quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Você acha que o Brasil tem jeito? Leia abaixo e fique desconfiado !
quinta-feira, outubro 13, 2016
EX-AUTORIDADES DO EX-GOVERNO DO PT CONTINUAM RECEBENDO SALÁRIOS NABABESCOS 'ENCOSTADOS' NA TAL QUARENTENA. UMA VERGONHA!
O governo Dilma foi sepultado em 31 de agosto, mas ainda custa caro ao contribuinte: ex-ministros e assessores estão pendurados na rica boquinha da “quarentena”, invenção que obriga os cofres públicos a pagar seus salários durante meses, após serem demitidos. No total R$ 1,2 milhão por mês, por decisão da Comissão de Ética Pública. Os “encostados” do PT chegam a ganhar quatro vezes o teto constitucional. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine recebe R$123 mil em sua “quarentena”. Quatro vezes mais que o teto constitucional.
A próxima reunião da Comissão de Ética será em 24 de outubro, e devem ser distribuídas ainda mais “quarentenas” com nosso dinheiro.
As quarentenas podem durar até seis meses, quando os desocupados do governo petista ficam encostados nas tetas do governo.
Somente a ex-ministros de Dilma o contribuinte paga mais de R$525 mil por mês, dispensando-os, claro, de ir à luta por nova ocupação. Do site Diário do Poder
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Dogmas do corpo e tratados da alma podem ser adquiridos durante a vida...
Sexo, liberdade e etnia
- ROBERTO DAMATTA
O GLOBO - 12/10
Há na idade uma progressão determinante em contraste com a liberdade. Refiro-me ao fato de que todos nós temos um início e um inevitável fim
Um mundo globalizado e idealmente igualitário abriu os portões de uma inigualável liberdade. Hoje, a sexualidade e a etnia não são mais papéis irrecorríveis — são papéis adquiridos. Resultam de escolhas individuais que rompem com a determinação que decretava como deveríamos ser. Dissolvemos a ideia estabelecida de dois sexos com o redesenho fundado na liberdade, pois o fisiológico não determina mais nem as práticas eróticas, nem a construção de um grupo familiar. O aparato biológico com o qual nascíamos (e morríamos) foi repensado pela categoria de gênero. Podemos nascer como “homens” ou “mulheres”, mas viver atualizando muitas formas de masculinidade e feminilidade.
O dualismo arcaico constituído de masculino e feminino — de homem e mulher — foi substituído pelo direito de escolher. Aliás, mesmo quando havia somente dois sexos — o ator principal do drama (o masculino) e o seu coadjuvante oprimido (o feminino), como nos revelou Simone de Beauvoir num livro fundacional, “O segundo sexo”, publicado em 1949, o mesmo ano, aliás, em que veio à luz o igualmente clássico “As estruturas elementares do parentesco”, de Claude Lévi-Straus, um estudo que confirmava as mulheres como objeto de trocas matrimoniais realizadas por seus pais e irmãos — sempre existiram homens femininos e mulheres masculinas.
A possibilidade da reinvenção erótica permitiu redefinir a ontologia exclusiva do macho ou fêmea. Tanto Freud quanto Margaret Mead revelaram como sistemas de crenças marcam e definem o quem é macho ou fêmea, tornando a classificação simbólica mais importante do que que a visão universalista e evolucionista tradicional. Freud, por exemplo, falou em bissexualidade. Mead, por seu turno, descreveu sociedades nas quais os homens eram passivos e as mulheres ativas. Tal variedade, porém, não foi tomada como uma receita. O que se demonstrava era um conjunto de alternativas a serem respeitadas, e não uma outra camisa de força a ser seguida.
O fato é que neste nosso mundo que oscila entre liberdade e inquietação, podemos escolher o país com o qual queremos nos associar, de tal modo que o nascimento e a descendência não mais determinam nossas consciências e etnias.
Mas se um viés de liberdade centrada no individualismo marca a subjetividade sexual e o pertencimento a algum grupo, tudo muda quando falamos de idade. Porque há na idade uma progressão determinante em contraste com a liberdade. Refiro-me ao fato de que todos nós temos um início e um inevitável fim.
Temos todas as liberdades, menos a liberdade de escapar da decadência biológica que vai nos levar — tenhamos ou não mudado de sexo ou de etnia — para o fim.
Como assimilar essa inevitabilidade da velhice que nem todos, aliás, experimentam, sem pôr em suspeição as utopias das escolhas individuais ou, como dizia Lévi-Strauss, as ilusões da liberdade? Como, num mundo de liberdade infinita, aceitar essa determinação coercitiva da idade?
Podemos reprimi-la, mas não podemos viver sem um corpo que envelhece e impõe um princípio de suficiência no conjunto de escolhas que reproduzem a onipotência do pós-capitalismo apoiado no consumo e na alta tecnologia. Esse progresso que promete uma vida sem dor nas costas. O envelhecer prova que, tanto como o planeta e o capitalismo, nós também temos limites. É preciso um mínimo de asas para voar.
A inexorabilidade da idade deve ser lembrada neste Brasil onde a aposentadoria sinaliza velhice e promoção, livrando-nos do trabalho lido como castigo e estigma escravista, e não como um chamado ou vocação. Entrar nisso, porém, é, como dizia Kipling, uma outra historia...
PS: Dedico essa relfexão à memória de Irma Brant, com o meu afetuoso abraço para Arnaldo e Jaqueline.
Roberto DaMatta é antropólogo
Um mundo globalizado e idealmente igualitário abriu os portões de uma inigualável liberdade. Hoje, a sexualidade e a etnia não são mais papéis irrecorríveis — são papéis adquiridos. Resultam de escolhas individuais que rompem com a determinação que decretava como deveríamos ser. Dissolvemos a ideia estabelecida de dois sexos com o redesenho fundado na liberdade, pois o fisiológico não determina mais nem as práticas eróticas, nem a construção de um grupo familiar. O aparato biológico com o qual nascíamos (e morríamos) foi repensado pela categoria de gênero. Podemos nascer como “homens” ou “mulheres”, mas viver atualizando muitas formas de masculinidade e feminilidade.
