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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Artigo de Olavo de Carvalho / Mídia sem Máscara

http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/outros/16473-2016-04-20-21-46-10.html

gaynaldo
Reinaldo Azevedo, você é apenas um CANALHA. O que você diz de mim e dos meus alunos é tão porco, tão abjeto, tão mentiroso, que nem merece resposta. Não vou discutir com você, porque meus alunos são suficientes para jogar você na privada tucana que é o seu "habitat" natural.
Não há acordo possível entre os que querem salvar o Brasil e os que querem, acima de tudo, salvar a "Nova República".
O Fernando Henrique Cardoso já mostrou o caminho: Sacrificar a Dilma sem destruir o poder do PT. Alguém acredita que o Reinaldo Azevedo luta por um objetivo diverso? PT e PSDB são os dois grandes pilares do esquerdismo nacional. Se um cai, o outro não se sustenta. Ambos nos impuseram a "Nova República", o MST, o abortismo, a ideologia de gênero, a propaganda comunista nas escolas, a destruição da educação nacional, a paparicação dos criminosos, a beatificação dos terroristas, o desarmamento civil, a tolerância para com o narcotráfico etc.

Segundo o próprio FHC, não têm divergências ideológicas, brigam apenas pela partilha de cargos, e nenhum dos dois pretende que isso mude no mais mínimo que seja. A cassação dos mandatos e uma nova eleição, em 2015, destruiriam toda essa bela harmonia. O impeachment, um ano depois, preserva intacto o pacto macabro, e ainda torna a idéia de novas eleições uma tábua de salvação para o PT.
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Digam-me só uma coisinha: O impeachment da Dilma, supondo-se que venha a ser consumado, removerá os comunopetistas do STF? Do Parlamento? Do TSE? Da OAB? Da mídia? Das cátedras universitárias? De todo o sistema judiciário? Do show business?

É preciso ser um profissional da cegueira como o Reinaldo Azevedo para não enxergar que:

1) O impeachment foi adotado como tática minimalista, precisamente porque deixava intactos setores inteiros do poder comunopetista e PRECISAMENTE por isso tinha boas chances de ganhar apoio na classe política.

