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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sexta-feira, 6 de maio de 2016

"A caneta da autoridade, por dentro da lei, pode afetar direito alheio tanto quanto a ação de extremistas por fora da lei."


TIRAR WHATSAPP DO AR E QUEIMAR PNEUS NA

 ESTRADA. TUDO A VER.

por Percival Puggina. Artigo publicado em 



Todas as organizações extremistas são, por natureza, totalitárias. Convencidas de estarem fazendo a coisa certa em vista da causa e de seus fins, reagem violentamente quando contrariadas. Sabem que nessas ações e reações acabam prejudicando pessoas que nada tem a ver com o caso, mas isso pouco importa. É preciso quebrar as vitrines para chamar atenção, derrubar a cerca para haver reforma agrária, pichar parede alheia para ser visto.

As mobilizações contra o impeachment da presidente Dilma têm proporcionado abundantes exemplos disso. Foram antecedidas por reiteradas advertências do "general" João Pedro (quebra-quebra) Stédile sobre os raios e trovões que faria desabar no país caso prosperasse o processo contra a mandatária credora de sua admiração e afeto. Não deixou por menos o senhor Aristides Santos, secretário da Contag, em comício realizado no Palácio do Planalto, quando prometeu à presidente da República que sua turma iria invadir gabinetes e moradias dos deputados favoráveis ao impeachment. Ambos ameaçavam a nação com práticas prepotentes e imoderadas, de desrespeito à lei e à ordem. O direito alheio não é nem pode ser empecilho aos objetivos perseguidos pelos portadores de tais enfermidades políticas. Seu querer revolucionário não admite obstáculos. As revoluções fazem as próprias leis. Por bem ou por mal. Pergunto: não prometeu o senhor Mauro Iasi a seus adversários, repetindo Brecht, sob delirantes aplausos do auditório do CSP Conlutas, um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova? Pois é.

Foi por isso que há bem poucos dias, em diferentes pontos do país, uns poucos gatos pingados queimaram pneus nas estradas bloqueando por longas horas o transporte rodoviário. Com mais pneus ardendo do que manifestantes para segurar a pressão, atrapalharam a vida de multidões paralisadas no meio do caminho, sem água nem alimento, causando inestimáveis prejuízos. "Sim, é isso mesmo, e daí?", responderiam os admiradores da presidente se indagados sobre as consequências do que faziam.

"Sim, é isso mesmo, e daí?", talvez seja a resposta do juiz Marcel Montalvão, de Lagarto (SE), se inquirido sobre os efeitos de sua ordem na vida de milhões de pessoas. O magistrado, como se sabe, mandou as operadoras TIM, Claro, Oi, Vivo e Nextel bloquearem o aplicativo Whatsapp por 72 horas como punição por descumprimento de alguma determinação que dera. Então, fica assim: do elenco de sanções possíveis, Sua Excelência escolheu essa. Queimou pneus na estrada cibernética, atrapalhando em todo o país, abrangente e indistintamente, comunicações pessoais, sociais e negócios. A caneta da autoridade, por dentro da lei, pode afetar direito alheio tanto quanto a ação de extremistas por fora da lei.

Mais 20 denunciados pela Lava Jato...

sexta-feira, maio 06, 2016


LAVA JATO DENUNCIA MAIS 20, INCLUINDO PETISTAS, EMPRESÁRIOS E JORNALISTA.
Entre os denunciados está o empresário Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André/SP, cujo nome aparece com frequência em reportagens sobre a morte do ex-prefeito Celso Daniel, do PT.