O dualismo arcaico constituído de masculino e feminino — de homem e mulher — foi substituído pelo direito de escolher. Aliás, mesmo quando havia somente dois sexos — o ator principal do drama (o masculino) e o seu coadjuvante oprimido (o feminino), como nos revelou Simone de Beauvoir num livro fundacional, “O segundo sexo”, publicado em 1949, o mesmo ano, aliás, em que veio à luz o igualmente clássico “As estruturas elementares do parentesco”, de Claude Lévi-Straus, um estudo que confirmava as mulheres como objeto de trocas matrimoniais realizadas por seus pais e irmãos — sempre existiram homens femininos e mulheres masculinas.
Já sabíamos que certos atributos tradicionais de gênero — virilidade, sensualidade, docilidade, intuição, coragem, persistência, passividade, racionalidade etc... — não estavam em sincronia com ovários e testículos.
A possibilidade da reinvenção erótica permitiu redefinir a ontologia exclusiva do macho ou fêmea. Tanto Freud quanto Margaret Mead revelaram como sistemas de crenças marcam e definem o quem é macho ou fêmea, tornando a classificação simbólica mais importante do que que a visão universalista e evolucionista tradicional. Freud, por exemplo, falou em bissexualidade. Mead, por seu turno, descreveu sociedades nas quais os homens eram passivos e as mulheres ativas. Tal variedade, porém, não foi tomada como uma receita. O que se demonstrava era um conjunto de alternativas a serem respeitadas, e não uma outra camisa de força a ser seguida.
Em relação à etnia, ocorreu um processo semelhante. Uma pessoa pode nascer “negra” ou “oriental” e viver e morrer como “branca”: americana ou europeia. Ela pode manejar o seu corpo para nele reproduzir o padrão étnico ocidental ou fazer o movimento inverso, orientalizando-se ou africanizando-se. Ademais, dinheiro e celebrização permitem mais liberdade, bem como, maior legitimidade, mesmo diante de inevitáveis incoerências.
O fato é que neste nosso mundo que oscila entre liberdade e inquietação, podemos escolher o país com o qual queremos nos associar, de tal modo que o nascimento e a descendência não mais determinam nossas consciências e etnias.
Mas se um viés de liberdade centrada no individualismo marca a subjetividade sexual e o pertencimento a algum grupo, tudo muda quando falamos de idade. Porque há na idade uma progressão determinante em contraste com a liberdade. Refiro-me ao fato de que todos nós temos um início e um inevitável fim.
Temos todas as liberdades, menos a liberdade de escapar da decadência biológica que vai nos levar — tenhamos ou não mudado de sexo ou de etnia — para o fim.
Podemos evitar a branquidão que é azeda ou a negritude que significava escravidão; podemos transformar o masculino em feminino (e vice-versa), mas não temos como evitar que nasçamos, passemos pela juventude, entremos na idade adulta, envelheçamos e morramos.
Como assimilar essa inevitabilidade da velhice que nem todos, aliás, experimentam, sem pôr em suspeição as utopias das escolhas individuais ou, como dizia Lévi-Strauss, as ilusões da liberdade? Como, num mundo de liberdade infinita, aceitar essa determinação coercitiva da idade?
Podemos reprimi-la, mas não podemos viver sem um corpo que envelhece e impõe um princípio de suficiência no conjunto de escolhas que reproduzem a onipotência do pós-capitalismo apoiado no consumo e na alta tecnologia. Esse progresso que promete uma vida sem dor nas costas. O envelhecer prova que, tanto como o planeta e o capitalismo, nós também temos limites. É preciso um mínimo de asas para voar.
A inexorabilidade da idade deve ser lembrada neste Brasil onde a aposentadoria sinaliza velhice e promoção, livrando-nos do trabalho lido como castigo e estigma escravista, e não como um chamado ou vocação. Entrar nisso, porém, é, como dizia Kipling, uma outra historia...
PS: Dedico essa relfexão à memória de Irma Brant, com o meu afetuoso abraço para Arnaldo e Jaqueline.
Roberto DaMatta é antropólogo
Seis notas de Carlos Brickmann
“Manda quem pode, mas tem de querer”
e outras seis de Carlos Brickmann
O presidente Michel Temer tem o controle do Congresso e, portanto, do país. Mas precisa mostrar
o caminho para que o país continue a segui-lo
Por: Augusto Nunes 12/10/2016 às 13:41
Por: Augusto Nunes 12/10/2016 às 13:41
Publicado na coluna de Carlos Brickmann
O Governo de Michel Temer obteve sua primeira grande vitória: os 366 votos a 111 que aprovaram a emenda constitucional 241, limitando o aumento dos gastos oficiais nos próximos 20 anos, foram um 7×1 na oposição. Temer se jogou abertamente na batalha, de tal modo que, se perdesse, teria de repensar todo o seu Governo. Ganhou – e mostrou para o mercado, para os investidores, para os bancos estrangeiros, que tem cacife para reformar a economia e enfrentar vitoriosamente os grupos de pressão.
É ótimo que os estrangeiros voltem a acreditar no Brasil como polo de investimento. E, para isso, uma emenda constitucional aprovada por imensa maioria do Congresso é essencial, mostra que o clima econômico mudou, melhorou, e que daqui pra frente tudo vai ser diferente.
Mas nós somos brasileiros, e sabemos que leis elaboradas para disciplinar despesas públicas nem sempre são executadas em nosso país. Se fossem, esta reforma da Constituição nem seria necessária. Cortar despesas oficiais de maneira a que possam ser suportadas pelo país exige disposição e convicção do governante; exige exemplo. Tudo bem, era o grande lance da conquista da maioria, o lance definitivo, mas banquete para mais de 400 pessoas talvez seja meio muito para pedir corte de despesas.
O presidente Michel Temer tem o controle do Congresso e, portanto, do país. Mas precisa mostrar o caminho para que o país continue a segui-lo.
…é vendaval
Um caso exemplar é o do juiz Leo Denisson Bezerra de Almeida, de Marechal Deodoro, Alagoas, acusado de vender decisões. O Conselho Nacional de Justiça instaurou processo administrativo disciplinar contra ele, e o afastou de suas funções. O juiz deixou de trabalhar, mas recebe salário integral e auxílio moradia. Fica difícil convencer outras categorias a concordar com o teto de despesas do Governo tendo exemplos como este.
