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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O pessoal do PT é barra pesada....



09/04/2014
 às 19:20 

O perigo que ronda o Tribunal de Contas: um provável futuro ministro com folha corrida

O PERIGO RONDA O TCU 
Editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Encarregado de zelar pelas contas públicas e pelo respeito ao princípio da moralidade na máquina administrativa federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) está correndo o risco de ter em seus quadros o senador Gim Argello (PTB-DF) – um político cuja folha corrida colide frontalmente com o papel que a Constituição atribui à Corte.
Com apoio declarado do Palácio do Planalto, ele foi lançado pela base governista para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Valmir Campelo, na semana passada.
Campelo só deveria se aposentar em outubro, pela compulsória. Mas, em troca de um cargo de vice-presidente do Banco do Brasil, teria antecipado a saída a pedido da base governista, interessada em indicar ministros de confiança para o TCU.
O acordo para a troca de Campelo por Argello foi negociado com o PTB pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e pelo ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e teve o aval da presidente Dilma Rousseff.
Eleito suplente de senador em 2007, Gim Argello assumiu o mandato quando o titular, Joaquim Roriz, renunciou para não ser cassado e não perder os direitos políticos, depois de ser acusado de envolvimento num caso de corrupção no Banco de Brasília (BRB), ocorrido quando era governador do Distrito Federal. Tanto Campelo quanto Argello, que foi deputado distrital, já integraram o grupo político de Roriz.
A biografia de Argello ficou conhecida na época em que assumiu a vaga de Roriz, em julho de 2007, e quase lhe custou o cargo, por causa dos crimes eleitorais de que era acusado à época.
Atualmente, o senador responde a vários inquéritos e ações criminais no Supremo Tribunal Federal – a maioria por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Quando iniciou a carreira profissional no Distrito Federal, há quase três décadas, trabalhando como corretor de imóveis, Gim Argello tinha um patrimônio estimado em R$ 100 mil.
Em 2009, ele teria surpreendido um de seus colegas de plenário – Renan Calheiros (PMDB-AL), atual presidente do Senado – ao afirmar que havia alcançado “o primeiro bilhão de reais” naquele ano. A imprensa noticiou o diálogo, que, obviamente, teve uma repercussão negativa.
Uma das ações criminais em que é réu no Supremo foi impetrada pela Procuradoria-Geral da República, depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) constatou movimentações financeiras atípicas da mulher e do filho do parlamentar.
Em agosto de 2013, o relator do processo, ministro Celso de Mello, pedindo providências à Polícia Federal, afirmou que o filho de Argello não teria renda que justificasse um patrimônio tão alto. Em outro processo criminal, o relator, ministro Gilmar Ferreira Mendes, acolheu a denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o parlamentar de crimes de desvio de dinheiro público e fraude em licitações.
Em sua defesa, o senador Gim Argello acusa o Coaf – que é a unidade de inteligência financeira do Ministério da Fazenda – de cometer “erros crassos”. Também afirma que já foi absolvido em alguns processos criminais pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e alega que se considera “adequado” para o cargo de ministro do TCU.
Essas alegações, contudo, não foram suficientes para aplacar as críticas à sua indicação para o órgão. “Imagina se algum gestor público vai aceitar que suas contas sejam julgadas por um ministro acusado de crimes como lavagem de dinheiro. Se fosse para ter julgamento político, não precisava haver o TCU”, diz a presidente da Associação Nacional de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, Luciene Pereira da Silva, depois de acusar o governo Dilma de fazer “jogo político” com os órgãos de fiscalização e controle.
Endossada pela entidade que representa os promotores que atuam nos Tribunais de Contas no País, a crítica é procedente. Para integrar o TCU, a Constituição exige reputação ilibada e idoneidade moral – qualidades não atestadas pela folha corrida do preferido do Palácio do Planalto e da base governista.

Lula ligou o microfone e vai falar, daqui por diante, sem parar...