Em duas denúncias criminais divulgadas nesta sexta-feira, 6, o Ministério Público Federal acusa 20 investigados de duas fases da Operação Lava Jato.
Em uma das denúncias, entre os novos acusados por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à investigação, estão o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), os empreiteiros Marcelo Odebrecht (Odebrecht), Ricardo Pessoa (UTC Engenharia) e Léo Pinheiro (OAS) e outros seis investigados. Segundo a Procuradoria da República, o ex-senador ‘solicitou e recebeu pagamentos indevidos para interferir nos trabalhos de CPIs no ano de 2014′.
Gim Argello foi preso em 12 de abril, na Operação Vitória de Pirro, 28º fase da Lava Jato.
Fotos publicadas pela imprensa e que viralizaram nas redes sociais revelam a amizade entre Dilma e Gim Argello, que costumavam fazer caminhadas juntos nos arredores do Palácio da Alvorada como mostra este flagrante.
“Ficou comprovado que o ex-senador e pessoas próximas, em conluio com dirigentes de empreiteiras envolvidas no megaesquema criminoso instalado na Petrobrás acertaram e promoveram o pagamento de vantagens indevidas entre os meses de abril e dezembro de 2014 com o objetivo de obstruir os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Senado e na Câmara dos Deputados”, diz nota da força-tarefa.
As CPIs haviam sido abertas para investigar supostos crimes contra a Petrobrás. A Procuradoria informa que constatou que houve acerto de pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento. Gim Argello era membro da CPI do Senado e vice-presidente da CPMI.
“A ideia era cobrar o montante de R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras envolvidas”, afirma o Ministério Público Federal.
Na outra denúncia, são acusados de lavagem de dinheiro de R$ 6 milhões o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André, e mais 8 investigados, entre eles o publicitário Marcos Valério – operador do Mensalão, além do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Segundo a força-tarefa, Ronan Maria Pinto ‘está entre os beneficiários de empréstimo fraudulento feito junto ao Banco Schahin em favor do PT’.
O empresário de Santo André foi preso na Operação Carbono 14 – desdobramento 27 da Lava Jato.
Para os investigadores, os R$ 6 milhões fazem parte de um total de R$ 12 milhões emprestados pelo Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004. O próprio Bumlai afirmou à Polícia Federal que o dinheiro foi destinado ao PT. Na época, Delúbio Soares – condenado no Mensalão – era o tesoureiro do partido. Do site do Estadão
DENÚNCIA I
Jorge Afonso Argello (Gim Argello)
Jorge Afonso Argello Junior (filho de Gim Argello)
Paulo César Ramos Roxo Ramos
Valério Neves Campos
José Adelmário Pinheiro Filho
Roberto Zardi Ferreira
Dilson de Cerqueira Paiva Filho
Ricardo Ribeiro Pessoa
Walmir Pinheiro Santana
Marcelo Bahia Odebrecht
Claudio Melo Filho
DENÚNCIA II
Ronan Maria Pinto
Sandro Tordin
Marcos Valério
Enivaldo Quadrado
Luiz Carlos Casante
Breno Altman (Jornalista)
Natalino Bertin
Oswaldo Rodrigues Vieira Filho
Delúbio Soares

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Leicester, time campeão de futebol da Inglaterra vai passar férias em Las Vegas ... / Máquina do Esporte



O técnico Claudio Ranieri, que virou o homem-salsicha
O milionário Vichai Srivaddhanaprabha decidiu premiar de maneira inusitada todos os jogadores do elenco do Leicester, campeão de forma antecipada da Premier League. Segundo o diário britânico Daily Mirror, o tailandês, dono da equipe, irá dar a cada jogador um Mercedes Classe B elétrico, avaliado em R$ 162 mil cada um.
Além disso, Srivaddhanaprabha, que é o quarto homem mais rico da Tailândia, também propôs levar o elenco inteiro para celebrar a vitória em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Além disso, Jamie Vardy e Riyad Mahrez terá o direito a dividir uma bolada de 6,5 milhões de libras de premiação, algo equivalente a R$ 33,3 milhões.
Em Leicester a loucura pelo título é tão grande, que no mercado central da cidade já está vendendo salsichas azuis, a cor do time da cidade. Ainda durante a campanha pelo título, o técnico Claudio Ranieri soube que tinham criado uma salsicha Ranieri em sua homenagem. O treinador divertiu-se, dizendo que, a partir daí, era o “homem-salsicha”

Afastamento de Cunha provoca novas discussões... / Políbio Braga

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Liminar de Teori poderá ser examinada esta tarde pelo STF

Não há um só dispositivo legal que autorize a decisão tomada por Zavascki. 

