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segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Língua Portuguesa tem 800 anos.... (27 de junho de 1214)

 

27/06/2014 09:28:50




Vida

Português faz hoje 800 anos

Português faz hoje 800 anos

A língua mais falada do hemisfério sul e a quarta mais falada em todo o mundo completa hoje oito séculos. 
Para o deputado português José Ribeiro e Castro estas são razões mais do que suficientes para comemorar. “Queremos saudar uma das mais importantes línguas internacionais e contemporâneas em tempo de globalização. A língua portuguesa é ela própria uma ferramenta da globalização”, sublinha o deputado, que promoveu, em conjunto com o editor João Pinto, o 'Manifesto 2014 - 800 anos da língua portuguesa' - subscrito por mais de 50 personalidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). 
O texto do manifesto é proclamado hoje junto ao Padrão dos Descobrimentos, onde 800 crianças irão lançar 800 balões com desenhos de artistas plásticos dos oito países da CPLP. Embaixadores e representantes oficiais destes países juntam-se ao evento, que terá momentos de dança e declamação de poesia. À noite, no Martim Moniz, serão lançados outros 244 balões luminosos, símbolo dos 244 milhões de falantes de português em todo o mundo. 
Macau também vai celebrar: hoje de manhã, serão lançados balões a partir da Escola Portuguesa.
Testamento real é o marco histórico
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o Presidente da República e o primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak e Xanana Gusmão, o embaixador Hélder Lucas, chefe da Missão de Angola junto da CPLP, o embaixador de Moçambique em Portugal e secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, e o presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, são algumas das personalidades que subscreveram este manifesto. O documento é  assinado também por escritores - como Pepetela, José Eduardo Agualusa e António Lobo Antunes -, linguistas, jornalistas e personalidades da cultura.
Mas porquê 27 de Junho? É que há precisamente 800 anos, no dia 27 de Junho de 1214, era assinado em Coimbra o Testamento do rei D. Afonso II - considerado o mais antigo documento oficial escrito em português. 
O objectivo inicial dos promotores da iniciativa era celebrar este marco a partir do Brasil, epicentro do Campeonato do Mundo de Futebol. “Gostaríamos que houvesse uma grande festa no país onde se realiza a copa do mundo e se fala português”, explica Ribeiro e Castro. Mas, lamenta o deputado do CDS, “não foram reunidas condições para isso”, em parte devido ao “contexto politicamente problemático do mundial”.

Energia eólica offshore... É energia para ser explorada no futuro

http://www.dw.de/especialistas-preveem-expans%C3%A3o-do-setor-de-energia-e%C3%B3lica-offshore/a-17725468

MEIO AMBIENTE
Especialistas preveem expansão do setor de energia eólica offshore

Com aperfeiçoamento da tecnologia e especialização da mão de obra, parques em alto mar já podem ser construídos de maneira mais rápida e barata. Custo de produção também deve diminuir na próxima década. 