2) O impeachment não se impôs por ser o melhor caminho, mas se impôs como profecia auto-realizaval: políticos e Azevedos boicotaram todas as outras propostas, e assim que a única restante, DEPOIS DE UM ANO, começou a dar sinais de sucesso, proclamaram que era, de todas, a melhor. Vigarice braba.
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tucanaldo
Permitir que o povo fizesse sua própria História, passando por cima dos ídolos de papelão da Nova República e da "Constituição Cidadã"? Jamais. Todas as fibras do gelatinoso ser do sr. Reinaldo Azevedo se revoltavam contra essa hipótese hedionda. Ele jamais consentiria em viver num mundo onde tipos como FHC, José Serra e Miguel Reale Junior fossem apenas sombras do passado.
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Passado mais de um ano dos primeiros protestos populares, ainda estamos AGUARDANDO o começo prometido. É isso o que os imbecis chamam de "resultados".
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Se você quer enfraquecer um adversário, é coisa simples: faça-o esperar, e esperar, e depois esperar mais um pouco. Esse era o truque supremo do general romano Fabius, cujo nome inspirou o movimento fabiano, que por sua vez inspirou o tucanato. E o mais lindo é ninguém perceber que há um ano esse truque vem sendo usado contra toda a população brasileira.
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A julgar pela pujança do movimento popular em março de 2015, e comparando com iniciativas similares em outros países, a esta altura já podíamos ter varrido da cena pública metade da classe política que nos rouba e oprime. Bastaria que houvesse líderes de verdade, à altura do que o momento exigia. Em vez disso, decorrido mais de um ano, ainda estamos TENTANDO tirar do quadro UMA só pessoa, e com o risco de que venha outra pior no lugar dela. Tal foi a grande realização do MBL, do tucanato e de seus office-boys na mídia. Há quem jure que a queda da Dilma será "só o começo", mas, como a Dilma continua lá e não cairá na próxima semana, com certeza o tal começo não começou ainda.
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Quem estudou o livro do Raymundo Faoro entende que o Brasil só tem um caminho de salvação: destruir o estamento burocrático e entregar o seu poder ao povo. O impeachment foi encaminhado de maneira a fazer PRECISAMENTE O OPOSTO, sob o pretexto de "preservar o Estado democrático de Direito".
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Enquanto o povo inteiro quer um governo severo, que castigue os comunolarápios até o último, a classe política em peso, com sua consciência acomodatícia facilmente acalmada pela palavrinha "Sim", deseja um governo de conciliação nacional -- a ferramenta clássica do estamento burocrático -- que, como prometeu o sr. Temer, não faça nenhuma "caça às bruxas".
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Nunca fui CONTRA o impeachment, como afirmou o mentiroso descarado. Fui contra colocá-lo no alto da lista de prioridades, porque sabia que (1) era um processo demorado e problemático, como de fato foi; (2) Só poderia ser realizado entregando o protagonismo da situação à classe política e reduzindo o povo à função de mero estimulador de adesistas de última hora, como de fato aconteceu. O impeachment era digno de ser levado em conta, sim, na hipótese de outras reivindicações mais substantivas serem frustradas, mas o que se viu foi gente frustrando premeditadamente essas outras reivindicações no intuito de privilegiar o impeachment e de, com isso, salvar uma classe política desmoralizada.
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A bandeira que os líderes do movimento popular tinham a OBRIGAÇÃO de levantar em março de 2015, quando a massa estava nas ruas, era: ANULAÇÃO DAS ELEIÇÕES, CASSAÇÃO DOS MANDATOS DOS ELEITOS E PRISÃO IMEDIATA DOS RESPONSÁVEIS PELO CARÁTER SECRETO DA APURAÇÃO. Trocar isso pelo longo e complexo processo de impeachment foi, mais que um erro, UM CRIME PREMEDITADO.
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Em março de 2015 tínhamos uma autêntica situação revolucionária, onde TODOS os canais de ação legal estavam sob o controle dos inimigos do povo, ou seja a ilegalidade tinha se tornado a única forma de legalidade. O que era preciso, então, era negar o sistema como um todo, mediante a desobediência civil maciça, e instaurar imediatamente uma nova ordem fundada na soberania popular. Mas os medíocres e covardes não conhecem nenhum tipo de ação que não seja por meio das "autoridades constituídas".
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Não se tratava de "romper com a ordem constitucional", pois uma intervenção popular direta está prevista e legitimada na Constituição, mas de romper com a HIERARQUIA DE COMANDO, que não se confunde -- exceto na cabeça dos Azevedos -- com a ordem constitucional.
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O Reinaldo "Estado democrático de direito" Azevedo não capta sequer a diferença entre URNAS ELETRÔNICAS e APURAÇÃO SECRETA. Acha que defendendo as primeiras justifica a segunda. A inteligência desse homem já acabou faz tempo. Talvez tenha sido enterrada junto com sua honestidade.
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Se a massa pode pressionar deputados e senadores para que votem o impeachment de UMA pessoa, por que não pode pressioná-los a anular uma eleição fraudulenta, cassar mandatos e punir os responsáveis pela fraude? Por que dirigir a ação das massas num desses sentidos e não no outro? Houve aí uma ESCOLHA, e não foi o povo quem a fez. Foram os políticos e os Azevedos.
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A idéia dos políticos e de seus office-boys na mídia foi simples e clara: desacelerar o processo para que não escapasse do seu controle e não caísse nas mãos da massa. O que poderia ser resolvido integralmente em semanas foi subdividido em partes, das quais nem mesmo a primeira se realizou ainda... E vem esse idiota cantar vitória! Burrice e desonestidade não são mesmo antagônicas.
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A apuração secreta das eleições de 2014 foi ela própria tramada em segredo, sem que se desse nenhuma ciência aos eleitores. Estes foram pegos de surpresa, semana depois, ao ser informados, "ex post facto", de que não teriam nenhum poder de fiscalizar as apurações. Será preciso mais para que qualquer pessoa com QI normal entenda que, desde a base, essas eleições foram uma fraude?
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Algum eleitor, no seu juízo perfeito, ACEITARIA votar numa eleição se soubesse, antecipadamente, que a contagem dos votos seria secreta e inauditável?
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Voto eletrônico é uma coisa. Apuração secreta inauditável é outra completamente diferente. A primeira é um risco apenas. A segunda é um crime líquido e certo.
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Os líderes de março de 2015, bem como os "formadores de opinião" modelo Reinaldo Azevedo, tinham nas mãos uma revolução popular democrática, e a transformaram num teatrinho mambembe da elite podre. Foram tão hábeis, tão geniais, que, gradativamente, conseguiram transformar a proposta de novas eleições, que era a grande esperança do povo daquele momento, numa arma a serviço do oportunismo petista. Tudo o que essa gente toca vira lixo.
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De todos os lideres de março de 2015, um dos poucos que estavam enxergando claro era o Dalmo Accorsini. Fizeram a caveira dele e, com polêmicas idiotas de impeachment versus intervenção militar, desviaram a atenção do povo para que não pensasse mais no monstruoso crime eleitoral da apuração secreta.
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Reinaldo Azevedo, você é apenas um CANALHA. O que você diz de mim e dos meus alunos é tão porco, tão abjeto, tão mentiroso, que nem merece resposta. Não vou discutir com você, porque meus alunos são suficientes para jogar você na privada tucana que é o seu "habitat" natural. 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Mais recursos ilegais para abastecer campanhas presidenciais ou mais outra lavanderia de dinheiro do PT... / ISTOÉ


