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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Empresas da China escondem dinheiro em paraísos fiscais... Mais do mesmo

O VAZAMENTO DE 2,5 MILHÕES DE ARQUIVOS DE PARAÍSOS FISCAIS

A elite comunista da China oculta empresas em paraísos fiscais

Uma investigação revela a atividade em refúgios opacos de familiares da elite

No banco de dados à que teve acesso O PAIS figuram magnatas e companhias estatais

O cuñado do presidente e filhos de exprimeros ministros e outros altos dirigentes, implicados


Sessão plenária da Assembleia Popular Nacional em março do ano passado/passo em Pequim. /LINTAO ZHANG (GETTY)
China vive a maior e mais veloz transformação experimentada por um país nas últimas décadas. O processo de abertura e reforma tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, mas a disparidade social alcançou um nível perigoso. O enriquecimento acelerado das elites corroeu a credibilidade dos mandatários comunistas, cujas promessas de acabar com a desigualdade e a corrupção são agora contrapostas a um novo escândalo: o uso maciço de paraísos fiscais por parte de seus familiares diretos. O EL PAÍS, junto com outros veículos internacionais, como The Guardian, BBC, Le MondeSüddeutsche Zeitung e Asahi Shimbun, teve acesso a uma base documental obtida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) que revela que pelo menos 13 parentes de dirigentes graduados do regime – incluindo o atual presidente, Xi Jinping, e os ex-primeiros-ministros Wen Jiabao e Li Peng –, bem como 15 grandes empresários e grandes companhias estatais, mantiveram grande atividade em refúgios fiscais.
Os registros dessas sociedades opacas, analisados em colaboração com o referido consórcio, procedem do vazamento de mais de 2 milhões de arquivos de duas gestoras de capitais (Portcullis TrustNet e Commonwealth Trust) que operam nas Ilhas Virgens Britânicas. A escolha desse arquipélago do Caribe por parte da elite chinesa não é estranha: o território ultramarino britânico foi o segundo maior investidor direto na China em 2010 – último ano abrangido pelos registros da base de dados vazada –, atrás apenas de Hong Kong. Com apenas 27.000 habitantes, as ilhas têm mais de 1 milhão de sociedades inscritas, sendo 40% com origem na China, Hong Kong e Cingapura.

Os registros de duas gestoras de capitais revelam pelo menos 25 sociedades opacas criadas pela elite comunista
O exame dos dados evidencia como numerosos integrantes da elite comunista vêm abrindo sociedadesoffshore depois de terem acumulado enormes fortunas à sombra do regime. Essa prática corrobora uma das debilidades sistêmicas da China: o fato de, nas três décadas transcorridas desde que Deng Xiaoping abandonou a economia central planejada e promoveu o salto para o capitalismo sob o governo único do Partido Comunista da China (PCC), um setor privilegiado da população ter enriquecido graças à sua proximidade com o poder.
Os documentos, que chegam até o começo de 2010, permitem constatar como essas tramas familiares, pertencentes às mais altas linhagens comunistas, aproveitaram-se da opacidade das Ilhas Virgens Britânicas para movimentar dinheiro fora dos circuitos habituais, por intermédio de empresas criadas por eles mesmos ou de sua participação em outras já constituídas. Isto facilita ocultar bens e capitais do controle oficial (a China limita o movimento de capital para o exterior a 50.000 dólares anuais por habitante) e inclusive se beneficiar dos privilégios fiscais de Pequim a investidores estrangeiros.
Nos dados analisados figuram pelo menos 13 membros da denominada “nobreza vermelha”, ou seja, parentes dos dirigentes da cúpula comunista na ativa, aposentados ou falecidos. Entre eles se destacam o cunhado de Xi Jinping; o filho e o genro do ex-primeiro-ministro Wen Jiabao; a filha de seu antecessor, Li Peng; um genro do falecido Deng Xiaoping; e o neto do lendário comandante revolucionário Su Yu. Essas 13 pessoas aparecem vinculadas a pelo menos 25 sociedades, na qualidade de acionistas ou diretores.
O caso do Deng Jiagui, marido de Qi Qiaoqiao, irmã mais velha do atual presidente chinês, é emblemático da nova China: junto com a mulher, em apenas 20 anos ele construiu um império imobiliário em Hong Kong e Shenzhen. Wen Yunsong, filho do ex-primeiro-ministro Wen Jiabao, criou em um paraíso fiscal a empresa Trend Gold Consultants. Uma investigação do The New York Times publicada em 2012 estima em 2,7 bilhões de dólares a fortuna da família de Wen Jiabao.
Outra aristocrata que opera em paraísos fiscais é Li Xiaolin, filha do ex-primeiro-ministro Li Peng, responsável pela sangrenta repressão às manifestações pró-democracia de 1989 na praça Tiananmen. A filha é conhecida em seu país como Power Queen (Rainha da Energia), porque controla um dos monopólios elétricos chineses e porque ostenta sua riqueza e influência sem nenhum pudor.

