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quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Desrespeitados pelo cinismo oficial e assaltados como contribuintes..." / Fernando Gabeira


22/04/2015
 às 20:59 \ Opinião 

Fernando Gabeira: ‘Hora e vez de Sibá Machado’

Publicado no Globo
FERNANDO GABEIRA
Mais uma vez, o povo na rua. Grande parte de nossa esperança está depositada na sociedade. Ela é quem pode dinamizar a mudança. A maioria vai gritar “Fora Dilma”, “Fora PT”. Não há espaço agora para outras palavras. No entanto, a saída de Dilma é apenas o começo. Vai ser preciso um ajuste econômico. Todos deveriam se informar e tomar posição sobre ele. O governo Dilma não se mexe na redução de ministérios e cargos de confiança. Não há um projeto sério de contenção de gastos com a máquina. E sem isso, o impacto do ajuste, aumentando impostos e cortando benefícios sociais, dificilmente será digerido pelo Congresso e pela própria sociedade.
O Congresso é passível de suborno com verbas e cargos. A sociedade, não. Mas um simples ajuste econômico merecia um pouco mais de reflexão para além deste domingo.
Vale a pena retomar um crescimento apoiado no consumo de carros e eletrodomésticos? É possível superar a limitação do voo da galinha na economia brasileira, achar um caminho sustentável?
Os rios brasileiros estão exauridos. Vamos continuar a destruição? A Califórnia luta há anos com a escassez de água. É um estado que sempre soube se reinventar. Abriga a indústria do cinema, o Vale do Silício. Apesar de toda a experiência, a crise atual ameaça seu futuro.
Cada vez que um grande movimento vai às ruas pedindo a saída de Dilma, ela, na realidade, vai saindo aos pouquinhos. Hoje não controla a política, nem a economia. Inaugura, faz discursos para a claque. Apegado à negação de seus erros, o PT é quase um fantasma. Seu líder na Câmara é Sibá Machado. Ele acha que as manifestações do dia 15 e também as de hoje são organizadas pela CIA. E foi ao ministro da Fazenda pedir novos financiamentos para as empreiteiras do Lava-Jato.
A tendência é achar que o Sibá Machado não existe, que é criação de algum escritor dedicado ao realismo fantástico. Mas Sibá existe e ocupa a liderança de um partido com 64 deputados na Câmara. Como foi possível Dilma ser presidente do Brasil? Como foi possível Sibá Machado tornar-se o líder de um partido que está no poder há 12 anos?
Não há espaço para explicar tudo. Mas Dilma é fruto da vontade de Lula, que detesta a ideia de surgirem outros líderes no partido. Sibá é o fruto da disciplina de quem espera na fila a hora do revezamento. Todos podem ser líderes, independentemente de estarem preparados. É a hora e a vez de Sibá Machado.
Estamos atravessando uma atmosfera de “Cem anos de solidão”. Sibá pede mais dinheiro público para quem nos roubou. Dilma afirma que sua tarefa é recuperar a Petrobras, que ela e o PT destruíram. Não acredito que sejam cômicos por vocação, embora o Sibá leve muito jeito. Isaac Deutscher, o grande biógrafo de Trotsky, demonstra que muitas vezes os governos fazem bobagem porque já não têm mais margem de manobra.
O buraco em que o PT se meteu é mais grave do que a estreiteza da margem de manobra. É a escolha de quem se agarra à negação para fugir da realidade. Por isso é que, além dos incômodos da crise, do assalto às estatais e fundos de pensão, o PT irrita. São muitas as pessoas simples que se sentem não apenas assaltadas como contribuintes, mas desrespeitadas pelo cinismo oficial.
Já é um lugar comum afirmar que vivemos a maior crise dos últimos tempos. Nela, entretanto, há um dado essencial: aparato político burocrático segue afirmando que a realidade é a que vê e não a compartilhada por milhões de pessoas na rua.
O que pode acontecer numa situação dessas? Collor saiu de nariz empinado e submergiu alguns anos. Ele chamava verde e amarelo, aparecia preto. O PT chama vermelho, aparecem verde e amarelo.
O curto circuito pictórico parece não dizer nada para eles. No fundo, havia em Collor uma espécie de orgulho pessoal. No PT, há uma confiança na manipulação. O partido no poder escolheu o caminho mais espinhoso. Seu líder na Câmara parece delirar, mas apenas quer cumprir suas tarefas elementares de negação.
O assalto à Petrobras não existiu. As manifestações foram arquitetadas pela CIA, e as empreiteiras, coitadinhas, precisam de grana oficial para financiar nossas campanhas. E os marqueteiros nos observam como jacarés tomando sol. Daqui a pouco vão entrar em ação para convencer a todos que o Brasil é maravilhoso e vai ficar melhor ainda.
É assim que a negação se reflete numa alma simples como a de Sibá Machado. Ele vem de uma região marcada pelas experiência místicas com a ayahuasca, planta que provoca visões. Um pouco distante dali, mas também na Amazônia, o pastor Jim Jones comandou um suicídio coletivo.
Na hora e vez de Sibá, o próprio inferno será refrigerado. Ganha-se muito dinheiro quando se passa pela cadeia, como fez José Dirceu. E há sempre Cuba e Venezuela para um recuo estratégico.
Vamos para a rua fingindo que os agentes da CIA nos organizam. No fundo, sabemos que se dependêssemos deles, correríamos o risco de uma grande trapalhada.
Mas pra que contrariar Sibá Machado e o PT na sua fase tardia ? De uma certa forma, já não estão entre nós. Morreram para o debate racional.

