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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Viajar de ônibus é barato...!!!

INFLAÇÃO - 13/06/2013 17h09 - Atualizado em 15/06/2013 07h45

TAMANHO DO TEXTO

O ônibus está barato!

Nos últimos dez anos, o salário mínimo subiu mais que o dobro da tarifa do transporte coletivo em São Paulo

JOSÉ FUCS

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Passagem de ônibus (Foto: José Fucs)
Não precisa ser um araponga da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, ou da CIA, sua congênere americana, para saber que as manifestações promovidas pelo movimento Passe Livre têm pouco ou nada a ver com o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus de São Paulo. 
Primeiro, porque muitos dos militantes que provocaram atos de vandalismo e selvageria na cidade, como se estivessem participando de uma operação de guerrilha urbana, nunca trabalharam na vida e jamais dependeram de ônibus e metrô para se deslocar diariamente de casa para o trabalho e vice-versa.
Segundo, porque a ideia de que o aumento é abusivo e tem um custo inaceitável para os pobres não resiste a uma análise que tenha aderência à realidade. Basta dar uma olhada nos números e comparar a evolução da tarifa de ônibus na capital paulista com a do salário mínimo.
Nos últimos 10 anos, entre 2003 e 2013, o preço da passagem avulsa de ônibus em São Paulo aumentou 88,2%, de R$ 1,70 para R$ 3,20. É certo que o aumento foi ligeiramente maior que a inflação medida pelo IPCA, do IBGE, de 82,5%. Só que o salário mínimo subiu mais que o dobro da passagem no mesmo período. Passou de R$ 240 para R$ 678 – um aumento de 182%.
Em 2003, uma passagem de ônibus na cidade equivalia a 0,7% do salário mínimo. Hoje, representa apenas 0,47%. Isso significa que o peso do transporte coletivo em São Paulo no orçamento da população não aumentou, como afirmam os radicais do Passe Livre. Ao contrário. Em termos reais (já descontada a inflação), diminuiu de forma significativa.
Considerando apenas o que aconteceu desde 2011, quando ocorreu o aumento anterior dos ônibus na cidade, a conclusão é a mesma. A inflação alcançou 16,1% no período, enquanto o aumento da passagem ficou em 6,7%.
Se levarmos em conta os benefícios do Bilhete Único, lançado em 2004, essa queda é ainda maior. Além de possibilitar a integração com o metrô e os trens urbanos com um desconto, o Bilhete Único permite ao usuário fazer até quatro viagens em três horas no sistema de ônibus da cidade pagando apenas uma passagem. Também é preciso lembrar que todos os trabalhadores têm o benefício do vale transporte, pelo qual pagam apenas o equivalente a 6% de seus salários brutos por mês – o resto é pago pelos empregadores. Há, ainda, o subsídio concedido pela Prefeitura aos usuários e custeado pelos contribuintes. Calcula-se que, sem ele, o preço da passagem chegaria hoje a R$ 4,35.
Por tudo isso, pode se afirmar, sem medo de errar, que a passagem de ônibus em São Paulo está barata. Se a turba do movimento Passe Livre andasse de ônibus e trabalhasse, em vez de organizar manifestações e quebradeiras generalizadas para ganhar um minuto de fama na TV, provavelmente chegaria à mesma conclusão.

Fernando Leite & Outros Quintais: RELATO PUNGENTE DE UMA PROFESSORA MUNICIPAL

Fernando Leite & Outros Quintais: RELATO PUNGENTE DE UMA PROFESSORA MUNICIPAL: (Por e-mail) Não escolhi nenhuma imagem para ilustrar esse desabafo, sufocado na garganta, de uma professora da rede municipal. Não farei ...

segunda-feira, junho 17, 2013


RELATO PUNGENTE DE UMA PROFESSORA MUNICIPAL

(Por e-mail)

Não escolhi nenhuma imagem para ilustrar esse desabafo, sufocado na garganta, de uma professora da rede municipal. Não farei floreios e nem comentários, sugiro, apenas, que você leia, sobretudo você que está sensibilizado com as manifestações de São Paulo e do Rio e acha que o povo tem que tomar seu destino nas mãos. Olhe o seu quintal:

Boa tarde Fernando!
Já que estamos órfãos de "pai" e "mãe" para deitar em seu colo e desabafar. Decidi conversar com um amigo, Vc.
Fernando como você sabe, esse ano tem a bendita prova Brasil, a que avalia o IDEP, e sinceramente estou sentindo-me comprada e desqualificada como profissional. A sua prefeita, prometeu aos profissionais da educação que se alcançarmos o índice de 4%. ela dará a U.E.(todos os profissionais) R$400,00 de gratificação e se ultrapassarmos esse índice podemos chegar a R$600,00. A pergunta que não quer calar é a seguinte? Se a prefeitura não teve condições de nos proporcionar mais que míseros 10% de aumento salarial, de onde sairá esse valor para pagamento de gratificações?
Fernando, a educação publica, como os transportes, está sucateada; é duro você encarar dois ou três ônibus, cheio de bolsas, pessoas, estudantes, idosos e desanimo. Chegar a escola pensando que irá trabalhar em paz cumprir sua meta e descobrir que não deveria ter acordado, se quer, ter saído d casa. As humilhações são constantes, elas acontecem desde os gestores até dos próprios alunos. (passa por pais, coordenadores, o.p., funcionários da limpeza...Não acontece em todas as unidades, tá?). Estamos esgotadas de tantas convocações, reuniões que não nos acrescentam nada, acusações de pais de alunos (que estão transferindo para os professores a responsabilidade de educar seus filhos), que acham que professores são máquinas, não tem sentimentos, não perdem entes queridos, nossos filhos não ficam doentes, não temos casa para cuidar, marido, etc... O pior é que antigamente havia um suporte por parte da SMEC, nós eramos ouvidas, hoje a própria SMEC nos acusa. Respondemos processos, pagamos cestas básicas, somos ameaçadas de espancamento(por pais e alunos) e não podemos reagir.(até podemos, só não devemos)Alunos de 13, 14, 15, 16, até 18 anos são colocados em salas de aula junto a crianças de 9 a 10 anos. Viva a inclusão! Mas cade suporte? Onde estão os cuidadores, auxiliares, coordenadores de turno? As vezes é o próprio professor que troca os alunos.o alimenta, empurra sua cadeira de rodas ou o leva ao banheiro. Fernando o profissional da educação só pode tirar licença premio com autorização da supervisão, mas outros podem ficar a disposição de vereadores, sem aviso prévio. Dois pesos e duas medidas,certo? Como eu gostaria que as coisas fossem diferentes, que pudéssemos entrar em nossa unidade escolar e praticar o nosso trabalho, com prazer e sem medo. Pois não sabemos se naquele dia entrará na escola um pai insatisfeito por ter perdido a bolsa família, ou simplesmente pelo filho ter sido chamado atenção por um profissional sério, que esta se lascando para a "gratificação" (prometida, se será cumprida é outros quinhentos)e quer somente transmitir conhecimento e formar cidadão de bem,lhe insultará, ameaçará, danificará seu veiculo ou injustamente irá até a secretaria de educação e o caluniará, (sem B.O., sem lesões corporais e será ouvido e o pior terá mais credibilidade que o professor) e no outro dia esse profissional é chamado pela "equipe multiprofissional ou multidisciplinar",
( pois somos crianças sem noção, não conhecemos legislação, ECA, advogados e principalmente direitos e deveres) ou seja, somos deficientes intelectuais, além de palhaços. Todos profissionais no Brasil fazem greve, somos a única categoria(desunida) que não fazemos, ganhamos tão pouco, que qualquer R$ 45,00/dia, faz uma diferença tremenda no mês. Estamos reféns de todos: alunos, gestão, pais, Smec, etc. Depois perguntam porque não mostramos a cara? Já viu cachorro pequeno se envolver em briga de cachorro grande? A corda sempre arrebenta do lado mais fraco...(nesse caso, professores). Em tempo. Parabéns pelo seu aniversário! Que o PAI CELESTIAL, conceda-lhe todas as bençãos, vitórias, saúde e Paz. Você merece! Obrigada por nos ouvir e ter coragem de colocar seu nome na reta em defesa do que é certo. Quando eu crescer quero ser igual a vc. Bjos.

Ideia nova para o momento político dos transportes urbanos...