O perdedor 1
O líder da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, está acossado. Foi denunciado pela quarta vez na Operação Lava Jato. Responde, num dos processos já aceitos pelo Supremo, pelas ligações com operações da Odebrecht em Angola. O outro processo, para que se tenha uma ideia, é chamado de Quadrilhão, e considerado o mais importante da Operação Lava Jato. Cada denúncia pode transformar-se em novo processo. E, no caso Odebrecht, em que a qualquer momento sairá a delação premiada de Emílio Odebrecht – que sempre foi, na empresa, o responsável pelas conversas com Lula – a situação tende a piorar. E pode piorar mais ainda se a delação de Leo Pinheiro, que foi presidente da OAS, for aceita pelo Ministério Público, que hoje a rejeita por divulgação antecipada.
O perdedor 2
Lula está sendo processado (as denúncias foram aceitas pela Justiça e se transformaram em processo) em Curitiba, acusado, no caso do triplex, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No STF, é investigado no Quadrilhão e em mais um processo. As acusações são de organização criminosa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, corrupção passiva. E há mais cinco investigações a cargo da procuradoria Geral da República sobre negócios da Odebrecht, financiados pelo BNDES, em Cuba, Equador, Venezuela, Panamá e República Dominicana.
A posição da defesa
Como Lula se defende? Jamais participou, no comando ou não, de um esquema de desvio de dinheiro público; afirma que contra ele não há uma prova sequer, apenas “descompromissadas convicções” dos procuradores. E o objetivo do “cenário de guerra” é impedir que Lula seja eleito presidente da República em 2018. Caso Lula seja condenado em todas as ações a que responde, estará sujeito à pena de 35 anos de prisão. Seus advogados são Roberto Teixeira, amigo de longa data, e Cristiano Zanin.
Outro perdedor
O deputado Celso Russomanno, PRB, pela segunda vez liderou as pesquisas em São Paulo durante um longo período, e pela segunda vez foi derrotado. Agora, diz ele, só deixaria a Câmara por um de dois cargos: secretaria da Segurança de São Paulo ou Ministério da Justiça.
Tiririca estava errado: pedia votos dizendo que pior do que está não fica.
A frase
De acordo com a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, Lula não queria inicialmente aliar-se ao PMDB. E trocou a aliança por vantagens diversas, dando início ao Mensalão. Mais tarde, quando a descoberta do Mensalão ameaçou derrubá-lo, Lula teria dito: “Ou abraço o PMDB ou vou morrer”.
Entre manter seu poder político e a lealdade a seu projeto, Lula optou por manter seu poder político. E destruiu seu projeto.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
Beltrame cansado ou decepcionado deixa a Secretaria de Segurança do Rio
Após quase dez anos como secretário de Segurança do RJ, José Mariano Beltrame pede demissão
Nesta terça-feira (11), a assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro confirmou que o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, pediu demissão do cargo, aceito pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP). A saída de Beltrame também contou com o aval do governador licenciado, Luiz Fernando Pezão, que reconheceu a importância do trabalho do secretário.
Em entrevista, Luiz Fernando Pezão (PMDB), retorna ao comando do governo em novembro, pontuou que Beltrame estava “muito cansado”. “Ficar dez anos à frente de uma secretaria não é fácil”, comentou o peemedebista.
O anúncio acontece um dia após o tiroteio em Copacabana, na zona sul da capital fluminense, que deixou três suspeitos mortos, fechou o comércio local e alastrou o pavor entre os moradores.
O secretário continuará à frente da pasta somente até o fim do segundo turno das eleições municipais, que acontece no dia 30 de outubro. De acordo com informações do Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, o substituto ainda não foi escolhido, mas as apostas recaem sobre Roberto Sá, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da secretaria e braço direito de Beltrame.
José Mariano Beltrame completaria dez anos como secretário de Segurança do Rio em novembro. Ele fez carreira como delegado da Polícia Federal antes de assumir a função a convite do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Beltrame ficou conhecido por conta da política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que começou em 2008 e chegou ao seu auge em 2010, ano da tomada das comunidades do Complexo do Alemão.
Cuidar da segurança pública do Rio de Janeiro não é tarefa fácil, pelo contrário. A capital fluminense tem uma geografia que desfavorece o combate ao crime organizado, que nas últimas décadas cresceu de forma exponencial diante da incapacidade (ou má vontade) do governo federal de coibir o tráfico de drogas e o contrabando de armas nas fronteiras do País. Enquanto isso não for feito, qualquer medida para melhorar a segurança nos estados será inócua.
"Viajar de táxi era conviver com Donald Trump sem sofrer consequências "
terça-feira, outubro 11, 2016
Viajar de táxi era conviver com Donald Trump sem sofrer consequências -
JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SP - 11/10
Sobre os preços, será realmente inteligente apimentar a tarifa dos táxis quando a palavra do momento deveria ser "competição"? Até porque os táxis têm uma vantagem competitiva: os respectivos motoristas.
Pena que os motoristas do Uber acrescentem pouco à viagem. Uma pessoa faz um comentário –sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre a política e seu bestiário– e eles, com uma educação de mordomos ingleses, apenas sorriem ou respondem com monossílabos de psicanalista.
Podemos continuar a picar o bicho, esperando que ele entre na arena com as narinas fumegantes, mas o bicho não se perturba.
Então nós, frustrados e entristecidos, fechamos os olhos e lembramos com saudade de todos os motoristas de táxi que passaram pela nossa vida.
Para começar, os motoristas de táxi com quem convivi eram os mais puros representantes do pessimismo lusitano. As coisas, para eles, não estavam boas nem más; estavam péssimas. E quando havia um elogio meu à cidade, ao trânsito, à vida, eles reagiam como se alguém tivesse insultado suas mães.
"Já vi melhor", respondeu ele, angustiado por não conseguir desmentir o óbvio. "Já vi melhor" representa essa feroz resistência às alegrias do presente –e uma nostalgia melancólica, quase patológica, pelo passado.
Mas os motoristas de táxi que eu conheci não são apenas reacionários genuínos. Alguns vão mais longe e são autênticas preciosidades para um cientista político. Foi nos táxis que aprendi como funciona a mentalidade revolucionária. Políticos incompetentes? Corrupção no governo? Crise no país?