Sobre cães e gatos / A Psiquiatria está em todo lugar // Zoopsiquiatria ...é assunto delicado !

Bichos neuróticos, donos nervosos. A psiquiatria chega aos pets http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/04/bichos-neuroticos-donos-nervosos-psiquiatria-chega-aos-pets.html

Bichos neuróticos, donos nervosos. A psiquiatria chega aos pets

Eles têm quatro patas, não falam e vivem num confortável ócio – mas, pelo jeito, sofrem de dramas emocionais semelhantes aos nossos

JÚLIA KORTE
21/04/2015 08h00

REMÉDIO OU TERAPIA? A veterinária Juliana Gil, de São Paulo. Ela atende cães em sessões individuais (Foto: Camila Fontana)
Ela teve uma infância difícil. Foi abandonada pelos pais pouco depois de completar 1 ano. Esperou outro ano para ser finalmente adotada por um casal. O recomeço foi difícil. “Ela não queria entrar em casa”, diz Rod Tiago, de 44 anos, que a adotou. O casal a encheu de carinhos e cuidados. Ganhou uma irmã mais velha, Cléo, de 12 anos, e todos os mimos imagináveis para mitigar o trauma do abandono – até um acupunturista foi chamado. Não adiantou. Caiu prisioneira da ansiedade e começou a atacar as visitas. Um especialista a diagnosticou com agressividade, irritação e agitação contínua. O tratamento começou há dois meses e contempla o uso contínuo de Neuleptil. O medicamento é indicado para quem sofre de negativismo, indiferença, hostilidade, hiperemotividade e instabilidade afetiva. Aos 4 anos, ela, portanto, já está sendo tratada como desequilibrada emocional. O nome dela é Menina. Mas Menina não é uma criança. É uma vira-lata.
>> A acupuntura e seus benefícios nos pets

Menina é apenas uma paciente entre muitas tratadas pelo novo ramo da medicina veterinária: a zoopsiquiatria. Ela defende, em poucas palavras, que a mente animal tem as mesmas vulnerabilidades da mente humana. Para essa turma, cachorros não têm dono. Têm tutores. E pobre de nós, os tutores. Se o seu cachorro foge de uma vassoura ou de uma mão levantada, batata: ele sofreu abuso e precisa de terapia. Se seu gato lambe um pedaço do corpo até criar feridas, prepare-se: ele pode sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo. A opção pela palavra tutor indica de quem é a culpa pelos traumas dos pets: ela é sua.