"O clima no setor de energia eólica offshore está dividido", define Ronny Meyer, diretor da agência Wab, que representa os interesses do setor de energia eólica offshore (em alto mar). Por um lado, os produtores e fornecedores de turbinas, torres e pás eólicas não recebem encomendas há dois anos, e, "por isso, o clima entre eles é ruim". Já as companhias marítimas e montadoras vivem um momento muito bom, com as agendas lotadas. "Estamos construindo sete parques eólicos offshore paralelamente", diz Meyer.
A maioria dos parques eólicos em alto mar fica na Europa. Segundo o Relatório Mundial de Energia Eólica, a capacidade de produção instalada offshore chegou a 7,4 gigawatts (GW) em 2013, sendo que 6,9 GW do total estão concentrados na Europa e os outros 0,4 GW, na China. Metade da capacidade instalada mundial está no Reino Unido (3,7 GW), seguido pela Dinamarca, com 1,3 GW, e Alemanha, com 0,9 GW.
Em comparação com a energia eólica onshore, ou seja, produzida em terra firme, a offshore ainda está dando seus primeiros passos. Até o fim de 2013, a capacidade instalada dos parques eólicos onshore era de 312 GW no mundo, enquanto no mar era de apenas 7 GW.
No entanto, o setor offshore está otimista. Se em 2013 a energia produzida em alto mar correspondia a 5% do total da energia eólica produzida no mundo, nos pioneiros Reino Unido, Dinamarca e Alemanha, a parcela já chegava a 28%.
Os trabalhos de desenvolvimento e aperfeiçoamento do setor levaram cerca de uma década, tendo os primeiros parques offshore bem-sucedidos sido construídos no Mar do Norte e no Mar Báltico. Agora, o setor vive o início de sua fase industrial.
"Aprendemos muito. Agora temos navios de montagem, tecnologia e mão de obra qualificada, e podemos construir parques eólicos offshore de maneira bem mais rápida e barata", diz Meyer.
Segundo o especialista, na Alemanha, turbinas com capacidade de 2,6 GW serão integradas à rede em 2014 e 2015, e parques com capacidade de produção de três GW começarão a ser construídos em breve, enquanto outros são planejados. Meyer prevê um forte crescimento mundial do setor, principalmente na Europa, na China e nos Estados Unidos.
No Reino Unido, na Dinamarca e na Alemanha, energia offshore já representa 28% da energia eólica produzida
Custo de produção
Atualmente, o custo para energia produzida em parques offshore fica entre 13 e 15 centavos de euro por quilowatt-hora (kWh). "Nos próximos dez anos, poderemos reduzir esse valor em 30%, ficando abaixo de 10 centavos", diz Meyer.
O instituto econômico Prognos chegou a um resultado parecido num estudo recente, e estima, a longo prazo, um custo médio de 9,5 centavos de euro por quilowatt-hora (kWh) para a energia eólica offshore.
Comparada à energia nuclear ou à gerada a partir do carvão, essa fonte é mais barata. Porém, em relação à energia eólica produzida em terra firme e à energia solar, a energia eólica offshore é entre 30 e 70% mais cara.
Apesar da diferença no preço, Meyer vê futuro para a energia gerada em alto mar. "Como sempre há vento no Mar do Norte, com a energia offshore precisaremos de menos capacidade de armazenamento, pouca ampliação na rede de transmissão, e menos usinas reservas, movidas a recursos fósseis", reforça.
Num estudo, o Instituto Fraunhofer para Energia Eólica e Técnicas de Sistemas (IWES, na sigla em alemão) também recomenda a construção de parques offshore para cobrir a demanda da energia para eletricidade, calor e transporte na Alemanha até 2050. O instituto aconselha uma ampliação na produção de 2 GW por ano.
Apoio da política
O setor offshore mostra estar satisfeito com as políticas adotadas. "Em alguns países, vemos um forte apoio ao tema energia eólica offshore. Os governos reconheceram que também se trata de um tema político-industrial, e que o setor pode gerar empregos", afirma Meyer.
Na Alemanha, a produção de energia eólica offshore já emprega 18 mil pessoas. Meyer também se diz satisfeito com o projeto de lei para a ampliação do uso de energias renováveis no país. Entretanto, ele critica as idas e vindas da política energética alemã. "Isso é um veneno para investimentos bilionários em projetos longos e espanta investidores internacionais."
Apesar disso, o especialista reitera que a Alemanha estabeleceu uma mudança da matriz energética como objetivo, e, "para isso, tanto a energia eólica em alto mar quanto a em terra firme são necessárias".

DW.DE

O pessoal do PT é 'barra pesada'... Candidata do PT desejou, por Twitter, a morte de defensor da Colômbia que agrediu Neymar


06 de julho de 2014 • 14h41 • atualizado às 15h58

Candidata a deputada se retrata após desejar morte de Zuñiga



Zúñiga (dir) foi atacado em rede social por candidata do PT

Foto: Ricardo Matsukawa / Terra


Candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) a deputada estadual no Rio Grande do Sul, Luísa Helena Stern causou polêmica neste fim de semana. Após desejar a morte do colombiano Camilo Zuñiga logo depois da confirmação de que a joelhada do lateral tirou Neymar do restante da Copa do Mundo, a militante recuou e pediu desculpas ao jogador da seleção sul-americana.