quarta-feira, abril 20, 2016


REPORTAGEM-BOMBA DE 'ISTOÉ' REVELA: DONA DA AGÊNCIA PEPPER CONTOU TUDO ENVOLVENDO ASSESSOR DIRETO DE DILMA QUE ABASTECEU CAMPANHAS PRESIDENCIAIS COM RECURSOS ILEGAIS.

A revista IstoÉ, em razão do feriado de Tiradentes nesta quinta-feira, dia 21, adiantou a sua edição. A reportagem-bomba da revista é exclusiva. IstoÉ teve acesso à delação premiada de Danielle Fonteles, dona da agência publicitária que trabalhou para a campanha presidencial da Dilma. Em depoimento, Fontelles, afirma que recebeu recursos "por fora" num total de R$ 58 milhões, para abastecer as campanhas de 2010 e 2014. Quem a orientou no esquema foi o braço direito da presidente, Giles Azevedo. A reportagem é assinada pelo jornalista Sérgio Pardellas. Faço a postagem da parte inicial da reportagem com link para leitura completa ao final. Vale a pena conferir. É bomba! Mais uma! Leiam:
Assessor especial de Dilma Rousseff, o discreto Giles Azevedo é considerado no Palácio do Planalto os olhos e os ouvidos da presidente da República. O único na Esplanada com autorização para falar em nome de Dilma e a quem ela confia as mais delicadas tarefas. Por isso, quem recebe instruções do fiel auxiliar da presidente não entende de outra maneira: ele fala na condição de enviado da principal mandatária do País. Foi com essa credencial que Giles se aproximou da publicitária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper Interativa. Em uma série de encontros, muitos deles mantidos na própria residência da publicitária no Lago Sul, em Brasília, Giles orientou Danielle a montar a engenharia financeira responsável por abastecer as campanhas de Dilma de 2010 e 2014 com recursos ilegais. A maior parte do dinheiro oriunda de empreiteiras do Petrolão e de agências de comunicação e publicidade que prestam serviço para o governo federal. As revelações foram feitas pela própria dona da Pepper em seu acordo de delação premiada, a cujo conteúdo ISTOÉ teve acesso. Ainda não homologado, o depoimento tem potencial explosivo, pois sepulta o principal argumento usado até agora por Dilma para se apresentar como vítima de um “golpe” destinado a apeá-la do poder: o de que não haveria envolvimento pessoal seu em malfeitos. Agora, fica complicado manter esse discurso em pé. No governo, e fora dele, há um consenso insofismável: Giles é Dilma. Nas conversas com Danielle, segundo a delação, Giles tratava sobre as principais fontes de financiamento que irrigariam as campanhas de Dilma por intermédio da Pepper. Sem registro oficial. Segundo ela, as orientações partiam do discreto assessor da presidente.
CONTRATOS FICTÍCIOS
No depoimento aos investigadores, a publicitária confessou ter recebido recursos “por fora”, por meio de contratos fictícios, da Andrade Gutierrez, da Queiroz Galvão, da OAS, da Odebrecht – empreiteiras implicadas no Petrolão –, da Propeg e de uma grande empresa de assessoria de comunicação dona de contas no governo, tudo conforme combinado com Giles. A Propeg, agência de publicidade baiana que, de acordo com Danielle, teria sido responsável por vultosos repasses, figura entre as oito que mais receberam verbas do governo Dilma nos últimos anos. Atualmente, ela possui a conta da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde. Na quebra de sigilo da Pepper, a pedido da CPI do BNDES, foram identificados quatro depósitos da Propeg totalizando R$ 223 mil entre 2011 e 2012. Da Andrade Gutierrez, a dona da Pepper admitiu ter recebido de maneira ilegal R$ 6,1 milhões, ratificando depoimento de Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira. Com o montante, a empresa pagou funcionários do comitê de Dilma na campanha de 2010, entre outras despesas. Em outro trecho da delação, Danielle afirma que abriu uma conta na Suíça em 2012, sob o conhecimento de Giles, para receber da Queiroz Galvão na chamada “Operação Angola”. Por ela, a Pepper recebeu US$ 237 mil. A conta para movimentar os recursos, identificada com a sequência CH3008679000005163446, foi aberta por Danielle no banco Morgan Stanley.
Com tantos recursos para internalizar e uma teia de interesses em jogo, a Pepper acabou se transformando numa espécie de lavanderia de dinheiro do PT. 
R$ 58,3 MILHÕES