À primeira vista, parece mais uma etapa na humanização sem fim dos pets. Tratamos bichos domésticos cada vez mais como semelhantes. Ou melhor, como filhos: damos nomes, roupinhas, sapatos, festas de aniversário, dias em spas... Já permitimos que eles passeiem conosco em shoppings e viajem ao nosso lado no avião. Projetamos neles os sentimentos e comportamentos humanos que desejamos enxergar, seja lá por qual razão – ou desrazão. É um exagero, claro. Mas e daí? Não há racionalidade que resista ao olhar pidão do mais desgraçado vira-lata. Ou então o bicho é você. Desalmado.
Podemos projetar o que for nos pets, mas a zoopsiquiatria assegura que eles sofrem de transtornos mentais semelhantes aos nossos. Os especialistas da área garantem que, graças aos avanços em áreas como biologia, genética e neurociência, acumulam-se evidências de que os animais podem sofrer de terror noturnotranstorno de estresse pós-traumático,transtorno obsessivo-compulsivodepressão e outras dores de cabeça que pareciam demasiado humanas. Ainda não se falou em neurose, complexo de Édipo e inveja do pênis, mas parece questão de tempo antes que Freud seja chamado a explicar também os animais. A psicanálise mais tradicional busca a cura pela fala. Talvez latidos e miados, mesmo no divã, sejam um empecilho.

O veterinário Nicholas Dodman, da Sociedade Americana de Comportamento Animal, publicou um estudo em que diz ter encontrado nos cães da raça dobermann um gene associado a uma forma específica de TOC. Os animais cuidam compulsivamente de um objeto (como cobertor de dormir) ou de uma parte do corpo. Quando submeteu os cães a ressonância magnética, Dodman notou níveis anormais de atividade na ínsula direita anterior – a mesma parte do cérebro alterada nos humanos diagnosticados com a doença

Como resolver? Nem Lacão explica. Mas a zoopsiquiatria tem as respostas. Para os especialistas da área, animal doméstico é como um bebê. Como os bichos não falam, só é possível saber quando estão felizes, tristes ou assustados observando seu comportamento. “A psiquiatria veterinária é muito parecida com a psiquiatria infantil. O diagnóstico é baseado no que o tutor diz e na observação do animal”, afirma Stéfanno Mendes Lima, veterinário especialista em zoopsiquiatria. Um exemplo: cães ou gatos que tentam abocanhar moscas inexistentes no ar. Mendes Lima  diz que enxergar insetos que não estão lá pode ser indicador de esquizofrenia, uma forma de alucinação. Mas pode também ser um comportamento normal, uma brincadeira. A frequência e o contexto ajudam a estabelecer a diferença. Antes, porém, de estigmatizar seu bicho como doente mental grave, lembre que os egípcios acreditavam que os gatos efetivamente veem coisas do outro mundo. Se é loucura, ela existe há milhares de anos – e tem sido compartilhada por respeitáveis humanos.