"Era tudo encostadinho na parede" –outra expressão que relembro com carinho. A solução para os problemas sociais –e todos eles tinham a solução– passava por dizimar um número indeterminado de pessoas.
Depois da chacina, era só fazer repousar sobre a pátria uma espécie de lei marcial eterna e tudo encaixava por milagre. O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não passa de um amador.
Naturalmente, nem todos os motoristas que encontrei sonhavam com a carreira de Pol Pot. Havia os confessionais (que partilhavam desgostos amorosos), os poetas incompreendidos (que me liam os seus sonetos) e até os sábios do cosmos (recordo um que passou a viagem inteira a convencer-me de que os alienígenas éramos nós).
Sem falar dos pequenos Sades (que relatavam aventuras escabrosas com donzelas ocasionais) ou amantes da eugenia (que dissertavam abundantemente sobre as diferentes raças). Viajar de táxi era como conviver com Donald Trump durante alguns minutos sem sofrer as consequências.
Quando o automóvel chegava ao destino, o passageiro sentia que pagava dobrado: pela viagem e pela experiência única de ter visitado um universo paralelo.
Minha pergunta é saber qual o destino desse universo. Que tipo de literatura oral não iremos perder com o Uber? E não será possível arranjar um compromisso?
Para esses, o Uber deveria contratar os motoristas de táxi que promete jogar no desemprego. Para que eles ensinassem aos novos motoristas alguns repertórios clássicos –"já vi melhor", "era um Salazar em cada esquina", "tudo encostadinho na parede" etc. Há gostos para tudo –e os gostos, até para evitar porrada, não se discutem.
O serviço Uber foi legalizado em Portugal. Os motoristas de táxi não gostaram. Prometeram violência ("Porrada não vai faltar!", anunciaram os beneméritos) e alguns cogitam subir os preços em dias feriados.
Sobre a violência, nada de novo: antes da legalização, porrada não faltava. De tal forma que houve espancamentos por engano: o cidadão passava no aeroporto para pegar um amigo e deixava a dentadura como lembrança.
Sobre os preços, será realmente inteligente apimentar a tarifa dos táxis quando a palavra do momento deveria ser "competição"? Até porque os táxis têm uma vantagem competitiva: os respectivos motoristas.
Sei do que falo. Por razões sociológicas, experimentei o Uber. Difícil não ficar impressionado com as qualidades técnicas do serviço: rapidez no atendimento, higiene do automóvel, preços que deixam qualquer cliente a salivar por mais.
Pena que os motoristas do Uber acrescentem pouco à viagem. Uma pessoa faz um comentário –sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre a política e seu bestiário– e eles, com uma educação de mordomos ingleses, apenas sorriem ou respondem com monossílabos de psicanalista.
Podemos continuar a picar o bicho, esperando que ele entre na arena com as narinas fumegantes, mas o bicho não se perturba.
Então nós, frustrados e entristecidos, fechamos os olhos e lembramos com saudade de todos os motoristas de táxi que passaram pela nossa vida.
Para começar, os motoristas de táxi com quem convivi eram os mais puros representantes do pessimismo lusitano. As coisas, para eles, não estavam boas nem más; estavam péssimas. E quando havia um elogio meu à cidade, ao trânsito, à vida, eles reagiam como se alguém tivesse insultado suas mães.
Em anos e anos de circulação, só uma vez encontrei um otimista. Ou, pelo menos, alguém que não rebentou com meu otimismo. "Está um belo dia, não acha?", perguntei eu, olhando para o céu radioso de Lisboa.
"Já vi melhor", respondeu ele, angustiado por não conseguir desmentir o óbvio. "Já vi melhor" representa essa feroz resistência às alegrias do presente –e uma nostalgia melancólica, quase patológica, pelo passado.
A filosofia do "já vi melhor" acontece nas pequenas coisas ("antigamente, havia mais respeito") ou nas grandes ("o que era preciso era um Salazar em cada esquina").
Mas os motoristas de táxi que eu conheci não são apenas reacionários genuínos. Alguns vão mais longe e são autênticas preciosidades para um cientista político. Foi nos táxis que aprendi como funciona a mentalidade revolucionária. Políticos incompetentes? Corrupção no governo? Crise no país?
"Era tudo encostadinho na parede" –outra expressão que relembro com carinho. A solução para os problemas sociais –e todos eles tinham a solução– passava por dizimar um número indeterminado de pessoas.
Depois da chacina, era só fazer repousar sobre a pátria uma espécie de lei marcial eterna e tudo encaixava por milagre. O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não passa de um amador.
Naturalmente, nem todos os motoristas que encontrei sonhavam com a carreira de Pol Pot. Havia os confessionais (que partilhavam desgostos amorosos), os poetas incompreendidos (que me liam os seus sonetos) e até os sábios do cosmos (recordo um que passou a viagem inteira a convencer-me de que os alienígenas éramos nós).
Sem falar dos pequenos Sades (que relatavam aventuras escabrosas com donzelas ocasionais) ou amantes da eugenia (que dissertavam abundantemente sobre as diferentes raças). Viajar de táxi era como conviver com Donald Trump durante alguns minutos sem sofrer as consequências.
Quando o automóvel chegava ao destino, o passageiro sentia que pagava dobrado: pela viagem e pela experiência única de ter visitado um universo paralelo.
Minha pergunta é saber qual o destino desse universo. Que tipo de literatura oral não iremos perder com o Uber? E não será possível arranjar um compromisso?
O Uber veio para ficar –e triunfar. Mas há clientes que sentem falta da velha adrenalina: no fundo, são como fãs de cinema de horror condenados a assistir novelas.
Para esses, o Uber deveria contratar os motoristas de táxi que promete jogar no desemprego. Para que eles ensinassem aos novos motoristas alguns repertórios clássicos –"já vi melhor", "era um Salazar em cada esquina", "tudo encostadinho na parede" etc. Há gostos para tudo –e os gostos, até para evitar porrada, não se discutem.