O Antagonista repele jornalista inglês correspondente do The Guardian e em carta à jornalista Amanpour, da CNN, o chama de mentiroso em relação às notícias políticas do Brasil...e a 'Operation Car Wash'


MESSAGE TO CHRISTIANE AMANPOUR OF CNN: MR. GREENWALD LIED.

Este é Gleen Greenwald, colunista do jornal esquerdista britânico The Guardian, e que envia matérias do Brasil para a CNN. Greenwald mora no Rio de Janeiro.
O site O Antagonista decidiu publicar uma mensagem em inglês à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, advertindo que aquele picareta americano que mora no Brasil e se intitula jornalista, está mentindo e utilizando sua condição profissional para denegrir o Brasil, já que é íntimo da turma do PT. Deveria era ser expulso imediatamente do Brasil.

Como este blog também é bastante acessado nos Estados Unidos transcrevo na íntegra em inglês o texto de O Antagonista. Como os visitantes americanos do blog provavelmente são brasileiros e/ou hispânicos terão em mãos um texto curto e que diz tudo o que deve ser dito para informar os jornalistas americanos sobre a verdade dos fatos. Não vamos permitir que um estrangeiro que vive em nosso país utilize a sua condição de jornalista correspondente estrangeiro para mentir para o mundo inteiro sobre o que realmente está ocorrendo no Brasil. Leiam:


Ms. Christiane Amanpour,
Mr. Glenn Greenwald told you that plutocrats are using "anti-democratic means" to impeach President Dilma Rousseff.
We must say that Mr. Greewald lied to you because he has connections with Workers' Party supporters.
To be re-elected in 2014, Dilma Rousseff violated our Constitution defrauding the government budget and hiding a 15 billion dollars deficit. Our laws consider this a serious crime (and this is a serious crime in any civilized country). By doing so, she worsened the economic crisis affecting especially the poorest -- economic crisis caused by her continuous fiscal irresponsibility.
But Dilma Rousseff committed other crimes.
It's not true that she was cleared in Petrobras corruption scandal. The latest investigations of Operation Car Wash show that Dilma Rousseff is deeply implicated in it.
She was elected and re-elected with money stolen from Petrobras, the large Brazilian oil company that was destroyed by the corruption schemes of Workers' Party and its political allies. Her campaign money was dirty as revealed by whistleblowers to judge Sergio Moro and federal attorneys of Operation Car Wash.
We would like to remind that thousands of American shareholders of Petrobras lost large amounts of money because of corruption scandal. And Dilma Rousseff, as former head of Petrobras board, faces a huge class action in Manhattan.
Dilma Rousseff also attempted to obstruct justice by appointing Lula, the former president, as a minister. This would place him out of reach of Sergio Moro, the judge leading the Petrobras corruption investigation.
For all these reasons, Dilma Rousseff will be impeached. It is a lie that the process of impeachment is a coup. The Congress proceeds strictly within the Constitution limits as stated by Brazilian Supreme Court. Dilma Rousseff and Workers' Party just try to create a smokescreen over their crimes and fool the international press. Mr. Greenwald is just helping them.