SER OU NÃO SER A cadela Menina  na casa onde mora. Contra a agressividade e agitação, ela toma Neuleptil. A gata  Mel, de 16 anos. Ela  toma ansiolítico (Foto: Raul Spinassé/ EPOCA)
Outro estudo da Universidade de Edimburgo demonstrou que gatos acima dos 11 anos sofrem de problemas geriátricos humanos, incluindo demência e Alzheimer. Se o seu gato começar a esquecer onde fica o pote de ração em que ele se alimenta há dez anos, pode não ser distração. Há também a questão do amor. Segundo um estudo da Universidade Emory, nos Estados Unidos, imagens do cérebro canino mostram que, quando apresentados a cheiros familiares do cotidiano, os animais priorizam o odor dos donos. Ele ativa uma parte do cérebro chamada de núcleo caudado. Em nós, a visão do ser amado provoca sensações prazerosas numa área análoga do cérebro. É lá que reside o amor de homens e animais?
SER OU NÃO SER A cadela Menina  na casa onde mora. Contra a agressividade e agitação, ela toma Neuleptil. A gata  Mel, de 16 anos. Ela  toma ansiolítico (Foto: Raul Spinassé/ EPOCA, Letícia Moreira/ EPOCA)
É claro que abordagens paralelas entre humanos e seus companheiros domésticos têm limites. Como os bichos são incapazes de contar seus sonhos ou discutir seus complicados sentimentos em relação à mãe, o tratamento lacãoniano está fora de questão. Como se faz, então, para tratar da angústia quadrúpede? “É uma abordagem múltipla”, afirma Juliana Gil, veterinária comportamentalista do Hospital Veterinário PetCare, em São Paulo. A abordagem envolve consultaterapia com os donosadestramento e eventuais mudanças no ambiente que cerca o animal. Em cerca de 30% dos casos, usa-se medicação. Em seu consultório, Juliana realiza o atendimento clínico num espaço de 40 metros quadrados, com sala de entrevista (para cães e donos), brinquedos e acessórios de adestramento. “Os cães normalmente sofrem de ansiedade por separação ou são agressivos”, diz Juliana. A consulta custa R$ 320. O atendimento dos gatos é realizado em casa, porque eles se estressam na clínica. “O principal problema dos gatos é urina e fezes fora da caixinha”, afirma Juliana. Quase metade dos gatos que fazem isso tem algum problema físico, em geral nos rins. Os demais têm problema comportamental ou enfrentam o descaso do dono com seus banheiros. Diante de um distúrbio comportamental, Juliana formula terapias a serem repetidas em casa, por donos e animais. Exemplo? Se um cão sofre com ansiedade de separação, ela recomenda criar um “espaço seguro” no qual dono e cão passem alguns minutos por dia, para desenvolver memórias emocionais e olfativas. Com o tempo, espera-se que o animal aprenda que, mesmo na ausência do dono, naquele cantinho estará protegido. Em que essa abordagem difere do velho e bom adestramento? Pelo diagnóstico, que a zoopsiquiatria diz fazer de forma científica, e pelo uso de medicamentos, que os adestradores não dominam.
A administradora de empresas Janaína Regis Lemos Barbosa, de 37 anos, entende o que é conviver com um gato diagnosticado com um problema humano: a ansiedade. A gata e “filha única” Mel, de 16 anos, começou a ficar esquisita quando mudou de apartamento. Na casa nova, a gatinha fazia xixi em toda parte. “O estresse dela refletia em mim”, diz Janaína. O zoopsiquiatra prescreveu alterações na alimentação e um remédio controlado, o ansiolítico para humanos buspirona. “O tratamento foi perfeito”, diz Janaína.
Com o mercado da psiquiatria veterinária aquecido, as empresas farmacêuticas começaram a investir em drogas de modificação comportamental e estilo de vida para animais. Em 2007, a empresa Elanco lançou o Reconcile, uma versão canina do antidepressivo Prozac. Ele tinha gosto de carne e servia para curar desordens compulsivas e ansiedade de separação, mas não vendeu como se esperava e foi tirado de linha. Por enquanto, os pets e seus donos seguem compartilhando as mesmas medicações. E as mesmas neuroses.

O PT tem planos para se apropriar do Brasil e quer usar ferramentas econômicas ultraapassadas e a força paramilitar de seu partido para esta conquista // Leia o caderno de teses do PT

A que ponto estamos chegando...

quarta-feira, abril 22, 2015


TEMPOS DE GUERRA PARA LIQUIDAR O PT



Vale a pena ver este hangout com Olavo de Carvalho e a participação Matheus Faria, Bruna Luiza, Hermes Rodrigues Nery e Olavo de Carvalho, quando é analisando o 5º Caderno de Teses do Partido Dos Trabalhadores intitulado “Um partido para os tempos de guerra” que pode ser lido aqui na íntegra.

O conteúdo deste hangout substitui e supera todas as pretensas análises políticas formuladas pelas grande imprensa.

Com o advento da internet e, sobretudo, as redes sociais e os blogs independentes, leitores e telespectadores já podem prescindir dos jornais e televisões no que concerne à busca da informação verdadeira.

Vendo com atenção este hangout as pessoas poderão aquilatar o quanto a grande mídia escamoteia os fatos em proveito do projeto de poder totalitário do PT. Toda a grande mídia está envolvida nesse plano diabólico que prepara a escravização e a morte do povo brasileiro. As exceções são mínimas. Praticamente a totalidade dos jornalistas é cúmplice do golpe comunista que Lula, Dilma e seus sequazes, incluindo aí empresários e banqueiros que controlam a economia nacional e que são aliados de fato desses canalhas vagabundos.

