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quinta-feira, 3 de março de 2016

Rapaz, como o PT mente...Leia a história contada por Reinaldo Azevedo

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/petista-narra-crime-em-pagina-oficial-da-petrobras-como-se-fosse-coisa-bacana/

Petista narra crime em página oficial da Petrobras como se fosse coisa bacana

É tal a certeza da impunidade, tão grande e tão corriqueira a intimidade com o crime, tão banal a violação explícita da lei, que esses caras não se vexam

Por: Reinaldo Azevedo  

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Petrobras, uma empresa sem inocentes... / José Casado / coluna de Augusto Nunes

02/02/2016
 às 16:00 \ Opinião

José Casado: 

Para Oslo, não há inocentes

Publicado no Globo
Há um ano no comando da Petrobras, o administrador Aldemir Bendine ainda não conseguiu reverter o ceticismo de investidores sobre os rumos da “nova companhia”, como costuma qualificar. Na quinta-feira passada, viu-se confrontado pela desconfiança.
Enquanto Bendine divulgava no Rio o seu “abrangente, estruturante, complexo e revolucionário” projeto de mudanças administrativas na Petrobras, a 10,4 mil quilômetros de distância, em Oslo, o Banco Central da Noruega anunciava a revisão dos investimentos do país em ações da empresa brasileira “por causa do risco de corrupção grave”.
O governo da Noruega é dono de uma fatia de 0,61% do capital da Petrobras. Comprou ações da estatal , no governo Lula, com o dinheiro de um fundo formado com royalties do petróleo.
O aviso sobre a possível retirada de capital ainda neste ano é importante porque esse fundo norueguês é o maior investidor global. Seus ativos superam US$ 750 bilhões, soma do PIB da Argentina e do Chile, e incluem 1,3% das ações de nove mil empresas relevantes em 75 países.
A reclassificação da Petrobras foi recomendada pelo Conselho de Ética do fundo, depois de seis meses de análises e consultas à administração Bendine. O órgão concluiu que “a Petrobras tem responsabilidade pela corrupção grave”. Alertou sobre “o risco inaceitável” de a empresa ter cometido crimes puníveis na Noruega. Também advertiu sobre o perigo de “atos semelhantes no futuro”, por duvidar que o controle anticorrupção da estatal seja “suficientemente eficaz”.
Cinco conselheiros examinaram provas judiciais sobre subornos pagos a diretores e gerentes: “O alcance da corrupção indica que o resto da direção da empresa deve ter tido conhecimento do que acontecia”, escreveram.
A estatal argumentou ser vítima de crimes cometidos por ex-empregados. Eles refutaram: “À luz dos fatos, isso dá a impressão de que a empresa nega qualquer responsabilidade.”
A Petrobras vai enfrentar problemas similares nos Estados Unidos, prevê Isabel Franco, especialista na legislação americana anticorrupção. “A diplomacia pode até conseguir que a promotoria peça uma punição mais leve. Mas na SEC (Comissão de Valores Mobiliários), a Petrobras e seus diretores não têm como escapar. Não haveria como explicar aos que já foram punidos.” Na lista de sanções da SEC por corrupção destacam-se Siemens, Alstom, Halliburton, BAE, Total e Alcoa, entre outras.
Em Oslo, quatro grupos (Sevan, Akastor, Uglands e Acergy) começaram 2016 sob investigação por suspeita de pagamento de US$ 43 milhões em propinas ao ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e o gerente Eduardo Musa, condenados ontem em Curitiba.
A procuradora norueguesa Marianne Djupesland rastreia pagamentos a Zelada e Musa feitos pelos brasileiros, Raul Schmidt Felippe Jr. e João Henriques, e pelo francês Miloud Alain Hassene Daouadji.
A dimensão extraterritorial da corrupção na Petrobras fez o Conselho de Ética do fundo sugerir às autoridades da Noruega que considerem o caso como paradigma, um “sinal claro para o Brasil e o resto do mundo” de que “ninguém vai ficar sozinho — nem os executivos seniores, nem os melhores políticos, nem os funcionários públicos.”
Bendine precisa ser mais eficaz para erguer a “nova companhia”, como imagina.

domingo, 24 de janeiro de 2016

"Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto." // DW

BRASIL

Como a Petrobras pode ajudar a tirar o Brasil do sufoco?