Quebra-quebra de Monopólios

16 de junho de 2013 
Autor: Joao Victor Guedes
pequeno normal grande
Joao Victor Guedes
Os protestos realizados em São Paulo e Rio de Janeiro, em demonstração clara da insatisfação popular contra o aumento do preço das passagens de ônibus, colocaram os governantes das duas maiores cidades do país em uma situação que nenhum político gostaria de estar: caso continuem firmes na repressão aos manifestantes e manutenção dos preços, verão o conflito se alongar por mais alguns dias e sua reputação cair ainda mais; caso cedam, estarão comprando briga com alguns dos maiores financiadores de campanhas majoritárias no Brasil e, pior, acabarão dando um cheque em branco na mão de manifestantes que, a partir daí, verão o potencial que um quebra-quebra duradouro pode atingir.
Longe de fazer juízo de valor sobre qual lado tem a razão, senti falta de uma análise que tratasse do que se passa na cabeça dos mandatários em um momento de crise como este. A decisão é realmente difícil e, acredito, seria fácil caso não envolvesse tantas variáveis – que incluem, é claro, a questão legal.
Nenhum político que se preze gosta de ver sua popularidade ir ao chão. Ainda mais no caso de São Paulo, onde o atual prefeito tem apenas seis meses de cargo e chega ao poder depois de longos anos amargados na oposição tanto da cidade como do estado. Por outro lado, a classe política sabe muito bem que, pior do que baixa popularidade, é a ausência de financiamento de campanha. Ou ainda, saber que seu opositor contará com todos os recursos que poderiam estar caindo em sua quota de publicidade pessoal.
Por que não optamos pela descentralização total do modelo, quebrando com o monopólio das empresas de ônibus?
O fato é que nenhum dos dois prefeitos voltará atrás. As empresas de transporte coletivo, muito menos, e os manifestantes, tão pouco. O que se verá nos próximos dias será o aumento da violência, gerado pelo sentimento de fracasso por conta dos organizadores das movimentações. Estes, ao perceber que o resultado está longe de ser alcançado – caso este seja realmente a redução do preço das passagens – passarão a se utilizar de todas as armas possíveis para chamar a atenção da população. Esta, preocupada com o prolongamento do caos e o aumento violência, passarão a rejeitar os protestos, resultando em um esvaziamento dos mesmos. Estes, reduzidos, serão melhor controlados pelas autoridades policiais e, em não mais do que duas semanas, terão acabado, dando lugar à novas manchetes nos principais jornais do país. Os preços se manterão altos e, em um ou dois anos, tudo se repetirá.
A questão, no entanto, é que a solução real para o problema ainda não foi sugerida por nenhum dos lados. Possivelmente nem se passa pela cabeça da maior parte dos manifestantes e gestores públicos.
Se o problema maior é exatamente o número restrito de mãos com poder de manipulação no sistema de transportes, por que, ao invés de sugerir ainda mais centralização, não optamos pela descentralização total do modelo, quebrando com o monopólio das empresas de ônibus?
Os grandes empresários, com toda a certeza, ficariam furiosos ao ver indivíduos, devidamente registrados na prefeitura e com uma mínima estrutura de conforto e segurança, transportando cidadãos de um canto ao outro da cidade por tarifas como R$0,50 ou R$1,00. É fato que, no curto prazo, haveria certa quebradeira, tanto por parte dos grandes empresários como dos pequenos empreendedores. Ainda, veríamos um número absurdo de vans e micro-ônibus rodando pelas cidades. Mas, no médio prazo, o mercado se estabilizaria e o atual poder de lobby e cartéis acabaria por dar lugar às leis de mercado, onde vale o preço que o consumidor quer pagar, em comparação com o que o empreendedor, grande ou pequeno, aceita receber.
O potencial de negociação, muito diferente do atual quebra-quebra ou dos mecanismos legais, estaria relacionado à renda e ao poder de barganha do cidadão. Ainda que lobistas e empresários pudessem perder seus empregos, por um lado, políticos descansariam em paz, ao lavar as mãos para a questão, e, por outro, os cidadãos seriam promovidos à agentes principais da formulação de preços.

Televisão sem comunicação e sem culpa...