Sobre DNA, palavras... e mais
http://aprimoramentohumano.blogspot.com.br/2015/08/o-dna-e-influenciado-e-reprogramado-por.html?m=1
Por Grazyna Fosar e Franz Bludorf - Quantum Pranx
SEGUNDA-FEIRA, 3 DE AGOSTO DE 2015
O DNA É influenciado e reprogramado por palavras e freqüências (O Poder do verbo)
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”
João 1:1-5
O Raio Azul, o poder e a vontade do Verbo Criador:
"E disse Deus: Haja luz; e houve luz."
Gênesis 1:3
Por Grazyna Fosar e Franz Bludorf - Quantum Pranx
Descobertas da Rússia sobre o DNA: Versão Original
O DNA humano é uma Internet BIOLÓGICA e superior em muitos aspectos a uma rede artificial.
A mais recente pesquisa científica russa, direta ou indiretamente, explica fenômenos como a clarividência, a intuição espontânea e atos remotos de cura, auto-cura, as técnicas de afirmação vocal (decretos), a luz incomum / aura em torno de pessoas, influência da mente/pensamentos sobre padrões climáticos, e muito mais. Além disso, há evidências de um novo tipo de medicina nas quais o DNA pode ser influenciado e reprogramado por palavras e freqüências/som (O Verbo) SEM remover e substituir um único gene, ou sem a prática da medicina invasiva convencional.
Apenas 10% do nosso DNA está sendo usado para construir proteínas. É este subconjunto do DNA que é do interesse dos pesquisadores ocidentais e está sendo examinado e categorizado. Os outros 90% são considerados "DNA lixo". Os investigadores russos, no entanto, convencidos de que a natureza não era estúpida (como os cientistas conseguem ser na maioria das vezes), se juntaram a lingüistas e geneticistas em uma aventura para explorar os 90% do assim chamado "DNA lixo". Seus resultados, descobertas e conclusões são simplesmente revolucionários!
Segundo eles, nosso DNA não é apenas responsável pela construção do nosso corpo, mas também serve como armazenamento de dados e de comunicação. Os lingüistas Russos compreenderam que o código genético, especialmente nos 90% aparentemente inúteis, seguem as mesmas regras que todas as nossas linguagens humanas. Para este fim, eles compararam as regras da sintaxe (a forma em que as palavras são unidas para formar frases e sentenças), a semântica (o estudo do significado nas formas de linguagem) e as regras básicas da gramática.
Hélice do DNA humano |
Eles descobriram que os alcalinos de nosso DNA seguem uma gramática regular e estabelecem regras como as nossas linguagens. Assim as linguagens humanas não surgiram coincidentemente, são um reflexo (efeito) do nosso DNA inerente. O biofísico russo e biólogo molecular Pjotr Garjajev e seus colegas exploraram também o comportamento vibracional do DNA. [Para efeitos de concisão Vou dar apenas um resumo aqui. Para a exploração, por favor consulte o apêndice no final deste artigo] O resultado foi:. "Cromossomos vivos funcionam como solitônicas / computadores holográficos que usam a irradiação Laser do DNA endógeno". Isso significa que eles conseguiram, por exemplo, modular a freqüência de certos padrões em um raio laser e com isso influenciar a freqüência do DNA e, assim, a própria informação genética. Desde que a estrutura básica dos pares alcalinos do DNA e da linguagem (como explicado anteriormente) são da mesma estrutura, nenhuma decodificação do DNA é necessária.
Pode-se simplesmente usar palavras e sentenças da linguagem humana! Isto, também, foi provado experimentalmente! A Substância viva (DNA no tecido vivo, não in vitro), sempre reagirá aos raios laser modulados na linguagem e até às ondas do rádio, se as freqüências apropriadas estiverem sendo usadas.
Isso explica finalmente e cientificamente por que as afirmações, ORAÇÕES, os decretos, recitação de mantras, o treinamento autógeno, hipnose e similares podem ter efeitos tão fortes nos seres humanos e em seus corpos. É perfeitamente normal e natural para o nosso DNA reagir à linguagem humana (o poder do Verbo). Enquanto os pesquisadores ocidentais cortam genes simples das fibras do DNA e inserem-nos em outra parte, os Russos trabalharam entusiasticamente nos artifícios que podem influenciar o metabolismo celular através das adequadas freqüências moduladas de rádio e luz e assim reparar defeitos genéticos.
Pjotr Garjajev e seu grupo de pesquisa conseguiu provar que com este método cromossomos danificados por raios-x, por exemplo, podem ser reparados. Eles capturaram padrões de informação de um DNA particular e os transmitiram para outro, reprogramando assim as células para outro genoma. Assim eles transformaram com êxito, por exemplo, embriões da rã para embriões de salamandra, simplesmente ao transmitirem os padrões de informação do DNA! Desta forma, toda a informação foi transmitida sem quaisquer dos efeitos secundários ou desarmonias encontrados quando se extrai "cirurgicamente" e se reintroduz genes simples do DNA. Isto representa uma revolução inacreditável e uma transformação mundial e sensacional! Tudo isto pela simples aplicação da vibração e da linguagem em vez do procedimento de corte cirúrgico arcaico!(dissecação) Este experimento demonstra o poder imenso da genética, que obviamente tem uma influência maior na formação dos organismos do que os processos bioquímicos das seqüências alcalinas.
Os professores espirituais conheceram por eras que o nosso corpo e a manutenção de sua saúde é programável pela NOSSA PRÓPRIA linguagem, palavras e pensamentos e a VONTADE. Isto foi agora provado e explicado cientificamente. É claro que a freqüência tem que ser correta. E é por isso que nem todos são igualmente bem-sucedidos ou podem fazê-lo sempre com igual força e resultado. A pessoa individualmente deve trabalhar nos processos internos e na maturidade (isso significa EVOLUÇÃO), a fim de estabelecer uma comunicação consciente com o seu DNA. Os pesquisadores Russos trabalham em um método que não depende destes fatores, mas que SEMPRE funcionará desde que se use a freqüência correta.
Mas quanto mais desenvolvida a consciência de um indivíduo é, menos necessidade há para qualquer tipo de dispositivo! (TECNOLÓGICO) Pode-se conquistar (Criar) estes resultados por si mesmo, e a ciência finalmente parar de rir de tais idéias e confirmará e explicará os resultados. E não termina aí.