Maior investidora do país precisa se tornar mais enxuta, diminuir sua dívida e se concentrar em setores de retorno rápido, como o Pré-Sal, afirmam especialistas. "Petrobras tem impacto muito grande na economia", lembram.
O ano começou com mais notícias ruins na Petrobras. Segundo consultorias financeiras, a empresa já perdeu 85,5% do valor de mercado (ou mais de 430 bilhões de reais) desde 2008. Nesta semana, as ações da petrolífera estão sendo negociadas a menos de 5 reais, o menor valor desde 2003.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a turbulência econômica experimentada pelo Brasil é em parte causada pelos problemas na Petrobras, revelados pela Operação Lava Jato. A estatal foi a única empresa citada nominalmente num relatório do Fundo.
Em outubro, o Ministério da Fazenda já havia apontado a ligação entre a situação da Petrobras e a contração nos investimentos da empresa com os maus resultados da economia brasileira, indicando que ao menos dois pontos percentuais da retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 (que deve chegar a 3,6%, segundo estimativas do Banco Central) podem ser atribuídos aos problemas na estatal.
Isso ocorre porque a Petrobras é a maior investidora do país. Entre 2010 e 2014, ela foi responsável por 8,8% de tudo que foi investido no Brasil, um número que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto.
À medida que a empresa começou a apresentar resultados negativos e se viu envolvida no turbilhão da Lava Jato, os investimentos diminuíram e isso afetou os resultados do país. "A Petrobras tem um impacto muito grande na economia, e essa queda nos investimentos não afetou só a empresa, mas também outras gigantes que dependem da estatal, como empreiteiras", afirma Eric Barreto, professor do Insper e diretor da consultoria M2M.
Em 2015, uma das versões do plano de negócios 2015-2019 previa investimentos de 130,3 bilhões de dólares, mas a previsão mais recente, divulgada na semana passada, inclui uma queda 25% para o período. Em 2016, os investimentos não devem passar de 20 bilhões de dólares – em 2014, eles alcançaram 37 bilhões de dólares.
Por esses cálculos, a redução nos próximos três anos deve ter um impacto negativo de quase 300 bilhões de reais na economia brasileira. "A redução de cada 1 bilhão de reais no investimento da Petrobras, se for considerado o efeito renda, impacta o PIB em 2,5 bilhões de reais", afirma o Ministério da Fazenda.
Medidas
Para analistas, há algumas medidas que a empresa pode tomar para recuperar suas finanças e voltar a ter um volume maior de recursos para investir e, consequentemente, ajudar a melhorar os resultados econômicos do país.
"A empresa precisa agora se concentrar em cumprir o seu propósito, que é a extração de petróleo. Para isso, precisa se desfazer de ativos para levantar recursos e amortizar parte da sua imensa dívida, além de melhorar a eficiência, cortando gordura em setores que podem ser aprimorados ou que demonstram inchaço", afirma o analista Fernando Marcato, da Go Associados, uma consultoria que também elaborou um estudo sobre o impacto negativo dos resultados da Petrobras no PIB. "Cortes e vendas de ativos significam um caixa melhor."