Dilma precisa com urgência de assessores que a convençam a (não) embarcar pra lá e pra cá sem pensar e refletir

quinta-feira, abril 21, 2016


JUSTIÇA DOS EUA DE OLHO NA DILMA

Se não tivesse imunidade diplomática, ao desembarcar em Nova York nesta quinta, 21, a presidente Dilma seria chamada a explicar à Justiça americana seu comportamento omisso na presidência do conselho de administração da Petrobras, enquanto ocorria o “petrolão”, um dos maiores esquemas de corrupção já vistos no mundo. O Itamaraty teve de atuar para evitar uma saia justa: o indiciamento da presidente, com base nas reformas de regras de Wall Street após a crise de 2008. A informação é do colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Justiça dos EUA apura a compra criminosa da refinaria de Pasadena: avaliada em US$ 42,5 milhões, custou US$1,3 bilhão ao Brasil.
Depoimentos na Lava Jato, como o ex-diretor Nestor Cerveró, mostram que Dilma sabia da negociata em curso para a compra de Pasadena.
Tramita na Corte Federal de New York uma class action (ação conjunta) de investidores contra prejuízos causados pela gatunagem na Petrobras.
Nessa class action, investidores internacionais exigem da Petrobras indenização total de US$ 98 bi, equivalentes a R$ 350 bilhões. Do site Diário do Poder

Dilma é 'um pote até aqui de mágoa'... / Mais do mesmo

Mais do mesmo - ELIANE CANTANHÊDE

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ESTADÃO - 19/04 

Ou a ainda presidente Dilma Rousseff foi mal assessorada ou foi teimosa, ao fazer o pronunciamento de ontem, seguido de perguntas de jornalistas, sem tomar antes alguns cuidados essenciais. Ela precisava ter assumido um tom mais solene e mais compatível com o momento, além de só falar se, pura e simplesmente, tivesse o que dizer. Para ficar no mais do mesmo, era preferível ficar calada e divulgar uma nota escrita à nação.

Afora alguns engasgos, demonstrando uma natural tensão, ou emoção, Dilma falou como se fosse apenas mais uma entrevista coletiva de rotina, como se tudo estivesse na maior normalidade no Planalto e ela não estivesse caminhando para o cadafalso do Senado em três semanas. É esse o seu prazo na presidência, até ser afastada, por maioria simples dos senadores, para aguardar em casa e sem função o julgamento do mérito do impeachment.

Assim, ela repetiu exatamente tudo o que vem falando desde o primeiro minuto. Para quem ainda não sabe de cor, eis um resumo: que ela é “injustiçada” e está “indignada”, que foi torturada na ditadura militar e tem forças para resistir, que não houve crime de responsabilidade, que o processo de votação do pedido de impeachment na Câmara, com direito a defesa e transmitido ao vivo pela TV, foi um “golpe de Estado”.

Mais uma vez, como em todos esses meses, Dilma não reconheceu um único erro, nem mesmo na economia que ela destruiu – o que permeou todo o debate nacional e congressual até o resultado de domingo. Segundo a presidente, a culpa foi das chamadas “pautas-bomba” num momento de... crise fiscal. Sim, senhora, mas quem criou a crise fiscal, aprofundada drasticamente no ano da sua reeleição?

