O PT hoje admite até que deveria ter bolivarianado as Forças Armadas
Por: Augusto Nunes
Quem sou eu para polemizar com o grande Guzzo, mas acho que o processo de afastamento dessa mamulenga inclui a perda dos direitos eleitorais por oito anos, não estou certo? Por esse prisma, a dona dos ovos mais revoltosos do mundo só poderá candidatar-se ao terceiro turno ─ ou mesmo votar singelamente em algum picareta ─ nas eleições de 2024. Foi essa a conclusão a que chegaram alguns colegas jornalistas ─ do Guzzo, não meus ─ aboletados no canal vermelho da platinada.
No mais, gostaria de achar que a vida segue e pronto. Não segue. Foi paralisada por um partido de vagabundos que hoje admitem até que deveriam ter bolivarianado as Forças Armadas. É escandaloso como, acuada pelos fatos, essa gente evacua em público, achando que são polvos em vez de lulas. São os polvos, outra qualidade de “molúsculos”, que soltam aquele jato de tinta para baratinar seus predadores, enquanto fogem em desabalada carreira, borrando todo o ambiente.
Aqui a coisa ainda está no patamar daquele ministério da cultura, que mais parece uma seita marreta. Seus cambonos vivem do baticum vagabundo, dos mantras safados e do dinheiro público que amealham com a maior desfaçatez, escarnecendo do resto dos viventes com seus projetos de arte bem duvidosos. Basta comparar o orçamento dessa pasta com a dos órgãos vitais da República para termos uma ideia da relevância dessa vadiagem sustentada com o nosso dinheiro.
Sou um artista. Financiado pela iniciativa privada. Tenho um projeto para levar conhecimento de tecnologia gratuitamente para quem não pode pagar por ele. Sofro todo tipo de boicote, inclusive um que conheci aqui que chamou minha iniciativa de “medíocre e amadora”, embora um grande estúdio norte-americano pense justamente o contrário e esteja interessado em minha humilde contribuição à humanidade. Mais não direi.
Acho apenas que só uma forte – eu diria fortíssima – atuação do poder público e da iniciativa privada em conjunto poderá um dia garantir ─ sem proselitismos, sem ideologias rasteiras ─ que o país possa integrar o restrito grupo dos países que pensam, e ajudam a pensar a qualidade de vida mundial, investindo pesadamente na educação e na formação profissional verdadeira. Sem firulas. Sem crendices.
E sem seitas picaretas se apoderando do dinheiro público que serviria para a formação profissional de todos esses pobres encostados no Bolsa Família. Que tal as Severos, as Sabatelas, os Soares, os Buarques darem aulinhas de música e teatro para os desvalidos? Isso eles não querem nem ver de perto. O que essa gente gosta mesmo de incluir é vinho caro em conta de restaurante. Ora, vão à…
Aos poucos consolidou-se a ideia de que, para se aproximar do povo, nossos representantes têm que adotar uma fala chula, rasteira
Por: Augusto Nunes
Não sei bem quando a política brasileira começou a se confundir com feira livre, boteco e bordel. Talvez na chegada de Cabral, quando escambo, compadrio, clientelismo e a frouxidão dos costumes desembarcaram, junto com os europeus, nas grandes praias da costa brasileira. Mas deixo aos historiadores e cientistas sociais a parte de explicar a gênese e evolução desse non-sense que hoje domina em grande parte a cena política nacional. Concentro-me por ora nos impressionantes artistas do Gran Circus Brasil.
Em um momento tão grave da história da República, os brasileiros assistem ao que ocorre na Praça dos Três Poderes com um sentimento que alterna descrença, desalento e vergonha. Não, não culparei apenas os políticos, que para lá foram conduzidos pelo voto livre e democrático. Responsabilizarei também por esse estado de coisas a proverbial opção pela chicana, pelo candidato histriônico e pelo discurso grosseiro.
Trouxemos para a vida real Odorico Paraguaçu, o personagem de Dias Gomes que encarnou o estereótipo do político corrupto que se vale do verbo torto para convencer os eleitores de que pode fazer chover no sertão, abrir caminho entre os sete mares e reinventar o paraíso. Populista e falastrão, Odorico parece ter sido um modelo levado a sério pela classe política.