Antiga forma

09 de abril de 2014 | 2h 08 

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
Falar de assuntos espinhosos de maneira direta e transparente não é com ele.
Portanto, não seria de esperar mesmo que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva abordasse o tema Petrobrás da perspectiva dos negócios nebulosos feitos pela estatal no governo dele e que agora estão sob a mira do Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas e Congresso Nacional, na entrevista dada ontem a um grupo de blogueiros.
Lula passou ao largo das dificuldades objetivas que o governo enfrenta para se concentrar na exposição dos detalhes de uma agenda que permita ao PT e ao Planalto sair pela tangente na superação dos obstáculos.
Falou basicamente para a militância, ressuscitando teses caras ao partido, como o controle social dos meios de comunicação, vocalizando o discurso da altivez petista - "não podemos baixar a cabeça" - seguindo o lema "nós" contra "eles".
Inspirado na própria experiência de 2005/2006, quando saiu da defensiva em que seu governo foi jogado devido ao escândalo do mensalão e partiu para a ofensiva que o levou à reeleição, Lula aconselhou o PT a "ir pra cima" dos adversários para evitar a CPI da Petrobrás.
Sabe como são essas coisas. Lembrou ao partido que a CPI do Mensalão começou com uma investigação sobre "pagamento de propina de R$ 3 mil (nos Correios) e acabou no PT". Quer dizer, o problema foi que os petistas não abafaram o caso a tempo e a hora.
O presidente anunciou que não será candidato. Isso na abertura da entrevista. No fim, já não apresentava a mesma convicção, afirmando que só o "futuro" pode responder a perguntas hipotéticas. Lula atende, assim, a três objetivos: de um lado aparentemente reforça a presidente Dilma Rousseff, de outro não mata de todo as esperanças dos que o querem de volta na disputa agora e ainda mantém a oposição tensa.
Inclusive porque deu um aviso aos navegantes: pôs fim à sua fase de silêncio e vai começar a dar palpites em público até para a presidente ("acho que assim posso ajudar na eleição"), vai viajar com Dilma e vai voltar a falar sem parar.
Evidentemente, sempre dentro de uma ótica própria que não necessariamente guarda relação com a realidade. Como a versão apresentada ontem para o aumento da percepção negativa sobre o governo Dilma.
Não tendo como negar os números das pesquisas, depoimentos de gente que recebe no Instituto Lula e reclamações de petistas, o ex-presidente elegeu um responsável pelo mau humor generalizado: o mensageiro.
Segundo ele, "a massa feroz de informação deformada" produzida pelos meios de comunicação é responsável pelas agruras em série que assolam o governo. Para isso, recomenda dois remédios.
De imediato, "uma política agressiva de comunicação, com a ocupação de todos os espaços". Como se o governo ocupasse poucos. Mais adiante, a retomada do debate sobre o marco regulatório, também conhecido como controle social da mídia, em português claro traduzido como fiscalização governamental do conteúdo produzido por jornais, revistas, rádios e televisões.
Esses temas, Dilma como presidente não pode defender, mas Lula como cabo eleitoral, comandante em chefe do PT, pode.
Da mesma forma, ela não poderia - sem gerar uma crise com o Congresso - voltar a defender a Constituinte exclusiva. Mas Lula pode. Como fez na entrevista, ao defender as teses caras ao PT na reforma política, a começar pelo financiamento público de campanha.
Mensalão tampouco é assunto que interesse à presidente abordar. Mas Lula o faz na maior sem cerimônia dizendo que a "verdadeira história" ainda está para ser contada, sem dar pista sobre o tom da nova narrativa.
O ex-presidente esquivou-se de críticas mais pesadas ao Supremo Tribunal Federal. Limitou-se a trafegar no terreno do politicamente incorreto ao dizer a razão pela qual indicou o ministro Joaquim Barbosa: "Eu queria um advogado negro e o currículo dele era o melhor".
Corre o risco de Joaquim achar que é racismo.

O pessoal do PT é barra pesada...

09/04/2014

SAIA JÁ DAÍ ANDRÉ VARGAS. O BICHO VAI PEGAR.

