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sábado, 12 de março de 2016

" A vida é mesmo dura neste Brasil para Todos" ...ou nem todos / Veja


12/03/2016
 às 7:42 \ Opinião

J. R. Guzzo: A porta estreita

Publicado na versão impressa de VEJA
O leitor provavelmente já ouviu falar em seu círculo de amigos, ou no ambiente de trabalho, ou na esfera familiar, de gente interessada em ir embora do Brasil; se ainda não teve contato com nenhuma história dessas até agora, há grande chance de que venha a ter uma hora qualquer, e logo. Para muita gente boa, está na moda, ao que parece, pensar em refazer a vida em países como Canadá, Austrália ou Estados Unidos, entre outros que se propõem a receber de braços abertos imigrantes com dinheiro. São países que não têm vergonha nenhuma de atrair gente financeiramente bem de vida, dentro da ideia geral de que problema de imigração, mesmo, só existe com pobre. Nem é preciso, no caso, ter grande fortuna ─ nada parecido com o disponível de um milionário brasileiro de carteirinha, desses que prestam serviços ao governo, digamos, ou produzem propaganda eleitoral. Basta o equivalente a 500 000 dólares, ou algo assim, sendo até possível acertar a papelada por menos. Vale a pena, para o país que dá o visto aos estrangeiros com capital. Esse povo vai gastar seu dinheiro lá; é lá que vai pagar impostos sobre o que consome, gerar empregos, fazer rodar a economia. Em vez de gastar na economia do seu país, vai gastar na economia dos outros. Melhor para eles, pior para o Brasil. Seus governos não estão lá para resolver os problemas da presidente Dilma Rous­seff nem do ex-presidente Lula. O que querem é ajudar a si próprios.
Sobra, é claro, o problema de arrumar aqueles 500 000 dólares. Quem tem esse dinheiro? Não é qualquer um que pode, por exemplo, ganhar 27 milhões de reais em quatro anos fazendo palestras para empreiteiras de obras públicas e outros colossos da nossa elite empresarial. Para pelo menos 95% dos brasileiros, e põe otimismo nessa conta, a possibilidade real de ter 500 000 dólares durante o curso de sua vida é mais ou menos a mesma de fazer uma viagem à Lua; para o Brasil de carne e osso, dinheiro desse tamanho só existe ao acertar os seis números da Mega-Sena. Também não é fácil adotar a saída do ex-ministro da Fazenda ─ que, depois de gerir a ruína econômica do Brasil durante um ano, e ser posto no olho da rua em reconhecimento aos seus esforços, refugiou-se rapidamente em Washington, onde hoje pode ganhar a vida sossegado e sem ter reuniões com Dilma, o PT, a base aliada e por aí afora. É certo que há outros caminhos para obter um visto de residência no exterior, além de dinheiro e prestígio, mas a porta de entrada é estreita. O cidadão pode tentar pelas vias oficiais ─ e arriscar-se a ficar anos na fila, à espera de um chamado que provavelmente não virá nunca. Pode meter-se em aventuras de imigração ilegal. Pode jogar a sorte num cruzeiro pelo Mediterrâneo, a bordo de um cargueiro sírio. Como se vê, nada de muito atraente. Fazer o quê? A vida é mesmo dura neste Brasil para Todos. Aqui, no mundo das coisas práticas, há um Brasil para os que Têm Menos e um Brasil para os que Têm Mais ─ têm mais, inclusive, para ir embora do próprio Brasil.
Para o brasileiro que quer cair fora daqui mas não pode, a opção acessível no momento é emigrar para o Brasil mesmo. O grande problema é que essa solução se aplica exclusivamente ao Brasil de Dilma, de Lula e do PT, esse país imaginário onde os cidadãos têm a ventura de ser governados por um dos melhores governos do mundo, se não o melhor. Infelizmente, como é do conhecimento geral, o Brasil de Dilma etc. não existe. Só existe nas fantasias de propaganda criadas para engambelar o eleitorado; e, para complicar o teorema, o propagandista-chefe não está disponível para ajudar em nada, já que atualmente faz parte da população carcerária de Curitiba. É uma pena, pois nessa Terra do Nunca a vida é praticamente perfeita. Nosso sistema de saúde é “motivo de inveja para o mundo”. O Pré-Sal, como Dilma prometeu na campanha por sua reeleição, garantiu “recursos jamais imaginados” para a educação. A população pobre viaja dia e noite de avião, como o ex-presidente continua dizendo todo santo dia. Ele salvou sabe lá Deus quantos brasileiros da pobreza ─ e, se 12 milhões de desempregados estão hoje de volta ao fundo do poço, a culpa é da elite, claro, e provavelmente do ex-presidente Fernando Henrique. Mas nem tudo está perdido para o brasileiro que só pode emigrar para o Brasil. Olhem o último IDH mundial, divulgado faz pouco; ficamos no lugar 75 da fila que mede o bem-estar das nações. É ruim, mas seria pior se o número fosse 150. É a Tabela Periódica da Equivalência das Desgraças, e nela já não vamos tão mal.