Para equilibrar as contas e fazer caixa, a empresa já tem apostado na venda de participações e empresas. A meta é que, entre 2015 e 2016, sejam vendidos ativos no valor de 15,1 bilhões de dólares. No ano passado, o valor alcançou apenas 700 milhões de dólares.
No final de dezembro, a Petrobras vendeu 49% da sua participação na Gaspetro para uma empresa japonesa. Segundo a imprensa brasileira, a estatal também estuda vender suas participações em empresas como a petroquímica Braskem, que está avaliada em 5,8 bilhões de reais. "O valor ainda é muito baixo, a empresa precisa passar confiança que realmente está empenhada em vender parte desses ativos para levantar recursos", afirma Barreto.
Segundo o especialista, a empresa tem que se empenhar em reestruturar a sua dívida. "A Petrobras precisa reduzir a alavancagem e também buscar proteção contra os riscos cambiais. Com a alta do dólar, esse talvez não seja um bom momento para tentar substituir o câmbio da dívida, mas isso é algo que tem ser considerado quando for possível", afirma.
Atualmente, a dívida da Petrobras ultrapassa meio trilhão de reais – a segunda maior entre as empresas da América, ficando apenas atrás do conglomerado GE. E o valor só tem aumentado com a disparada do dólar e a queda do preço do petróleo.
O professor também afirma que a empresa tem que concentrar investimentos em setores que deem retorno mais imediato, como a exploração do Pré-Sal. "A Petrobras tem a vantagem de contar com custos operacionais baixos. Ela tem que usar isso a seu favor, investindo nessas áreas para ter lucro mais rapidamente", afirma. Para Barreto, também é necessário demonstrar mais autonomia em relação ao governo para recuperar a confiança de eventuais investidores e parceiros.
Já para Marcato, a Petrobras precisa se tornar mais enxuta para ficar mais forte. "Nos últimos anos, a empresa se lançou em negócios que não tinham relação com seu propósito de extrair óleo, ela se expandiu para outros setores, tentou fazer de tudo, como se fosse uma obrigação. Essa é uma chance para ela se reestruturar", afirma.
Turbulências vão continuar
Para ambos os especialistas, os tempos em que a Petrobras bancava uma parte tão significativa do PIB com seus investimentos vultosos ficaram definitivamente para trás, mas medidas para melhorar a eficiência da empresa podem recuperar ao menos parte da sua capacidade de investimento, o que teria reflexos positivos no desempenho do país.
"Eu não vejo um cenário catastrófico, mas também não haverá recuperação no curto prazo. Mas essas medidas podem ajudar a Petrobras a melhorar o seu caixa", afirma Marcato. No final do ano passado, o presidente Aldemir Bendine já havia declarado que a recuperação da empresa é "um projeto de cinco anos".
Ambos os especialistas, no entanto, afirmam, que a petrolífera ainda deve enfrentar turbulências até lá. "No momento, a empresa enfrenta, além dos problemas de confiança, uma tempestade completa, com a baixa do petróleo e a alta do dólar", diz Marcato. "E este último fator tem impacto direto na dívida", lembra.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Registro de cinismo em forma de balanço aponta a carência de quadro funcional da Petrobras que promove na empresa prejuízo extraordinário, talvez o maior do mundo entre as petroleiras, revela uma péssima gestão e significação de que a maior empresa do Brasil 'está a pé' em termos de administração