Por Nilson Borges Filho (*)
André Vargas é o nome do moço. Deputado federal eleito pelo PT do Paraná,   o parlamentar ocupa a vice-presidência da Câmara dos Deputados e, por força constitucional, a vice-presidência do Congresso Nacional. Convenhamos, não é pouca coisa. E se chegou a essa posição é porque tem a total confiança da cúpula petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e conta com o aval – talvez envergonhado - de Dilma Rousseff.
Quero dizer com isso que André Vargas tem pedigree partidário e com certeza não é gente como a gente. Era reconhecido entre seus correligionários como homem de partido. Melhor me expressando, é um pau mandado do PT, o bate-estaca que se legitimava por sair em defesa dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha, condenados por corrupção pela mais alta corte de justiça do País.
O mantra varguista não destoava da ordem que vinha de cima: “os mensaleiros são inocentes e se submeteram a um julgamento político”. Esse discurso falacioso tem um único objetivo e endereço: estancar a dispersão da militância petista.
A larga maioria dos brasileiros não tem a menor dúvida de que o mensalão foi uma das maiores bandalheiras da história política brasileira. E essa expressiva parcela da sociedade aprovou a forma como Supremo julgou a Ação Penal 470, quando botou em cana políticos importantes e banqueiros espertalhões.
Em episódio recente, o deputado André Vargas ocupou as primeiras páginas dos jornais ao afrontar o ministro Joaquim Barbosa. Com o braço erguido e punho fechado, gesto utilizado pelos condenados José Dirceu e José Genoino no momento em que eram encarcerados, o valente deputado desrespeitou o presidente de um dos poderes da República. Pura boçalidade de um homem grande em tamanho e pequeno em caráter.
O povo paranaense merecia coisa bem melhor para representa-lo na Câmara dos Deputados. Conhecido por tropeçar na gramática e por sua geografia quase humana, o ilustre homem público acaba de ser apanhado por uma investigação notável da Polícia Federal, conhecida como Lava-Jato. Em associação com um doleiro especializado em lavar dinheiro roubado dos cofres públicos, André Vargas atuava como facilitador de malfeitorias que engordavam os bolsos dos envolvidos
Partidos políticos da base do governo não ficaram de fora na partilha do butim. O remédio Prozac passou a ser consumido em doses industriais em Brasília, principalmente por políticos e executivos de empreiteiras, que aguardam a qualquer momento ser convidados para dar explicações à Polícia Federal sobre a movimentação de uma dinheirama que acabou em propinoduto.
O mandato do deputado André Vargas não passa de amanhã. O ex-presidente Lula já deu o veredito: “a renúncia é a melhor decisão, para que o PT não pague o pato”.
Dilma derrete a cada pesquisa de opinião e não há vestígios de recuperação a curto prazo. As candidaturas de Padilha para o governo de São Paulo (Vargas fez lobby no Ministério da Saúde) e de Gleisi Hoffmann para o governo do Paraná estão sendo arranhadas pelas maracutaias do parlamentar paranaense. No caso de Gleisi um outro caso vai fazer barulho quando do início da campanha eleitoral: a senadora petista agasalhou em seu gabinete da Casa Civil um cidadão acusado de pedofilia.
O ex-presidente Lula saiu do silêncio e decidiu falar a jornalistas, mas com um detalhe revelador: os seus ouvintes eram jornalistas chapa-branca e blogueiros sustentados por verbas de estatais. Lula deve explicações: primeiro sobre o assanhamento de Dona Rosemary com o poder público, viagens internacionais, frequências em embaixadas, indicações de amigos em cargos estratégicos, sinecuras para a filha e ex-marido e suas brincadeirinhas com o garanhão de Garanhuns. Provavelmente coisinhas sem muita relevância: aquela coisa de adolescência, o rola-rola bobinho de mão naquilo e aquilo na mão. 
(*)Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito e articulista colaborador deste blog

terça-feira, 8 de abril de 2014

Charge de Sponholz

Sponholz: O PT no fundo do poço!


Twitter de cara nova... / G1

08/04/2014 14h05 - Atualizado em 08/04/2014 15h17


Twitter muda visual da página de perfil e 



fica parecido com o Facebook


Usuários podem selecionar fotos de capa e destacar tuítes.
Novidade começa a ser disponibilizada a partir desta terça-feira (8).

Do G1, em São Paulo

Twitter anuncia novo perfil de usuário (Foto: Divulgação/Twitter)Twitter anuncia novo perfil de usuário. Na foto, o de Michelle Obama (Foto: Divulgação/Twitter)
O Twitter começou a disponibilizar para todos os seus usuários nesta terça-feira (8) um novo visual para a página de perfil dos usuários, que agora fica mais parecida com o Facebook. O layout inédito estava em testes desde o início de 2014 pelo microblog.
O novo perfil é, por enquanto, exclusivo da versão para web do Twitter e em breve deve ser disponibilizado para aplicativos e para a versão móvel. Ele permitirá ao usuário personalizar a capa, destacar seus melhores tuítes, fixar os mais importantes – que ficarão no topo da página – e criar filtros para encontrar tuítes especificos com fotos ou vídeos, por exemplo.
Uma imagem grande que fica no topo da página e pode ser personalizada remete à imagem de capa do Facebook. Ainda, tuítes que foram mais compartilhados ou acessados terão destaque maior do que as outras publicações. Ao acessar perfis de outros usuários será possível escolher entre ver todos os tuítes, tuítes com fotos e vídeos ou apenas tuítes com respostas de outras pessoas.
O músico Gilberto Gil e celebridades como Zac Efron, Channing Tatum e Floyd Mayweather, além da primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, já estão com o novo perfil do Twitter. Enquanto antigos usuários do microblog devem aguardar o novo formato ser disponibilizado, quem entrar a partir desta terça-feira (8) no serviço já terá o perfil inédito.
Novo perfil do Twitter do ator Channing Tatum (Foto: Divulgação/Twitter)Novo perfil do Twitter do ator Channing Tatum (Foto: Divulgação/Twitter)