Os tempos são realmente de guerra. Uma guerra que já está nas ruas e que postula não apenas o impeachment da Dilma, mas a proscrição do PT e demais partidos de viés totalitário.

terça-feira, 21 de abril de 2015

João Donato - Muito à Vontade (1962) [Full Album]

O que fazer com uma mentira, várias mentiras.. ? Drama da prisão do tesoureiro do PT : o que fazer ?

21/04/2015


O HOMEM BOMBA: "RECADOS" DE VACCARI, O TESOUREIRO, DEIXAM A CÚPULA DO PT APAVORADA.

O comando do PT já não sabe o que fazer com o tesoureiro, agora afastado e preso, João Vaccari Neto: ele tem mandado avisos que não vai aceitar o mesmo destino do ex-deputado cassado e também preso André Vargas (ex-PT-PR). Com parte da família enrolada no Petrolão, os petistas temem que, cedo ou tarde, Vaccari tente acertar uma delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Federal.
Vaccari conhece a fundo as finanças do PT, foi alçado ao posto de tesoureiro em 2010. E mais: é amigo próximo do ex-presidente Lula.
A cúpula petista não sabe até onde ceder aos ‘recados’ de Vaccari, já que ele não se afastou voluntariamente do cargo de tesoureiro do PT.
Petistas entraram em pânico com o sumiço de Marice, a cunhada de Vaccari que se entregou à PF. Um deputado definiu: “parece confissão”
Réu em ação penal por corrupção, lavagem e formação de quadrilha, Vaccari foi citado por cinco réus em acordos de delações premiadas. Do site Diário do Poder

Josias de Souza sobre Brasília... Existem duas : uma majestática outra pejorativa !


Existe “Brasília” e existe Brasília, não confunda

Josias de Souza

A Capital da República completa 55 anos nesta terça-feira (21). E a melhor homenagem que se pode render à cidade é a proclamação da existência de duas brasílias. Existe Brasília, o lugar, e existe “Brasília”, a entidade supra-geográfica. Conheço ambas por dentro. E posso assegurar: Brasília não se confunde com “Brasília”. Sem aspas, é coletivo majestático. Com aspas, é coletivo pejorativo. “Brasília” dá a Brasília uma péssima e imerecida fama.
Lembro da ocasião em que Brasília entrou na minha vida. Criança, perdi momentaneamente o pai para a alucinação de JK. Serralheiro, ele deixou mulher e filhos na periferia de São Paulo e foi ajudar a tirar do papel as obras de arte de Niemeyer. Só buscou a família depois da inauguração. Cheguei à nova capital com seis anos.
Para os servidores públicos arrancados da orla marítima do Rio, Brasília era o inferno banhado por um oceano de poeira. Para o peão que içou a família dos fundões medonhos de São Paulo, a cidade era um mar de oportunidades. Impressionavam-me mais as boas escolas públicas do que o pó vermelho.
Foi graças a essas escolas que pude perceber Brasília como parte de um Brasil fervilhante, em que o stalinismo de Niemeyer se misturava ao reacionarismo de Nelson Rodrigues, ao gênio de Guimarães Rosa, à Bossa Nova, ao Cinema Novo, à poesia concreta… Hoje, imagino que fantástica unidade estilística teria o Brasil se a ditadura militar não tivesse atrapalhado esse surto redentor.
Só na adolescência tive consciência plena da existência da outra “Brasília”, espécie de marco das desilusões nacionais, gênese do país da inflação crônica e da nação refém das empreiteiras. Jovem jornalista, comecei a percorrer as entranhas obscuras do poder exercido nessa cidade com aspas.
Já estava tudo lá: o “quanto eu levo nisso?'' como estilo de vida, o lobby como regime de governo, o patrimonialismo como programa de ação, a licitação mutretada como método de enriquecimento… A diferença é que, hoje, todas essas mazelas são praticadas em escala industrial.
Diz-se que uma cidade nascida de um imenso canteiro de obras plantado no meio do nada, com máquinas pesadas movimentando-se sobre a lama, não poderia dar em  outra coisa. Tolice. A Lava Jato está aí para demonstrar que grandes obras públicas terminam em falta de escrúpulos em qualquer outro lugar do Brasil.
Aliás, a “Brasília” aética é uma eterna forasteira em Brasília. Ela vem de todos os lugares do Brasil, rouba (ops!) a cena de terça a quinta-feira, e volta às origens. Deixa para trás uma Brasília habitada por duas gerações de pessoas que sonham com a chegada do dia em que poderão festejar o aniversário de sua cidade sem o incômodo das aspas.