06/05/2015
 às 13:02 \ Opinião 

José Nêumanne: A trapaça da estatal que queima arquivos

Publicado no Estadão
JOSÉ NÊUMANNE
Como se tivesse sido instada a explicar por que queima gás nos campos de extração de petróleo, a Petrobrás tentou justificar a eliminação de áudios e vídeos em que foram gravadas reuniões de seu conselho de administração nas quais se decidiu a compra funesta e onerosa da refinaria da Astra Oil belga em Pasadena, Texas. Tentar até que tentou, mas não conseguiu.
Não vai ser com a queima confessada de arquivos que podem revelar atitudes criminosas de quem autorizou um negócio tão controverso como foi esse, feito no momento em que presidia o dito conselho a ministra poderosa de dois governos e chefe do anterior e do atual, que a empresa recuperará sua credibilidade perdida. Neste momento em que ineficiência, má gestão, queda do preço do produto que refina e cujos combustíveis vende e, sobretudo, roubo, muito roubo, levaram a estatal a divulgar um balanço com a maior perda em ativos entre as grandes petroleiras do mundo, a confissão inaceitável só vai piorar tudo. O cinismo chegou ao ápice com a entrega dos registros sonoros e visuais das 12 últimas reuniões (desde setembro) do tal conselho à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás – um escárnio da estatal, et pour cause, do governo, ao Legislativo, Poder que representa diretamente o cidadão, acionista majoritário ao qual ela teria de prestar contas.
A apresentação do balanço, que envergonharia qualquer empresa de qualquer porte no mundo, com a agravante de parte do prejuízo ter sido causada pelo mais lesivo escândalo de corrupção da história da humanidade, foi feita em clima de comemoração, “justificada” pela “virada de página” sob nova administração. E também pela “saga de desafios” da estatal desde sua criação, nos anos 1950, sob a égide do enganoso lema publicitário “o petróleo é nosso”. Depois da roubalheira devassada pela Operação Lava Jato, o slogan publicitário passou a ser acintoso pela constatação de que os lucros do negócio nunca foram da Nação, mas, sim, dos eventuais donos do poder no Estado.
Apesar das evidências confirmadas por quantias exorbitantes revelando o fiasco de gestão e a privatização na prática por partidos da aliança governista federal, a ex-presidente de seu conselho de administração e atual presidente da República, Dilma Rousseff, insiste em fantasias absurdas para fugir à responsabilidade pelo que ela chama de malfeitos. Em frases sem confirmação na vida real – tais como “limpou o que tinha de limpar”, “tirou aqueles que tinha de tirar lá de dentro, que se aproveitaram das suas posições para enriquecer seus próprios bolsos” ou “a Petrobrás está de pé” –, suas mentiras são repetidas à exaustão por governistas e em lorotas fictícias da publicidade nos veículos de comunicação.
A confissão da queima de arquivos com a cumplicidade tácita do governo – que comanda a estatal em nosso nome –, dos partidos aliados, da mídia adesista e dos falsos ingênuos, que tentam justificar o furto generalizado com toscos autos de fé populistas, vem agora reforçar o mal-estar causado a nossos estômagos vazios pela desfaçatez. O repórter do Estado em Brasília Fábio Fabrini revelou à véspera do feriadão que, pedida por este jornal, tendo como base a Lei de Acesso à Informação, a entrega de gravações em áudio e vídeo das reuniões em que foi decidida a compra da “ruivinha” em Pasadena foi negada pela Petrobrás. A alegação para negá-la, repetida formalmente à CPI, foi a de que tais arquivos são “eliminados” após a formalização das atas das reuniões.
Até agora a empresa não trouxe a público nenhuma resolução interna nem ordem superior que possam justificar a providência. O que se sabe é que por causa dela a Nação ignora como Dilma agiu ao presidir o colegiado entre 2003 e 2010, quando foi ministra de Minas e Energia e, depois, chefe da Casa Civil dos governos Lula. Isso pode até ter sido providencial, mas certamente não era o mais prudente a ser feito.
As mentiras cabeludas, pois, que Dilma tem contado a pretexto de salvar a Petrobrás da “sanha demolidora” da oposição inerte, se estendem agora à sua atuação em parte relevante do petrolão. Só que nunca ninguém saberá até que ponto ela interferiu no escândalo.
Semelhante episódio histórico mundial foi protagonizado pelo ex-presidente dos EUA Richard Nixon, obrigado a renunciar (para evitar sofrer impeachment inevitável) por ter mentido à Nação. Ele garantiu, em pronunciamento público, que não teve conhecimento da invasão do escritório de campanha de seu adversário democrata, George McGovern, no edifício Watergate, em Washington. Como as reuniões no Salão Oval da Casa Branca são gravadas e nunca eliminadas depois, ficou provado que ele tinha tratado do assunto, sim, e isso o levou ao impasse: renunciar ou ser deposto. E olhe que seu apelido era Tricky Dicky, Ricardinho Trapaceiro.
Exemplo mais próximo de preservação .
Talvez seja possível numa devassa nos computadores da Petrobrás resgatar imagens e sons e recuperar o que ocorreu nas reuniões e as atas não revelam. Se não for, ficará o travo amargo da trapaça de uma gente que se diz socialista e transparente, mas, enquanto revolve as vísceras da ditadura em Comissões de Verdade, queima arquivos para ocultar a história recente, que a incomoda.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Incompetência administrativa gerou prejuízo de 17 milhões de reais por dia na Petrobras durante gestão de Gabrielli... / Globo