Fora do ar

15 de junho de 2013 
Autor: Nelson Motta
pequeno normal grande
nelson motta
Depois de cinco anos de atividade, a audiência média da TV Brasil em São Paulo corresponde a 600 domicílios. Está praticamente fora do ar e uma montanha de dinheiro foi pelos ares
Sonho de Zé Dirceu e criação de Franklin Martins, abençoada e bancada por Lula (“Vai ser uma BBC”, bravateou), depois de cinco anos de atividade não se pode comentar a qualidade da programação da TV Brasil, porque ninguém a vê. Em abril a audiência média semanal em São Paulo foi de 0,1%, que corresponde a cerca de 600 domicílios. A sua maior audiência na primeira semana foi… o horário eleitoral gratuito: 3 mil residências.
Em um catastrófico exemplo de falta de planejamento, montaram estúdios, contrataram muita gente, compraram programas no Brasil e no exterior, produziram telejornais e programas de entrevistas, mas esqueceram o principal, o básico, o fundamental: som e imagem. A da TV Brasil é tão ruim, tão borrada e indefinida, que ninguém a veria mesmo com a melhor programação do mundo.
A TV Brasil está praticamente fora do ar e uma montanha de dinheiro foi pelos ares
Nesse sentido, a TV Brasil se parece com o Brasil dos planos grandiosos. De que adianta investir na agricultura e na indústria sem estradas, ferrovias e hidrovias para o escoamento da produção? Para que serve produzir um bom programa de televisão se ele vai ser visto como um borrão sonoro? Na era digital, com a oferta massiva de canais, uma boa imagem é o minimo para ir ao jogo. E a da TV Brasil é péssima.
Nossos produtos podem ser bons, mas a infraestrutura é ruim, a legislação, a burocracia e as práticas são borradas e indefinidas. Temos estádios novos e moderníssimos, mas sem acessos, como o Engenhão. Arenas maravilhosas vão melhorar o futebol jogado aqui? Ou só vai ficar mais caro, e seguiremos muito atrás das ligas europeias ? E como o futebol vai melhorar se a CBF, as federações e os clubes continuam movidos a politicagem e negócios duvidosos?
Os idealistas, sim, eles existem, imaginavam uma TV pública com uma boa programação cultural, para informar e divertir, com um jornalismo ético e imparcial, como uma opção às emissoras privadas, sem baixar o nivel, como a BBC. Outros a ambicionavam como uma rede de televisão a serviço do partido no poder. Cinco anos depois, nem uma coisa nem outra: a TV Brasil está praticamente fora do ar e uma montanha de dinheiro foi pelos ares.
Fonte: O Globo, 14/06/2013

domingo, 16 de junho de 2013

Os manifestantes das passeatas contra "vinte centarros" de aumento nas tarifas dos transportes públicos pertencem ao cardápio novo para escolhas de candidatos às futuras eleições de 2014

MANIFESTAÇÃO - 14/06/2013 19h05 - Atualizado em 15/06/2013 11h50
TAMANHO DO TEXTO

Quem são os manifestantes que pararam as grandes cidades do país

De onde vêm, o que querem e como agem os jovens que foram às ruas protestar contra o aumento das passagens do transporte público

ALBERTO BOMBIG E VINÍCIUS GORCZESKI (TEXTO), IGNACIO ARONOVICH (FOTOS)