Os cientistas Russos descobriram também que o nosso DNA pode causar padrões perturbadores no vácuo, produzindo assim buracos de minhoca (Wormholes) magnetizados! Buracos de minhoca são os equivalentes microscópicos das chamadas pontes de Einstein-Rosen na vizinhança dos buracos negros (deixados pelas estrelas que se extingüiram ao explodirem/implodirem).
Estes são conexões com ligações instantâneas entre áreas totalmente diferentes no universo através das quais a informação (e coisas podem ser transportadas) pode ser transmitida fora do espaço e tempo. O DNA atrai estas unidades de informação e transmite-os à nossa consciência.
As Pontes de Einstein-Rosen, permitiria a viagem no tempo, entre universos e dimensões.
Este processo de hipercomunicação é mais eficaz em um estado de relaxamento. Stress, preocupações ou um intelecto hiperativo (mente inferior voltada para FORA, para os fenômenos externos) impede a hipercomunicação bem sucedida ou a informação será totalmente distorcida e inútil (por isso a meditação é fundamental para se acessar outros níveis de consciência/a mente superior INTERNA). Na natureza, a hipercomunicação sempre foi aplicada com sucesso por milhões de anos. O fluxo organizado de vida nos estados de insetos prova isto dramaticamente. O homem moderno conhece isto somente a um nível muito mais sutil como "intuição". Mas nós, também, podemos reconquistar o uso pleno dessa capacidade.
Um exemplo da Natureza: Quando uma formiga rainha está separada espacialmente de sua colônia, a construção ainda continua fervorosamente e de acordo com o plano. Se a rainha for morta, entretanto, todo o trabalho na colônia pára. Nenhuma formiga sabe o que fazer. Aparentemente, a rainha envia os "planos de construção", também de longe através da consciência de grupo de seus assuntos. Ela pode estar tão longe quanto ela quiser, contanto que ela esteja viva. No homem a hipercomunicação é mais freqüentemente encontrada quando subitamente se ganha acesso à informação que está fora de uma base de conhecimento comum. Tal hipercomunicação é então experienciada como inspiração ou intuição. O compositor italiano Giuseppe Tartini sonhou por exemplo, uma noite que um demônio sentou em sua cama tocando um violino. Na manhã seguinte Tartini foi capaz de anotar a peça exatamente de memória, ele a chamou de Devil's Trill Sonata.
Durante anos, um enfermeiro do sexo masculino sonhava uma situação em que ele estava ligado a uma espécie de CD-ROM do conhecimento. O conhecimento verificável de todos os campos imagináveis foi então transmitido a ele que era capaz de se lembrar pela manhã de todo o conteúdo. Houve um tal fluxo de informação que parecia que toda uma enciclopédia era transmitida à ele durante a noite. A maioria dos fatos eram exteriores ao seu conhecimento básico pessoal e alcançava detalhes técnicos sobre os quais ele não sabia absolutamente nada.
Quando a hipercomunicação ocorre, pode-se observar no DNA, assim como no ser humano, fenômenos especiais. Os cientistas russos irradiaram com luz laser amostras de DNA. Na tela um padrão de onda típica foi formado. Quando eles removeram a amostra de DNA, o padrão de onda não desapareceu, ele permaneceu na amostra. Muitas experiências de controle mostraram que o padrão ainda vinha da amostra removida, cujo campo de energia permaneceu aparentemente por si mesmo. Este efeito é agora chamado efeito fantasma DNA.
Ensaio sobre totalitarismo... / Luiz Felipe Pondé
segunda-feira, outubro 10, 2016
Totalitário é o governo que quer cuidar cada vez mais dos súditos -
LUIZ FELIPE PONDÉ
FOLHA DE SP - 10/10
A vocação totalitária em política não é algo fácil de se entender. O primeiro erro é achar que o governo totalitário o é porque deseja o mal para seus súditos. Não: o que caracteriza um governo totalitário é querer cuidar cada vez mais da vida de seus súditos.
Se você perguntar para um prefeito totalitário a razão de ele querer mandar em sua vida, ele dirá apenas que você não o entende e que ele quer apenas o seu bem. O totalitarismo moderno é o pecado dos governantes que têm grandes projetos para sua vida. E isso é muito difícil de entender, porque quase todo mundo hoje pensa que governantes com projetos de mundo ou sociedade são bons.
O filósofo britânico Michael Oakeshott (século 20), um desconhecido entre nós, costumava dizer que se mede a qualidade positiva de um governante pela ausência de teorias de mundo em sua mente.
A rigor, um governante "ideal" seria alguém que não tem qualquer projeto para a sociedade que governa a não ser manter a ordem, a infraestrutura, a garantia de que a economia seja livre (sem protecionismos ou assistencialismos). Enfim, o "ideal" seria garantir que ele atrapalhará a vida das pessoas o mínimo possível.
Nesse sentido, a pior coisa do mundo seria um governante que tem uma "visão de cidade", uma "visão de sociedade" ou uma "visão de educação" para seus súditos. O totalitarismo é fruto de um projeto de bem social e político. A primeira marca de um totalitário é ele ter certeza que representa o bem para todos.
O filósofo romeno Emil Cioran (século 20) costumava dizer que vizinhos muito preocupados com o prédio se tornam facilmente vizinhos autoritários. Basta alguém achar que sabe como você deveria viver para essa pessoa ou governo se tornar totalitário.
O que ninguém quer entender é que o fascismo sempre se viu como um projeto para o bem do mundo. Enquanto o "amor" que o fascismo nutria pelo mundo não for reconhecido plenamente, o risco da "bondade do bons" jamais será plenamente identificado. É necessário vermos o prefeito fascista com os olhos que ele (e seu seguidores) o veem: com os olhos do "amor" que ele nutre em ensinar a você como você deve viver.
Vejamos um exemplo dramático disso. A cidade de Roterdã, na Holanda, tem um novo projeto de lei proposto por um dos tipos mais totalitários do mundo moderno: o "educador". Segundo esse projeto, mulheres "incapazes para a maternidade" serão obrigadas a tomar contraceptivos. Essas mulheres são mulheres que usam drogas, que não têm domicílio fixo, portadoras de alguma doença importante diagnosticada ou prostitutas. Os "inteligentinhos", na pobreza de espírito que os caracteriza, não percebem aqui o totalitarismo porque na Holanda se anda de bike.