A jararaca em apuros... / Veja

sexta-feira, março 11, 2016

REPORTAGEM DE 'VEJA' REVELA O DESESPERO DA JARARACA QUE ESTÁ MORRENDO COM O SEU PRÓPRIO VENENO

O que a Nação assiste estarrecida não tem paralelo nem na história do Brasil e em de nenhum país do mundo. E também não imaginava que ao passar com armas e bagagens para o jornalismo digital que iria ao final de cerca de quase uma década não só testemunhar todo o desenrolar desse filme de horror protagonizado por Lula e seus sequazes. E mais do que isso, que não iria sozinho dar conta do recado face a multiplicidade de eventos simultâneos. Nem mesmo para fazer apenas o clipping daquilo que é mais importante durante um dia, quiçá comentar e analisar o turbilhão de nefastos eventos que se sucedem em borbotões.
Ao longo de mais de 40 anos de carreira jornalística nunca vi nada igual, sequer parecido com o que me deparo agora. Todos os fatos pregressos envolvendo corrupção e roubalheiras variadas aqui no Brasil e no exterior ficam diminutos frente ao que ocorre agora no Brasil.
Também não poderia supor que face a tudo isso se veja uma classe política tão miseravelmente vagabunda, descarada e sem-vergonha em conluio rasteiro com corruptores e corruptos esperando uma oportunidade de avançar à farta nos cofres públicos. As exceções a essa ética da malandragem modus operandi que leva a marca do PT/Foro de São Paulo, são tão rarefeitas que se desmancham no ar. O esquema é justamente esse, aliás fomentado pela mídia, que procura sempre relativizar tudo.
O pior é que a ética dos gatunos transformou-se numa pedagogia oficial do crime. Se a maioria se locupleta impunemente por quê alguém teria o dever de proceder afinado com a moral escorreita e os ditames lei? Este é o resultado mais trágico de 13 anos do PT no poder. E mais trágico ainda é ver que a maioria dos jornalistas brasileiros, cujos órgãos de classe se tornaram em aparelhos comunistas do Foro de São Paulo, se entregam agora mesmo à incessante tarefa de espancar a verdade no sentido de proteger o diabólico plano de poder perpétuo do movimento comunista do século XXI. Não fosse um acaso - a Lava Jato começou a caçar arraias miúdas num posto de gasolina - um Juiz, alguns Procuradores Federais e Policiais Federais de caráter rígido e apego à lei, à moral e os bons costumes, tudo que está vindo à tona neste momento continuaria submerso nos porões do PT e do Foro de São Paulo. E, se tudo isso não viesse à tona eu não estaria aqui escrevendo este post. Provavelmente estivesse numa fila de um supermercado em busca de alimento como ocorre agora mesmo na Venezuela que já viu um dia a glória e a fartura antes de ser atacada pelos esbirros de Fidel Castro e sua gang.
Feito este prólogo, transcrevo um aperitivo da reportagem de capa da revista Veja. No entanto não posso concordar - e por certo os leitores também não concordarão - quando em determinada altura do texto o jornalista de Veja tenta desvirtuar a o pedido de prisão de Lula apresentado pelo Ministério Público de São Paulo em análise agora pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Veja assinala - em tom de censura - que a referida Juíza tem fama de 'linha dura'. Se esse é o caráter da Juíza paulistana podem ter certeza que a esmagadora maioria dos brasileiros aprova e espera justamente isso. Leiam:

JARARACA ESTÁ MORRENDO COM O SEU PRÓPRIO VENENO

Embora a jararaca seja uma serpente endêmica na América do Sul, nenhum outro país do continente além do Brasil tem uma jararaca como Luiz Inácio Lula da Silva. "A jararaca está viva", disse o ex-presidente há duas semanas, logo depois de depor nas investigações da Lava-Jato, na barulhenta condução coercitiva de que foi alvo. Na semana passada, a jararaca provou-se realmente muito viva, mas em luta desesperada pela sobrevivência. Jantou por três horas no Palácio da Alvorada com a presidente Dilma Rousseff, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar as investigações sobre seu patrimônio, reuniu-se com líderes do PMDB em busca de uma saída política, recebeu um convite para ser "ministro do foro ­privilegiado" e terminou a semana ainda pior do que começou: denunciada por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, e com um inédito pedido de prisão preventiva apresentado à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo. Sim, a jararaca está viva, mas nunca esteve tão acuada.

sexta-feira, 11 de março de 2016

As várias maneiras de comunicação da família de Lula...

10/03/2016
 às 19:45 \ Direto ao Ponto

A foto do dedo médio confirma que a neta Bia e a filha Lurian são a cara de Lula

Em sua estreia como repórter de chanchada, a discípula Jandira Feghali conseguiu neste 4 de março um furo que atingiu na testa o mestre da seita: sentado no fundo da sala, Lula revelou numa conversa pelo celular onde gostaria de enfiar o processo que cuida de parte das bandalheiras em que se meteu. Coisa de família, informam as duas fotos que ilustram o comentário de 1 minuto para o site de VEJA.
Ambas são provas visuais de que é para esse lugar que o clã inteiro vive mandando pessoas ou instituições que teimam em não ficar de joelhos diante do patriarca. A primeira foto mostra Bia Lula em ação no dia 12 de dezembro, em Brasília, no encontro da Juventude do PT. Ela hasteia o dedo médio para insultar a mídia golpista e confirmar que aprendeu boas maneiras com a mãe, Lurian.
Na segunda, feita neste 4 de março durante o ato de protesto diante do prédio da Globo no Rio, Lurian confirma que é uma das mais aplicadas alunas do pai. A filha e a neta não precisam exibir o rosto para constatar-se que são a cara de Lula. Basta um dedo.
bia-lula-original
Lurian Lula

Amor ao Brasil e paz para a jararaca.../ Fernando Gabeira

De paz e amor a jararaca - 

FERNANDO GABEIRA

O Estado de S. Paulo - 11/03

A crise brasileira é tão asfixiante que às vezes preciso de uma pausa, ouvir música, ler algumas páginas de romance. Em síntese, recuperar o fôlego.

As crises assumem ritmos mais rápidos no seu final. A reação de Lula na entrevista coletiva, ao sair da PF, não me pareceu a de um candidato.

Em 2002 foi difícil vencer com o “Lulinha paz e amor”. Em 2018 será impossível vencer como jararaca. Um candidato não se identifica com uma cobra peçonhenta. Nem se considera a alma mais honesta do Brasil. Verdade que seu marqueteiro está na cadeia. Mas onde está a intuição política que sempre lhe atribuem?