Estádios para a Copa do Mundo de Futebol em 2018 na Rússia

https://br.esporteinterativo.yahoo.com/fotos/est%C3%A1dios-da-copa-de-2018-na-r%C3%BAssia-1326894482-slideshow/




Estádio em Nizhny Novgorod, para 44.899, tem um projeto muito diferente (Foto: Divulgação)

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Beleza incomoda muita gente e o futebol sofre do mesmo preconceito...! A repórter não agradou aos telespectadores do México

https://br.esporteinterativo.yahoo.com/fotos/veja-fotos-da-rep%C3%B3rter-mexicana-que-impressionou-pela-beleza-no-jogo-entre-brasil-e-m%C3%A9xico-slideshow/
Vanessa Huppenkothen (Foto: Reprodução - Facebook)
Nas redes sociais, Vanessa é vista como uma mulher bonita sem conteúdo, e há quem sugira que ela nunca deveria ter assumido o posto de repórter na Copa do canal Televisa, do México.

Vanessa Huppenkothen (Foto: Reprodução - Facebook)

domingo, 6 de julho de 2014

Jogo Brasil e Colômbia na visão do jornalista mexicano José Sámaso... // El País


Brasil, por las bravas

Con goles de sus centrales Thiago Silva y David Luiz y golpe a golpe, La Canarinha elimina a una Colombia sometida al principio y sin tiempo al final

Neymar abandona el partido lesionado y el médico diagnostica una fisura en la tercera vértebra

 Rio de Janeiro 5 JUL 2014 - 00:58 CEST

Por lo civil o por lo militar, lo que haga falta. Así es este nuevo Brasil del general Scolari, ya en semifinales a golpe de centrales, autores ambos, Thiago Silva y David Luiz, de los dos tantos locales. A falta de juego, los defensas tocan la corneta. A rebufo quedó Colombia, parca y sometida al principio y sin tiempo al final para la remontada. A los cafeteros se les hizo tan corto el último tramo como a James, el diamante pulido este mes, el Mundial, que se fue con tantas lágrimas como moratones en las piernas. Este Brasil puede fardar de resultados, pero su desapego por el encanto que le distinguía resulta descorazonador. Hoy es un equipo de tosca armadura, piernas de mármol y zurra que zurra: hizo una falta cada tres minutos, sin que al parecer el árbitro, el español Velasco Carballo, llevara la contabilidad. Tampoco tomó nota de la estocada de Zúñiga a Neymar en la columna, lo que hizo al brasileño dejar el partido en la camilla.
De entrada, no compareció la descocada Colombia, sino un equipo desteñido, atenazado, con plomo en la cabeza y los pies. Con el garrote a mano y mucho voltaje, Brasil encapsuló a su adversario, sostenido por su portero Ospina, al que ese increíble Hulk con botas acribilló en más de una ocasión. Hulk, forrado en músculos, simboliza a esta Canarinha de bucaneros, un equipo de fútbol convertido en un convoy de tanques. Por las bravas, como si en cada disputa estuviera a un paso la tercera guerra mundial, Brasil, con su fútbol machote, sometió a su rival, incapaz de coger el hilo al juego. Inferior en el cuerpo a cuerpo, Colombia no pudo imponer sus virtudes y hasta el segundo acto, el guion siempre fue brasileño.