Aos poucos consolidou-se a ideia de que, para se aproximar do povo, nossos representantes têm que adotar uma fala chula, rasteira, que eles acreditam reverberar melhor na alma popular. Por alguma razão que me escapa, nossos líderes entenderam que essa aproximação não se daria pela via da sensibilidade acerca das questões sociais, da eficiência administrativa, das atitudes comedidas, da responsabilidade perante as contas públicas, da postura equilibrada e de discursos onde a razoabilidade prevaleceria sobre a oratória vã.
Em 1990, Fernando Collor trombeteou aos eleitores: “Tenho aquilo roxo”. Referia-se à cor dos próprios genitais que, segundo a crença tradicional por ele evocada, seria sinônimo de homem corajoso. A frase tornou-se moda. Muita gente repetiu, os tolos riram ainda uma vez. Mais uma barreira vencida. A essa época, já tínhamos representantes que adotavam o estilo feira livre: berros ensurdecedores para vender seu peixe. E, claro, balcões onde se negociava de tudo, inclusive consciências.
Nos primeiros anos de seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que antes de adotar a configuração “paz e amor” era dono de um discurso extremado – descobriu as maravilhas da mansuetude e da autolouvação.Nunca antes na história deste país tornou-se um clássico à moda Goebbels. A eloquência mesmerizava as multidões a ponto de convencer a quase todos sobre as grandes virtudes de administradora de sua desconhecida auxiliar, guindada à condição de sucessora do trono. Consolidava-se a conversa de boteco, aquela superficial, em que, embalado por duas ou três cervejas, o sujeito converte-se em técnico de futebol renomado, cientista laureado ou historiador nato. Sob tais condições etílicas, acredita-se em muita lorota e derrama-se muita balela nos ouvidos alheios. Sem compromisso algum com a verdade.
A pièce de résistance que nutria o ódio entre os brasileiros na era Lula ganhou ainda mais espaço no primeiro reinado de Dilma Rousseff. A retórica oficial apostava em outro clássico da conversa de boteco: as generalizações. As elites brancas, de olhos azuis e opressoras tornaram-se objeto de ódio. Os slogans separatistas multiplicaram-se: agora, a Casa Grande do século 21 surta quando a senzala aprende a ler; meritocracia tornou-se palavrão e privatização é igual a sexo na era vitoriana: pratica-se a rodo no escurinho das alcovas, mas não se admite o ato nem sob tortura.
Há dois meses, Lula inaugurou uma nova fase no repertório do discurso político nacional: comparou-se a uma jararaca. Aristóteles, Demóstenes e Cícero – se vivos fossem – teriam meneado as clássicas cabeças. Quem, em sã consciência, se compara a uma serpente, associada a traição, veneno e morte? Imagine Barack Obama ou James Cameron proferindo algo semelhante! Aliás, imagine Obama ou Cameron bradando aos quatro ventos qual a cor de seus genitais! Atitude igual, lamento dizer, só na selva mesmo, com as feras disputando território à base de urina nos arbustos. Nem Putin, senhores, ousaria tanto. E ele é russo!
Se hoje boa parte de nossos políticos acha naturalíssimo expor a própria intimidade, igualmente não se peja de continuar a receber salários e benesses enquanto enfrenta processos e investigações. Flagrados em escândalos, acreditam-se donos dos cargos que ocupam e dali não se afastam, a não ser que sejam expurgados. Também não se constrangem em mentir: repetem com absoluta convicção teorias esdrúxulas e versões que não resistem a simples análises. E a todos nos deixam com a impressão que uma certa dose de psicopatia é necessária para alcançar os postos mais elevados da Nação.
Por muito menos do que vemos hoje no Brasil, renunciariam os homens públicos de outros países onde ainda sobrevive um certo pudor. A prostituição da política há muito já deixou de ser motivo de vergonha em nosso país – lamentavelmente.
