulo”, nesse período, Rosemary chegou a acompanhar viagens oficiais de Lula – algumas vezes fora da lista de passageiros do avião presidencial.
Além disso, segundo a publicação, Rosemary construiu a fama de uma pessoa de temperamento difícil durante o período em que trabalhou no gabinete da Presidência em São Paulo.
Ao jornal, o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente não faria comentários sobre assuntos particulares.
Há concursos para todos os gostos e no Brasil até há um para eleger o melhor bumbum do país. As candidatas desfilaram várias vezes, com roupas diferentes, e mostraram as melhores poses para encantar os jurados.
No final, contados todos os votos, a contemplada foi Carine Felizardo, representante do estado do Pará. Aos 25 anos, esta sensual mulher, que adora praticar desporto e fazer musculação, mostrou toda a satisfação com este troféu.
«Estou muito feliz com a vitória. Estava confiante, pois estou em grande forma física», assumiu. Ainda no palco, Carine aceitou posar nua para a revista «Sexy» e recebeu um prêmio de 5 mil reais, cerca de dois mil euros.
E o que tem o bumbum de Carine de tão especial? Diga o leitor. As fotos estão aí. É a sua vez de avaliar...
Corrupção, economia e narcotráfico: conheça os desafios de Peña Nieto
Em rápida cerimônia, o político assumiu a presidência do México neste sábado. Posse marca volta do PRI, partido que governou o país por sete décadas, após 12 anos
Corrupção em todas as camadas da sociedade, exposição à crise econômica mundial e níveis recordes de violência devido ao narcotráfico são alguns dos principais desafios para Enrique Peña Nieto , que tomou posse neste sábado como novo presidente do México.
O México enfrenta a maior onda de violência relativa ao tráfico de drogas em toda sua história. O governo de Felipe Calderón, que deixou o cargo, disse que foi preciso recorrer ao Exército para lidar com a escalada na criminalidade que começou em 2006. No entanto, Calderón diz que o México ainda tem uma taxa de homicídios inferior a de outros países da região, como Brasil, Venezuela e Honduras.
Ainda assim, a brutalidade dos cartéis mexicanos vem chamando atenção internacional. Nos últimos meses, a imprensa local noticiou massacres, com dezenas de cadáveres mutilados, vítimas penduradas em pontes e cabeças degoladas deixadas em frente a prédios do governo.
Confira abaixo alguns dos principais desafios do novo governo mexicano que começa neste sábado.
Redes criminosas
Alguns grupos de criminosos evoluíram e se tornaram redes sofisticadas. O caso mais notório é o doLos Zetas . Originalmente o grupo foi formado por ex-militares de México e Guatemala. Hoje ele domina o noroeste do país. Outro grupo que se destaca é o cartel Sinaloa, liderado por Joaquín "Chapo" Guzmán, o traficante mais procurado do mundo.
O presidente mexicano terá que decidir se continua com a estratégia de usar ajuda militar no combate à violência, ou se buscará novas táticas. A especialista em segurança Ana María Salazar acredita que negociar diretamente com cartéis não é uma alternativa viável.
"A força destas organizações torna isso impossível. 'Negociável' significa que a eventual ruptura de um acordo terá consequências. E isso significa que o governo terá que ser ainda mais violento contra os cartéis. A ideia de um pacto não agrada, e eu considero isso impossível", diz a especialista.
O novo presidente também terá que pressionar mais os Estados Unidos para reduzir a demanda por drogas e controlar melhor o tráfico de armas que tem o México como destino. A luta contra o crime organizado é uma tarefa hercúlea, ainda mais devido à impunidade. Estima-se que 97% dos assassinatos relacionados ao narcotráfico seguem sem condenados.
Economia
Gerardo Esquivel, conselheiro do Banco Mundial e da OCDE, identifica três desafios fundamentais para a economia mexicana. "O primeiro é reestabelecer o crescimento econômico de forma sustentável e em um patamar maior. Depois é preciso combater a pobreza, onde os resultados foram muito fracos nos últimos anos; e o terceiro é gerar maiores oportunidades de emprego, particularmente entre os mais jovens."