El grupo de Pékerman no lograba reclutar a James, contra el que Scolari había dictado orden de arresto a Fernandinho el primero, y, en caso de necesidad, al que merodeara su sombra. El objetivo: James por los suelos. Ni caso hizo el español Velasco Carballo, que no perdió ocasión en sancionar a la estrella colombiana por una parvulada en comparación con la leña recibida. Curioso, antes del gol de David Luiz, con más de 40 faltas ya por el camino (25 brasileñas), James y Yepes ya habían sido amonestados. Por La Canarinha, solo Thiago Silva, que se perderá la semifinal con Alemania. El árbitro madrileño contemporizó con el cuadro local hasta con el espray, que no siempre fue una frontera para la barrera brasileña.
Brasil juega a la carga, con los tambores a todo trapo. Y más en las áreas, que las convierte en un feudo de cocodrilos. En territorio propio o ajeno, sus centrales marcan la línea. Así que a la primera que se ganó un córner desfiguró a la defensa cafetera. Neymar lanzó un saque de esquina antes de los diez minutos, atacantes y defensores cazaron moscas y la pelota cayó a la zona de Thiago Silva, que anotó de un rodillazo. Lo mejor que le podía pasar a este Brasil que llegaba con tantas angustias, una ventaja sin demora. Colombia notó la sacudida y muy pronto sintió que era un forastero en un terreno inhóspito. Que el partido trataba de aceptar el golpe por golpe y que no siempre habría un juez para interrumpir el combate.
Encriptado James entre el selvático medio campo local, en el primer acto Brasil fue una avalancha, y sólo Cuadrado tuvo a tiro a Julio César. Con Óscar más centrado y Maicon por Alves con la costa derecha a sus pies, Colombia sufrió el asedio por todos los rincones, con su zaga hecha un ovillo ante cada embestida de Hulk junto a Marcelo, ante los bailes de Neymar. No encontraba remedio. Y no lo tuvo hasta que parecía definitivamente condenada.
El árbitro sancionó a James Rodríguez por una parvulada en relación con la leña recibida
El conjunto de Pékerman arrancó con mayor soltura en el segundo tiempo, con Brasil más recogida, lo que al menos le concedía la posibilidad de disputar el partido alejada de su portería. Los centuriones de Scolari no le abrían vías hacia Julio César, pero de Ospina ya no había noticias. Los muchachos colombianos se quitaron los corsés. Echaron un vistazo al frente y equilibraron el juego. En su mejor momento colombiano, Yepes, su capitán, resolvió un descomunal enredo en el área, pero un asistente invalidó el gol al acertar un fuera de juego por una uña al inicio de la jugada. De inmediato, con Brasil titubeante, de nuevo un central acudió al auxilio. A muchas cuadras de Ospina, David Luiz trazó un gol sensacional. Un zapatazo que hizo que la pelota, ya en vuelo, cambiara de rumbo en dirección a la red. Un golazo.
Brasil carga con todo y convierte las áreas en un feudo de cocodrilos
A la selección colombiana solo le quedaba el remango de James Rodríguez, un jugadorazo, por su enorme clase y porque con su juventud ni Fernandinho con la estaca logró que se escondiera. Aguantó con los dientes apretados y remó cuanto pudo para acortar distancias en un penalti mayúsculo del portero Julio César a Bacca. Marcó James y Colombia remó cuanto pudo hasta morir de realidad en la orilla. Lo hizo llorando como una regadera, pero tiene todo un mundo por delante para pelear por los tronos.
De momento, a eso aspira este Brasil de corsarios, en el que el gol también es cosa de sus centrales. Como lo había sido horas antes de Alemania, su próximo adversario. Y un cartel antinatural: Alemania quiere la pelota que adoraba el viejo Brasil y Brasil prefiere los corpachones que distinguían a la antigua Alemania. 
El fútbol tiene revés.

Futebol é uma ferramenta para proteger os jovens de agir com a violência

TERMÔMETRO SOCIAL E ECONÔMICO DA AMÉRICA LATINA

O paradoxo do futebol e a violência

Os países da América Latina encontraram no esporte um poderoso aliado para prevenir e combater o crime