O EL PAÍS publica as novas revelações em conjunto com outros meios internacionais, como The Guardian e Le Monde
Grande parte da atividade offshoredesenvolvida pela nobreza vermelha corresponde à época em que sua parentela exercia o poder. Assim ocorre, por exemplo, com o filho e o genro do ex-primeiro-ministro Wen Jiabao, fundadores de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas em pleno mandato do pai (2003-2013). No caso do atual presidente, Xi Jinping – ele mesmo um príncipe, nome pelo qual são conhecidos os descendentes dos altos líderes e ex-líderes do PCC –, a constituição da sociedade offshore coincide com sua etapa como vice-presidente (2008-2013), embora a criação da sociedade imobiliária do seu cunhado Deng Jiagui seja anterior à sua chegada à presidência, em março do ano passado. Na base de dados não figuram diretamente nem o presidente nem o ex-primeiro-ministro.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Deficit da Previdência vai gerar discussão necessária para acabar com a 'farra da aposentadoria por idade'

Déficit da Previdência deve ir a 5% do PIB


21 de janeiro de 2014 | 2h 03 
Mauro Zanatta - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA
O chamado bônus demográfico, situação em que há mais gente trabalhando do que aposentados, está com os anos contados, devendo acabar por volta de 2027, segundo o Ministério da Previdência. Os fatores positivos dessa janela, que ajuda a arrecadação previdenciária a crescer em ritmo duas vezes acima do PIB, esbarram na farra da aposentadoria por idade.

Na média, o brasileiro aposenta-se com 54 anos, mesmo com uma expectativa de vida superior a 70 anos, segundo dados do IBGE. Desse contingente, 54% são aposentados por idade e 28% por tempo de contribuição - 20% desse total consegue seu benefício previdenciário antes de completar 50 anos.
O déficit do Regime Geral da Previdência Social deve saltar de 1% para 5% do PIB nos próximos 30 anos, projeta o ministério. Em 2013, fechou em R$ 49,8 bilhões. Para aumentar a idade média e também elevar os valores dos benefícios em termos reais, o governo tem feito simulações, exercícios atuariais e avaliado diversas opções para usar como regra de transição até a alteração do atual regime.
A elevação da idade mínima de aposentadoria e o aumento do tempo de contribuição são os mais óbvios. Mas também há soluções por meio da adoção de um modelo misto, somando idade com tempo de serviço - a chamada fórmula 85/95.
"O ideal seria fixar uma contribuição na faixa de 40 anos", avalia o secretário de Políticas de Previdência, Leonardo Rolim. Para ele, deveria haver uma diferença em favor das mulheres, cuja taxa de atividade difere dos homens. "O Equador tem um modelo semelhante e bastante razoável."
A situação tira o sono dos especialistas porque está perto do fim, e quase ao mesmo tempo, o "ciclo previdenciário virtuoso" que soma aumento da expectativa de vida, redução da taxa de fecundidade, elevação da escolaridade média, redução da informalidade e aumento da taxa de atividade feminina.
As alterações, segundo Rolim, devem vir a partir de 2015, já que exigirão boa dose de negociação política no Congresso e demandarão um bom tempo de transição entre os modelos atual e futuro. "Até lá, temos tempo para fazer mais estudos e simulações", diz. 


"O Brasil vai à festa" apesar da escalação de políticos adversários e indecorosos que reúne em seu patrimônio sociopolítico...

Mais felizes que os europeus?