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Participantes do protesto contra o aumento das tarifas no transporte público de São Paulo (Foto: ÉPOCA)
>>Este texto faz parte da edição de ÉPOCA desta semana. Na revista que chega às bancas no fim de semana, saiba mais sobre esses jovens.
Quinta-feira à noite na cidade de São Paulo. Bares, restaurantes e casas noturnas costumam fazer de alguns bairros paulistanos referências mundiais de entretenimento noturno, numa prova de que a capital paulista não dorme. Quando o paulistano não trabalha, está se divertindo. Tal organismo pulsante de luz e vida tem uma medula, a Avenida Paulista. Às 22 horas da última quinta-feira, dia 13, o mais conhecido cordão de asfalto da cidade estava silencioso, tomado por uma fina névoa de gás lacrimogêneo. Como no início do século passado, cavalos percorriam a via pública em galope desabalado. Talvez como sinal dos tempos, os animais eram comandados por integrantes do Regimento de Cavalaria 9 de Julho da Polícia Militar. Junto dos batalhões de choque, da Força Tática e da Rota, a cavalaria expulsava quem tentasse passar pela avenida. A Paulista se transformara numa zona militarizada. A PM reafirmava sua autoridade, após um violento confronto com militantes do Movimento Passe Livre (MPL), que fazia seu quarto protesto contra o aumento da passagem de ônibus na cidade neste mês.
Capa - Edição 786 (Foto: ÉPOCA)
Os manifestantes, jovens em sua maioria, haviam chegado à Paulista por volta das 21 horas em três grupos – pelas ruas Augusta, Haddock Lobo e Bela Cintra. Vinham do centro de São Paulo, empunhando cartazes contra a elevação de R$ 3 para R$ 3,20 nas tarifas de transporte público. Como se comemorassem a conquista de campeonato de seu time do coração, cena comum para o local, entoavam ataques ao prefeito Fernando Haddad (PT), ele mesmo um militante estudantil em seus tempos de aluno de Direito na Universidade de São Paulo, nos anos 1980: “Dança, Haddad, dança aqui até o chão; aqui é o povo unido contra o aumento do busão”. Motoristas e pedestres assustados tentavam correr dos manifestantes. Carros pegavam a contramão na movimentada avenida, em sinal de pânico. Dois dias antes, outro protesto deixara um rastro de destruição, com estações de metrô e pontos de ônibus depredados – além de agências bancárias.  
Pouco antes do protesto de quinta-feira, a Polícia Militar de São Paulo, subordinada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), decidira que, em hipótese alguma, permitiria que o protesto chegasse mais uma vez à Paulista. “Eles (manifestantes) tinham concordado com esse entendimento”, disse Alckmin ao explicar a ação violenta de policiais para interromper o protesto. Se concordaram, mudaram de opinião. A presença na Paulista foi claramente definida por integrantes do movimento como um objetivo a atingir. Alckmin tomou a decisão de ser duro na repressão em comum acordo com Haddad e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, numa rara união entre autoridades tucanas e petistas. Juntos, eles também decidiram não recuar em relação ao novo preço da tarifa de transporte, implantado no último dia 2 e válido para ônibus, metrô e trens da capital. A inusitada parceria dos adversários políticos é um sinal da surpreendente força adquirida pelos protestos e seus organizadores, o Movimento Passe Livre. 
Criado em 2005, por jovens num acampamento do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o MPL se diz independente de partidos políticos – mas se escora em alguns. Organiza-se por meio de redes sociais na internet, e alguns de seus membros defendem princípios anarquistas. Dizem lutar por transporte público gratuito e de qualidade para a população. Uma das principais bandeiras é a migração do sistema de transporte “privado” para um sistema gerido diretamente pelo Estado, com a garantia de acesso universal a qualquer cidadão, por meio do “passe livre” – o fim de cobrança de tarifa.
O apelo das autoridades para que suas reivindicações sejam apresentadas de modo pacífico, pelos canais democráticos tradicionais, não surtiu efeito até agora. O ativismo do MPL envolve ação direta, na rua. “A única maneira é parar o trânsito”, diz a estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Alves, de 20 anos, militante do MPL. “Infelizmente, o vandalismo e a violência são necessários, para que apareça na mídia. Se saíssemos em avenidas gritando musiquinha, ninguém prestaria atenção.”
O MPL se inspira nos movimentos de jovens que nos últimos anos tomaram espaços públicos no Oriente Médio, na Europa e nos Estados Unidos. A ampla maioria dos militantes já nasceu num regime democrático, portanto não precisa lutar pela democracia, como os militantes da Primavera Árabe. Assemelham-se mais aos americanos do Occupy Wall Street ou aos envolvidos nos tumultos que marcaram capitais europeias, como Londres ou Madri em 2011. Todos protestam em meio ao que chamam de “crise do capitalismo”.