A liminar do ministro Teori Zavascki que resultou no afastamento do deputado Eduardo Cunha, poderá ser examinada pelo plenário do STF, que esta tarde examinará assunto semelhante, já que os ministros já tinham sessão marcada para decidir sobre ação protocolada pela Rede, Partido de Marina Silva. Neste caso, a Rede pediu apenas que Cunha não possa assumir a presidência da República.

Teori usou outra ação, esta da PGR.

CLIQUE AQUI para ler análise do jornalista Reinaldo Azevedo sobre o caso da Rede.

Duas frases para reflexão ... Sugestão de Monica de Bolle sobre o momento socioeconômico do Brasil


“O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.” (Vinicius de Moraes)

“Suporta-se com paciência a cólica dos outros.” (Machado de Assis)

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Proposta desonesta do Ministério de Educação.../ Elio Gaspari


quarta-feira, maio 04, 2016

A farra petista no Fies -

 ELIO GASPARI

FOLHA DE SP - 04/05
Proposta de subir renda para acesso ao Fies é fim de feira e favorece empresários. O comissário Aloizio Mercadante anunciou que o Ministério da Educação estuda a elevação, de 2,5 para 3,5 salários- mínimos ( de R$ 2.200 para R$ 3.080), do teto de renda familiar para o acesso de jovens ao financiamento público de seus cursos universitários. É uma proposta desonesta, baseada em argumentos falsos, destinada a beneficiar empresários afortunados.

A proposta é desonesta porque se a elevação do teto fosse necessária, o comissário deveria ter começado os estudos em janeiro de 2012, quando assumiu o Ministério da Educação pela primeira vez. Se o doutor quer estudar, tudo bem. Se resolver tomar a medida no ocaso de um governo, trata- se de puro fim de feira.

O tema carrega argumentos falsos porque, segundo o governo, há “vagas remanescentes” nas faculdades privadas. Nas palavras de Mercadante, “houve uma frustração, uma oferta muito superior à demanda”. Na conta das empresas que operam nesse mercado, seriam 140 mil as tais “vagas remanescentes”. Assim como um vendedor de berinjelas fecha a feira sem vender todos os seus legumes, os donos de faculdades privadas ofereceram vagas em suas escolas e não tiveram compradores ao preço que pediam. São apenas vagas ociosas em seus empreendimentos; o Fundo de Financiamento Estudantil, Fies, não tem nada a ver com isso.

Dizer que há “vagas remanescentes” no Fies é o mesmo que dizer que há BMWs remanescentes numa concessionária. O Fies não gera vagas, gera financiamentos, e em 2014 eles chegaram a R$ 14 bilhões. Nessa época de vacas burras, um aluno tirava zero em redação e conseguia o empréstimo. Esse foi um dos poucos erros admitidos por Dilma Rousseff, depois de tê- lo corrigido.

A maior parte das faculdades privadas pertence a grupos empresariais abonados, muitos deles com ações na Bolsa de Valores. No ano passado, o Anhanguera- Kroton recebeu do Fies R$ 947 milhões, desbancando todas as outras empresas do setor privado. Arrecadou mais que todas as empreiteiras juntas.

O dinheiro do Fies não encolheu. O que o governo fez, com toda a razão, foi condicionar o acesso aos financiamentos, obrigando as faculdades e os estudantes a mostrar desempenho. À época, o doutor Gabriel Mario Rodrigues, atual presidente do conselho do grupo Kroton, combateu a ideia, chamando-a de “uma cagada”.

A exigência do desempenho limitou o acesso à bolsa da Viúva, fechando a torneira com a qual as faculdades se empanturravam de bolsistas, livrando-se da inadimplência do setor. As escolas estimularam a migração de seus alunos para o Fies. Achou- se uma faculdade em São Caetano do Sul que tinha 1.272 alunos, mas só quatro pagavam suas mensalidades.