FMI tem estimativa de crescimento do Brasil para 1,8% em vez de 2,3% / O Globo


FMI reduz de 2,3% para 1,8% previsão para o crescimento do Brasil este ano

  • É o segundo maior corte entre as principais economias do mundo, sendo o primeiro o da Rússia
  • Na América do Sul, país só fica atrás da Argentina e da Venezuela, países em grave crise
  • Para o mundo, previsão caiu de 3,7% para 3,6% em 2014


FLÁVIA BARBOSA (EMAIL)
CORRESPONDENTE
Publicado:
Atualizado:

WASHINGTON - Um amplo cardápio de problemas está impondo uma trava substancial ao crescimento do Brasil, avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI) na nova edição do relatório “Panorama da Economia Mundial”, divulgada esta manhã na capital americana. A equipe do organismo multilateral cortou pela terceira vez seguida — e a quarta desde janeiro de 2013, quando era de 4,2% — a projeção de expansão da atividade econômica brasileira em 2014: desta vez a estimativa caiu de 2,3% para 1,8%. Em 2015, o Fundo espera alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7%, uma revisão negativa de 0,2 ponto. Distorções internas e falta de confiança dos investidores são os principais pecados nacionais, para o FMI. O organismo vê ainda manutenção da pressão inflacionária. A recomendação ao governo é apertar as políticas monetária e fiscal e reduzir gargalos de infraestrutura.
O Brasil não está isolado. As economias emergentes — que puxaram o crescimento global após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, até o fim de 2012 — têm amargado perda considerável de dinamismo, na esteira das turbulências financeiras desencadeadas pelo anúncio de aperto gradual da política monetária dos EUA, ocorrido em maio de 2013, e reformas empreendidas pela China, fatores que exacerbaram desequilíbrios domésticos. Mas a economia brasileira está sofrendo relativamente mais.
Nas revisões feitas pelo FMI, apenas a Rússia teve corte maior da previsão de expansão em 2014 entre as principais economias do mundo e terá crescimento menor do que o brasileiro (1,3%). O desempenho do Brasil será inferior este ano ao dos demais Brics — grupo dos maiores emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia (5,4%), China (7,5%) e África do Sul (2,3%) — e ao da média dos países latino-americanos (2,5%).
Na América do Sul, o Brasil só ficará atrás das combalidas economias de Argentina (expansão de 0,5%) e Venezuela (retração de 0,5%). A expectativa de crescimento da economia mundial é de 3,6% este ano e o da média dos países emergentes e em desenvolvimento, de 4,9%. O PIB dos ricos deverá avançar 2,2%, com destaque para os Estados Unidos (2,8%).
Desequilíbrios em vários campos são os responsáveis pelo pessimismo com a capacidade de a economia brasileira voltar a acelerar. O que vem favorecendo o Brasil, diz o FMI, é a resistência do crescimento dos salários e, como efeito direto, do consumo.
“Estão pesando (negativamente) sobre a atividade constrangimentos à oferta doméstica, especialmente em relação à infraestrutura e à persistência do crescimento fraco do investimento privado, refletindo perda de competitividade e baixa confiança empresarial. Espera-se que a inflação permaneça perto na banda superior da meta oficial (6,5%), uma vez que a limitada capacidade ociosa e a recente desvalorização do real mantêm pressão (de alta) sobre os preços”, afirma a equipe do economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, no relatório.
Enquanto o Fundo menciona, para outros países, respostas positivas aos desafios apresentados — maior controle do crédito na China, reformas setoriais no México e medidas para destravar investimentos e atrair capitais na Índia —, o organismo é lacônico em relação ao Brasil no relatório, notando apenas que “o mix de políticas foi direcionado a aperto monetário desde o ano passado, e espera-se uma política fiscal (incluindo a política de crédito) em geral neutra em 2014”.
O trunfo do Brasil parece ser a baixa exposição às mudanças de condições financeiras globais, que podem elevar demais o custo de endividamento externo e de acesso a recursos e o risco de fuga de capitais. Reservas internacionais robustas e dívida externa baixa parecem fornecer um escudo ao país, ainda que riscos de desequilíbrios permaneçam.
Mas há cinco frentes que merecem atenção imediata do governo, abrindo um grande leque de ações, segundo o relatório.
“No Brasil, há necessidade de aperto continuado das políticas. Embora tenha havido altas substanciais dos juros neste último ano, a inflação continua no teto da meta. A intervenção no mercado de câmbio deve ser mais seletiva, usada primordialmente para limitar volatilidade e evitar mudança desordenada das condições de mercado. Uma consolidação fiscal ajudaria a reduzir pressões sobre a demanda doméstica e a diminuir desequilíbrios externos, ao mesmo tempo em que reduziria o elevado percentual de endividamento público (interno). Gargalos de oferta têm que ser resolvidos”, lista o FMI.
Os demais países emergentes, em geral, também passam por situação de grande incerteza. Com a recuperação das nações ricas e o aperto gradual da política monetária americana, o Fundo adverte que “o sentimento dos investidores está menos favorável aos riscos dos países emergentes”, representados por problemas domésticos que não foram atacados quando a maré externa era positiva a essas economias, até 2012.
Os principais riscos estão associados a fugas de capital, acentuando desequilíbrios nas contas externas e provocando desvalorizações rápidas das moedas locais; e ao aumento dos prêmios de risco, dificultando o financiamento de dívidas e aumentando o custo de captação de recursos e de tomada de empréstimos. Esse quadro, se materializado, afetaria investimento e consumo, reduziria ainda mais o crescimento e retroalimentaria desconfianças.
Para se fortalecerem, os países têm de fazer o dever de casa, diz o Fundo: combater inflação, ajustar a política fiscal, garantir estabilidade financeira com esforços regulatórios e de supervisão sobre o sistema financeiro, fazer reformas que respondam a desafios particulares (crédito, investimento, gargalos de infraestrutura) e preparar-se para saída de capitais.
“A mudança no ambiente externo aumenta a urgência de os mercados emergentes resolverem desequilíbrios macroeconômicos e deficiências em suas políticas”, afirma o organismo no relatório.