29/04/2015
 às 21:19 \ Opinião

José Casado: Gestão temerária 

Publicado no Globo
É recorde: R$ 17,4 milhões em perdas por dia, ou R$ 726,4 mil por hora, durante seis anos e sete meses seguidos. Essa é a herança administrativa deixada por José Sérgio Gabrielli depois de 2.370 dias no comando da Petrobras.
Na semana passada, a companhia informou que seu patrimônio encolheu em R$ 47,4 bilhões, por desvalorização de ativos e cancelamento de projetos considerados inviáveis há pelo menos meia dúzia de anos.
Desse total, R$ 41,2 bilhões têm origem em iniciativas danosas ao patrimônio da estatal anunciadas na gestão de Gabrielli (a conta não inclui o custo do repasse da corrupção).

quarta-feira, 11 de março de 2015

No Paraguai a gasolina da Petrobras é mais barata do que no Brasil...!

Notícia esquisita
PETROBRAS VENDE COMBUSTÍVEL MUITO MAIS BARATO NO PARAGUAI E CAUSA REVOLTA ENTRE OS BRASILEIROS NAS REDES SOCIAIS

Facsímile do diário Ultima Hora, de Assunção, Paraguai.
Enquanto a reivindicação de redução dos preços do diesel levou a uma greve de caminhoneiros que parou o Brasil por duas semanas, gerando desabastecimento de diversos produtos, principalmente no sul do País, a Petrobras realizou a nona redução dos preços no vizinho Paraguai em menos de um ano.
De acordo com o jornal paraguaio Ultima Hora, a decisão de reduzir os preços pegou as demais distribuidoras do país de surpresa e levou a Petrobras a vender o combustível mais barato do Paraguai, incluindo os preços praticados pela estatal Petropar. Apesar da imensa desvalorização do guarani (moeda local) em relação ao real, o litro do diesel em Assunção é dez centavos mais barato que em Brasília.
A imagem da matéria no jornal já circula no Facebook, Twitter e WhatsApp, gerando indignação entre os brasileiros que já começaram a fazer comentários no próprio site do periódico paraguaio. Clique AQUI e confira. Do site Diário do Poder

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Depois da tormenta... / Veja

10/02/2015 - 14:50


Lava Jato

Graça Foster: depois da Petrobras, o descanso da aposentadoria

Além dela, ex-diretores Almir Barbassa e José Carlos Consenza também decidiram se desligar definitivamente da companhia