O que poderia ser um problema gerou uma solução e surgiu um mercado de financiamentos privados. Cobra juros mais altos e quer fiador confiável, uma condição que o filtro do Fies despreza. Em apenas um ano, ele quintuplicou e concedeu 180 mil créditos.

Em tese, o teto da renda familiar de R$ 3.080 pode ser razoável, mas adotálo em fim de governo com argumentos falsos para tirar da cena as pessoas jurídicas imediatamente beneficiadas é um truque de má qualidade. Se Mercadante disser aos empresários interessados que só poderá decidir no segundo semestre, eles não poderão se zangar.

"O Índice de Mal-Estar, ou Misery Index'' mede a qualidade de vida do cidadão médio...

Malaise -

 MONICA DE BOLLE

O ESTADÃO - 04/05

Malaise, martírio, padecimento, mal-estar. Sensação profunda de desconforto, de desilusão, suor frio de angústia no corpo, gelado pelo desespero que procura os limites do intervalo entre duas felicidades. Enquanto o Brasil discute as coisas da política e a insensatez de nossa governante, o sofrimento da população é desnudado pelos indicadores econômicos, dados que expõem com frieza exata histórias de desalento e amargura, histórias de um cotidiano de desvarios.

Economistas valem-se de artifícios diversos para medir o bem-estar de diferentes sociedades: do PIB à distribuição de renda, dos subjetivos “índices de felicidade” ao concreto índice de desenvolvimento humano. Mas este não é um artigo sobre o bem-estar. Este artigo é sobre o mal-estar, a malaise que assola toda a população brasileira, sobretudo a classe média vulnerável, a classe C, aquela que desaparece depois de tanto furor.
O Índice de Mal-Estar, ou Misery Index, foi criado pelo economista americano Arthur Okun com o intuito de medir a qualidade de vida do cidadão médio de um país. Trata-se de indicador simples, da soma entre a taxa média de inflação de determinado período com a taxa de desemprego do mesmo período. O Índice de Mal-Estar dos EUA, depois de atingir 11,2 em 2010, caiu mais da metade, para 5,3 no ano passado. Em 2015, o Índice de Mal-Estar da China era de 7,2, do México, 6,9; da Colômbia, 13,8. O Índice de Mal-Estar do Brasil, usando os dados da Pnad Contínua trimestral do IBGE, foi de 19,7 em 2015, ou quase o dobro do ano anterior. Ou seja, a aguda acentuação da malaise é inequívoca. Interpelada dia desses aqui nos EUA sobre o porquê de não estarmos vendo tantos defensores de Dilma nas ruas, estridências golpistas à parte, respondi em números. Meu interlocutor preferiu não brigar com os dados, um sábio.

A tragédia brasileira vai ainda mais longe do que expus. O Índice de Mal-Estar brasileiro tal qual calculado dá uma ideia do que acontece com a economia como um todo. Mas e as classes mais desfavorecidas? E a classe média vulnerável? Afinal, o que tem ocorrido com a classe C? Ainda usando os dados abertos da Pnad Contínua do IBGE e utilizando o IPC-C1 compilado pela Fundação Getúlio Vargas, isto é, a chamada “inflação da baixa renda” frequentemente citada nos jornais, constata-se o seguinte: 16,2% da camada da população brasileira com ensino médio incompleto ou equivalente estava desempregada no último trimestre de 2015 - no mesmo período de 2014, a taxa de desemprego para essa faixa da sociedade era de 11,6%. Se tomarmos essa camada da população como proxy para a chamada classe C, e levarmos em conta que a inflação medida pelo IPC-C1 da FGV em 2015 foi de 11,5%, ou seja, cerca de 1 ponto porcentual maior do que a inflação para o ano medida pelo IPCA, chegamos a um Índice de Mal-Estar de 27,7 para esse estrato da população brasileira.

Tal constatação merece destaque. Enquanto o Índice de Mal-Estar Nacional subiu espantosamente entre 2014 e 2015, apenas em 2015 o Mal-Estar, o sofrimento, a malaise da classe C foi cerca de 40% maior do que se viu em todo o País. Trocando em miúdos, a classe C, aquela que surgiu gloriosa nos anos do lulopetismo em razão de políticas que claramente não tinham sustentação de longo prazo é, hoje, a que mais sofre as consequências do desastre econômico brasileiro, conforme muitos de nós alertamos.