Ele perdeu a cabeça e, com ela, a chance de representar a serenidade do inocente. Seu marqueteiro representou. Não evitou a cadeia, mas, pelo menos, era um scriptmais elaborado.

Lula queria ser algemado. O marqueteiro e a mulher, também. Eles colocaram as mãos para trás, incomoda menos que as algemas reais, mas não tem o mesmo efeito. No fundo, um tremendo esforço para se fazer de vítima, conquistar pela emoção a simpatia que os fatos liquidaram.

Na Justiça, a decisão vai trabalhar com os fatos. Se alguém, realmente, quer contestar sua provas, precisa argumentar também com evidências.

Nem sempre as decisões na esfera do crime são bem recebidas. Em muitos pontos do Rio, prisões resultam em protestos, queima de pneus e bloqueios. Alguns líderes religiosos, quando presos, também emocionam seu rebanho.

No campo da política, há sempre o cuidado com os conflitos sociais. Para quem viu conflitos sociais, o que aconteceu na sexta passada foi apenas uma briga de torcidas e, na verdade, mais pacíficas que as de futebol.

Leio num jornal brasileiro que iriam buscar, entre outros, um gesto de solidariedade de Nicolas Sarkozy. Leio num jornal francês que Sarkozy também está às voltas com a polícia. Sujou, bro.

Apesar de seu ritmo, os últimos dias têm trazido uma ponta de otimismo, mesmo nos mercados, que são tão voláteis. Esse otimismo está baseado na queda de Dilma, mas deve ser estendido também a Eduardo Cunha. Os dois são rejeitados pela maioria. Não se trata apenas de festejar uma queda, desfazer-se de uma pedra no caminho. É criar uma chance de, superando o impasse político, recuperar a economia.

O que move as pessoas no domingo não é só a unânime luta contra a corrupção, mas também a clareza sobre as dificuldades cotidianas. Elas podem não ter uma noção clara do que deva ser feito. Mas sabem que algo precisa ser feito. E urgente.

Sempre que foi preciso, a sociedade brasileira manifestou-se claramente. Será assim no domingo e, para dizer a verdade, não acredito em conflitos, como algumas vozes do PT sugerem e Dilma confirma, a seu modo, pedindo paz.

As coisas vão se resolver de forma tranquila e o bicho-papão não tem como amedrontar ninguém. Escaramuças pode haver, mas seriam mais um caso de polícia: mais gente presa e neutralizada.

É ingênuo supor que as pessoas, dando-se conta de que o País está à deriva, com um governo que se elegeu com grana da Petrobrás, numa enorme crise econômica, vão ficar em casa só porque uns caras de camisa vermelha fazem cara feia ou gestos obscenos com o dedo.

Quando as pessoas denunciam a corrupção estão baseadas em fatos reais, documentados, investigados com rigor. Sabem que a Petrobrás foi saqueada, sabem dos milhões de dólares que foram repatriados. Não adianta cara feia. Se isso fosse uma saída histórica, bastava saquear o País e dizer: não me prendam porque senão vamos para as ruas gritar; não apareçam para protestar porque estou bravo, viro uma jararaca.

Outro dia, o bispo auxiliar de Aparecida recomendou aos seus fiéis pisarem na cabeça da jararaca. E um juiz condenou um adversário do PT a pagar multa de R$ 1,00 por ter criticado o partido. E ironizou que é um partido que tem a pessoa mais honesta de todas.

O bispo via a luta contra a jararaca como a luta entre o bem e o mal. Quem se colocou como cobra venenosa foi o próprio Lula. E o fez num recado para a Justiça. É uma declaração subconsciente de culpa: jararaca eu sou, acontece que vocês não atingiram minhas funções vitais, sigo sendo uma cobra venenosa.

Dilma reclamou de injustiça, mas até hoje não defendeu Lula no mérito. Colaborou na forma: protestou pelo fato de a Lava Jato tê-lo levado a depor debaixo de vara.