Humor de Sponholz / Charge / blog de Aluizio Amorim


Sponholz: 21 de abril de 2015.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Recomendado para homens que se acham inteligentes, abertos à sentimentos de incertezas... / Luiz Felipe Pondé

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segunda-feira, abril 20, 2015

Da natureza das coisas - LUIZ FELIPE PONDÉ 

FOLHA DE SP - 20/04

Não queira pegar todas as mulheres do mundo, mas cuide bem daquelas que vierem a sua cama

Em nosso mundo, não há natureza das coisas, entende-se que tudo seja uma construção social.

Delírio puro. Prefiro os antigos, justamente por perceberem que são os limites que nos humanizam, e não o desejo sem limites.

Os inteligentinhos dirão coisas como "conservador!". Mas a vida segue, o mundo se acabará um dia, e os inteligentinhos dirão, em seu último grito de agonia, "opressão!".

Mas não quero falar de política, que trato apenas como quem lida com uma ferida para que ela não se infeccione em demasia.

Quero falar de epicurismo. Não a ideia banal de epicurista como alguém que vai muito ao shopping ou come todas as gostosas do mundo (o sonho de qualquer cara normal). Falo do epicurismo antigo, do filósofo grego Epicuro (341 a.C. "" 270 a.C.). De Lucrécio (cerca de 96 a.C. "" cerca de 55 a.C.), filósofo latino, autor do poema "Da Natureza das Coisas".

Para ambos, a natureza da realidade é ser contingente. Isso quer dizer que "o fundo da realidade" é o acaso (que é a mesma coisa que contingência em filosofia).

Esse acaso é o movimento livre e sem ordem dos átomos. Portanto, tanto Epicuro quanto Lucrécio eram atomistas, o que é a mesma coisa de dizer que eram materialistas. A alma, esse "ar", se perde no momento da morte.

Como dizia Epicuro, quando eu estou, a morte não está, quando ela está, não estou. Ou seja: não há o que temer na morte porque ela é uma libertação da eterna contingência que move um destino cego. E a melhor coisa nisso é que a "consciência" desaparece.

Essa ideia me parece insuperável como liberdade. Ter a pedra como destino é meu sonho de eternidade.

Sendo assim, morreu, acabou. Muita gente teme uma possibilidade como essa.

Eu tendo a achá-la sedutora principalmente quando suspeito que viver para sempre seria como ser obrigado a beber água para sempre, mesmo tendo passado a sede.

Vejo beleza nisso tudo. A contingência liberta, mas não no sentido moderninho de que por isso podemos nos "inventar" ao bel prazer. Isso é coisa de "teenager".

Mas, justamente o contrário: meu desejo também é contingente, como tudo mais. Dar asas a ele é ter fé de que eu, diferentemente do resto do universo, não sou também feito à semelhança do acaso.

Só os iniciantes confiam em si próprios. Meu desejo é a porta de entrada por onde a contingência se instala do seio da minha alma.

Não, a beleza está no que os antigos epicuristas viam nessa condição: sem deuses, sem eternidade, fruto do acaso, essa é a natureza das coisas, ser cega.

O prazer de Epicuro era justamente o de escapar da escravidão do desejo, não essa ideia contemporânea de que viver a realização contínua do desejo é a felicidade.

A concepção contemporânea de felicidade é brega, coisa de gente que se emociona quando um novo shopping é aberto na cidade.

Lucrécio entendia que a cegueira da natureza é a natureza das coisas.

É dela não carregar sentido em si mesma, e por isso é tão importante: porque me lembra continuamente que a vaidade e as expectativas, com o tempo, se tornam um tormento.