Dilma insiste em vender a quem ainda lhe der ouvidos a ideia de que os problemas do desemprego no Brasil são fruto da crise externa. Contudo, a classe C sofrida, essa cujo mal-estar clama pela trégua, pelo fim da desgraça, não perdeu empregos por causa da crise internacional. A classe C perdeu empregos, sobretudo, nos setores de serviços e comércio, estrangulados pela recessão. Eis, portanto, mais um desafio para o governo que vier: o resgate urgente de uma classe C reduzida a pó pela grande mentira do lulopetismo.

Deixo-os, leitores, com duas reflexões:

“O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.” (Vinicius de Moraes)

“Suporta-se com paciência a cólica dos outros.” (Machado de Assis)

Escolham a sua preferida.



*Monica de Bolle é economista, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics e professora da Johns Hopkins University

"O próprio direito não passa de um grande teatro, ainda que funcionalmente útil..."


quarta-feira, maio 04, 2016

O grande jogo 

- HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 04.05

Não pense numa revoada de pássaros. Dileto leitor, por maior que seja a sua boa vontade para com este escriba, se você leu a frase anterior, é cognitivamente impossível que não tenha pensado numa revoada de pássaros.

Num nível apenas um pouquinho menos dramático, o juiz que instrui o júri a ignorar uma prova incriminadora mas inválida que tenha sido exibida por descuido quase certamente será ignorado. Os jurados podem até jurar que chegaram ao veredicto de culpado sem considerar aquela prova, mas seus neurônios não conseguem "esquecer" o que viram, e o novo conhecimento inevitavelmente influiu na decisão.

Com o impeachment é a mesma coisa. Embora a peça jurídica que fundamenta o pedido de afastamento de Dilma esteja circunscrita a pedaladas e decretos, é praticamente impossível que os senadores não levem em conta o conjunto da obra na hora de julgá-la —exatamente como fizeram os deputados quando autorizaram a abertura do processo.

Isso transforma boa parte das oitivas e procedimentos a que assistimos num grande teatro. As pessoas falam, expõem suas razões e contrarrazões, mas, ao fim e ao cabo, os senadores farão o que tiverem vontade. Adeptos da teoria do golpe já verão aí motivos para impugnações e nulidades, mas, fugindo um pouco do campo das paixões políticas, é possível argumentar que o próprio direito não passa de um grande teatro, ainda que funcionalmente útil.
Um dos campeões dessa visão é o historiador holandês Johan Huizinga (1872-1945). Para ele, a ideia de jogo está por trás de todas as instituições culturais, incluindo filosofia, linguagem, arte e, claro, o direito. Traços disso estão por todos os lados. Na Inglaterra advogados e juízes ainda usam perucas (por aqui só sobrou a toga). A coisa funciona porque aceitamos os resultados desses jogos como legítimos e não os contestamos de forma violenta.

Explicação infantil do defensor das pedaladas de Dilma

Roubalheira caridosa

Advogado da presidente explica que ilegalidade beneficente é legal

Por: Augusto Nunes  
“Este governo não tem medo de se endividar para fazer o bem do povo, que este governo não obedece ao superávit primário. Certamente essa dívida não foi para a Fiesp, para os grandes magnatas ou os grandes latifundiários. Essa dívida foi para os programas sociais, o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Fies e o Pronatec”. (Marcelo Lavenère, ex-presidente da OAB e um dos advogados escalados para defender Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment no Senado, sem esclarecer se o dinheiro roubado da Petrobras foi para o PT e seus comparsas, para o Programa de Assistência Financeira aos Bandidos de Estimação do Governo ou para as 6 mil creches que Dilma não construiu.)