Inconscientemente, Lula pediu para ser destruído. O bispo levou-o ao pé da letra. A Lava Jato certamente entendeu de outra forma. E optou pela pesquisa. São os fatos que já existem e os que ainda não foram divulgados que vão definir o destino do governo e de Lula.

Tanto parlamentares como juízes precisam saber claramente o que a sociedade pensa. Não trabalham com pesquisa e, de qualquer forma, não se antecipam nunca. São viciados no único estímulo: um sopro na nuca, de preferência um vento bem forte, 100 km por hora.

Em outras palavras, a manifestação de domingo pode ser o sopro que falta para romper o impasse político. Mas, de qualquer maneira, a vaca já foi pro brejo. Não há horizonte com o governo Dilma, exceto empobrecer mais, enquanto ela luta por se agarrar no cargo.

No domingo há, ainda, a chance de uma aproximação maior de todos os que querem mudança. É fundamental que estejam próximos durante a travessia até 2018. Esta, sim, já me preocupa mais que as bravatas de Lula. Precisa de um mapa do caminho para recomeçar em 2018 com a economia recuperada e um grau de consciência nacional que não deixe jamais o Brasil chegar ao ponto a que chegou.

Essa é minha esperança. Por ela vou às ruas. Não para me expressar, pois isso posso fazê-lo com liberdade na imprensa. Nem para flertar com a política, interesses partidários ou eleitorais. Vou para a rua porque acho que é o lugar onde devem estar todos os que queiram tirar o Brasil do buraco e encerrar este triste episódio histórico.

Vou para a rua porque é onde devem estar todos os que queiram tirar o Brasil do buraco.

"Com saudade do futuro" / Reinaldo Azevedo

sexta-feira, março 11, 2016

Resultado de imagem para imagem de mãos de despedidaNo domingo, com saudade do futuro -

REINALDO AZEVEDO

FOLHA DE SP - 11/03

Ninguém mais duvida de que já acabou. O governo Dilma chegou ao fim. Hoje, convenham, para fingir que ainda existe, depende apenas do PMDB. Se o partido desembarcar em bloco, a causa está encerrada. E nem precisa haver rompimento formal. Basta que a legenda declare a sua independência.

E aqui cabe uma pergunta muito objetiva aos peemedebistas: se até o PT, sem saída, já caiu fora, por que serão vocês a segurar a alça do caixão? Em nome de quê?

Mesmo as metáforas se cansaram da presidente e fugiram. Esperava-se estrondo, não veio nem suspiro. As coisas foram escorrendo, assim, pelo ralo, preguiçosa e fatalmente. Dilma não nos inspira nem discursos condoreiros. Sua incompetência pastosa não serve nem para animar discurso de resistência. Ela empobrece até a retórica dos adversários.

Neste domingo, muitos milhares sairão às ruas pedindo o seu impeachment. A indignação com a máquina cleptocrata é grande, claro! Mas o sentimento mais perceptível é de enfaro. Essa senhora nunca teve nada a dizer.

Na sexta-feira passada, logo depois da condução coercitiva, Lula ainda nos ameaçou a todos com a ira da jararaca ferida no rabo, desafiando a que se lhe esmaguem a cabeça. Será esmagada, não duvidem. Mas o ponto que me interessa aqui nem é esse.

Seu discurso encantou a alguns cronistas políticos, os da minha idade ou mais velhos. Eu mesmo destaquei, em meu blog, sua habilidade retórica; sua fala organizada; sua capacidade de transformar a luta de classes num jogo de truco de botequim; seu dom narrativo que faz Marisa Letícia usar um decanter como se fosse um vaso; sua notável habilidade em exibir todas as suspeitas que há contra si como trunfos, sem responder a nenhuma –até porque respostas não há.