Sergio Martin, economista-chefe do banco HSBC do México, diz que a previsão de taxa de crescimento mexicano para 2012 – de 3% a 4% – é "saudável", especialmente se comparada à Europa e Estados Unidos. Mas Esquivel acredita que esta taxa de crescimento oculta uma realidade econômica preocupante.
"Se considerarmos que a economia caiu fortemente em 2009, que nossa recuperação gerou muito pouco emprego formal e que muitos postos criados têm salários inferiores à média, a perspectiva é um pouco mais crítica", disse o economista à BBC.
Outro tema espinhoso é a possível privatização da Pemex, a estatal mexicana do petróleo. A medida pode gerar bilhões de dólares para o governo mexicano, mesmo no caso de uma privatização parcial. No entanto, a Constituição mexicana obriga que a Pemex seja controlada pelo poder público. Uma potencial alteração na Constituição envolve um trabalho pesado no Congresso mexicano.
Corrupção
O governo atual tentou introduzir medidas anticorrupção, inclusive com uma campanha de conscientização da população e com cortes em órgãos públicos. No entanto, os debates durante as eleições presidenciais revelaram que o estigma da corrupção persiste no país.
Os quatro principais candidatos à Presidência estiveram envolvidos, em algum grau, em acusações de possíveis casos de corrupção – de escândalos do passado à ligações com pessoas de reputação duvidosa.
"No pacto fiscal existente no México, governadores e prefeitos não precisam dar explicações sobre o dinheiro que recebem [do governo central]", afirma Eric Magar, cientista político do Instituto Tecnológico Autônomo da Cidade do México (ITAM). Magar acredita que, para enfrentar a corrupção, é preciso examinar o papel e a autonomia das autoridades locais e estaduais.
"Se supõe que os Estados devem justificar como se usa o dinheiro, mas há pouco que o Congresso pode fazer para verificar realmente o que vai para cada Estado. E isso dá margem para que se use os recursos como cada um quiser."
A guerra contra as drogas complicou ainda mais o tema, já que traficantes possuem dinheiro para comprar apoio de políticos. Cartéis de droga estão infiltrados na polícia e em órgãos de Justiça de diversos Estados. Muitos mexicanos têm pouca ou nenhuma confiança no sistema.
Monopólios
Os jovens mexicanos foram às ruas do país para se manifestar durante as eleições contra monopólios dominados pela elite no país, sobretudo na mídia. A campanha #yosoy132 começou como protesto estudantil.
Após ser vaiado por estudantes, Peña Nieto havia dito que eles eram agentes pagos pelos seus opositores – e não alunos de verdade. Um vídeo de repúdio ao político, assinado por 131 estudantes, se espalhou pela internet, ganhando apoiadores (o slogan significa "eu sou o 132º estudante").
O #yosoy132 cresceu bastante – gerando comparações até mesmo com o movimento dos indignados da Espanha. O principal foco dos protestos foi o PRI, partido que governou o México pela maior parte do século passado.
Mas Magar sugere que todos os partidos têm problemas na hora de enfrentar as famílias mais poderosas do país, como a de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo e dono de um império de comunicações no México.
"Para ir contra Slim, é necessário ter uma grande coalizão. Ele tem tanto poder e influência em tantas áreas, que seria necessária uma coalizão unida e muito forte, e ainda assim isso levaria décadas." As redes Televisa e TV Azteca estão entre os alvos das críticas dos manifestantes.
'Tecido social'
A psicólogo social Andrómeda Valencia acredita que é preciso reconstruir o "tecido social" mexicano. Famílias em diversos Estados vivem sob o medo da violência do narcotráfico, o que tem um efeito traumático entre os mais jovens.
Seis anos de violência intensa destruíram muitas comunidades e provocaram um êxodo à Cidade do México. O governo instaurou algumas instituições de apoio às famílias das vítimas, mas muitos reclamam que esses recursos são inacessíveis ou burocráticos demais.