Nos últimos cinco anos, os latino-americanos, incluindo os brasileiros, aparecem em todas as pesquisa mundiais entre os mais felizes do mundo, superando os ricos europeus

 21 JAN 2014 - 13:08 BRST

Nos últimos cinco anos, os latino-americanos, incluindo os brasileiros, aparecem em todas as pesquisa mundiais entre os mais felizes do mundo, superando os ricos europeus. Mais ainda, chegam a emular os países que sempre apareceram no mundo com maiores índices de felicidade, como a Noruega, a Finlândia ou a Suíça.
Os percentuais às vezes variam entre os levantamentos feitos por diversos institutos em escala planetária, mas em todos eles existe uma confluência de dados que confirmam a presença dos latino-americanos entre aqueles que veem o futuro com mais esperança, apesar de todos seus problemas, às vezes muito graves, como a insegurança pública ou as grandes disparidades entre ricos e pobres, as injustiças sociais, o esquecimento dos excluídos e os baixos índices educacionais.
No último estudo, realizado pelo Barômetro Global do Otimismo com base em 66.806 entrevistas com cidadãos de 65 países dos cinco continentes, os latino-americanos superam a média mundial de felicidade, que é de 60%. No Brasil, o trabalho foi executado pela empresa Ibope Inteligência, em conjunto com o Worldwide Independent Nertwork (WIN).
Na América Latina, 86% dos colombianos, por exemplo, consideram-se felizes; entre os argentinos, são 78%; os mexicanos, 75%; quanto aos brasileiros, entre os quais 81% haviam se declarado felizes em 2012, o grau de felicidade diminuiu, mas ainda chega a 71%, e ao mesmo tempo eles se mostram esperançosos com relação ao seu futuro.
Já países europeus como a França, Espanha, Grécia ou Portugal aparecem na lanterna da lista, entre os menos felizes. Só 25% da população francesa, por exemplo, se considera feliz. Entre os espanhóis, a cifra mal chega a 20%. Os portugueses o são ainda menos.
E não deixa de ser curioso e digno de estudo que a América Latina nunca apareça, em nenhuma das pesquisas, com índices altos de infelicidade. Pelo contrário. Até países com problemas graves, como a Argentina ou a Venezuela, apresentam um altíssimo grau de felicidade dos seus cidadãos.
O que significa tudo isso? Teriam os latino-americanos mais motivos reais do que muitos europeus para se sentirem menos infelizes e com maior esperança no futuro? Objetivamente, a grande maioria dos franceses, por exemplo, que aparecem com um terço a menos de felicidade do que os latino-americanos, estão muito melhores economicamente do que estes e gozam de um índice de bem-estar social incomparavelmente maior.
Vejamos o caso do Brasil, onde, como acaba de destacar Fernando Canzian em sua coluna da Folha de S. Paulo, as pessoas se declaram felizes apesar de este ser, como afirma ele, “um país pobre”, onde só 1% da população ganha mais de 13.500 reais por mês, e 4% ganham entre 6.760 e 13.500 reais. Apenas 9% recebem entre 3.390 e 6.760 reais, e outros 16% aparecem na faixa imediatamente inferior, com rendimento superior a 2.014 reais por mês. Quase metade do país – 46% – ganha até 1.356 reais.
Ou seja, 66% da população ganham ao redor de 2.034 por mês, o que é o salário mínimo da maioria dos países europeus, por exemplo.
Não é preciso analisar a fundo as cifras da renda dos brasileiros, que corresponde aproximadamente à da maioria dos outros países da América Latina, para observar que, em comparação ao europeus, em geral ainda se trata de um país pobre.
Por que então eles se mostram triplamente mais felizes do que tantos povos nos quais as famílias ganham até três ou quatro vezes mais?