Nova York tem juiz que caça políticos corruptos e os prende... (* Era de Aquário )

'SÉRGIO MORO' DE NEW YORK, O CAÇADOR DE CORRUPTOS E LADRÕES, JÁ MANDOU PARA A CADEIA UM LÍDER DE OBAMA.
Juiz Preet Bahara, o caçador de corruptos e ladrões do erário é a versão norte-americana do Juiz Sérgio Moro. Foto DP.

O juiz Sérgio Moro de Nova York chama-se Preet Bahara, o mais ativo caçador de políticos corruptos dos Estados Unidos. Sua última façanha, depois de muita investigação, foi mandar para a cadeia, por 12 anos, o ex-líder da oposição da assembleia estadual, Sheldon Silver, do Partido Democrata. Sua lista de 11 políticos corruptos condenados chega agora a onze.
Para Bahara, conseguir a condenação de Sheldon Silver teve um gosto especial, pois o político nova-iorquino, mesmo depois das acusações, continuava a agir como muitos políticos brasileiros quando são acusados de corrupção: mentindo para a imprensa e para a sociedade, e se apresentando como modelos de virtude. Do site Diário do Poder

terça-feira, 3 de maio de 2016

"O PT é um partido comunista" // Rodrigo Cosntantino


ARTIGOS

ENTENDAM: O PT É UM PARTIDO COMUNISTA

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Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal
Começo com uma pergunta muito simples: Onde estão os membros do 1° e do 2° escalão do governo da extinta União Soviética? Respondo: Controlando, direta ou indiretamente, as maiores empresas russas.
Os comunistas que outrora impediam a influência capitalista, hoje são os maiores empresários do país. Os comunistas que trabalhavam para preservar um regime onde a propriedade privada e o lucro eram proibidos, hoje são proprietários de grandes fortunas.
O grande público precisa entender que o comunismo não é um sistema econômico, mas um sistema político de controle social através da economia. Marx pregou o controle do modo de produção porque sabia que isso é a base de uma sociedade. Controlando a economia, controla-se tudo. Controla-se todos.
Muitos tentaram. Ninguém obteve sucesso porque é impossível se controlar o mercado. Mesmo sob o rígido controle do governo central, o equivalente a 40% do PIB da União Soviética circulava no mercado negro, com pessoas comercializando os mais diversos produtos e serviços quase sempre na forma de escambo e com a participação de funcionários do próprio governo. O desmoronamento da União Soviética pôs fim a um regime comunista, mas o ideal comunista de controle social continuou vivo.
A lição aprendida pelos comunistas é que, em vez de tentar controlar toda a economia, devem controlá-la parcialmente, o bastante para manter toda a sociedade dependente do governo.
Dez anos antes da queda do Muro de Berlin, a China começou a abrir sua economia. Permitiram o crescimento do mercado apenas por entender que o regime seria fortalecido com isso. Em vez de proibir o capitalismo, passaram a tirar proveito dele. A exemplo do que houve na União Soviética, membros do partido comunista chinês transformaram-se em grandes empresários. O que não mudou foi a obsessão pelo controle social, político e cultural.
A pequena abertura econômica que os comunistas promoveram em Cuba aconteceu logo depois do fim da União Soviética. Sendo um país latino americano, ou seja, onde as lições demoram décadas para serem aprendidas, Cuba concedeu apenas um tiquinho de liberdade econômica aos seus cidadãos, permitindo o surgimento de bares, restaurantes e pousadas; ao grande capital financeiro internacional, concedeu a construção de hotéis voltados para estrangeiros e a exploração de alguns serviços públicos, como telefonia e energia elétrica. Contudo, os comunistas continuaram mantendo o controle social, político e cultural. Isso é o comunismo. Enquanto no capitalismo as empresas se adaptam ao mercado, o movimento comunista ajusta seu espírito totalitário aos “novos tempos”.
Cinco décadas antes da queda do Muro de Berlin, já circulavam as ideias de Gramsci, porém, só com o colapso da União Soviética é que sua obra passou a ser seriamente estudada e seguida pelas “viúvas” do comunismo.