Agora, quase não se vê vestígios de qualquer respeito aos cargos e funções públicos. Foi-se a solenidade do cargo e o comedimento do gesto. O varal de cartazes colados esta semana nos vidros do Palácio do Planalto é mais uma prova de que as instituições foram convertidas em meros “puxadinhos”. É a mais recente demonstração da confusão que se estabeleceu entre Estado e governo. Recuamos trezentos anos e caímos no absolutismo ególatra de Luís XIV: “L‘État c’est moi” (O Estado sou eu).
Aceitemos: somos co-autores dessa piada macabra que nos vitima. Felizmente, estamos deixando de rir como crianças tolas. Hora de dizer não aos discursos toscos e atitudes galhofeiras. Hora de varrer os slogans ocos e a crescente espetacularização da política, cujo ápice foram as excelências estourando bombas de confete no plenário da Câmara em plena votação do impeachment.
Não, senhores, apesar de seus esforços em nos infantilizar, uma grande parte da população reconhece a superioridade da elegância e da ética – e as prefere em seus representantes, embora, obviamente, muitos desavisados ainda se riam das baixezas. Alguns por mera identificação; outros porque acham no mínimo curioso que um homem público, ocupante de altas funções, desça ao nível dos bufões.
E há os que, justamente por se reconhecerem anões morais, deleitam-se com as bravatas e traquinagens dos governantes. A estes interessa assistir ao circo político como quem assiste a um episódio do Big Brother, comprazendo-se com a miséria das atitudes e com as pequenezas dos poderosos. “São todos iguais a mim”, dizem a si mesmos, contentes que a tacanharia seja coletiva. Traduzem aquele gozo miúdo dos que, incapazes de se erguer, debulham-se de alegria perante a queda alheia.
Estes passarão, assim como a era das mediocridades na política nacional.
Transcrevo como segue reportagem especial da revista IstoÉ que devassa os porões do Palácio do Planalto enquanto a Dilma e o Lula et caterva ainda andavam por lá. Trata-se da criminosa espionagem levada a efeito pela Abin na tentativa de obstruir ações da Justiça. Essa agência de inteligência do Estado brasileiro foi transformada numa espécie do G2 cubano, a agência de espionagem e repressão política da ditadura de Fidel e Raúl Castro. Os arapongas a serviço do PT espionaram o Presidente Michel Temer, o Juiz Sergio Moro e até ministros do STF. Com a chegada de Temer à presidência esse esquema delituoso da Abin está sendo aniquilado. O Presidente Michel Temer nomeou o General Sérgio Etchegoyen para desbaratar e vigiar os espiões a serviço da quadrilha de Lula que opera dentro do Palácio do Planalto. Leiam:
O general Sérgio Etchegoyen foi designado pelo Presidente Michel Temer para controlar a ABIN, a agência de inteligência do governo que foi transformada pelo PT no G2 cubano.Foto: IstoÉ
Tanto no Palácio do Planalto como entre ministros do Supremo Tribunal Federal existe a certeza de que nos últimos seis meses agentes da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, teriam espionado o presidente Michel Temer, líderes do PMDB, o juiz Sérgio Moro e até ministros do STF. A descoberta, há cerca de duas semanas, de um grampo ambiental instalado sob a mesa do gabinete do ministro Luís Roberto Barroso confirmou as suspeitas que a equipe do presidente Michel Temer e membros da força tarefa da operação Lava Jato têm desde dezembro. “Foi a Abin que grampeou o gabinete do ministro”, revelou a dois senadores o tenente coronel André Soares, ex-agente da Abin ainda lotado na Presidência da República. No final de março, uma empresa internacional de informações que atua no Brasil há mais de dez anos foi contratada para varreduras e detectou a arapongagem. Os espiões, segundo o levantamento feito pela empresa, seriam agentes da Abin trabalhando a pedido do ex-ministro Ricardo Berzoini, a quem a agência se reportava desde outubro do ano, por determinação da presidente afastada, Dilma Rousseff. Os episódios de bisbilhotagem descobertos a partir de dezembro foram tratados com absoluta discrição pelos auxiliares de Temer e pela equipe de segurança do STF e se mostraram determinantes para o presidente recriar o GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A equipe de Temer acredita que sob a tutela do general Sérgio Etchegoyen a Abin possa ser melhor controlada.