O antropólogo anarquista David Graeber, um ex-professor da Universidade Yale que se transformou em guru dessa juventude, afirma que o Occupy Wall Street se caracterizava pela recusa de lideranças tradicionais. Por oposição a partidos políticos ou organizações hierarquizadas – chamadas, no jargão dos ativistas, de “verticais” –, ele postulava um movimento sem hierarquia – “horizontal”. O protesto começou num pequeno parque no distrito financeiro de Manhattan e chegou a mobilizar milhares de pessoas que, inicialmente, culpavam o sistema financeiro pela crise econômica. Protestos eram marcados pela internet. Decisões eram tomadas em assembleias. Havia liberais e todo tipo de esquerdista. Analistas viram no Occupy Wall Street uma espécie de ressurgimento de ideais anárquicos, tanto na forma de organização como na rejeição às instituições. Embora seja diferente na forma, o MPL guarda semelhanças, na atitude, com essa nova linhagem de ativistas do século XXI. “Os jovens não estão apáticos como em décadas anteriores”, diz Gabriel Medina, coordenador de Juventude da prefeitura de São Paulo. Ex-coordenador da Juventude do PT, até há pouco tempo próximo ao MPL. 
O aumento das passagens em São Paulo e no Rio de Janeiro deveria ter acontecido no início do ano. Foi adiado seis meses, para atender a um pedido da presidente Dilma Rousseff, preocupada com a alta dos preços. Quando veio, ficou abaixo da inflação. Desde o aumento da tarifa de 2011, a inflação foi de 15,5%, o que justificaria um aumento maior que os 6,7% de São Paulo. Desde 2003, a inflação acumula alta de 81,7% – ante 88,2% de aumento da tarifa em São Paulo e 182,5% no salário mínimo.
Os números não sensibilizaram o MPL, cuja cartilha de protestos mistura técnicas das recentes ocupações no exterior a preceitos clássicos de guerrilha urbana. Entre os manifestantes presos pela PM na última semana, alguns portavam coquetéis molotovs e até facas. “Fechar as ruas com fogueiras e barricadas não fomos nós que inventamos”, disse a ÉPOCA o manifestante Marcelo (nome fictício). “Somos de um grupo de anarquistas e punks e pegamos carona para protestar contra tudo o que está aí”, afirmou mais tarde, logo após depredar um ônibus. 
A passeata de quinta-feira partiu do Theatro Municipal, no centro histórico paulistano. A organização estava sob a liderança de Mayara Longo Vivian, de 21 anos, uma estudante de geografia da USP. Ela usava três celulares ao mesmo tempo para definir os rumos do protesto. ÉPOCA testemunhou Mayara receber uma notícia: o grupo decidira seguir até o Parque do Ibirapuera, em vez de encerrar o protesto no local definido com a PM: a Praça Roosevelt. “Nós (o MPL) somos cerca de 15 pessoas. Não temos controle de tudo. Como estava pacífico, percebemos que daria para ir até lá (Ibirapuera)”, disse Mayara, um dia depois do protesto. Não deu. Após uma frustrada tentativa de negociação com a PM, a tropa de choque lançou bombas de efeito moral e gás lacrimongêneo. Os confrontos que se seguiram deixaram dezenas de feridos, entre eles jornalistas, atingidos por bombas e balas de borracha lançadas por policiais.  
Os integrantes do MPL negam ter líderes. Planejar os protestos e falar com a imprensa são funções restritas a um pequeno grupo, que não revela onde se reúne. “É mais presencialmente do que pela internet”, diz Mayara. As decisões centrais são repassadas aos demais e divulgadas por meio de redes sociais na internet. Apesar de se dizer apartidários, vários de seus adeptos do MPL defendem ideias revolucionárias e de esquerda. Na última manifestação, havia dezenas de representantes de partidos políticos, como PCO, PSTU ou PSOL. 
Na quinta-feira, ações semelhantes tomaram os centros do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. No Rio, o elo com o MPL é feito por meio da central sindical Conlutas, ligada ao PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Ela patrocina greves e tem dado dor de cabeça a petistas, tucanos e peemedebistas. O PSTU ajudou a convocar o protesto no centro do Rio, que tomou a avenida Rio Branco. Os manifestantes gritavam slogans contra o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, do PMDB. O governador Alckmin diz não acreditar na independência do MPL. “É uma minoria, que faz trabalho político.”
Até a semana passada, o Palácio do Planalto pouco sabia sobre o MPL. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não antecipara à Presidência da República que poderiam ocorrer novas manifestações, muito menos com tamanho grau de virulência. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal acompanhasse o caso. A presidente Dilma preferiu ficar distante. O MPL promete mais barulho. Se suas ações não forem motivadas apenas pelo aumento das passagens de ônibus, ela talvez tenha de rever sua decisão. 
>>Leia mais em ÉPOCA desta semana