Além disso, faltou a Dilma pôr o dedo numa ferida: na origem das suas dificuldades para aprovar qualquer ajuste no Congresso estava o PT. Entre o seu governo e as suas bases, o partido da presidente optou pelas bases. E, se nem o PT votava, por que os demais partidos aliados ao Planalto votariam? De um líder peemedebista na época: “O PT tira o time e fica de bonzinho para os eleitores, enquanto o PMDB aprova e passa de malvado?”

O PT, aliás, já reuniu a bancada na Câmara ontem, em Brasília, e reúne sua cúpula hoje, em São Paulo. Essas reuniões são cheias de mágoas e de indignação, com ataques irados ao deputado Eduardo Cunha e críticas justas aos aliados que pularam do barco. Mas, cá entre nós, o que menos se ouve nelas é a defesa enfática, emocionada, de Dilma Rousseff. O partido fez o que fez, mas atribui 90% da desgraça à própria Dilma.

Enquanto ela encena a presidente, apesar de ser virtualmente ex-presidente, o PT trata de reunir os cacos e restaurar o partido para as eleições municipais, para a oposição e para o futuro, com o discurso de que, sim, houve desvios e houve petistas envolvidos em corrupção, mas isso não significa que o PT seja o partido mais corrupto do planeta – muito menos na comparação com o PMDB do vice Michel Temer.

Dilma fala em “um grande rearranjo”, em “um outro governo” e em “construir um novo caminho”, o que soa distante da realidade e resvala para a ficção. Além de ser muito difícil o Senado não votar pela admissibilidade do processo de impeachment e pelo consequente afastamento em meados de maio, há ainda uma questão prática: como falar em “rearranjo” do governo? Só com PT, PC do B, PDT e PR? (O PSOL votou contra o impeachment, mas não é nem tende a ser base do governo).

Amanhã, o Supremo Tribunal Federal vai julgar se Lula poderá ou não assumir de fato a chefia da Casa Civil de Dilma, ou seja, se Lula será quase tão fugaz, tão passageiro, quanto aquele ministro da Justiça que não resistiu nem uma semana no cargo. E, assim, “la nave” e o governo Dilma vão, enquanto Michel Temer já monta o ministério.

"Reconstruir o país será mais difícil do que tirá-lo das mãos daqueles que o destruíram." / Kim Kataguiri


terça-feira, abril 19, 2016

O fim do governo Dilma é só o começo -

 KIM KATAGUIRI

Folha de SP - 19.04

A democracia impôs uma dura derrota ao golpismo. Ainda que o governo estivesse subtraindo e loteando a República em "tenebrosas transações", o maior medo de Dilma Rousseff se concretizou: a Câmara dos Deputados autorizou o Senado a abrir o processo de impeachment. É o fim da crise? Não, mas é uma vitória importante e histórica que sinaliza um novo começo.

Com a autorização dada pela Câmara, as atenções voltam-se para o Senado. Renan Calheiros será pressionado para que o julgamento da denúncia corra o mais rápido possível e, da mesma maneira que os deputados foram cobrados nas redes sociais e em suas bases eleitorais para votar "sim", os senadores também o serão.

Ao que tudo indica, o processo terminará por cassar o mandato de Dilma sem maiores problemas. Fora, é claro, alguma firula protelatória no STF ou a clássica baderna dos movimentos representantes da rebeldia a favor e do fascismo vermelho.

É importante ressaltar que o impeachment não é a solução para todos os problemas do país. No dia seguinte à queda de Dilma Rousseff, os serviços públicos continuarão péssimos, o desemprego e a inflação continuarão altos, a desigualdade social ainda será gritante, e a corrupção continuará existindo.

Reconstruir o país será mais difícil do que tirá-lo das mãos daqueles que o destruíram.

Os diversos setores da sociedade civil que estão unidos para derrubar o governo mais corrupto da história do país devem continuar trabalhando em conjunto no pós-Dilma. Todo o esforço de conscientização política e amadurecimento da democracia que vem sendo feito deve continuar.

Devemos fiscalizar rigorosamente o próximo governo para que cumpra a Constituição. Também precisamos exigir que a sociedade seja ouvida para a proposição de uma agenda política, econômica e social condizente com as necessidades do país. Cometer o mesmo erro de Dilma Rousseff, impondo pautas políticas de cima para baixo, seria um erro fatal.