Graça Foster renunciou à presidência da Petrobras na semana passada
Graça Foster renunciou à presidência da Petrobras na semana passada (Wilton Junior/AE/VEJA)
VEJAarte - diretoria da Petrobras
Depois de renunciar ao cargo de presidente da Petrobras na semana passada, Graça Foster decidiu formalizar sua saída da companhia e se aposentar. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, também decidiram se desligar da companhia o ex-diretor financeiro Almir Barbassa e o ex-diretor de abastecimento José Carlos Consenza.
Na semana passada, Graça Foster e outros cinco executivos renunciaram aos seus cargos na Petrobras em meio a denúncias de corrupção envolvendo a estatal. Funcionária da companhia desde 1978, Graça Foster continuava trabalhando mesmo tendo se aposentado compulsoriamente tempos atrás. Apesar disso, a Petrobras não informou quando ela pediu sua aposentadoria.
Agora ficará a cargo do atual presidente da estatal, Aldemir Bendine, gerenciar o maior escândalo de corrupção enfrentado pela estatal em toda a história. Um de seus principais desafios será chegar a um valor crível das perdas financeiras provocadas por desvios de dinheiro para conseguir divulgar o balanço financeiro auditado do terceiro trimestre.
O executivo chegou a se reunir com a Dilma Rousseff (PT) na semana passada para conversar sobre suas metas no comando da Petrobras. Segundo assessores presidenciais, ele teria prometido que uma de suas primeiras medidas seria procurar a auditoria independente PricewaterhouseCoopers (PwC) para avaliar a situação da companhia. Uma teleconferência deve acontecer até a próxima sexta-feira para dar maior segurança a investidores nacionais e internacionais.
Banco do Brasil – O Conselho de Administração do Banco do Brasil elegeu nesta terça-feira novos vice-presidentes de Gestão Financeira e Negócios de Varejo para completarem o mandato 2013 / 2016, informou a instituição em comunicado. O novo vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores será José Maurício Pereira Coelho, funcionário de carreira com 27 anos de experiência no banco. Coelho era diretor de Finanças. Já o novo vice-presidente de Negócios de Varejo será Raul Francisco Moreira, também funcionário de carreira com 27 anos de empresa. Ele ocupava o cargo de diretor de Cartões.
(Com agência Reuters)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Petrobras suborna o vernáculo e usa eufemismo em documento de números financeiros do balanço do 3º trimestre

http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/01/apos-adiar-2-vezes-petrobras-divulga-balanco-sem-baixas-por-corrupcao.html

28/01/2015 04h50 - Atualizado em 28/01/2015 11h05

Após adiar 2 vezes, Petrobras divulga balanço sem baixas por corrupção

Divulgação dos dados financeiros do 3º trimestre atrasou mais de 2 meses.
Lucro foi de R$ 3,08 bilhões, uma queda de 38% em relação ao 2º trimestre.