Essas mulheres seriam "acompanhadas" por psicólogos e assistentes sociais a fim de determinar a capacidade delas em exercer uma possível maternidade.
Os proponentes da lei entendem que há um risco totalitário na ideia, porém "escolhem respeitar o direito das crianças" em detrimento do direito das mulheres de serem mães. Você pode, talvez, se perguntar onde estariam essas crianças cujo direito deveria ser respeitado. Você pergunta isso porque não entendeu (e a culpa não é sua, é duro mesmo perceber quais crianças são essas a serem respeitadas) que o direito aqui em jogo é "o direito de uma criança não nascer".
Evidente que estamos aqui muito além do aborto. Estamos aqui diante de uma lei que decide quem deve ou não nascer em nome de um estatuto que diz cuidar dos direitos das crianças.
A intenção por trás desse blá-blá-blá é limpar a cidade de crianças que poderão custar caro para o Estado. Mas, de novo, os "inteligentinhos" ficam confusos porque na Holanda se anda de bike e, quando se anda de bike, creem eles, sempre se carrega o bem no coração.
A mentira é que não se trata de "direito" de criança nenhuma, mas, sim, de um forma de higienizar o mundo. O "amor" pelo mundo melhor é uma das maiores misérias modernas. Não confio em gente que "ama" o mundo. Uma obsessão que custará a passar, mas passará, como tudo mais.
A vocação totalitária em política não é algo fácil de se entender. O primeiro erro é achar que o governo totalitário o é porque deseja o mal para seus súditos. Não: o que caracteriza um governo totalitário é querer cuidar cada vez mais da vida de seus súditos.
Se você perguntar para um prefeito totalitário a razão de ele querer mandar em sua vida, ele dirá apenas que você não o entende e que ele quer apenas o seu bem. O totalitarismo moderno é o pecado dos governantes que têm grandes projetos para sua vida. E isso é muito difícil de entender, porque quase todo mundo hoje pensa que governantes com projetos de mundo ou sociedade são bons.
O filósofo britânico Michael Oakeshott (século 20), um desconhecido entre nós, costumava dizer que se mede a qualidade positiva de um governante pela ausência de teorias de mundo em sua mente.
A rigor, um governante "ideal" seria alguém que não tem qualquer projeto para a sociedade que governa a não ser manter a ordem, a infraestrutura, a garantia de que a economia seja livre (sem protecionismos ou assistencialismos). Enfim, o "ideal" seria garantir que ele atrapalhará a vida das pessoas o mínimo possível.
Nesse sentido, a pior coisa do mundo seria um governante que tem uma "visão de cidade", uma "visão de sociedade" ou uma "visão de educação" para seus súditos. O totalitarismo é fruto de um projeto de bem social e político. A primeira marca de um totalitário é ele ter certeza que representa o bem para todos.
O filósofo romeno Emil Cioran (século 20) costumava dizer que vizinhos muito preocupados com o prédio se tornam facilmente vizinhos autoritários. Basta alguém achar que sabe como você deveria viver para essa pessoa ou governo se tornar totalitário.
O que ninguém quer entender é que o fascismo sempre se viu como um projeto para o bem do mundo. Enquanto o "amor" que o fascismo nutria pelo mundo não for reconhecido plenamente, o risco da "bondade do bons" jamais será plenamente identificado. É necessário vermos o prefeito fascista com os olhos que ele (e seu seguidores) o veem: com os olhos do "amor" que ele nutre em ensinar a você como você deve viver.
Vejamos um exemplo dramático disso. A cidade de Roterdã, na Holanda, tem um novo projeto de lei proposto por um dos tipos mais totalitários do mundo moderno: o "educador". Segundo esse projeto, mulheres "incapazes para a maternidade" serão obrigadas a tomar contraceptivos. Essas mulheres são mulheres que usam drogas, que não têm domicílio fixo, portadoras de alguma doença importante diagnosticada ou prostitutas. Os "inteligentinhos", na pobreza de espírito que os caracteriza, não percebem aqui o totalitarismo porque na Holanda se anda de bike.
Essas mulheres seriam "acompanhadas" por psicólogos e assistentes sociais a fim de determinar a capacidade delas em exercer uma possível maternidade.
Os proponentes da lei entendem que há um risco totalitário na ideia, porém "escolhem respeitar o direito das crianças" em detrimento do direito das mulheres de serem mães. Você pode, talvez, se perguntar onde estariam essas crianças cujo direito deveria ser respeitado. Você pergunta isso porque não entendeu (e a culpa não é sua, é duro mesmo perceber quais crianças são essas a serem respeitadas) que o direito aqui em jogo é "o direito de uma criança não nascer".
Evidente que estamos aqui muito além do aborto. Estamos aqui diante de uma lei que decide quem deve ou não nascer em nome de um estatuto que diz cuidar dos direitos das crianças.
A intenção por trás desse blá-blá-blá é limpar a cidade de crianças que poderão custar caro para o Estado. Mas, de novo, os "inteligentinhos" ficam confusos porque na Holanda se anda de bike e, quando se anda de bike, creem eles, sempre se carrega o bem no coração.
A mentira é que não se trata de "direito" de criança nenhuma, mas, sim, de um forma de higienizar o mundo. O "amor" pelo mundo melhor é uma das maiores misérias modernas. Não confio em gente que "ama" o mundo. Uma obsessão que custará a passar, mas passará, como tudo mais.
"Essa misteriosa reforma agrária brasileira" / Percival Puggina
ESSA MISTERIOSA REFORMA AGRÁRIA BRASILEIRA
por Percival Puggina. Artigo publicado em
Há cerca de 20 anos, visitei diversos assentamentos do Incra no sul do Rio Grande do Sul. Alguns tinham barreira no acesso. Ninguém podia entrar sem autorização e a autorização era negada a curiosos. Eu era exatamente isso. Os que visitei estavam praticamente inativos, sem aproveitamento. Quase não se percebia sinal de vida. Em um deles, porém, encontrei animais de pasto e vasta extensão cultivada, prenunciando generosa safra. Pertencia a uma família de vários irmãos, procedentes da região noroeste do Estado, que trabalhavam seus lotes em conjunto. Fui conversar com eles e perguntei o motivo do contraste em relação aos demais assentados. A resposta foi surpreendente - eles plantavam. No entanto, fariam a colheita e iriam embora porque a vizinhança era perigosa. À menor desatenção, eram roubados.