ESPIONAVAM TEMER E MORO
Duas semanas antes do Natal os responsáveis pela segurança de Temer passaram a estranhar a presença de “fotógrafos” postados nos limites do Palácio do Jaburu, de onde poderiam registrar todas as visitas recebidas pelo então vice-presidente. Na mesma época, Temer passou a estranhar algumas interferências em suas ligações telefônicas e comentou o fato com pelo menos dois líderes do PMDB muito próximos a ele. Surpresos, os dois disseram estar com o mesmo problema. Diante disso foi contratada a empresa internacional de inteligência. Sessenta dias depois, membros da operação Lava Jato, que pedem para não ter os nomes revelados, receberam informações anônimas denunciando espionagem sobre o juiz Sérgio Moro. O fato teria se confirmado, pois, segundo agentes da Polícia Federal ouvidos por ISTOÉ, o ex-presidente Lula teria sabido com antecedência que seria obrigado a depor coercitivamente e também soube de que sua conversa com Dilma sobre a frustrada nomeação para a chefia da Casa Civil havia sido gravada. Moro teria tornado pública as gravações a partir do momento em que tomou conhecimento de que pudesse estar sendo monitorado pela Abin. Finalmente, no mês passado, a partir de investigação sigilosa feita pela Polícia Civil de São Paulo foi comprovado que o computador pessoal de Marcela Temer, mulher do presidente, havia sido invadido por hackers.
DENTRO DO STF
Oficialmente, a varredura feita há duas semanas pela Secretaria de Segurança do STF no gabinete de Barroso foi uma ação rotineira. Na verdade, porém, todos os gabinetes do Supremo foram vistoriados depois que três ministros receberam informações de que seriam alvos de bisbilhoteiros. “Temos quase certeza de que o pessoal da Abin está envolvido nisso. Por isso não encaminhamos para lá nenhuma investigação”, disse à ISTOÉ um dos agentes de segurança do STF na noite da quinta-feira 19. “Do ponto de vista institucional, é gravíssimo alguém ter a ousadia de colocar um grampo num gabinete do Supremo. É uma desfaçatez absoluta”, afirmou Barroso, responsável pela gestão das penas dos responsáveis pelo Mensalão.
Diante dessas constatações, na semana passada o diretor da Abin, Wilson Trezza acertou sua saída do cargo que ocupa há oito anos. A tendência é a de que ele continue no posto até o final das Olimpíadas, tempo suficiente para que o governo Temer escolha um sucessor, que precisará ser sabatinado pelo Senado antes de assumir. Do site da revista IstoÉ
Cineasta que liderou protesto de golpistas de esquerda em Cannes está em folha de pagamento do governo federal
Kleber Mendonça Filho é diretor de Cinema da Fundação Joaquim Nabuco
Por: Reinaldo Azevedo
Ai, ai…
Vocês se lembram daquela patuscada em Cannes, com o cineasta Kleber Mendonça Filho (na foto, em destaque) a liderar um protesto contra o suposto golpe no Brasil? Pois é… Só pra lembrar: o homem é diretor do filme “Aquarius”. Quando chegar ao Brasil, a nossa obrigação é boicotá-lo.
Vejam isto e leia o que segue.
O jornalista Carlos Marchi publicou o seguinte em sua página no Facebook:
“Até anteontem, você não sabia quem era Kleber Mendonça Filho, diretor do filme “Aquarius”, que comandou, em Cannes, o protesto contra o “golpe”. Agora já sabe que Kleber não é um cineasta, é um cineasta-petista. E o que mais?
Tem coisa muito melhor. Venha comigo.
KMF, além de beneficiário da Lei do Audiovisual, tem um cargo que depende de nomeação federal. Você já desconfiava disso, né não?
É Coordenador do Cinema da Casa do Museu, vinculada à Fundação Joaquim Nabuco, em Recife.