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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um mosaico de sentimentos, de revelações, de sinceridade, de palpites de Paulo Coelho em entrevista à Época

Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”

Paulo Coelho (Foto: Andreas Rentz/Getty Images for IWC)
Paulo Coelho -  "Eu era um dos idiotas que acreditavam que a Copa do Mundo melhoraria a infraestrutura do Brasil" (Foto: Andreas Rentz/Getty Images for IWC)

O escritor brasileiro mais famoso do mundo diz que não vem ao Brasil ver os jogos do campeonato mundial de futebol porque está decepcionado com o governo, a Fifa e os escritores nacionais


LUÍS ANTÔNIO GIRON, DE GENEBRA
05/04/2014 11h33 - Atualizado em 07/04/2014 13h32 
O escritor Paulo Coelho tem 66 anos e convive com dois stents no coração por causa de um acidente vascular que sofreu em novembro de 2012. Mas nunca esteve tão jovial como agora. Sempre em estado de exaltação e hiperatividade, casado há 34 anos com a pintora Christina Oiticica, ele está à frente de um movimento de jovens escritores fantásticos que pretendem renovar a ficção literária por meio da interação das redes sociais. Ao longo dos anos, aprendeu a dominar as ferramentas da internet. Isso lhe permite controlar tudo o que acontece em torno de sua obra na rede. Tem 28 milhões de seguidores nas redes sociais, dialoga e interage com seus leitores, que hoje ele prefere chamar de internautas. Seu novo romance, Adultério (Sextante, 240 páginas, R$ 24,90), conta uma história tradicional de traição, mas inova no método. Pela primeira vez, um grande escritor conhecido mundialmente se valeu das redes sociais para construir enredos e criar personagens. Ele concedeu esta entrevista exclusiva em seu apartamento em Genebra, na Suíça. Enquanto realizava várias tarefas simultaneamente (computador, arco e flecha e orações), abordou os mais variados assuntos, do seu desagrado com o Brasil atual aos avanços do papa Francisco. Não visita o Brasil oficialmente há uma década, nem pretende comparecer à Copa do Mundo, apesar de ser convidado vip da Fifa. Mesmo torcendo pelo Brasil, ele faz previsões não muito otimistas em relação ao evento. Além de temer o aumento da violência dos protestos em torno dos estádios, ele não aposta que o Brasil vai ganhar a Copa. O Brasil corre o risco de ter uma grande decepção. O tema que predominou nessa conversa que durou seis horas foi o de sua predileção: a arte de contar histórias. E sobre isso ele tem muito a ensinar aos desnorteados autores brasileiros. Esta é provavelmente a entrevista mais longa de Paulo Coelho já publicada. E talvez uma das mais densas.