***
Os órgãos destinados à Reforma Agrária no Brasil operam com a terceira geração de servidores. As duas anteriores se dedicaram a fazer a reforma agrária e hoje se beneficiam da aposentadoria. Uma terceira vai tocando o trabalho, olhos no desenvolvimento de suas vidas funcionais. Nada haveria de extraordinário nisso. É o que acontece em todo o órgão público longevo e os órgãos públicos costumam ser longevos. Depois que o Estado abre uma porta ou um guichê, dificilmente essa abertura se fecha. O que torna incomparável a atuação dos órgãos de reforma agrária, hoje convergentes no Incra, é a constrangedora falta de dados sobre aquilo que é objeto de seu oneroso trabalho, oficialmente iniciado há 54 anos com a criação da Superintendência de Reforma Agrária.
Nesse "já longo andar", nosso país optou por ir na contramão da tendência mundial, que é de concentração das propriedades rurais para torná-las mais produtivas e eficientes, com ganhos de competitividade e rentabilidade. Essa tendência, natural e inevitável, reduziu a menos de 5% a população rural dos países desenvolvidos, inclusive nas potências agrícolas com as quais o Brasil compete. Resultado? Maior renda per capita no campo, aproximando-a da renda média do meio urbano.
Para atender a esse projeto de desenvolvimento com farol voltado para o século XIX, o Brasil dedicou à Reforma Agrária uma formidável extensão de terras. "Quantos milhões de hectares?" perguntará o leitor. Pois é, meu caro. Ninguém sabe! Pelo que encontrei enquanto tentava descobrir, trata-se de algo entre 40 e 80 milhões de hectares. Por outro lado, ninguém - ninguém mesmo! - sabe o que acontece nos assentamentos. As perguntas mais naturais da sociedade, que paga a conta da "reforma agrária" e os salários dos servidores ativos e inativos do Incra, não têm resposta. O que produzem essas dezenas de milhões de hectares destinados a resolver o problema social do campo pelo tão ambicionado projeto do MST e seus assentamentos? Os técnicos sequer arriscam palpite. Provavelmente se trata de insignificante fração do que poderia ser produzido se adequadamente aproveitado. Não é por acaso que o Incra aparece, mesmo nos levantamentos do próprio governo, como um dos principais responsáveis pelo desmatamento em certas regiões do país.
Até agora, o que de mais robusto se produziu com essa política foi o MST, com aquele extraordinário suporte que as organizações internacionais a serviço do comunismo dedicam aos que abraçam estratégias e pedagogias revolucionárias. Venderam caro - e, mesmo assim, parcela significativa da sociedade comprou - a ideia de que todo brasileiro nasce titular de um direito natural a receber dos demais um lote de terra para dela fazer o que bem entender, inclusive nada.
Ah, se fosse produtivo o que já se destinou para reforma agrária! Ah se não houvesse o MST, pedagogicamente, ensinado violência, desrespeito à lei e uma ideologia de primatas! Ah, se tivesse sido aplicado em educação junto aos excedentes do meio rural tudo que foi gasto para promover algo cujo resultado não se vê nem se conhece! O Brasil estaria num outro estágio de desenvolvimento socioeconômico, regido com maior racionalidade e paz.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Lula pode ir para a cadeia... Marcelo Odebrecht pode ser solto
Nomes e notas
Ele nada disse à polícia. Nem precisava, porque deixara o roteiro escrito. As investigações agora avançam na Camex e na Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda
Desta vez, a iniciativa não foi do Ministério Público, criticado nas últimas semanas pelo formato da denúncia contra o ex-presidente Lula e da prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Foi a Polícia Federal que apresentou ao juiz Sérgio Moro o pedido de prisão de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. O detalhe é relevante porque sinaliza um nível inédito de cooperação entre instituições encarregadas das investigações sobre corrupção.
Notável, também, é a aparente quietude do empresário Marcelo Odebrecht. Preso há 15 meses, guardou silêncio diante dos policiais, porque seu pai, Emílio, conduz negociações para um acordo com a Procuradoria em troca da sua prisão domiciliar. No próximo dia 18, completa 48 anos. Até a eventual homologação da colaboração com a Justiça, é incerto o tempo que resta a Marcelo Odebrecht atrás das grades.
Aproveite o vídeo e faça uma visita virtual à Nova York
A cidade de Nova York fica ainda mais atraente e mais colorida neste vídeo em 8K
http://peraweb.com.br/wp/a-cidade-de-nova-york-fica-ainda-mais-atraente-e-mais-colorida-neste-video-em-8k/
http://peraweb.com.br/wp/a-cidade-de-nova-york-fica-ainda-mais-atraente-e-mais-colorida-neste-video-em-8k/
A cidade de Nova York fica ainda mais atraente e mais colorida neste vídeo em 8K:
Eu moro em Nova York e gosto muito dela. Talvez você odeie, diga que ela é ruim e suja, e ache que as pessoas que moram aqui falem demais sobre a cidade. Tudo bem! Mas até quem compartilha dessa opinião deve ser capaz de apreciar este vídeo excelente de Nova York em 8K.
• Esta imagem com mais de 20 bilhões de pixels é a maior já tirada em Nova York
• Fotos mostram Nova York por uma perspectiva submersa
• Fotos mostram Nova York por uma perspectiva submersa
Ele traz todo marco importante, edifício, ponte e paisagem urbana que você já viu mil vezes antes em séries de TV e filmes ambientados na cidade, porém coloridos com os mais belos pixels que eu já vi. Acho que nunca vi a cidade retratada em tantas cores antes.
O vídeo em 8K foi feito pelo fotógrafo sul-coreano Kyoung Sop Choi. Ele escreve na descrição do vídeo:
Quando estive em Nova York produzindo um timelapse em um tempo frio de inverno, eu encontrei ruas movimentadas com a vida noturna, além de luzes, metrôs, balsas e um fluxo de pessoas sem parar. A cidade gigantesca, para mim, era um grande caldeirão de todos os tipos de cores. Então, eu tentei expressar as cores.
Assista:
Gizmodo Brasil nas redes sociais
Assinar:
Postagens (Atom)