Do G1, em São Paulo
A Petrobras divulgou na madrugada desta quarta-feira (28), depois de dois adiamentos, o balanço do terceiro trimestre da companhia. O documento, no entanto, não traz as perdas esperadas por conta das denúncias de corrupção na estatal investigadas na Operação Lava Jato, conforme era esperado pelo mercado.
De acordo com o balanço, que não tem o aval da auditoria independente PwC, a petroleira teve lucro líquido de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre do ano passado. O valor representa uma queda de 38% em relação ao trimestre anterior em 2014, "refletindo o menor lucro operacional", segundo a Petrobras.
Já em relação ao terceiro trimestre de 2013, quando o lucro havia sido de R$ 3,395 bilhões, o recuo foi de 9,9%. No acumulado de janeiro a setembro, o lucro foi de R$ 13,439 bilhões, uma queda de 22% frente ao mesmo período do ano passado.
Dívidas
No documento divulgado nesta quarta, a Petrobras afirma que a divulgação do balanço foi feita para atender obrigações em contratos de dívida. Isso porque a companhia tinha até o final deste mês para publicar esses números, sob risco de ter que antecipar o pagamento de débitos nos Estados Unidos.
A ausência dos dados sobre as perdas com corrupção, segundo a estatal, acontece porque houve "impraticabilidade" de quantificar esses dados de forma correta. A Petrobras diz ainda que está avaliando metodologias da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Securities and Exchange Comission (SEC, equivalente à CVM nos EUA), para adequar as contas.
Crise na Petrobras - entenda (Foto: Editoria de Arte/G1)
Justificativas a investidores
No mesmo relatório, a presidente Graça Foster assina um texto destinado a acionistas e investidores onde explica o momento vivido pela estatal em meio às denúncias de corrupção e justifica o atraso na divulgação do balanço do 3º trimestre. Ela afirma que a empresa continua trabalhando para produzir as demonstrações financeiras revisadas pela PwC "no menor tempo possível" e diz que "entende que será necessário realizar ajustes nas demonstrações contábeis".
"Em suma, os depoimentos aos quais a Petrobras teve acesso revelaram a existência de atos ilícitos, como cartelização de fornecedores e recebimentos de propinas por ex-empregados, indicando que pagamentos a tais fornecedores foram indevidamente reconhecidos como parte do custo de nossos ativos imobilizados, demandando, portanto, ajustes. Entretanto, concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da Companhia", afirma a nota.
Foster garante ainda que as investigações da Polícia Federal não devem interferir na estatal.
"Quanto à projeção do fluxo de caixa e liquidez da companhia, é importante ressaltar que a posição de caixa da Petrobras e sua capacidade de geração operacional não será afetada por ajustes decorrentes da 'Operação Lava Jato' ou de qualquer outro relacionado ao valor dos seus ativos. Temos sido diligentes na implementação de ações que nos permitem afirmar que não necessitaremos recorrer a novas dívidas no ano de 2015 em função dos fatores que favorecem nosso fluxo de caixa, os quais estão descritos a seguir", assegura.
Veja mais declarações da presidente da empresa no final do texto.
Preços dos combustíveis
Segundo a nota da presidente da Petrobras, divulgada com o balanço, a companhia reafirma a manutenção da política de preços de diesel e gasolina, "não repassando a volatilidade do mercado internacional, o que, na situação atual, favorece excepcionalmente o caixa".
De acordo com Graça, o patamar atual de produção de petróleo e derivados assegura à empresa o mesmo patamar de geração operacional [geração de caixa], mesmo com o preço do barril de petróleo Brent variando entre US$ 50/bbl e US$ 70/bbl.
Adiamentos
A divulgação do balanço referente ao período entre julho e setembro de 2014 chega com atraso de mais de dois meses. Inicialmente, o resultado financeiro do 3º trimestre estava previsto para ser publicado no dia 14 de novembro, mas não recebeu o aval da empresa de auditoria PwC.
Os números operacionais do período já eram conhecidos, mas a publicação dos dados financeiros foi atrasada devido à Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
Em 13 de dezembro, houve o segundo adiamento, porque a empresa alegou que seria necessário um prazo maior para ajustar as demonstrações contábeis aos fatos relacionados, "direta ou indiretamente", à Operação Lava Jato – o que não ocorreu.
[O balanço] é muito ruim para o mercado, uma vez que se esperava que compras superfaturadas e outras irregularidades fossem contabilizadas"
Paulo Cabral Bastos, analista da Gradual Investimentos
Na ocasião, a empresa afirmou que tomaria as medidas jurídicas para ressarcir os supostos recursos desviados e "os eventuais valores decorrentes de sobrepreços dos contratos com as empresas participantes do suposto cartel".
A grande dúvida e expectativa do mercado era se a Petrobras contabilizaria ou não, e em que valor, as perdas decorrente do escândalo de corrupção.