Meninos jogam bola em uma rua de Salvador. / RODRIGO ABD (AP)
 Cidade do México 6 JUL 2014 - 11:18 BRT
Nesta Copa do Mundo vimos chutes, cotoveladas, cabeçadas e até mesmo uma mordida. As celebrações dos resultados também não têm sido totalmente pacíficas: a primeira vitória da Colômbia deixou mortos e feridos em Bogotá; no Chile, as comemorações terminaram com queima de ônibus e confrontos com a polícia.
O esporte também está associado aos "barras bravas" em alguns países latino-americanos, aos hooligans europeus, à chamada "guerra do futebol" na América Central (1970), e até mesmo ao crescimento dos casos de violência doméstica, na Inglaterra, de acordo com um estudo recente.
Paradoxalmente, o mesmo esporte que desencadeia esses eventos nos estádios e fora deles também pode servir de ferramenta para obter o oposto: ensinar pessoas ou comunidades suscetíveis à violência a conviver em paz.
"É um esporte que chama, que desperta paixão, que atrai, que é coletivo, que requer interação, que tem grandes vantagens se usado como ferramenta para desenvolver nas crianças e nos jovens as competências que lhes permitirão resolver os conflitos de maneira pacífica", explica Martha Laverde, especialista em educação do Banco Mundial.
Então a resposta para a crescente insegurança é construir mais campos de futebol e menos delegacias? Laverde adverte que, na realidade, o processo não é tão simples. "Não é o jogo pelo jogo, é preciso ter uma intencionalidade e é isso que estão fazendo tantas organizações pelo mundo ao utilizar o futebol como um meio para desenvolver uma cultura de paz."

Futebol sem violência

Precisamente essa intencionalidade foi colocada em prática, com sucesso, em diferentes partes da América Latina, onde milhares de jovens de áreas afetadas pela violência da criminalidade ou do conflito armado escolheram mandar bolas em vez de balas.
Em Zacatecoluca, um dos municípios mais violentos de El Salvador, reforçaram o time de futebol e construíram um novo campo, que se tornou um lugar onde as crianças locais se formam nos valores do esporte e do respeito.
"Esta comunidade era uma das mais perigosas, e graças ao trabalho com os jovens conseguimos reduzir em praticamente 90% o índice de criminalidade", explica Carlos Gómez Villegas, Coordenador de escola de futebol na Colônia La Esperanza em Zacatecoluca.
Na Colômbia, por exemplo, onde o conflito armado deixou mais de 200.000 mortos em 60 anos, a iniciativa Fútbol con Corazón ajuda mais de 2.000 crianças de comunidades carentes ou suscetíveis a situações de violência a ter acesso a novas oportunidades e desenvolve neles habilidades que lhes permitam enfrentar as adversidades.
O padre Alberto Gauci foi muito mais longe e construiu um estádio para 20.000 espectadores em Juticalpa (em espanhol), uma localidade de apenas 120.000 habitantes em Honduras, afetada pela violência do narcotráfico e das gangues.
Gauci explica que não basta recomendar aos jovens que não usem drogas ou álcool, também é preciso oferecer alternativas.
A especialista Laverde explica que os papéis assumidos no campo são os mesmos que os jovens encontram na família, na escola, na comunidade: o líder, o estrategista, o defensor, o atacante, o que só quer resultados, o que só atrapalha.
"Todos esses papéis no jogo exigem pelo menos duas habilidades muito importantes: empatia e controle emocional", diz Laverde.
Se conseguirmos, por meio do futebol, que as crianças e os jovens dominem essas duas habilidades de interação social, eles ganhariam, sem dúvida alguma, "as ferramentas que os protegeriam de agir com violência".
Todos esses valores são necessários na América Latina, oficialmente catalogada como a região mais violenta do mundo, uma vez que nela ocorrem 30% de todos os homicídios do mundo, apesar de abrigar apenas 9% da população do planeta.

Isabelle Schaefer é produtora on-line do Banco Mundial.