Ora pois… O presidente da Fundação é nomeado pelo ministro da Educação.
O atual presidente da Fundação, Paulo Rubem Santiago, sindicalista, foi um dos fundadores da CUT. Pediu demissão dia 13.
Isso quer dizer que o cineasta-petista perdeu o carguinho-moleza na Fundação Joaquim Nabuco. Daí ficou nervosinho e comandou o protesto.
Moral da história: por trás do protesto de todo petralha, tem a história sombria de um carguinho perdido.”
Retomo Pois é… Não! Pelo que informa o Portal da Transparência, o cargo comissionado de Kleber nem lhe rende tanta grana, vejam:
Líquidos, são R$ 3.870,23, que é, de todo modo, mais do que recebe a esmagadora maioria dos trabalhadores do setor privado. Ele deveria cumprir jornada de 40 horas — oito horas diárias de segunda a sexta. Ele e a fundação sabem que isso não acontece.
Para quem pretende ter aquela altivez que o dito-cujo demonstrou em Cannes, duas coisas seriam imperiosas: 1 – que não tivesse levado dinheiro público para fazer o filme — e ele levou: do BNDES e da Secretaria de Cultura de Pernambuco; 2 – que não fosse um contratado do governo federal, exercendo cargo de confiança. E ele é. Ou era, né?
Assim se fazem os nossos intelectuais e artistas independentes.
Ah, sim: os dados estão no Portal da Transparência.
Como se não bastassem o rombo bilionário nas contas públicas e a desordem na economia, o governo Dilma ainda promoveu uma baderna administrativa com o objetivo de constranger o sucessor e animar a militância
Por: Robson Bonin e Bianca Alvarenga - Atualizado em
No momento em que o ministro Henrique Meirelles anunciava os nomes de sua equipe, na última terça-feira, em Brasília, a economia real expunha uma de suas facetas mais cruéis a uns poucos quilômetros da sede do Ministério da Fazenda. Desde as 6 horas da manhã, jovens, muitos deles com diploma universitário, formavam uma fila quilométrica para candidatar-se a uma vaga de trabalho numa rede de restaurantes. Foram mais de doze horas de espera debaixo de sol, depois de chuva, apenas para entregar um currículo que os habilitaria a um salário que varia de 800 a 1 500 reais, dependendo da qualificação, mais plano de saúde. É um microexemplo da grave situação que o Brasil atravessa. Os jovens são parte de um contingente de 11 milhões de desempregados, vítimas de erros em série na economia, uma dose cavalar de incompetência e muita corrupção nos governos comandados pelo Partido dos Trabalhadores. Na cerimônia, o novo ministro disse que tem pressa. Há realmente muito que fazer e, antes disso, muito a ser desfeito. As primeiras auditorias oficiais mostram que o descontrole e a falta de transparência na governança da presidente afastada Dilma Rousseff não eram lendas criadas pela oposição, mas realidades amargas.
O exemplo mais evidente é o tamanho do rombo previsto para este ano nas contas públicas. Em apenas uma semana de inspeção, o buraco dobrou de tamanho. O governo Dilma pediu autorização ao Congresso para fechar o ano de 2016 com um rombo de 97 bilhões de reais. Esse descompasso assustador está na origem do caos econômico. A situação, porém, é muito pior. Primeiro, o governo estimou o rombo em 160 bilhões de reais (veja a tabela na pág. 53). Na sexta-feira, depois de novo cálculo, o rombo subiu para 170 bilhões de reais. Como se vê, Meirelles e sua equipe terão pela frente um desafio maiúsculo. O ministro já anunciou que pretende sanear as contas enfrentando as resistências a reformas importantes, como a da Previdência. As projeções do próprio governo mostram que, em trinta anos, o rombo do INSS, hoje de 133 bilhões de reais, vai aumentar quase vinte vezes, e deve superar a barreira dos 200 bilhões de reais já em 2020. Se nada for feito, os jovens de hoje, incluindo os 3 000 que disputam o emprego no restaurante em Brasília, poderão ficar sem os benefícios num futuro próximo.