Quase fiquei, leitor, confesso, com saudade de Lula; do tempo em que eu tinha mais cabelo; da minha barba mais preta; dos meus leitores em número muito menor; das minhas reservas ao petismo, exibidas como um traço que alguns queriam esquizoide, já que tantos à minha volta anteviam amanhãs sorridentes onde eu só percebia falência moral e espancamento da lógica. Nota: eu não resistia por heroísmo. Como o artista da fome, de Kafka, era o que eu sabia fazer.
Na sexta, tive, admito, certa nostalgia do tempo em que Lula exibia um pouco mais de vigor; dos dias em que seu arranca-rabo de classes era ao menos legitimado pela ignorância de causa; daqueles anos, ainda precoces, das minhas contraposições ao petismo, com sua incrível capacidade de vulgarizar não apenas a história e a trajetória dos adversários, mas de rebaixar os desígnios pregressos da própria esquerda.

Fiquei com vontade de combater um Lula que fosse algo mais que um decrépito contador de histórias de um passado que ele reescreveu para justificar seu presente miserável. Quase gritei, irritado, diante da TV: "Deem-me um líder que ainda consiga levar porrada! Esse não serve!".

E já não havia Lula nenhum. Olhei ao redor, pensei nos seus teóricos e justificadores, e tudo era mediocridade e irrelevância. Quase fiquei triste, quase fui tomado pela acídia, que, em Santo Agostinho, se não me engano, é definida como "entristecer-se do bem divino", dada a pequenez dos anseios humanos...

Mas depois me animei. Como o garotinho do filme "O Sexto Sentido", cansei de "ver gente morta o tempo todo".

Eu vou para a rua no domingo. Estou é com saudade do futuro.

Humor de Miguel no blog de Ricardo Noblat

Charge do Miguel

Charge (Foto: Miguel)

Lula vai se autonomear ministro ?


PT submete Dilma a impeachment companheiro
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Josias de Souza
Facebook/Reprodução
Dilma Rousseff não só acredita em vida depois da morte como crê que é esta que ela está vivendo. Suposta presidente da República, Dilma já não tem capacidade nem para projetar as aparências do poder. Para evitar que outras forças políticas dêem um golpe, o PT decidiu implementar um impeachment companheiro. Articula a conversão de Dilma em ex-presidente ainda no exercício da Presidência. Só falta decidir o que o partido fará com o vácuo que herdará de si mesmo.
Lula passará o final de semana refletindo sobre a conveniência de assumir um ministério sob Dilma, informou Rui Falcão, presidente do PT, ao discursar na noite desta quinta-feira para uma plateia de cerca de 300 militantes de movimentos sociais. Lula não está interessado no escudo do foro privilegiado, assegurou Falcão. Não, não. Absolutamente. A ideia é que ele vá à Esplanada para “salvar o nosso projeto.” Bom, muito bom. Pode criar algo inteiramente novo. Caos não falta.
Na saída do evento, Falcão afirmou que a decisão de Lula pode sair no próprio final de semana ou demorar mais alguns dias. “Essa é uma decisão dele. Lula está tranquilo e sereno.” Noutros tempos, a escolha de ministros era decisão exclusiva de presidentes. Mas Dilma não se importará se Lula decidir se autonomear. Ela o deixou à vontade para escolher a pasta. O PT quer vê-lo na Casa Civil. Funciona no 4º andar do Planalto, em sala que fica imediatamente acima do gabinete presidencial, situado no 3º piso.
Não é difícil imaginar a cena: na antessala do neo-ministro, congressistas e empresários se acotovelando por uma audiência. Na sala de espera da pseudo-presidente, o silêncio do vazio. No interior do gabinete, o nada. Inútil tentar alcançar Dilma com os olhos. O olhar atravessa o nada e vai bater no couro do espaldar da poltrona. Lula queria um sucessor invisível, que não lhe fizesse sombra. Exagerou!

A mudança de Lula do Alvorada para seus endereços é motivo de investigação... Foram 11 caminhões !

sexta-feira, março 11, 2016


FORAM 11 CAMINHÕES PARA LEVAR MUDANÇA DE LULA DO PALÁCIO DA ALVORADA. HÁ PELO MENOS MAIS 400 CAIXAS EM SINDICATO DE S. BERNARDO, SEGUNDO A POLÍCIA.