TelexFree fraudou 50 mil espanhóis com 'a maior pirâmide financeira da história'


A pirâmide TelexFree frauda 50.000 investidores na Espanha 

O chamariz que se propagou pelo Brasil, onde deixou 240.000 vítimas, afeta 50.000 investidores na Espanha

 Madri 5 JUL 2014 - 19:01 BRT

María Hernández se aproxima do abismo. Não consegue abastecer a geladeira. Perderá sua casa no próximo mês. Tem 48 anos. Acredita que nunca mais trabalhará. “Perdi tudo. Caí no conto do vigário”, lamenta a mulher, natural de Salamanca, que afirma receber ameaças de morte. O motivo: divulgar na internet os responsáveis por sua “ruína”: a TelexFree, uma empresa multinível na qual depositou 15.000 euros (cerca de 45.000 reais) na esperança de garantir o futuro profissional da sua filha. Foi em março. Um mês antes de o FBI aparecer nos minúsculos escritórios da empresa em Massachusetts e de a Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) desmascarar a farsa. Uma pirâmide colossal que levou as economias de mais de 50.000 espanhóis, segundo cálculos do EL PAÍS.
Esta história gravita sobre um pecado capital: a cobiça. Um estímulo que impulsionou mais de um milhão de investidores no mundo a confiar, desde 2012, em uma proposta sem sentido: pagar para entrar em um sistema que permitia receber milhares de reais para copiar e colar anúncios de classificados na internet. Um trabalho que levava 10 minutos por dia e que não exigia perícia informática, além de oferecer um retorno anual de até 265%. Uma moleza. O atrativo de enriquecer agolpe de clique se espalhou como pólvora pelo Brasil (240.000 vítimas) e pela República Dominicana (150.000). Depois, chegou à Colômbia, ao Peru… e à Espanha. A fraude planetária soma 2,19 bilhões de reais, segundo a SEC.
O chamariz propagou-se por Brasil (240.000 vítimas) e República Dominicana (150.000) antes de chegar a España

O chamar
Antonio Rivas, 48 anos, de Córdoba, admite ser o pioneiro da TelexFree na Espanha. Importou o negócio em julho de 2012. Rivas é cantor de músicas românticas. Sua especialidade são os casamentos. Cobra 350 euros (aproximadamente 1.050 reais) — mais o deslocamento — para interpretar, durante uma hora, canções como María la Portuguesa. “Só ganhei 12.000 reais neste tempo. Sou mais uma vítima”, resume esse homem, que se apresenta como programador de informática, apesar de não ter nível superior. Até quatro ex-membros da empresa e afetados contestam os números. Sustentam que as 38.000 pessoas que Rivas se gabava de ter recrutado na internet haviam relatado a ele lucros diários equivalentes a 3.000 reais. “Nunca vivi da TelexFree. Sou o único que declarou suas receitas à Fazenda”, insiste Rivas. Em particular, as cerca de 20 vítimas consultadas garante que a maior parte do dinheiro da companhia circulava num caixa-dois.


O ex-líder da TelexFree Juan Carlos Molina.
O cantor descobriu a TelexFree através de uma videoconferência com Sann Rodrigues de Vasconcelos, um dos oito cabeças da pirâmide, segundo a SEC. Vasconcelos, um brasileiro de 42 anos de idade, era o personagem perfeito para conferir caráter épico ao esquema. Um ex-viciado em drogas que saiu do fundo do poço e deixou a marginalidade se aferrando à Bíblia. Depois, atribuiu seu sucesso às empresas multinível. Mas a ascensão era uma farsa. Em 2007, foi acusado pela SEC de formar uma pirâmide com a empresa Universo FoneClub. Foi condenado a pagar uma multa de mais de três milhões de reais. Hoje, uma mulher, ao atender ao telefone da casa de Vasconcelos no Brasil, responde que não conhece o homem que alardeava seu status financeiro no YouTube, inclusive postando vídeos em sua Ferrari. “Sann Rodrigues ganhou mais de 4,4 milhões de reais com tudo isto”, explica Rivas, que também diz estar ameaçado de morte. Em seu caso, foi atribuído a ele o tecido de uma arquitetura infernal, que condenou milhares de famílias à miséria.
A miragem do dinheiro fácil é a chave para entender este complicado relato. “A mulher que me recrutou dirigia uma BMW”, lembra o personal trainer Chema Guevara, de 39 anos, morador de Salamanca. “Meu líder ganhava 6.000 euros semanais”, acrescenta Chus Rabado, de 37. “Nas apresentações alardeavam que haviam comprado casas. Eu fiquei na pindaíba. Há quem tenha vendido tudo para comprar muitas licenças”, arrematou a terapeuta argentina Valeria V. Ela afirma que foi deixada de lado após entregar seus 1.080 euros (3.254 reais). A maior parte do dinheiro foi captada por uma mulher, na faixa dos 30 anos, chamada Silvia. Uma madrilenha que se gabava, reservadamente, de “ser formada na universidade da vida” e se mostrava hiperativa quando recrutava novos aspirantes. Hoje, tampouco atende ao telefone.
A professora de inglês desempregada Elisabeth Hernández abraçou a TelexFree como alternativa de trabalho. Aos 30 anos, deixou a pirâmide após solicitar um crédito de 5.500 euros. Foi um mês antes de o negócio explodir. Ficou arruinada. “Um homem teve um infarto após saber da quebra. Sua família tinha investido 42.000 euros”, sussurra por telefone a mulher, que hoje vive no Estado mexicano de Hidalgo.