Na semana passada a Petrobras informou que poderia incluir em seu balanço do 3º trimestre baixas contábeis e possíveis perdas resultantes das denúncias de corrupção, incluindo a reavaliação de ativos e projetos construídos por empresas citadas na Operação Lava Jato. Desde dezembro, 23 fornecedoras estão impedidas de ser contratadas e de participar de licitações da estatal.
Por não se tratar de números auditados, entretanto, a avaliação do mercado era de que possíveis baixas contábeis seriam apresentadas de forma conservadora. Analistas consultados pela Reuters acreditavam até mesmo que não seriam registradas quaisquer baixas contábeis nesta terça-feira.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras está sujeita a multa de R$ 500 por dia por atrasar a entrega do balanço auditado.
Para o analista da Gradual Investimentos Paulo Cabral Bastos, o balanço, da forma como foi divulgado, não tem credibilidade. "É muito ruim para o mercado, uma vez que se esperava que compras superfaturadas e outras irregularidades fossem contabilizadas".
Bastos diz que a divulgação do balanço serviu mais para a estatal não se complicar com os credores internacionais e ter condições de arrolar sua dívida, do que para tranquilizar os investidores.
Investigações
Segundo informações da PF, de procuradores do Ministério Público e de delatores do caso, executivos da estatal indicados por partidos políticos conspiraram com empresas de engenharia e construção do país para sobrevalorizar refinarias, navios e outros bens e serviços da Petrobras. Os valores excedentes dos projetos teriam sido desviados para executivos, políticos e partidos.
O Ministério Público Federal do Paraná já ofereceu denúncias contra 36 investigados e os procuradores anunciaram que irão pedir ressarcimento de ao menos R$ 1,18 bilhão por desvios na empresa.
Números do 3º trimestre
A produção total de óleo e gás natural cresceu 6% no 3º trimestre de 2014, em relação ao segundo trimestre, com 2,7 mil barris por dia. No acumulado do ano, a produção diária é de 2,6 mil barris, representando alta de 3% em comparação com o mesmo período de 2013.
Já o endividamento líquido da empresa cresceu 8% em comparação com o segundo trimestre de 2014, passando para R$ 261 milhões. No acumulado no ano, até setembro, houve crescimento de 35% em relação ao mesmo período de 2013.
Em vídeo publicitário que começou a ser veiculado no fim de semana, a Petrobras afirma que "década após década, desafio após desafio, seguimos em frente. Recentemente fizemos uma descoberta que surpreendeu o mundo: o pré-sal. Hoje os desafios são outros. Por isso, estamos aprimorando a governança e a conformidade na gestão".
O que Graça Foster disse
"Os ativos selecionados para avaliação do valor justo somam R$ 188,4 bilhões, praticamente 1/3 do ativo imobilizado total da Petrobras (R$ 600,1 bilhões) e tiveram, como referência, os contratos firmados entre a Petrobras e as empresas citadas na 'Operação Lava Jato' entre 2004 e abril de 2012."
"A avaliação foi realizada por firmas globais reconhecidas internacionalmente como avaliadores independentes, abrangendo 81% do ativo total avaliado. A análise dos outros 19% foi realizada pelas equipes técnicas da Petrobras, porém com total consistência
metodológica e de premissas com o trabalho realizado pelos avaliadores independentes."
"No entanto, o amadurecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho tornou evidente que essa metodologia não se apresentou como uma substituta “proxy” adequada para mensuração dos potenciais pagamentos indevidos, pois o ajuste seria composto de diversas parcelas de naturezas diferentes, impossível de serem quantificadas individualmente, quais sejam, mudanças nas variáveis econômicas e financeiras (taxa de câmbio, taxa de desconto, indicadores de risco e custo de capital), mudanças nas projeções de preços e margens dos insumos, mudanças nas projeções de preços, margens e demanda dos produtos comercializados, mudanças nos preços de equipamentos, insumos, salários e outros custos correlatos, bem como deficiências no planejamento do projeto (engenharia e suprimento)."
"No que tange aos investimentos, estamos reduzindo o ritmo de alguns projetos, principalmente aqueles com baixa contribuição ao caixa nos próximos dois anos, de forma que nosso orçamento fique no patamar de US$ 31 bilhões a US$ 33 bilhões neste ano de
2015."
"Nosso portfólio de ativos também indica oportunidades de desinvestimentos em 2015, com potencial de contribuição ao caixa em níveis próximos aos realizados em 2014. A implementação desses desinvestimentos dependerá, naturalmente, da evolução das
condições de mercado."
"Quero aqui reafirmar nosso compromisso com a superação desses desafios. Estamos dando plena condição para que as investigações em curso, sejam as internas, sejam as externas, caminhem livremente, sem qualquer barreira. Somos transparentes com vocês, nossos acionistas e investidores. Trabalhamos para que, no futuro próximo, nossa companhia seja reconhecida por seus métodos de governança e controles internos com a mesma excelência que tem sido reconhecida ao longo dos anos por sua capacidade técnica e operacional."