Além disso, todas as experiências vividas por aqueles que lutaram contra o governo petista, como os gigantescos protestos combatidos com discursos fantasiosos e mobilizações de milicianos e militantes pagos; o trabalho de pressão sem precedentes que foi feito para garantir os votos necessários para o impeachment; as investigações e revelações que desconstruíram uma ditadura baseada na propina; a defesa e o fortalecimento de instituições democráticas, que foram violadas durante mais de uma década, devem servir de base para o novo período que nossa democracia vivenciará.

A luta contra a sombria ditadura militar é a narrativa fundadora do PT e de seus aliados, que a utilizaram para executar o projeto de poder que destruiu o país. A tortura, a perseguição e a censura que puniram aqueles que se opuseram àquele regime autoritário marcaram uma geração de políticos que pautou a política pós-redemocratização e transformou uma resistência virtuosa em justificativa para o crime.

A queda de Dilma Rousseff significa a derrocada da mística petista, o fim de um ciclo. E todo o esforço que vem sendo empenhado na luta contra o autoritarismo e a delinquência do atual governo será contado como a fundação de uma geração que não aceita ataques à República, o início de um novo tempo para a democracia.

O impeachment é só o começo da mudança.

Dilma está em Nova York e foi aconselhada a não repetir na ONU discursos que faz em pleno Palácio do Planalto

21/04/2016 13h51 - Atualizado em 21/04/2016 13h54

Dilma embarca para NY para participar de reunião da ONU

Cerimônia será sobre a assinatura do acordo sobre mudança do clima.
Dilma alguns minutos para discursar e pretende dizer que é vítima de golpe.

Roberto KovalicSão Paulo
 A presidente Dilma Rousseff viajou nesta quinta-feira (21) para uma cerimônia na ONU nos Estados Unidos. Por isso, o vice, Michel Temer, assume a presidência da república de forma interina até o retorno de Dilma. Durante a viagem, Dilma deve repetir que é vítima de um golpe.
Manifestantes a favor da presidente Dilma amanheceram na frente do Palácio da Alvorada às 9h15.
Um helicóptero levou a presidente até a base aérea de Brasília e, em seguida, Dilma Roussef embarcou para os Estados Unidos, onde participa amanhã de uma cerimônia na ONU. Trata-se da assinatura do acordo elaborado no ano passado, em Paris, sobre mudança do clima.

Dilma terá de três a cinco minutos para discursar e pretende dizer que é vítima de um processo injusto e antidemocrático. Já nas entrevistas, ela deve voltar a rotular o impeachment como golpe.
Questionado sobre essa estratégia da presidente, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que só trata do processo no Brasil. “A presidenta está cuidando desse assunto da ONU e eu estou cuidando exclusivamente da defesa do país. Ela falará obviamente aquilo que entender que deve ser falado”, afirma Cardozo.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado está nos EUA. Aloysio Nunes, doPSDB de São Paulo, disse que o ato na ONU é importante e que será nocivo ao Brasil se a presidente Dilma aproveitar a cerimônia para fazer campanha em causa própria. “Eu só espero que ela não faça desta visita uma plataforma para fazer a campanha que ela vem fazendo no Brasil, que é profundamente nociva aos interesses do povo brasileiro”, afirma Nunes. “Ela tem dito que o Brasil é um pais onde não há leis, não há Constituição, há golpe de estado em marcha, uma total falsificação da defesa dela, da realidade da política e da democracia brasileira”, completa.
Ministros do Supremo Tribunal Federal voltaram a rebater o argumento do golpe. “Ainda que a senhora presidente da República veja a partir de uma perspectiva eminentemente pessoal a existência de um golpe, na verdade há um grande e gravíssimo equivoco, porque o CongressoNacional, por intermédio da Câmara dos deputados e o Supremo Tribunal Federal deixaram muito claro que o procedimento destinado a apurar a responsabilidade política da presidente respeitou, até o presente momento, todas as fórmulas estabelecidas na Constituição, afirma Celso de Mello, ministro do STF.
Michel Temer
Em São Paulo, no começo da manhã desta quinta-feira (21), um grupo de manifestantes protestou em frente à casa do vice-presidente Michel Temer. Depois do protesto, Temer recebeu o ex-ministro da Aviação Civil do governo Dilma, Moreira Franco, do PMDB, com quem o vice-presidente tem se encontrado quase todos os dias.
Até sábado (23), quando a presidente Dilma volta ao Brasil, o vice Michel Temer assume o comando do país. A intenção de Temer era permanecer aqui na casa dele em São Paulo, mas, por orientação da equipe de segurança, mudou os planos da volta para esta quinta-feira (21) a Brasília. Ele vai seguir mantendo encontros para formar o governo caso a presidente Dilma seja afastada pelo Senado

