13/07/2012
às 8:59 \ Guia de viagemGuia de viagem: Broadway Market
Um dos grandes objetivos de Londres com a realização dos Jogos Olímpicos é a regeneração urbana do leste da cidade. A região, historicamente a menos favorecida da capital, é uma das mais pobres do Reino Unido, o local onde vive a típica classe trabalhadora inglesa. A novela EastEnders, exibida pela BBC desde 1985, tem a região leste de Londres como cenário e ajudou a fazê-la parte do imaginário dos britânicos.
Os Jogos Olímpicos podem entrar para a história como um grande marco para o desenvolvimento do leste de Londres, mas estão longe de ser o seu ponto de partida. A “corrida para o leste” é um processo que aconteceu gradualmente ao longo dos anos. Quando Londres ganhou o direito de sediar os Jogos, em 2005, a região já era destino de artistas, músicos, designers e afins, que buscavam aluguéis mais baratos que na região central da cidade.
Hoje, o leste de Londres é definitivamente o cartão postal mais descolado do Reino Unido, a casa das mentes mais modernas e criativas do país. Aos poucos, galerias de arte ganham a companhia de estabelecimentos que há alguns anos jamais se imaginaria ver por ali, como hotéis e restaurantes de luxo. A diversidade cultural é igualmente imensa: convivem por ali indianos, turcos, paquistaneses, bangladeshianos, caribenhos, turcos, judeus ortodoxos, gente de todo o mundo.
Quem vier a Londres para os Jogos Olímpicos muito provavelmente passará pelo leste da capital – a maioria das competições acontecerá no Parque Olímpico, em Stratford. Mas para conhecer o lado mais badalado do East End, nada melhor que uma visita ao Broadway Market, mercado localizado na rua homônima entre o Regent’s Canal e o parque London Fields.
Desde o início do século passado o local abrigava barracas de frutas e vegetais, mas foi a partir de 2004, quando a comunidade local decidiu revitalizá-lo, é que ele se consolidou como o ponto de encontro dos modernos de Londres. É possível comprar produtos orgânicos, queijos, cupcakes, camisetas, discos, roupas vintage e uma enorme variedade de produtos, além de experimentar comidas de diversas partes do mundo.
Como era de se esperar, o mercado rapidamente se transformou em uma grande atração turística. O grande movimento logo atraiu restaurantes e cafés, que se instalaram na rua e se tornaram igualmente concorridos aos sábados. Hoje, parte do público que ajudou a tornar o Broadway Market popular já torce o nariz para o local, por considerá-lo excessivamente turístico. Mas se você está em Londres justamente a passeio, não há motivos para deixar de visitá-lo.
Broadway Market
Horário: sábados, das 9h às 17h
Transporte: estação Haggerston (overground)
Horário: sábados, das 9h às 17h
Transporte: estação Haggerston (overground)
Tags: broadway market
12/07/2012
às 9:25 \ LondresArábia Saudita terá duas mulheres nos Jogos
O dia começou com um importante anúncio oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI): pela primeira vez nos 116 anos dos Jogos Olímpicos a Arábia Saudita será representada por duas mulheres. O comitê olímpico saudita confirmou a participação de Sarah Attar (foto acima), nos 800m, e Wodjan Ali Seraj Abdulrahim Shahrkhani, no judô.
O anúncio não deixa de ser um alívio para o próprio COI, que se via pressionado por movimentos de defesa dos direitos humanos a sancionar a Arábia Saudita. A Carta Olímpica, documento que estabelece os princípios e valores do Olimpismo, condena expressamente qualquer discriminação de gênero. Qatar e Brunei, outros dois únicos países que nunca haviam enviado mulheres aos Jogos, também terão representantes em Londres 2012.
Inicialmente, havia a expectativa de que a amazona Dalma Rushdi Malhas, que treina na França, fosse a primeira representante saudita nos Jogos. Em 2010, Dalma conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Singapura. No fim do último mês, porém, a Federação Internacional de Hipismo (FEI) anunciou que Dalma não poderia disputar os Jogos de Londres 2012, devido a uma lesão de seu cavalo Caramell KS.
A notícia é sem dúvida algo a se comemorar, mas uma reportagem publicada há dez dias pelaAssociated Press mostra que a questão pode ser mais complexa que se imagina. Em entrevista à agência de notícias, Rawh Abdullah, que treina uma equipe de futebol feminino em Riad, disse temer os efeitos da participação de atletas sauditas nos Jogos.
Embora não exista uma lei que proíba a participação de mulheres em atividades esportivas, na prática elas são privadas desse direito desde a infância – não há aulas de educação física para meninas. As mulheres sauditas não podem frequentar estádios, alugar quadras esportivas ou tornar-se membros de clubes. A equipe treinada e capitaneada por Rawh treina em um jardim, de maneira clandestina.
Ela teme, porém, que a participação das mulheres sauditas nos Jogos possa ter um efeito contrário. Sem treinamento adequado, as atletas dificilmente terão bons resultados em Londres – o que pode servir de pretexto para uma reação negativa das autoridades sauditas, que podem acusá-las de envergonhar o país.
Rawh Abdullah conhece como ninguém a realidade de seu próprio país, e seu ponto de vista deve ser levado em conta. Fica a torcida para que a quebra do tabu não seja apenas um álibi para o COI, mas que também sirva para dar início a mudanças mais profundas na sociedade saudita.
11/07/2012
às 17:00 \ LondresLondres se prepara para Jogos sob chuva
Ainda era novembro quando, em minha primeira visita ao Parque Olímpico, ouvi uma afirmação ousada de Paul Deighton, chefe-executivo do comitê organizador de Londres 2012. A neblina encobria boa parte das obras, o termômetro não passava dos 10°C, mas ele garantiu que durante os Jogos teríamos “um clima adorável”.
A apenas 16 dias do início dos Jogos, parece improvável que a promessa se concretize. Reclamar do mau tempo na Inglaterra é chover no molhado, perdoem-me o trocadilho, mas o volume de chuvas das últimas semanas tem deixado os próprios britânicos surpresos. Hoje, a temperatura máxima não passa dos 17°C.
A chuva já causou problemas para os organizadores de alguns eventos recentes. Algumas partidas do torneio de tênis de Wimbledon tiveram que ser interrompidas, assim como os treinos para o Grande Prêmio de Silverstone. Nesta terça-feira, um show que aconteceria no Hyde Park teve que ser cancelado.
Com a perspectivas de que as chuvas deverão durar até o fim do mês, a organização dos Jogos já começa a se preparar para lidar com seus efeitos. Segundo reportagem do Guardian, o comitê já está avaliando as possibilidades de reagendar eventos de hóquei e vôlei de praia e já encomendou capas de chuva para distribuição aos espectadores. As competições de remo, no rio Tâmisa, de Mountain Bike e BMX também são motivo de preocupação.
Mas mesmo quem tem ingressos para as cerimônias de abertura e encerramento ou para as provas de atletismo pode ser seriamente afetado pela chuva. Apenas dois terços dos assentos do Estádio Olímpico são cobertos – a organização decidiu por não fazer a cobertura total, para não aumentar os custos. Na prática, isso significa que alguns dos assentos mais nobres do estádio – cujos ingressos custavam até 2000 libras (6300 reais) – podem acabar sendo o pior lugar para se estar em caso de chuva.
Tags: chuva, locog, londres, parque olímpico, paul deighton, wimbledon
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