Essa é a grande pergunta a que poderá ser respondida por antropólogos, sociólogos, economistas ou psicólogos.
Possivelmente, a chave está no estado de ânimo desses latino-americanos, que aparecem entre os mais ditosos. E esse estado de ânimo depende por sua vez do seu passado imediato e da forma como veem o seu futuro.
Na Espanha, fazia-se piada recordando que quando um grupo de pessoas saía de suas casas para se divertir e lhes perguntavam aonde iam tão alegres, elas respondiam com voz forte e feliz: “Para a festa!”. E, quando essas mesmas pessoas, retornando da festa, esgotadas, escutavam a mesma pergunta, respondiam quase sem voz e sem ânimo, arrastando seus pés de cansaço: “Da festa!”. E diziam isso quase de mau humor.
O que torna os latino-americanos mais felizes que os europeus talvez tenha a ver com essa sensação de felicidade que observam depois de terem atravessado anos de tristezas, ditaduras e mais pobreza que a atual. Ao contrário de muitos europeus que, após desfrutarem de mais de 40 anos de liberdade e bem-estar econômico, sentem – ao contrário, ao contrário –a sensação de fim de festa e notam que possivelmente nunca voltarão a alcançar a euforia de quando também eles, no meio da alegria e da abundância criada pela União Europeia, sentiam-se felizes e gritavam com força que foram à festa.
E tudo isso é compatível com o fato de que na América Latina as pessoas possam se sentir mais felizes do que antes, apesar de serem ainda geralmente pobres em relação a outros países, ou que vejam seu futuro com maior otimismo, já que quem está no meio da festa não pensa que o que resta dela será pior; pelo contrário, estão convencidas de que irão se divertir ainda mais. Só depois que acaba se sentem cansadas e de ressaca.
E isso é compatível também com os novos movimentos que reivindicam uma “festa maior”, ou seja, uma vida cada vez menos pobre, de acordo com um país em desenvolvimento, mas que já tem todo o potencial para viver como os desenvolvidos, desde que os políticos não impeçam isso.
Esses movimentos, sobretudo dos jovens, que são os que têm maior futuro, podem gerar dores de cabeça para os políticos, que tentarão amestrá-los ou represá-los para que não atrapalhem seus planos.
Quem já provou alguma vez a doçura e exaltação da festa quer que esta continue crescendo, e luta para conseguir isso. Às vezes com maus modos, em outras mais democraticamente. Será preciso dialogar com esses jovens, pacíficos ou rebeldes, para tentar entendê-los sem deixar, ao mesmo tempo, que possam quebrar ou interromper um processo que levou a América Latina à felicidade da qual desfruta.
Para isso, os políticos deverão ser verdadeiros estadistas, e não burocratas incapazes de perceberem que algo novo está nascendo e que vai na direção de uma felicidade ainda maior para todos, e não só para um grupo de privilegiados.
Desse diálogo entre as partes, como acontece nas famílias nas quais os filhos começam a se rebelarem e querem aparecer, dependerá a possibilidade de nos próximos anos os brasileiros, e os latino-americanos em geral, continuem sonhando com um futuro mais feliz, sem terem perdido a euforia de estarem indo a uma festa, e sem sentir, pelo contrário, o cansaço e as desilusões experimentados quando do seu fim.
Que a festa, portanto, não se apague e continue viva, ainda que para mantê-la tenhamos de suportar os golpes dos inconformistas, que costumam ser os que sempre ficaram excluídos da festa, a qual, para ser verdadeira, terá de poder ter a participação de todos, sem vergonhosas distinções e injustas segregações econômicas ou raciais.