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Pode ficar pior... ! / José Casado

Foi ruim? Pode piorar - JOSÉ CASADO

O Globo - 19.04 

Quem se chocou com as cenas da votação na Câmara, pode ter certeza de que só viu as cenas mais suaves. Governo e Congresso são prisioneiros de uma crise de legitimidade

Ganharam os historiadores. Terminaram a semana com fartura de material sobre o anacronismo dos métodos de se fazer política no Brasil. Quem se chocou com a votação da Câmara, pode guardar a certeza de que só assistiu às cenas mais suaves.

São duas as razões para as sucessivas evocações a Deus, na votação que deflagrou a destituição do governo Dilma. Primeiro, Ele nunca reclama. Segundo, todos sabem que é o único sem qualquer culpa nessa história.

A retórica chula, às vezes ressentida, predominante no microfone da Câmara, continha uma mensagem objetiva sobre o estado de decomposição das relações entre as forças políticas dominantes. Governo e Congresso estão enjaulados numa grave crise de legitimidade.

O Judiciário contribuiu, de forma decisiva, na última década. O Supremo Tribunal Federal estimulou quando abriu uma janela para o florescente negócio da criação de partidos.

Eliminou a exigência de desempenho eleitoral mínimo (cláusula de barreira) e mudou a “propriedade” do mandato. Subtraiu-a do eleitor e entregou à burocracia partidária.

Já são 35 partidos com registro oficial. Na vida real, são pessoas jurídicas de direito privado, com acesso privilegiado aos cofres públicos. Têm garantido o usufruto de propaganda no rádio e na televisão, sustentada por isenções fiscais. E, também, a garantia de uma fatia do orçamento federal, via Fundo Partidário, estimada em R$ 900 milhões neste ano.

Os governos Lula e Dilma metabolizaram essa fragmentação no delírio da montagem da “maior base parlamentar do Ocidente”, como definia José Dirceu. Ampliaram para quatro dezenas os ministérios e aumentaram para 23 mil os cargos-chave na administração utilizáveis segundo a conveniência política, além da partilha do comando das empresas estatais. Deu no mensalão e nos inquéritos sobre corrupção na Petrobras e outras empresas estatais.

Quem ficou chocado com as cenas do início do impeachment, talvez se apavorasse com o mercado livre que antecedeu a votação em Brasília.

Lula, principal negociador das salvaguardas ao mandato de Dilma, descreveu como uma “Bolsa de Valores”. Deputados comentavam as “cotações” do relativismo ético: R$ 1 milhão por ausência, R$ 2 milhões pelo voto no plenário.

O pacote incluía adicionais em cargos, créditos e mimos diversos para prefeitos e governadores aliados — da desapropriação de terras à doação de áreas cultiváveis na floresta amazônica, parte em terras indígenas.

No caos, o PT de Lula e Dilma passou a disputar espaço com novos aliados, como o Partido Trabalhista Nacional. Chapadinha, deputado pelo PTN, levou uma diretoria do Incra no Pará. Os petistas locais souberam da negociação e promoveram uma greve no Incra de Santarém.

No sábado, véspera da votação, imprimiu-se uma edição extra do Diário Oficial. Ficaram visíveis 63 nomeações emergenciais para 22 órgãos federais. Dilma perdeu por 72%.

É com essa lógica anacrônica que os generais de Dilma preparam a batalha final no Senado. O governo acha que tem 22 votos. Precisa garantir mais seis e somar 28 para evitar o “Tchau, querida!” dos senadores.

Deus, é claro, não tem nada com isso.