Exemplos de má gestão estão emergindo em praticamente todos os órgãos federais. No Ministério das Relações Exteriores, a dívida ultrapassa os 800 milhões de reais. A conta inclui os repasses aos consulados, a ajuda de custo dos diplomatas (muitos tiveram de contrair dívidas para pagar aluguéis) e os pagamentos de organismos internacionais aos quais o Brasil é associado. Nos ministérios dos Transportes e das Cidades há bilhões de reais em despesas autorizadas sem os recursos em caixa para quitá-las. O governo petista também deixou bombas armadas nas principais empresas estatais. Dá-se como certo entre os analistas do mercado financeiro que as estatais precisarão receber uma injeção de dinheiro público. Do contrário, não terão condições de honrar suas dívidas. A agência de classificação de risco Moody's calcula que será necessário cobrir um rombo monumental, de valor estimado entre 300 bilhões e 600 bilhões de reais. Na semana passada, já como consequência do descontrole, a Bolsa de Valores de Nova York impediu a negociação de ações da Eletrobras. O balanço da estatal é tão nebuloso que a empresa contratada para auditá-lo se recusou a fazê-lo.
Há outros problemas a enfrentar a curtíssimo prazo. Ao perceber que o processo de impeachment era inevitável, Dilma Rousseff resolveu dar uma última contribuição à irresponsabilidade administrativa: demarcou terras indígenas em áreas de conflito, concedeu reajustes salariais impagáveis, nomeou aliados para cargos de confiança, liberou verbas a aliados do governo e anunciou medidas que ela própria sabia carecerem de financiamento. Ministros encontraram a contabilidade quebrada, com milhões de reais em dívidas com fornecedores, obras atrasadas e um emaranhado de nomeações de militantes petistas para cargos de terceiro escalão. "Estamos suspendendo um número absurdo de empenhos e de liberações que foram feitas nas últimas semanas. Há um punhado de nomeações que beiram a irresponsabilidade e uma série de outras coisas", diz o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que, depois de vasculhar os arquivos da sua pasta, descobriu quase 1 000 cargos de confiança abertos pelo antecessor, o petista Ricardo Berzoini - metade dos quais, segundo ele, ocupada por fantasmas.
Num espaço de dez dias que antecedeu o seu afastamento, a presidente anunciou o aumento do benefício do programa Bolsa Família, a construção de 11 000 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida -Entidades e o reajuste salarial em massa para quase 75 000 servidores. A bandalheira é justificada pelos petistas como uma inteligente estratégia política - forçar os novos ministros a cancelar as medidas generosas e alimentar uma agenda negativa.
O deputado tucano Bruno Araújo teve de desarmar a armadilha. Assumiu o Ministério das Cidades tendo como primeiro ato a suspensão da construção de milhares de moradias populares anunciada - sem previsão orçamentária - por Dilma. No dia seguinte, os movimentos de sem-teto divulgaram protestos contra o governo. A mesma casca de banana foi deixada no caminho do ministro do Planejamento, Romero Jucá. Ele foi obrigado a comunicar a revisão de reajustes salariais concedidos por Dilma. Algumas categorias já planejam greves.
No Ministério da Justiça, Alexandre de Moraes, o novo ministro, assumiu o cargo enfrentando protestos de índios contra a revisão da demarcação de terras realizada pela Funai um dia depois do afastamento de Dilma. As arapucas também se estendem à desapropriação de fazendas para a reforma agrária decretada no apagar das luzes, o que, evidentemente, deu ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) argumentos para acusar o governo de ter se rendido aos latifundiários. As lideranças já organizam protestos e invasões. O amplo pacote de "bondades" também incluiu o reajuste na tabela do imposto de renda, algo que até pode ser considerado justo, mas, neste momento de arrocho, terá o efeito de sugar mais 5 bilhões de reais do combalido Tesouro Nacional. O presidente interino Michel Temer deve apresentar nesta semana a primeira radiografia do governo. Vai denunciar o que ele considera uma operação de sabotagem e anunciar as medidas que serão implementadas para reverter o caos.