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    Os percentuais às vezes variam entre os levantamentos feitos por diversos institutos em escala planetária, mas em todos eles existe uma confluência de dados que confirmam a presença dos latino-americanos entre aqueles que veem o futuro com mais esperança, apesar de todos seus problemas, às vezes muito graves, como a insegurança pública ou as grandes disparidades entre ricos e pobres, as injustiças sociais, o esquecimento dos excluídos e os baixos índices educacionais.
    No último estudo, realizado pelo Barômetro Global do Otimismo com base em 66.806 entrevistas com cidadãos de 65 países dos cinco continentes, os latino-americanos superam a média mundial de felicidade, que é de 60%. No Brasil, o trabalho foi executado pela empresa Ibope Inteligência, em conjunto com o Worldwide Independent Nertwork (WIN).
    Na América Latina, 86% dos colombianos, por exemplo, consideram-se felizes; entre os argentinos, são 78%; os mexicanos, 75%; quanto aos brasileiros, entre os quais 81% haviam se declarado felizes em 2012, o grau de felicidade diminuiu, mas ainda chega a 71%, e ao mesmo tempo eles se mostram esperançosos com relação ao seu futuro.
    Já países europeus como a França, Espanha, Grécia ou Portugal aparecem na lanterna da lista, entre os menos felizes. Só 25% da população francesa, por exemplo, se considera feliz. Entre os espanhóis, a cifra mal chega a 20%. Os portugueses o são ainda menos.
    E não deixa de ser curioso e digno de estudo que a América Latina nunca apareça, em nenhuma das pesquisas, com índices altos de infelicidade. Pelo contrário. Até países com problemas graves, como a Argentina ou a Venezuela, apresentam um altíssimo grau de felicidade dos seus cidadãos.
    O que significa tudo isso? Teriam os latino-americanos mais motivos reais do que muitos europeus para se sentirem menos infelizes e com maior esperança no futuro? Objetivamente, a grande maioria dos franceses, por exemplo, que aparecem com um terço a menos de felicidade do que os latino-americanos, estão muito melhores economicamente do que estes e gozam de um índice de bem-estar social incomparavelmente maior.
    Vejamos o caso do Brasil, onde, como acaba de destacar Fernando Canzian em sua coluna da Folha de S. Paulo, as pessoas se declaram felizes apesar de este ser, como afirma ele, “um país pobre”, onde só 1% da população ganha mais de 13.500 reais por mês, e 4% ganham entre 6.760 e 13.500 reais. Apenas 9% recebem entre 3.390 e 6.760 reais, e outros 16% aparecem na faixa imediatamente inferior, com rendimento superior a 2.014 reais por mês. Quase metade do país – 46% – ganha até 1.356 reais.
    Ou seja, 66% da população ganham ao redor de 2.034 por mês, o que é o salário mínimo da maioria dos países europeus, por exemplo.
    Não é preciso analisar a fundo as cifras da renda dos brasileiros, que corresponde aproximadamente à da maioria dos outros países da América Latina, para observar que, em comparação ao europeus, em geral ainda se trata de um país pobre.
    Por que então eles se mostram triplamente mais felizes do que tantos povos nos quais as famílias ganham até três ou quatro vezes mais?
    Essa é a grande pergunta a que poderá ser respondida por antropólogos, sociólogos, economistas ou psicólogos.
    Possivelmente, a chave está no estado de ânimo desses latino-americanos, que aparecem entre os mais ditosos. E esse estado de ânimo depende por sua vez do seu passado imediato e da forma como veem o seu futuro.
    Na Espanha, fazia-se piada recordando que quando um grupo de pessoas saía de suas casas para se divertir e lhes perguntavam aonde iam tão alegres, elas respondiam com voz forte e feliz: “Para a festa!”. E, quando essas mesmas pessoas, retornando da festa, esgotadas, escutavam a mesma pergunta, respondiam quase sem voz e sem ânimo, arrastando seus pés de cansaço: “Da festa!”. E diziam isso quase de mau humor.
    O que torna os latino-americanos mais felizes que os europeus talvez tenha a ver com essa sensação de felicidade que observam depois de terem atravessado anos de tristezas, ditaduras e mais pobreza que a atual. Ao contrário de muitos europeus que, após desfrutarem de mais de 40 anos de liberdade e bem-estar econômico, sentem – ao contrário, ao contrário –a sensação de fim de festa e notam que possivelmente nunca voltarão a alcançar a euforia de quando também eles, no meio da alegria e da abundância criada pela União Europeia, sentiam-se felizes e gritavam com força que foram à festa.
    E tudo isso é compatível com o fato de que na América Latina as pessoas possam se sentir mais felizes do que antes, apesar de serem ainda geralmente pobres em relação a outros países, ou que vejam seu futuro com maior otimismo, já que quem está no meio da festa não pensa que o que resta dela será pior; pelo contrário, estão convencidas de que irão se divertir ainda mais. Só depois que acaba se sentem cansadas e de ressaca.
    E isso é compatível também com os novos movimentos que reivindicam uma “festa maior”, ou seja, uma vida cada vez menos pobre, de acordo com um país em desenvolvimento, mas que já tem todo o potencial para viver como os desenvolvidos, desde que os políticos não impeçam isso.
    Esses movimentos, sobretudo dos jovens, que são os que têm maior futuro, podem gerar dores de cabeça para os políticos, que tentarão amestrá-los ou represá-los para que não atrapalhem seus planos.
    Quem já provou alguma vez a doçura e exaltação da festa quer que esta continue crescendo, e luta para conseguir isso. Às vezes com maus modos, em outras mais democraticamente. Será preciso dialogar com esses jovens, pacíficos ou rebeldes, para tentar entendê-los sem deixar, ao mesmo tempo, que possam quebrar ou interromper um processo que levou a América Latina à felicidade da qual desfruta.
    Para isso, os políticos deverão ser verdadeiros estadistas, e não burocratas incapazes de perceberem que algo novo está nascendo e que vai na direção de uma felicidade ainda maior para todos, e não só para um grupo de privilegiados.
    Desse diálogo entre as partes, como acontece nas famílias nas quais os filhos começam a se rebelarem e querem aparecer, dependerá a possibilidade de nos próximos anos os brasileiros, e os latino-americanos em geral, continuem sonhando com um futuro mais feliz, sem terem perdido a euforia de estarem indo a uma festa, e sem sentir, pelo contrário, o cansaço e as desilusões experimentados quando do seu fim.
    Que a festa, portanto, não se apague e continue viva, ainda que para mantê-la tenhamos de suportar os golpes dos inconformistas, que costumam ser os que sempre ficaram excluídos da festa, a qual, para ser verdadeira, terá de poder ter a participação de todos, sem vergonhosas distinções e injustas segregações econômicas ou raciais.