A fabulosa mudança de Lula: como nunca antes neste país. Foto DP by Lula Marques
O ex-presidente Lula enfrenta a suspeita de apropriação de objetos do Palácio da Alvorada que pertenceriam à União. No café da manhã com senadores, quarta-feira (9), Lula desdenhou disso e fez uma revelação espantosa: além dos itens encontrados no sítio em Atibaia pela Polícia Federal na 24ª fase da Lava Jato, “tem umas 400 caixas” da sua mudança em imóvel do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.
Objetos que pertencem à União teriam sido levados nos espantosos 11 caminhões de mudança de Lula e Marisa, no fim do seu governo.
Aos senadores, Lula disse ter ganho “muitos presentes”. Ele ignora que itens avaliados em mais de cem reais passam ao patrimônio da União.
Há relatos de que no dia da mudança, d. Marisa mandou colocar em caminhões de mudança até objetos de adorno do jardim do Alvorada.
Por meio de requerimento de Ronaldo Caiado (DEM-GO), o Senado pediu a investigação do eventual sumiço de objetos do Alvorada. Da coluna de Cláudio Humberto/Diário do Poder

quinta-feira, 10 de março de 2016

Uma citação da primeira dama da Turquia sobre haréns gera críticas e revolta das mulheres turcas


La esposa de Erdogan: Los harenes del Imperio otomano fueron "escuelas de vida"

Publicado: 10 mar 2016 14:26 GMT | Última actualización: 10 mar 2016 14:52 GMT
Emine Erdogan, la primera dama turca, ha 

generado una ola de críticas con sus 

comentarios elogiosos sobre harenes.

12037
La esposa del presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ha suscitado críticas después de que este miércoles elogiara a los harenes de sultanes del Imperio otomano, informa AFP, citando a la televisión turca.
"El harén fue una escuela para los miembros de la dinastía osmanlí y un institución educativa para preparar a las mujeres para la vida", dijo Emine Erdogan, durante un acto público en Ankara dedicado a los sultanes otomanos.
"En la época de Murad III [del siglo XVI], lo único que no podía entrar en un harén eran libros", cita la agencia el comentario en Twitter del profesor de la Universidad de Estambul, Ozlem Kurumlar.
Los comentarios de Emine Erdogan se producen un día después de que su esposo enfureciera a muchas mujeres en el Día Internacional de la Mujer al afirmar que, según su opinión, "una mujer es ante todo una madre". En otra ocasión anterior Erdogan ya fue criticado por animar a las mujeres a tener al menos tres hijos, y por calificar de traición al control de la natalidad, según AFP.

Arranjaram um ministério para Lula ! / o Antagonista


LULA MINISTRO DA PESCA?

Segundo o site O Antagonista, já está definido que Lula será o Ministro da Pesca. E as razões que embasam tal decisão são irrefutáveis:
Lula tem dois pedalinhos, um lago com peixes, bebe como pescador e também mente pra burro.

"O Brasil está se olhando no espelho e não está se reconhecendo..." /Guilherme Fiuza


A Lava Jato é o impeachment

Esse Brasil sério e raro, que faz seu trabalho direito, é agora caçado como peru em véspera de Natal