O pioneiro da TelexFree na Espanha, Antonio Rivas, durante uma de suas apresentações.
Hernández sabe do “estrago” que a pirâmide causou na América do Sul, onde a fórmula arrasou. No Brasil, a companhia patrocinou o time do Botafogo e se tornou o segundo termo mais procurado no Google em 2013. O diretor da TelexFree neste país, Carlos Roberto Costa, chegou a colocar no YouTube um suposto contrato da Mapfre que serviria de garantia para o investimento. Fontes da seguradora espanhola insistem em que jamais existiu essa relação. Mas há mais. Os tribunais brasileiros já qualificaram há um ano a TelexFree como uma das maiores pirâmides financeiras da história.
Os prejudicados espanhóis se preparam para uma cruzada nos tribunais. Estão montando uma ação coletiva que já atraiu mais de 1.200 vítimas. Defendem que o desmoronamento da TelexFree foi uma explosão controlada. Que os chefes conheciam a notícia com antecedência. E que trabalharam contra o relógio para engordar o caixa e saltar fora com o botim antes da detonação. “No começo de março eles ficaram loucos para introduzir novos sócios”, relata María Hernández. Essa prejudicada afirma que o rumor da quebra circulou na cúpula durante o congresso de marketing da empresa multinível realizado em Madri nos dias 1º. e 2 de março deste ano, oito meses depois de a Justiça brasileira interferir no assunto. Participaram do evento os fundadores da TelexFree, os norte-americanos James Merrill e Carlos Wanzeler. Sua presença ficou imortalizada em dezenas deselfies tirados pelos 2.000 participantes, numa reunião em que se bradou com euforia um grito de guerra: “Voa, voa, TelexFree!”, como no filme O Lobo de Wall Street. Também apareceu o salvo-conduto da ambição. Os participantes levantaram o dedo mostrando quais deles perseguiam seu primeiro milhão de dólares. Há quem tenha levantado três, segundo várias testemunhas. “Eu fiz o numerozinho, agora me sinto como um idiota”, reconhece Paco J., um pré-aposentado de 54 anos que perdeu 9.000 euros e arruinou seu filho.
1.O recrutador apresenta a companhia como sendo uma fórmula de emprego para autônomos. Desempregados e imigrantes são os principais destinatários dessa estrutura de negócio. Os captadores garantem os lucros.
 2. O negócio consiste em recrutar novos vendedores cujo trabalho é, por sua vez, captar mais distribuidores. Seu trabalho consiste em copiar e colar anúncios classificados na internet. A atividade produz lucros – teoricamente –porque posiciona a firma nos mecanismos de busca. Além disso, os distribuidores devem comercializar também um cartão de 3.000 minutos mensais de chamadas pela internet (tecnologia voz IP). Custa 36 euros (108,50 reais). Há na internet aplicativos similares gratuitos, como Viber e Skype.
3. Entrar na estrutura custa o equivalente a entre 636 e 2.287 reais. Esses preços garantem a publicação de anúncios na web – um trabalho que exige 10 minutos diários, sem a necessidade de conhecimentos informáticos. A promessa é de um retorno anual de até 265% sobre o investimento. Se o participante acumular mais licenças, aumenta o tempo necessário para colocar os anúncios.
4. A TelexFree oferece a opção de ganhar sem trabalhar. Para isso, será preciso antes arregimentar uma rede de vendedores incautos. Os lucros resultarão em comissões ao arquiteto da estrutura.
5. Os dividendos são pagos em dólares, em pastas virtuais denominadas back offices. Os chefes podem ter acesso a esses endereços e aos lucros dos seus vendedores.