MST está sem projeto... "para quê reforma agrária ?"


21.janeiro.2014 12:24:34

“MST é autoritário e profundamente 

antidemocrático”


O Movimento dos Sem-Terra (MST), que acaba de chegar aos trinta anos, surgiu como um braço da Igreja Católica, vinculado à Teologia da Libertação, e estruturou-se como um partido leninista, profundamente autoritário. Quem faz essa análise é o ex-ministro Raul Jungmann. Para ele, uma prova do caráter antidemocrático do MST seria o fato de ter à sua frente, há quase trinta anos, os mesmos líderes, entre eles João Pedro Stédile. “O movimento segue o exemplo dos antigos partidos comunistas”, afirma.
Jungmann é filiado ao PPS. Foi o articulador e principal responsável por questões fundiárias no País durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Presidência da República. Entre 1996 e 2002 chefiou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério Extraordinário de Política Fundiária e, depois, o recém-criado Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Foi durante sua gestão que o MST chegou ao auge de suas ações. Na mesma época também aconteceu o maior número de assentamentos da reforma agrária. Na entrevista abaixo, ele conta que Fernando Henrique não tinha intenção de realizar a quantidade de assentamentos que acabou acontecendo. A inflexão na política teria ocorrido com o Massacre de Eldorado de Carajás, em 1997, quando 19 sem-terra foram mortos em um trecho da rodovia que liga Marabá a Eldorado, no Pará.
Para o ex-ministro, o movimento vem perdendo força desde que o PT chegou ao poder.
O MST está completando trinta anos de existência. Como o senhor avalia esse movimento?
Para compreender o MST é preciso falar de três características que o acompanham desde que nasceu, na década de 1980, na Encruzilhada Natalino (RS). A primeira é que se trata de uma costela da Teologia da Libertação, com a sua leitura marxista da história.
Seria um braço da Igreja Católica?
Uma coisa fundamental para entender o MST – e da qual as pessoas não se dão conta – é o seguinte: a expansão capitalista no campo, com a mudança nas relações de produção, desestruturou a agricultura familiar, que abrigava o estoque da Igreja para a produção de padres e freiras. A única pesquisa já feita no Brasil sobre o local de origem dos padres mostra que o seu recrutamento é rural. Está concentrado na agricultura familiar e, sobretudo, na Região Sul, exatamente onde nasce o MST. O seu parto tem, portanto, de um lado a expansão da Teologia da Libertação; e, do outro, a expansão do hoje chamado agrobusiness, que desarticula a agricultura familiar e o estoque de recrutamento de padres.
Quais seriam as outras duas características às quais o senhor se referiu?
A segunda é que o MST surge ainda durante a ditadura militar, num momento de profunda desconfiança e rejeição das instituições. A institucionalidade política vigente na época era a da Arena e do MDB. O que o movimento apresenta, como contrapartida, é a ação direta, fora da instituições. A terceira característica é o afastamento de movimentos tradicionais do campo, como o sindicalismo, as cooperativas, associações. O MST nasce procurando um novo formato, o que resulta num movimento de esquerda camponês, quase um partido, com características da Igreja Católica. Enquanto anarquistas, comunistas, socialistas, socialdemocratas e outros sempre se autodenominaram laicos, o MST é um movimento de fundo confessional. Quem forma, informa e dá apoio logístico ao movimento, até hoje, é a Igreja.
E o Partido dos Trabalhadores?
Logo que surge, o PT passa a hegemonizar os movimentos sociais, entre eles o MST – que alcança seu apogeu com o crescimento do partido. Os dois crescem sobretudo no governo de José Sarney. Ainda sobre a organização interna do MST, é preciso dizer que ela ocorre em bases profundamente autoritárias. Até pouco tempo atrás, uma parte da direção do MST era mantida na clandestinidade. Segue o exemplo dos partidos comunistas, que, como forma de defesa, mantinham uma parte do comitê central na clandestinidade. No fundo, trata-se de uma organização profundamente antidemocrática.
Poderia explicar melhor?