>>Leio trecho de Adultério, de Paulo Coelho
Época - Por que o senhor trocou a França pela Suíça?
Paulo Coelho - Tudo começou em 2006 quando entrei na viagem que a Europa ia começar a proibir imigrantes e exigir vistos. Era paranoia. A Europa está vivendo um momento complicado, desemprego, essas coisas todas. E eles iriam começar a pedir visto para todo mundo, como já houve antes. Eu entrei na paranoia de que precisava ter uma residência europeia, e eu não tinha.
Época -Mas o senhor morava na França, em Tarbes, nos Pirineus, e depois em Paris, não é isso?
Coelho: Eu não morava lá. Eu passava alguns meses lá. Porque se eu morasse eu iria ser grampeado em 60% do meu dinheiro. Não podia exceder três meses de permanência. Tinha só visto de turista e não permissão de residência. Na França não dava. Tinha a Espanha e Portugal.

Época - A França cobra impostos altíssimos. Tanto que o ator Gérard Depardieu abriu mão da cidadania francesa.
Coelho - Eu entendo o Gérard Depardieu que adotou a cidadania russa e não só eles outros artistas franceses que foram embora. Todos eles saíram da França. O imposto na França é bem aplicado, você vê onde ele está, o governo mostra o que está fazendo com ele. O francês tem tudo. Meu advogado é suíço e ele me sugeriu para pedir o visto na Suíça. Eu disse que seria muito difícil. Ele disse que eu tinha meus amigos no país e poderia recorrer a eles. Disse: ‘Faça seu lobby, consiga três cartas e a gente tenta dar um jeito’. A Suíça não é impossível, mas é hiperdifícil, e em certas cidades como Genebra é impossível. O Ivo Pitanguy tem uma casa em Statt, mas aqui não. Eles admitem que o estrangeiro compre uma casa só em certas cidades.  Eu queria aquilo que eu tinha na casa dos Pirineus e que não tinha mais em Paris: campo, possibilidade de andar todo dia e aeroporto. Pedi ajuda ao Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico de Davos, pedi ao meu editor e a Adolf Ogi, o presidente da Suíça. Mas o presidente tinha ciúmes de mim. A gente se encontra em alguns comitês, mas não somos amigos. Eu me lembro que eu estava no banheiro com ele, a gente fazendo xixi e eu disse olha, eu vou precisar de uma carta sua me recomendando para ter permissão de residência na Suíça. Ogi foi simpático, político: ‘Deixa que eu quebro, desde que seja dentro da lei.’ Pela resposta, pensei que não iria conseguir. Mas o advogado insistiu e mandou a carta. Um dia depois, a carta de resposta chegou para o meu advogado. Não acreditei. Meu advogado me disse o que aconteceu: ‘A secretária do Ogi, que é sua fã, insistiu que ele deveria assinar a permissão! Botou a carta na frente dele e disse: assina aqui’. Eu tinha a permissão de residência. Basta pagar impostos e não cometer crimes.
Época - E o senhor comunicou a mudança de residência à Receita Federal do Brasil?
Coelho - Sim. Em 2006, comuniquei à Receita de que era residente fiscal em outro país. Aqui pago imposto de cerca de 30% sobre a renda, mais ou menos como o Brasil. Mudei a residência fiscal. Tudo o que eu ganho no Brasil vem para cá, já como imposto retido lá na fonte antecipadamente. Peguei a certidão negativa e cinco anos depois continuo legal. É o sétimo imposto já que vou declarar na Suíça. E aí tem uma série de sutilezas. Eu morava em um outro apartamento aqui perto. Em Genebra não se acha apartamento e é dificílimo uma permissão para morar em Genebra. Em 2009, aluguei um apartamento logo que vim de Paris e me arrependi porque o apartamento tinha sido feito por Le Corbusier, um suíço que fez mal à Arquitetura. Experimentei o que era Le Corbusier. Para mim, nunca mais. Eu disse à Christina que ela tinha três dias para comprar um apartamento, e ela conseguiu um apartamento ótimo de 800 metros quadrados de terraço e só 200 metros quadrados. Lá eu recebia todo mundo, o presidente suíço, o Fernando Henrique Cardoso, todo mundo.. Genebra só pode ser uma quantidade fechada de habitantes: 195 mil.

Época - Em 2009, o senhor resolveu mudar de atitude em relação à imprensa também?
Coelho - Sim. Eu resolvi que não ia dar mais entrevistas porque entrevistas não vendem livros. Eu tinha notado que o contato com comunidades sociais poderosas era melhor, não tanto na época. Eu resolvi lançar meus livros com as redes sociais para não ter que responder perguntas sobre o que faço com meu dinheiro, como eu explico o meu sucesso etc. Aí a minha agente, Mônica, insistiu que eu desse uma entrevista para uma televisão da Suécia.

