Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Defender a vida, mas não a nossa - | Observatório da Imprensa | Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito

Defender a vida, mas não a nossa - | Observatório da Imprensa | Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito
Alguém pode explicar por que o Brasil votou contra uma resolução das Nações Unidas cujo objetivo era melhorar a segurança física dos jornalistas? Mais: alguém pode explicar por que o Brasil votou ao lado de Cuba, Venezuela, Índia e Paquistão? E que diabos fazia a Índia no meio desse grupo?
No Brasil, nestes últimos doze meses, cinco jornalistas foram assassinados. Desde 1992, morreram 21. A resolução que oferece maiores garantias à vida dos jornalistas foi elaborada pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas, entidade independente, fundada em 1981 exatamente para defender jornalistas em perigo em qualquer parte do mundo. Entidades como a Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, e o International News Safety Institute (Insi), aprovaram a resolução e lamentaram a posição brasileira. O voto dos cinco países fez com que a votação das garantias se atrase por um ano: a próxima reunião do comitê da ONU encarregado do assunto só ocorrerá em 2013.
O Itamaraty bem que tentou explicar sua decisão infeliz: disse que não era contra o plano, mas não havia gostado da maneira como foi apresentado (talvez não tivesse cinco vias com firma reconhecida, selos federais e múltiplos carimbos). Não poderia aprovar um texto que já chegou pronto à Assembleia – e julgou que não poderia também propor as modificações que julgasse necessárias. Trabalhar, convenhamos, cansa. E alega que “a grande maioria dos casos (de mortes de jornalistas) verificados no Brasil não guarda relação direta com o exercício da atividade”.
Tim Lopes, por exemplo? Que é que ele fazia quando foi capturado, torturado, morto e cremado por narcotraficantes? Estaria vendendo enciclopédias?
A Abraji lamentou a decisão do Itamaraty por achar que “as supostas imprecisões do documento são menores diante de sua importância e sua oportunidade”.
Se houvesse diplomatas sendo ameaçados de morte por causa de seu trabalho, estaria o Itamaraty tão zeloso na observância das minudências do projeto?

Nenhum comentário:

Postar um comentário