GUILHERME FIUZA
25/02/2016 - 08h00 - Atualizado 25/02/2016 08h00
O juiz Sergio Moro derrubou a manobra da Odebrecht que tentava desqualificar os documentos bancários enviados por procuradores suíços à Lava Jato. Após uma retificação de procedimento, eles continuarão valendo como prova. É uma dor de cabeça tentar sabotar quem conhece as leis. Por isso, a maior operação anticorrupção da história do país está completando dois anos de vida. Até o STF já tentou pulverizá-la. É inútil.
O Brasil continua afogado no conto de fadas do oprimido – e, agora que Lula está no centro das investigações, a temperatura vai subir. Do já famoso e vexaminoso “manifesto de juristas” montado pelos advogados da Odebrecht, que comparava Moro aos trogloditas da ditadura, ao choro de petistas e seus artistas de aluguel contra a “criminalização” do filho do Brasil, assiste-se a uma rajada de tiros n’água. O estoque de clichês populistas não acaba – o que pode acabar é a proverbial paciência da opinião pública para engoli-los.
Um dos ministros fisiológicos da coleção de Dilma Rousseff declarou, numa das faxinas fantasiosas da presidente, que só deixaria o cargo debaixo de tiro. Acabou saindo por bem – ou melhor, por muito bem: colaborou com o show da faxineira e negociou com ela um substituto de sua gangue, para continuar a sucção que ele iniciara. Assim é o teatro dos pobres milionários. Na vida real, quem só sairá de seu caminho debaixo de tiro é Sergio Moro.
A Lava Jato já tinha revelado ao Brasil o desenho do petrolão antes da reeleição de Dilma. Até os maiores críticos do PT apostavam que, se a presidente ganhasse a eleição, a operação esfriaria. É o país acostumado às CPIs flácidas e às investigações que só sobrevivem enquanto o escândalo está nas manchetes. Aí vieram Sergio Moro e a equipe de procuradores e agentes federais da Lava Jato desmentir a teoria da vida mansa para quem tem costas quentes. Desta vez não foi a bravura da imprensa, nem uma mulher traída ou um sócio roubado quem empurrou a depuração em frente: foi a virtude de um grupo de pessoas que trabalham de verdade. O Brasil está se olhando no espelho e não está se reconhecendo.
Pois é esse pedaço de Brasil sério e raro, que não está fazendo nada além de trabalhar direito, sem partidarizações ou jogos de influências ocultas, que agora está sendo caçado a céu aberto como peru em véspera de Natal. Claro que os caçadores são todos bonzinhos, sofridos e vítimas do peru ao qual tentam degolar. É a especialidade da casa. Você ainda vai ver muitas “reportagens” plantadas por essa elite cultural parasitária acusando a Lava Jato e Sergio Moro de arbitrariedades, condutas abusivas e caça às bruxas. O choro é livre. Como já foi dito aqui, Moro e sua devassa só são paráveis à bala. Espera-se que a coalizão da vadiagem progressista ainda não tenha incorporado o bangue-bangue a seu ideário sublime.
Mas há um único e grave equívoco associado à Operação Lava Jato. E é este equívoco que custa mais caro ao país no momento: o bando que engendrou o monumental sistema de roubo do Estado em favor de um partido continua mandando no Brasil. E mandando turbinado pelo dinheiro roubado. Nunca se viu nada igual, em lugar nenhum do mundo. Uma devassa com a proporção de um tsunami varrendo uma república inteira, sem desalojar do topo dela o grupo responsável pela bandalheira revelada.
A correção desse equívoco é urgente e óbvia, embora o país do Carnaval pareça não se dar conta: falta um pedido de impeachment de Dilma Rousseff baseado na Lava Jato.
O gigante não sabe se samba ou se dorme – sua única certeza é cair em todos os truques do Supremo Tribunal companheiro para proteger a presidente em estado vegetativo. A ideia é esperar a paralisia e a recessão chegarem ao nível do pré-sal? É muito sofrimento ficar carregando o TCU como um vaso de porcelana para que a acusação das pedaladas fiscais não se esfarele no caminho. Ou torcendo para que Eduardo Cunha desembarace as malandragens do companheiro Barroso.
Dilma é a representante oficial do grande projeto – de Lula, de Dirceu, de Vaccari e de toda a teia montada com as marionetes petistas na diretoria da Petrobras. Alguém duvida disso? Os dois anos de literatura da Lava Jato são mais do que suficientes para embasar esse pedido. Acorda, Brasil.