Não é totalmente absurdo escutarmos aqui o sábio israelita, também antigo, que escreveu o "Eclesiastes" (Velho Testamento): "vaidade, tudo é vaidade".

A grande questão é como se sustenta uma vida feliz decorrente dessa natureza das coisas. Podemos dizer que decorre, antes de tudo, do "relaxamento" do desejo que a consciência da contingência traz: a sabedoria da natureza é ela ser puro átomo e não uma lei.

Não há "missão" na vida. Viver segundo os prazeres do trabalho, da mesa e do corpo da mulher é tudo que podemos fazer. O puro prazer de existir.

Sem excessos, do contrário, nos tornamos escravos do trabalho, da mesa e do corpo da mulher.

Não porque uma danação eterna nos espera (ninguém nos vigia), mas porque o excesso do desejo destrói seu próprio usufruto na medida em que nos desesperamos com a possível falta do objeto desse desejo.

Dito de forma simples: não queira pegar todas as mulheres do mundo, mas cuide bem daquelas que, por graça da contingência, vierem a sua cama.


Postado por MURILO às 08:43

"Operação Lava Jato está ameaçada..." Delegado Eduardo Mauat / blog Aluízio Amorim

segunda-feira, abril 20, 2015

NAS MÃOS DO PT, JANOT SE TRANSFORMA NO 'CABLOCO TRANCA-RUA' DA OPERAÇÃO LAVA JATO.

Delegado Eduardo Mauat, diretor da Associação de Delegados da Polícia Federal: Operação Lava Jato ameaçada.
A matéria que segue está no site da BandNews do Paraná, onde também pode ser ouvido o áudio de entrevista concedida pelo diretor regional da Associação dos Delegados da PF, delegado Eduardo Mauat, em que ele relata que o o caso da suspensão das diárias aos policiais que vieram de outros Estados para atuar na Operação Lava Jato. 
Mauat também se refere ao fato de que o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot  tenta barrar as investigações da Lava Jato, já que ordenou a suspensão de depoimentos de envolvidos na roubalheira da Petrobras. 
Já um leitor aqui do blog sugeriu que os delegados da PF que trabalham na Operação Lava Jato deveriam criar uma conta bancária para receber doações e aposta que o problema seria contornado imediatamente. Sugere doações no valor de R$ 10,00 antevendo que essa situação de penúria seria revolvida imediatamente, já que milhares de cidadãos brasileiros esperam que as investigações sejam concluídas e que todos os culpados sejam julgados e punidos na forma da lei. Leiam:
Delegados e agentes da Polícia Federal, que trabalham nas investigações da Operação Lava Jato, denunciaram sexta (17) que estão há mais de dois meses sem receber as diárias do governo federal. De acordo com o delegado Eduardo Mauat, diretor regional da Associação dos Delegados federais, dos 30 policias que trabalham nas investigações cerca de 60% vieram transferidos e não tem residência em Curitiba.
A dívida com as diárias já passa dos 200 mil reais, segundo estimativa da Associação dos Delegados Federais. Os profissionais que atuam nas diligências reclamam ainda que as diárias estão defasadas. Hoje, o valor do benefício é de 200 reais para custear todas as despesas. De acordo com o delegado Eduardo Mauat, o atraso pode sim trazer prejuízos às investigações da Operação lava Jato.
Além disso, o delegado acusa o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de tentar barrar as investigações da Polícia Federal. Isso porque, esta semana, o depoimento em sete inquéritos que investigam operadores do esquema de corrupção na Petrobras e políticos foi suspenso a pedido de Janot.
Nesta sexta (17), os delegados da Polícia Federal lançaram um “Pacto Anticorrupção”. Uma das propostas é o fortalecimento da estrutura PF, com a criação de delegacias especializadas no combate à corrupção. Outra proposta do pacote anticorrupção é adotar o inquérito eletrônico para aumentar a agilidade das informações trocadas com a Justiça Federal e o Ministério Público, aumentando a eficiência das investigações criminais. O pacto também prevê a cooperação entre todos os órgãos públicos federais. Do site da BandNews/Curitiba-PR

Parlamento Sueco: eu quero o Brasil funcionando igual! E você? / coluna de Augusto Nunes ? Jornal da Band