Época - Aliás, entrevista como a que estamos fazendo está virando um gênero raro, porque as pessoas estão se auto entrevistando pela internet.
Coelho - É claro, elas postam no Twitter. Quando tem que declarar alguma coisa, faz pela internet. Eu topei a entrevista para a Suécia. A mulher veio até o meu apartamento e imaginava que eu morava em um castelo. Aí fui ler o post no Twitter dela no dia seguinte e ela disse que eu morava em um cabana. Não era cabana. Era um apartamento de cinco cômodos. A pessoa tem mania de grandeza projetada na celebridade. Eu fui dar uma entrevista e a mulher me esculhambou.
Época - O senhor morava em uma cabana com muito amor em Genebra...
Coelho - Pois é, uma cabana em uma cidade com o metro quadrado mais caro do mundo. Eu entendi aquilo como um sinal de que eu devia mudar. Resolvi comprar outro apartamento. Vim ver este em Champel, gostei, tem terraço, lareira, tiro ao alvo, supermercado. Aqui perto, tem tudo o que eu preciso. Eu fui falar com o advogado e ele disse que ninguém podia ter apartamento, exceto os suíços. Só com uma permissão de residência com direito a trabalhar aqui, que leva dois anos. A saída foi usar meus contatos, e levei dois meses. E aí comprei este apartamento e ainda não vendi o outro. E posso trabalhar aqui. Eu posso abrir uma loja, ser empregado de alguém etc. Por isso que me mudei para cá.
Época - Por que o senhor escolheu Genebra para viver, uma cidade considerada entediante?
Coelho - Todo mundo me pergunta isso. É um lugar praticamente habitado por suíços, e as pessoas são raras e vão para casa cedo. Mas é uma das cinco cidades do mundo que têm a maior qualidade de vida: sistema de saúde e transporte, e segurança. São três coisas fundamentais para mim.

"A vida é assim, simples assim; gestos eternos surgem do nada." / Dois gestos / Ricardo Setti

05/04/2014
 às 19:00 \ Política & Cia

Roberto Pompeu de Toledo: Dois gestos

Bellini-placar
Bellini, o inesquecível capitão da Seleção de 1958, e o gesto que imortalizou (Foto: Placar)
Artigo publicado em edição impressa de VEJA

DOIS GESTOS

Hideraldo Luís Bellini e Adolfo Suárez González, dois personagens falecidos nas últimas semanas, tinham em comum o fato de se terem congelado cada qual em um gesto célebre.
Hideraldo Luís Bellini, para quem não está ligando o nome à pessoa, é o Bellini capitão da seleção brasileira de 1958, a primeira a ganhar a Copa do Mundo. Seu gesto foi estender os braços e erguer a taça acima da cabeça, traduzindo a conquista em efígie épica.
Adolfo Suárez é o político espanhol que, em 1976, foi nomeado primeiro-ministro (ou “presidente de governo”, como se diz por lá) pelo rei Juan Carlos com a delicadíssima missão de conduzir a transição da ditadura do general Francisco Franco para a democracia.
Seu gesto foi, cinco anos depois, quando um bando de estouvados golpistas invadiu as Cortes (o Parlamento espanhol), começou a atirar a esmo e mandou os deputados se deitar no chão, ter permanecido teimosamente sentado, “sozinho, estatuário e espectral”, como descreveu o escritor Javier Cercas, autor de brilhante livro sobre o assunto (Anatomia de um Instante), enquanto os outros rastejavam atrás das bancadas.