A nova equipe econômica terá alguns dos maiores especialistas em finanças públicas do país - e, até recentemente, críticos impiedosos dos descaminhos do governo. Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central na administração Lula, já deixou evidente logo nos primeiros atos que fará uma assepsia nas empresas estatais. Para chefiar a Petrobras, o epicentro do maior escândalo de corrupção da história, o ministro nomeou o economista Pedro Parente, que ocupou o cargo de ministro do Planejamento e depois chefiou a Casa Civil no governo FHC. Ao aceitar o cargo na Petrobras, Parente reforçou a necessidade de uma gestão técnica e disse que não haverá mais indicações políticas para a diretoria da estatal. Foi a exigência do ex-ministro para aceitar o posto. O BNDES, um dos responsáveis pelo rombo nas contas públicas, será comandado por Maria Silvia Bastos Marques, ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A executiva tem experiência em privatizações - e a venda de ativos do setor público, além do indesejado aumento de impostos, é uma das saídas estudadas para levantar recursos e abater a dívida pública.
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Ativações na Arena Corinthians
geram negócios e superam meta
OFERECIMENTO
SEXTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2016
R$ 797 mi
foi o retorno em mídia do
Corinthians aos patrocinadores
em 2015, pelo Ibope Repucom
NÚMERO DO DIA
EDIÇÃO • 506
POR REDAÇÃO O objetivo do Corinthians ao
promover o Sponsor’s Day, dia de
ativações de parceiros e apresentações
de oportunidades comerciais
na Arena Corinthians, era ter
300 convidados para conhecerem
de que forma poderiam se relacionar
com o estádio do clube.
Com cerca de 450 pessoas, o
evento não só superou a meta
como já gerou novos negócios
para o clube, que durante a tarde
e a noite de ontem apresentou
diversos cases para mostrar de
que forma as marcas podem
explorar o clube, o estádio e a relação
apaixonada de sua torcida.
“Tivemos quase 50% a mais de
pessoas do que havíamos planejado.
Além disso, vendemos um
camarote e dois outros eventos
corporativos dentro da Arena só
com o evento de hoje”, afirmou
Gustavo Herbetta, superintendente
de marketing do clube.
O evento contou com ativações
de parceiros como a Honda e o
Instituto Ayrton Senna, além de
mostrar aos convidados um pouco
da história do clube por meio
de exposição de troféus e camisas
antigas do Corinthians.
O Sponsor’s Day teve, ainda,
um ciclo de palestras sobre a
relação de parceiros com o clube.
O primeiro case apresentado
foi o de um vídeo da Natura para
o Dia dos Pais de 2015, criado
com torcedores corintianos levando
seus pais à Arena e exibindo
mensagens em vídeo a ele por
meio dos telões. Até hoje, mais
de 15 milhões de pessoas viram a
campanha, recorde da Natura.
Juca Colagrossi, do Ibope Repucom,
mostrou os números de
retorno de exposição do Corinthians
em mídia, o maior do país.
Na sequência, a marca Special
Dog mostrou como cresceu no
mercado graças ao início do patrocínio
ao clube, em 2015.
Napster e Twitter mostraram a
força do clube no digital. Mas o
ponto alto da noite foi quando o
técnico Tite, na área de aquecimento
dos jogadores, deu uma
palestra contando como ele
gerencia a equipe de futebo
Ser comandada por um Secretário diminuirá nossa Cultura?
Será que estamos viciados em reclamar? Tenho a impressão que sim. O que realmente importa é deixado de lado. Já os penduricalhos, esses são levados a sério.
O que foi que o Ministério da Cultura dos governos Lula/Dilma fez de importante para a Cultura brasileira? Criou a TV Brasil, essa maravilha que não sai do traço? Beneficiou o Brasil, onde, como?
Aqui no Rio temos a Biblioteca Nacional que guarda o que D.João VI trouxe da Torre do Tombo, quando veio fugido de Napoleão para cá. Pois bem, a longa viagem pelo Atlântico não fez um centésimo do mal que o descuido de nossos governos faz com documentos que são relatos da história de Portugal e, portanto, da do Brasil.