O grupo que fundou o movimento, trinta anos atrás, permanece na direção até hoje. Ocorreram poucas variações. Você nunca viu, em jornal nenhum, qualquer notícia sobre congresso, votação, eleição, qualquer processo democrático interno do MST. Nunca viu e nunca vai ver, porque eles se organizam praticamente como um partido leninista e essa é uma de suas principais características. As centrais sindicais, como a CUT, quando fazem um congresso e trocam de diretoria fazem um carnaval, divulgam, mas nada disso ocorre com o MST. Permanecem fechados, autoritários e avessos a processos democráticos internos. Entendem, a exemplo dos antigos partidos comunistas, que estamos numa ditadura da burguesia e que não se pode fazer concessões em período de guerra.
Foi no governo de Fernando Henrique que as invasões de terra atingiram o seu auge. Como explica?
É o período também de ascenso do PT, quando se elege o governo de Fernando Henrique como principal adversário. É preciso lembrar também o simbolismo da tragédia, o martirológio alcançado com Eldorado dos Carajás, em 1997 – um episódio de violência extraordinária e, obviamente, inaceitável. Em seguida tudo foi emblematizado e glamourizado com aquela novela, O Rei do Gado, que tinha o Antonio Fagundes e a Patrícia Pilar entre os principais atores.
Nos movimentos populares é a época da bandeira contra o neoliberalismo, contra as privatizações.
É um momento de mudança, de inflexão no governo Fernando Henrique, com o enterro da grande ideologia nacional, o nacional-desenvolvimentismo, com as privatizações e tudo o mais. Tem um caldo, uma cultura fértil para o ascenso desses movimentos. A Igreja, os movimentos sociais, o PT passam por um período de ascenso ao confrontar o governo.
Para vários analistas o episódio mais decisivo foi Eldorado.
O episódio deu maior projeção nacional e internacional ao MST, que apareceu como a novidade no combate à desigualdades sociais. Depois que se resolveu o conflito distributivo da inflação no Brasil, o centro da arena política tem sido a questão da desigualdade social.
Concorda que o massacre deu força à bandeira da reforma agrária?
Fernando Henrique dizia que a reforma agrária não gera impasse – e que tudo aquilo que não gera impasse não é prioritário em termos de agenda. Mas o tema foi recolocado na agenda, com o MST tendo apoio logístico da Igreja.
O que muda com a chegada do PT ao poder?
Abre-se um período de crise na história do MST. Em primeiro lugar porque desaparece o grande inimigo, aquele que aglutina, que causa coesão, emblematiza todos os problemas, o grande Satã, até mesmo dentro de uma visão religiosa, demonológica, que era o governo neoliberal. E agora? O que o movimento vai fazer? Pressionar o seu próprio poder? O MST não sabe como enfrentar essa crise. O segundo problema que surge com a ascensão do PT é a expansão das bolsas, como as do Programa Bolsa Família.
Por que?
Ela representam uma alternativa à ação do MST e o esvaziamento dos seus estoques, de sua capacidade de arregimentação. Há um terceiro problema com a chegada do PT ao poder, que é o processo de cooptação que vai se dando, com dinheiro e o aparelhamento do movimento social. Isso amortece o MST. Ele perde o seu húmus e o sentido. O que se vê hoje é o seu esgotamento. Ele não pode atacar o PT, porque isso beneficiaria o outro lado, que ele detesta. Prefere ficar com o PT, que abre o Estado para ele, num grande processo de cooptação. Há que se notar também que a Igreja passou por um processo de redirecionamento, de diferenciação com o MST. Aquela simbiose com o movimento não desapareceu, mas diminuiu muito.
Acha que a questão da reforma agrária, que era uma das principais bandeiras sociais na década de 1960, faz sentido na atual conjuntura?
Na década de 1960 não se podia organizar um projeto para o Brasil sem passar pela reforma agrária, sem romper com o latifúndio e liberar mão de obra para reduzir o custo da mão de obra no processo da industrialização. Também era preciso reduzir o latifúndio para liberar terras para a produção de alimentos e baixar os seus preços. Não é a situação de agora. O Brasil se transformou numa potência mundial, não tem crise de alimentação, a industrialização está dada, o agrobusiness, com a revolução verde, está aí. A questão que fica é: para quê reforma agrária?
O MST enfatiza a questão da produção de alimentos e afirma que o agronegócio só se preocupa com a produção de grãos.
Todos sabemos que a agricultura familiar é fundamental para a produção de alimentos. Mas esse segmento passou a ser coadjutor em relação ao grande capital. Isso significa que vamos comer grãos? Não, idiota. A questão é que a produção de grãos representa a possibilidade de divisas para o País.
Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda

Fotos de São Paulo / Antes e depois / G1

http://g1.globo.com/sao-paulo/sp-460/antes-depois/platb/

Clique na foto para ver as transformações do tempo em São Paulo

Gauleiter Gilberto Carvalho representa bem o nacional socialismo do lulopetistismo

20/01/2014
 às 17:49 \ Opinião

Reynaldo-BH: Gilberto Carvalho é o Joseph Goebbels do lulopetismo

REYNALDO ROCHA 
Joseph Goebbels tornou-se o símbolo da mentira, da subserviência e da distorção dos fatos. Tudo em nome do Führer. Gilberto Carvalho é o Goebbels de Lula e Dilma. Juntou a estratégia cínica de Franklin Martins com a desfaçatez que sublinhou o assassinato de Celso Daniel.
Sabemos que o bicho vai pegar. Sempre pegou. Mas convém que ele tome cuidado com o bicho que, por excesso de esperteza, fica grande e come o dono. Em delirante entrevista ao Estado de S. Paulo, a figura menor toma ares de intelectual progressista. Não é. É somente o ideólogo do lulopetismo. dissertando sobre os tais rolezinhos, na tentativa de  transformar em fato político o que já foi exaustivamente explicado.
Gilberto Carvalho responsabiliza a polícia e os donos de shoppings por “prováveis” transgressões. Aproveita a chance para atacar a Justiça que atendeu a quem solicitou a prestação jurisdicional incluída nas regras do estado de direito. E avisa que já “mandou recados aos donos de shoppings e a governadores”. Como um senhor feudal, avisou aos servos o que quer que seja feito.
Um primor de arrogância, conceitos banais desprovidos de qualquer cultura e exemplos risíveis.
Num acesso de pieguice, lembrou-se da infância e das noites de domingo. Falou da filha, criticou o uso do idioma inglês nas marcas (mesmo usando footing como exemplo de passeio a pé…) e voltou a celebrar a divisão que permite ao PT sobreviver. Agora são os brancos (ou os de olhos azuis de Lula) contra pardos e negros!
A divisão entre “consumidores de shoppings e não consumidores” já não se sustenta. Assim, agora está cor da pele a a saída para utilizar os fatos a favor da sempre odiosa divisão de que se aproveitam os milicianos petistas.
Goebbels nunca teve limites. E Hitler sempre soube usá-lo. Esta “análise sociológica” de Gilbertinho é muito menos relevante que o acervo de mentiras e arranjos que se seguiram ao assassinato de Celso Daniel.
Quem faz mais, faz menos. Gilbertinho faz o que for necessário.