A investigação trouxe a tona uma impostura que havia durado dois anos. As origens de Merrill conduziam a uma pequena firma de limpeza de escritórios na cidade norte-americana de Ashland. O fundador da pirâmide não possuía realmente o diploma de economista pela Universidade Estadual Westfield, conforme alardeava. E o chamativo edifício da propaganda era afinal um espaço de trabalho compartilhado com outras 28 empresas. Merrill, de 52 anos, foi detido. Seu sócio Wanzeler, de 45, foi declarado foragido. A TelexFree pediu em abril amparo sob o artigo 11 da Lei de Falências dos EUA. Um tribunal congelou seus recursos. A investigação delatou que os cabeças desviaram dinheiro para suas contas. “Foi uma das maiores estruturas [piramidais] da história”, afirma, da Flórida,
 o advogado Jordan Maglich, especialista em esquemas de Ponzi.Um mês e meio depois do congresso de Madri, a SEC acusava Merrill e Wanzeler, além de seis outros diretores, de idealizarem uma estrutura piramidal que tinha como base os escritórios de Massachusetts e que se propagou como um vírus. Era praticamente calcado no chamado esquema de Ponzi, como aquele que o financista Bernard Madoff manteve até 2008 em Wall Street. O agente regulador alegou que o faturamento da TelexFree representava apenas 1% dos seus compromissos a pagar.
“Foi tudo à merda”, sentencia o encanador Andrés S., um madrilenho que perdeu 3.000 euros.

O nervosismo começava a se espalhar entre os pioneiros da TelexFree. As imagens dos chefes circulavam pelas redes sociais. Eles eram apontados como os culpados pela miséria alheia. Alguns tentaram se desvincular da pirâmide que desmoronava saltando para outra. Este jornal presenciou como Juan Carlos Molina, ex-líder da TelexFree na Espanha, entregou um envelope com mais de 3.000 euros à vítima Mara V.. O pagamento foi feito em uma lanchonete da estação madrilenha de Atocha. A condição era de que a vítima, que perdeu 5.000 euros procedentes da herança da sua irmã, deixasse de acusar na internet o homem que a recrutou para a estrutura. “Não participo de reportagens. Não respondo”, esquivou-se Molina ao ser abordado. Agora, em convenções ao estilo norte-americano, esse andaluz elogia as maravilhas da companhia multinível WishClub.


Os líderes espanhóis da Telexfree com o chefe mundial, James Merrill, em pé à esquerda.
A TelexFree causou estragos. O mestre de obras murciano Pedro T. precisou pedir um adiamento da sua hipoteca para manter seu apartamento. Perdeu 18.000 euros. O motorista Abel Navamuel trabalha para devolver os 4.000 euros de um amigo que recrutou. Tem remorsos. E uma jovem peruana residente no Chile se vê prestes a ser despejada após confiar o equivalente a 150.000 reais que já não voltarão, segundo M. P., uma colombiana que preserva sua identidade para evitar ameaças eassessora através do Facebookcentenas de espanhóis e sul-americanos que compraram a mensagem da riqueza expressa, à base de cliques.
Imaculada Torres Adán está desempregada. Tem 35 anos. Foi das últimas a desembarcar. “Era como uma seita. Massacravam você pelo What’sApp.” Essa madrilenha foi a única vítima que se deixou fotografar para esta reportagem. Torres renunciou a recuperar seus 4.500 euros. Não quis recrutar amigos e familiares. Suspeitou da fraude. “Eu teria morrido de vergonha.” Ao contrário da maioria dos afetados, ela dorme tranquila.