Durante a tentativa de golpe contra a democracia na Espanha, Adolfo Suárez (à esq.) enfrentou os militares golpistas que acossavam seu vice para assuntos de Defesa, o general Gutierrez Mellado (Foto: EFE)
Durante a tentativa de golpe contra a democracia na Espanha, em 1981, Adolfo Suárez (à esq.) enfrentou no plenário do Parlamento os militares golpistas que acossavam seu vice para assuntos de Defesa, o general Gutierrez Mellado (Foto: EFE)
[Suárez teve um segundo gesto, que merece ser lembrado: ao ver que militares golpistas, armados, agarravam seu vice para assuntos de Defesa, o septuagenário general da reserva e deputado Gutierrez Melado, afastou-os no grito.]
Há estranhas coincidências na vida desses dois homens tão diferentes, de países diferentes e de universos diferentes como o esporte e a política.
Ambos, para começar, eram considerados medíocres no que faziam. Bellini impunha-se nos gramados pelo porte físico. Todos os companheiros da seleção de 1958 eram tecnicamente melhores do que ele.
Adolfo Suárez foi péssimo estudante, formou-se em direito aos trancos e barrancos e ascendeu na política à custa de espertezas.
Bellini foi escolhido capitão porque era zagueiro (reza a cartilha do futebol que zagueiros dão melhores capitães), porque era branco (em 1958 vigia a lenda de que o Brasil perdera as copas anteriores por excesso de negros no time) mas também porque era um homem reto e tinha espírito de liderança.
Adolfo Suárez, “o protótipo perfeito do arrivista que a corrupção generalizada do franquismo criou”, segundo Javier Cercas, nem fama de homem reto tinha ao ser escolhido para o cargo. Causou surpresa e desconfiança que um homem com raízes no passado ditatorial tivesse sido incumbido de conduzir o processo destinado à democratização.
Os dois se superaram em seus papéis.
Bellini foi o capitão exemplar. Se não tinha a técnica, encarnou o empenho e a entrega ─ a “raça”, como se diz no futebol, que também foi característica daquele time, e de outros times que defendeu. Virou o paradigma do capitão no futebol brasileiro.
Suárez, para completa surpresa dos compatriotas, assumiu em sua inteireza a nova persona de democrata e com coragem e habilidade, além das habituais espertezas, levou a bom termo a missão. Tanto grudou em sua pessoa a causa da democracia que até se arriscou por ela, naquele fim de tarde nas Cortes, com seu gesto solitário, enquanto as balas zuniam.
O gesto de Bellini não teve perigos a cercá-lo, mas coincide com o de Suárez na solidão que igualmente o caracteriza. Levantar a taça virou praxe, depois que ele inventou tal procedimento, mas foi assumindo novas feições.
Hoje não é mais um gesto solitário. Depois de erguida pelo capitão, a taça vai passando de mão em mão entre os demais jogadores, enquanto todos pulam, gritam e cantam. O que era celebração de triunfo em modo hierático como de general romano virou carnaval.
Por que Bellini levantou a taça? “Porque todos queriam vê-la e fotografá-la”, respondeu mil vezes o capitão.
Por que Suárez se manteve sentado? “Porque um presidente de governo não deve nunca deitar-se ao chão”, respondia o dirigente espanhol.
A vida é assim, simples assim; gestos eternos surgem do nada. Os dois gestos tiveram significado profundo e duradouro para as respectivas pátrias. O de Bellini simbolizou a vitória sobre o complexo de vira-latas. O de Suárez tornou-se a expressão da altivez e da coragem que contribuíram para a consolidação da democracia.
Uma última coincidência entre os dois homens é que ambos viveram os anos finais fulminados pela tragédia da doença de Alzheimer, sem reconhecer os parentes, escondidos em seus cantos, sem saber nem mesmo quem eram, e muito menos lembrar-se de que um dia protagonizaram gestos que ficaram para a história.
A vida também é assim.

O pessoal do PT é barra pesada..../ Porto de Mariel em Cuba

Blogs e Colunistas

Duda Teixeira


01/02/2014
 às 17:59 \ EconomiaPolítica

Se o investimento do governo brasileiro em Cuba é bom, por que tanto sigilo?

O jornalista Duda Teixeira, da Veja, tocou na ferida com sua matéria na revista desta semana sobre o porto de Mariel em Cuba, financiado por nosso governo petista. Os militantes pagos pelo partido saíram em defesa essa semana da racionalidade econômica da decisão. Sei. Se foi tão bom para o Brasil, por que tudo está tão envolto em sigilo?
Tendo o Brasil enorme carência de portos, uma infraestrutura capenga, um governo que reduz os investimentos para expandir gastos, um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que é um fracasso na prática, parece muito estranho o governo celebrar esse investimento feito em Cuba.
Ninguém pode ser acusado de paranoico se levantar a suspeita de que foi simples transferência de recursos para a ditadura camarada e agonizante, agora que os petrodólares venezuelanos minguaram, e que no caminho possa ter rolado um toma-lá-dá-cá para ajudar no financiamento da campanha eleitoral do PT este ano. Como diz Duda:


duda teixeira
Tudo muito estranho, muito suspeito. Principalmente quando vemos a reação de sites e blogs que todos sabem servir ao PT de forma escancarada, tentando justificar que o investimento é a melhor coisa do mundo para nossa economia. Piada de mau gosto, que aumenta ainda mais as suspeitas. Como diz Duda, esse investimento está mais para um PAC mesmo: Programa de Amparo a Cuba!
Rodrigo Constantino