Eu penso que...: PARODIA VIRTUAL DE DILMA IRONIZA VAIAS

Eu penso que...: PARODIA VIRTUAL DE DILMA IRONIZA VAIAS: Dilma Bolada há 3 horas FIM DE JOGO: Turma da Mônica 3 x 0 Pokémon O recalque dos invejosos bateu na minha faixa presidencial e...

sábado, 15 de junho de 2013


PARODIA VIRTUAL DE DILMA IRONIZA VAIAS



FIM DE JOGO: Turma da Mônica 3 x 0 Pokémon
O recalque dos invejosos bateu na minha faixa presidencial e voltou em forma de gols para a seleção...
A gentalha que me vaiou é a mesma que pagou R$300 para assistir ao jogo e vão agora agora comer em restaurantes caros e voltar nos seus carrões para casa, que não suporta me ver linda e maravilhosa no poder, assim como não suportavam ver o brother Lulãoporque era operário, a elite que não está nem aí pro povo brasileiro porque tem e sempre terão dinheiro para comprar os ingressos caros, seja lá em qual Governo for.
Vocês podem pensar o que for, mas tenham certeza: esses que estavam aqui no estádio estão pouco se importando para o povo trabalhador, nunca estarão em nenhum protesto porque não se misturam, chamam manifestantes de vagabundos e sempre vão torcer para que vocês continuem do lado de fora protestando e eles aqui dentro...

As críticas não me abalam, os elogios não me iludem, sou o q sou e não o que dizem! Vivo o presente, não temo o futuro e dane-se a oposição!

A mim? O que me importa é o que o povo de verdade diz, e o evento que dirá isso também acontece de 4 em 4 anos, mas não se chama Copa, se chama Eleições!

VIVA A DEMOCRACIA!

ÊTA PRESIDENTA VERDADEIRA!!!
(aqui).
Brasil, país rico é país com liberdade expressão.

Temos vagas para vândalos!

Abertura da Copa das Confederações terá protestos em três estados - Confederações 2013 - iG

1- Pode-se garantir trabalho por pelo menos o tempo que durar a Copa das Confederações;
2 - Pode-se garantir visibilidade para quem quiser se comunicar com o seu eleitorado futuro;
3 - O resultado do trabalho (dinheiro) deve pagar com pouca folga os custos dos vícios de cada um;
4 - Os benefícios desse trabalho podem garantir 'o leite das crianças'... ;
5 - Garanta mais uma linha no seu currículo e fique a vontade  para mostrar seus atributos...

Abertura da Copa das Confederações terá protestos em três estados

Em Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, entidades querem denunciar negligência com direitos humanos e excesso de gastos para a Copa do Mundo

iG Brasília 
Movimentos sociais prometem voltar a realizar novas manifestações neste sábado, dia de abertura daCopa das Confederações . Os movimentos Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Organização de Comunicação Popular, o Movimento de Mulheres, o Movimento Copa Para Quem e o movimento Resistência Urbana farão manifestações em Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro contra os gastos do Governo Federal na Copa do Mundo e Copa das Confederações.
Cartaz pede "mais amor" em Brasília. Ao fundo, o Estádio Mané Garrincha. Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press
1/11

Em Brasília, os manifestantes prometem se concentrar em frente à rodoviária do Plano Piloto, na região Central. A rodoviária fica a aproximadamente um quilômetro do Estádio Mané Garrincha, onde acontecerá a abertura da Copa das Confederações com o jogo entre Brasil e Japão. “Quando falam da Copa, falam que estão pensando no povo. Mas, na verdade, esse pensamento não existe”, disse Eduarda Conceição, uma das organizadoras do protesto em Brasília.
No Rio de Janeiro, os protestos contra a Copa ocorreram por meio de uma competição esportiva que será realizada a partir das 9h, no Quilombo da Gamboa. Em Belo Horizonte também haverá uma pelada como forma de mobilização.
Segundo essas entidades, os movimentos visam denunciar violações aos direitos humanos e a falta de controle com os gastos públicos. Um exemplo é o estádio Mané Garrincha, orçado inicialmente em R$ 671 milhões e no qual foi gasto aproximadamente R$ 1 bilhão.
Os manifestantes também querem aproveitar esses atos para denunciar a violência contra a mulher, contra os homossexuais, aumento da dívida pública, excessos de atos de repressão contra manifestações pacíficas.
Nesta sexta-feira, aproximadamente 200 pessoas integrantes do movimento fecharam o Eixo Monumental e queimaram pneus . A Polícia foi chamada mas não houve confronto. Ao final dos protestos, uma pequena comitiva foi recebida por membros do Governo do Distrito Federal (GDF). Segundo informações da Polícia Militar do GDF, serão efetuadas prisões em caso de abusos por parte dos manifestantes.
Houve também manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo. Duas faixas da via foram interditadas em função dos protestos. O ato também reuniu cerca de centenas de pessoas. A organização afirma que pelo menos 100 mi pessoas, apenas em São Paulo, foram despejadas por causa de obras da Copa do Mundo.