Há quem diga que nos países mais civilizados não há ministério da Cultura. Isso não é bem assim. Podem não ter esse nome, podem ter sido batizados com outros nomes, mas não é isso o que importa.
Vamos começar pelo país que criou a instituição ministério da Cultura: foi a França, durante o governo De Gaulle e sob os auspícios de um dos maiores intelectuais de seu tempo, André Malraux, que a batizou de Ministério da Cultura e da Comunicação.
Devemos nos lembrar que a França, saída de uma guerra terrível, precisava, urgentemente, restaurar seu acervo cultural e foi essa a principal preocupação do ministro: que as municipalidades dos diversos departamentos da França recuperassem seus museus, teatros, bibliotecas e escolas dramáticas e de música. E assim foi feito. Mas não ficou só nisso: com o tempo, as estações de rádio e os canais de TV estatais também vieram a receber subsídios do ministério da Cultura. A televisão, hoje em dia, é a maior diversão dos franceses. Os programas de suas estações não dão traço: sua audiência é fantástica.
O cinema francês, que tantas obras-primas deu ao mundo, não depende apenas de dinheiro público, como o nosso. Basta ter paciência e ao fim de um filme francês, prestar atenção à longa lista de créditos para compreender como por lá a história é bem diferente.
Na Inglaterra, não há um ministério da Cultura. O que lá existe é um Departamento de Cultura, Mídia e Esporte. Quem estiver interessado que leia tudo que o British Film Institute faz pelo cinema inglês: http://www.bfi.org.uk
Na Alemanha, são os Institutos Goethe que há mais de 60 anos estimulam o diálogo da cultura alemã com parceiros ao redor do mundo. Trabalhando em conjunto com institutos culturais dos países que hospedam um Goethe Institut, são os cursos de língua e cultura germânicas que acabam por financiar, em conjunto com o Ministério do Exterior Alemão, a possibilidade da exibição de filmes, festivais de música e de teatro, orquestras, óperas, museus e a conservação de monumentos que dão vida às cidades alemãs.
Nesses países do hemisfério norte, assim como nos EUA, além do governo, são instituições e investidores privados que promovem a cultura nacional. A bilheteria paga os impostos e retribui com lucro a aposta dos investidores. Perguntem ao Woody Allen ou ao Martin Scorsese quem os financia...
Aqui, a cantoria é outra. Aqui, o Ministério da Cultura arca com os custos e a bilheteria, bem, essa só Deus sabe de quem é. Como disse José Nêumanne em seu artigo de 18 de maio para o Estadão, “a pasta [da Cultura] foi sempre usada para uma ação entre amigos, à nossa custa. Lula e Dilma a aparelharam para servir ao PT e à indústria fonográfica. E a usaram para tungar direitos de nossos autores e aumentar os lucros das multinacionais da cultura e de artistas nativos que se beneficiam da “bolsa show”, sob as bênçãos de Xangô e do Senhor do Bonfim. Enquanto as traças devoram a Biblioteca Nacional e os museus sob sua égide se tornam inaptos para visitas públicas”.
Da minha parte, votos de muita força ao Secretário Nacional de Cultura, Marcelo Calero.
Charles de Gaulle e André Malraux (estátua em Asnières sur Seine) (Foto: JP.Guyomard)
“Essa suspensão, ela é estranha, porque, até agora, pelo que eu saiba, nenhuma ação teria sido suspensa até então. O ministro Gilmar Mendes não é a única pessoa no Supremo Tribunal. O Supremo Tribunal é composto por doze integrantes. Desses doze integrantes, nem todos têm a mesma posição um tanto quanto… mais efetivamente militantes, visivelmente militante, do ministro Gilmar Mendes”. (Dilma Rousseff,na entrevista ao jornalista inglês Glenn Greenwald, ao assassinar a língua portuguesa e o raciocínio lógico para exigir que o senador Aécio Neves seja investigado por alguma coisa, aproveitando o embalo para mostrar que, depois de cinco anos e cinco meses na chefia do Poder Executivo, ainda não aprendeu que os ministros do STF são 11 e não 12)