O conceito: Revoluções violentas deveriam ser substituídas por revoluções graduais, com ideias coletivistas sendo implantadas em todos os nichos da sociedade, da mídia, da cultura e da política sem que ninguém as percebesse como manobra comunista.
A estratégia: Fazer as pessoas desejarem uma sociedade em que os interesses coletivos prevalecessem sobre os interesses individuais, enxergando o estado como a ponte entre os homens e suas necessidades.
A ferramenta: O estado democrático de direito, a partir do qual os novos comunistas são eleitos e, uma vez no poder, destinam recursos para os diversos movimentos de apoio, cooptando os grandes empresários, os grandes veículos de comunicação e os partidos outrora de oposição.
O objetivo: Alterar a constituição de uma forma que torne a imprensa, a cultura, a política e o mercado propriedades de um estado fundido ao partido. Foi o que Lula tentou fazer no Brasil.
É um sintoma de ignorância dizer que, pelo fato do PT ter se aliado a grandes empresários, ele se inclinou à direita. Uma simples observação refuta essa impressão: Se um partido é defendido fervorosamente por movimentos comunistas, se financia ditaduras comunistas, se participa de eventos que reverenciam líderes comunistas, se seus militantes ostentam imagens de heróis comunistas, se sua linguagem e retórica remetem à teoria comunista de guerrilha política, ele só pode ser identificado como um partido COMUNISTA.
O fato é que a cartilha gramsciana foi tão bem implantada em determinados nichos da sociedade que seus militantes não têm a menor noção do que defendem. Muitos nem se sentem petistas, apesar de defender o PT. Defendem partidos comunistas, defendem movimentos comunistas, defendem ideias comunistas… mas insistem em dizer que não são comunistas. Algo como se um eleitor de um partido que tem como símbolo a suástica dissesse que, apesar de apoiar algumas ideias específicas, não é nazista.
Dilma participava de um grupo terrorista-comunista financiado pela União Soviética, ora bolas!
O PT é comunista porque manifesta o mesmo viés totalitário, utiliza-se das mesmas estratégias que já foram empregadas por todos os outros movimentos comunistas da história.
O líder comunista não é um anjinho altruísta. Ele é um ser humano como qualquer outro, que gosta de conforto, que deseja o luxo e que tem lá suas perversões, porém, ciente de sua incapacidade de conquistar tudo isso trabalhando, prefere tentar fazer com que os outros trabalhem por ele. Lula.
Outra evidência do quão comunista é o PT é que ele enxerga o PSDB como um partido de direita. Assim o fazem porque é fundamental para o comunista tratar os não-alinhados como inimigos. Já fizeram e continuarão fazendo de tudo para destruí-lo.
Em tempo: A esquerda no Brasil é representada por pessoas como Cristóvão Buarque e Fernando Henrique Cardoso.
Em artigo de título Esquerda Nostálgica, publicado no jornal O Globo do último dia 30, Cristóvão Buarque evidenciou o abismo entre a esquerda e o PT. Escreveu:
“Prisioneira de seus dogmas, com preguiça para pensar o novo, com medo do patrulhamento entre seus membros, viciada em recursos financeiros e empregos públicos, a ‘esquerda nostálgica’ parece não perceber o que acontece ao redor.
(…)
Com nostalgia do passado, reage contra o “espírito do tempo” que exige agir dentro da economia global e romper com a visão de que a estatização é sinônimo de interesse público; não reconhece que a inflação é uma forma de desapropriação do trabalhador; que o progresso material tem limites ecológicos e é construído pela capacidade nacional para criar ciência e tecnologia; que os movimentos sociais e os partidos devem ser independentes, sem financiamentos estatais; ignora que a revolução não está mais na expropriação do capital, está na garantia de escola com a mesma qualidade para o filho do trabalhador e o filho do seu patrão; que a igualdade deve ser assegurada no acesso à saúde e à educação, sem prometer igualdade plena, elusiva, injusta e antilibertária ao não diferenciar as individualidades dos talentos; não assume que a democracia e a liberdade de expressão são valores fundamentais e inegociáveis da sociedade, tanto quanto o compromisso com a verdade e a repulsa à corrupção”.