Enviado por Ricardo Noblat -
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Previsões para 2014 (feitas há 50 anos) / Isaac Asimov
Em 1964 o célebre escritor Isaac Asimov, depois de visitar a Feira Mundial de Ciência e Tecnologia, escreveu para o The New York Times suas previsões para 50 anos no futuro, ou seja, para o ano de 2014.
Veja algumas de suas previsões:
- A iluminação ambiente se dará por meio de painéis eletroluminescentes. Tetos e paredes brilharão suavemente e em uma variedade de cores que poderá ser alternada com o simples toque de um botão.
- As janelas terão seus vidros cobertos por películas polarizadas para bloquear total ou parcialmente a luz solar. O grau de opacidade deste tipo de película poderá ser alterado automaticamente em função da intensidade da luz que incide sobre ele.
- Dispositivos eletrônicos serão aplicados nos utensílios de cozinha para aliviar o peso das tarefas cotidianas repetitivas e tediosas, tendo como destaque o preparo de “refeições automáticas”, como, por exemplo, cafeteiras, máquinas de panificação, etc. que prepararão o dejejum “automaticamente” bastando uma prévia programação na noite anterior.
- Além de almoços e jantares completos, com pratos semiprontos, disponíveis no congelador até que sejam necessários.
- Os robôs, embora já existam em 2014, não serão muito comuns. No entanto os computadores serão miniaturizados, e servirão como o “cérebro” dos robôs.
- Estarão em operação grandes estações de energia solar, principalmente em regiões desérticas e semiáridas, tais como o Arizona, Negev , Cazaquistão, etc.
- Também existirão projetos de estações de coleta de energia solar no espaço, por meio de enormes dispositivos com foco parabólico que irradiarão a energia, assim recolhida, para a Terra.
- Algas serão utilizadas para criar alimentos com alto teor proteico e que terão o sabor e a textura de um filé ou de um peito de peru.
- Os sistemas automatizados substituirão as tarefas repetitivas e o ser humano trabalhará menos e como consequência disso surgirá um transtorno psicológico relacionado ao tédio fazendo com que a psiquiatria seja de longe a especialidade médica mais importante.
E por aí vai.É interessante observar que Isaac Asimov acerta um contingente de previsões acima da estatística.E qual é o mistério nisso? Ele é algum tipo de profeta?Muito longe disso!É ciência pura. É futurologia.Ele simplesmente se apoiou em dados disponíveis em 1964 que possibilitaram a construção de cenários possíveis a partir da projeção dos avanços tecnológicos já desenhados naquela época.Porém, tanto Isaac Asimov quanto a maioria dos futurólogos de plantão não foram capazes de prever a internet e as suas consequências mais diretas na forma do relacionamento interpessoal e no tratamento das informações.A meu ver, a rede mundial de computadores é tão importante para a difusão da informação e a democratização do conhecimento, que pode ser comparada com o advento da imprensa de Gutemberg e todo o seu contorno revolucionário.Mas bem, isso já é assunto para o ano que vem.Saudações a todos os meus queridos leitores e leitoras que prestigiaram com sua audiência essa coluna e que também nos brindaram (por e-mail ou por postagens) com sua opinião e sua crítica.Um 2014 de muitos desafios e pleno de realizações. - [Fonte: The New York Times]
[Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
"Voando às nossas custas"... Renan Calheiros implanta cabelos para ficar mais inteligente ou mais cínico
Enviado por Ricardo Noblat -
30.12.2013
| 7h35m
COMENTÁRIO
Careca de saber, por Ricardo Noblat
O Senado deve ao distinto público a abertura de processo para cassar por quebra de decoro o mandato do seu presidente, Renan Calheiros.
Ou não é falta de decoro ignorar a lei? Ou não foi o que fez Renan ao voar em jatinho da FAB para se submeter no Recife a um implante de 10 mil fios de cabelo?
Com um agravante: depois de flagrado voando às nossas custas, tentou encenar uma farsa. Consultou a FAB sobre se de fato desrespeitara a lei.
A FAB não respondeu à consulta. Deu-se ao respeito, ora.
Renan estava careca de saber que o decreto que regulamenta o uso por autoridades de jatinhos da FAB não prevê deslocamentos por razões particulares.
É lícita a requisição de jatinho para viagens a serviço ou de volta ao seu Estado, por exemplo. Ou em caso de emergência médica. Um implante capilar é tudo – até um luxo. Emergência não é.
Renan Calheiros, presidente do Senado
Imagine se fosse possível escapar dos rigores da lei sob a desculpa de que desconhecia sua existência. “Sinto muito, mas nunca fora apresentado a essa lei”. Não teríamos um Estado, não como o que conhecemos hoje. Mas um Estado de anarquia.
Renan é político desde 1978. Foi duas vezes deputado federal por Alagoas, três senador, líder do governo Collor e ministro da Justiça de Fernando Henrique.
Uma de suas atividades é ajudar a fazer leis. Há várias de sua autoria. Fora centenas que ajudou a fazer.
Para isso, como deputado ou senador, sempre contou com a assessoria de dezenas de funcionários do quadro fixo da Câmara dos Deputados ou do Senado.
Como presidente do Senado – o terceiro na linha direta da sucessão do presidente da República – todas as suas dúvidas lhe são tiradas. Na hora.
Como sugerir que possa ter sido traído pela memória? Ou que seus assessores possam ter-se enganado na interpretação da lei? Ou que caberia à FAB dizer se ele acertara ou não ao requisitar jato para uma viagem particular?
E uma viagem que ele se empenhou para que não chamasse a atenção de ninguém? Como de costume, foi a imprensa que descobriu o malfeito de Renan.
Na noite do último dia 18, uma quarta-feira, Renan voou ao Recife a “serviço”, conforme consta dos registros da FAB. A agenda dele no site do Senado omitiu a viagem.
Uma vez lá, se internou em uma clínica onde no dia seguinte teve 10 mil fios de cabelo implantados na cabeça pelo cirurgião plástico Fernando Basto. A cirurgia durou oito horas. Seus resultados começarão a se tornar visíveis daqui a quatro meses.
Do Recife, Renan foi a Maceió. Um outro jatinho o levaria a Brasília quando quisesse. No que deu errado...
Renan apelou para o Plano B – “A FAB tem a última palavra”. Esqueceu de combinar com a FAB. Mandou um ofício ao comandante da FAB perguntando se cometera alguma “impropriedade” ao voar ao Recife de jatinho. Não recebeu resposta. Decidiu então pagar à FAB os custos da viagem.
Final feliz? Quem, fora Renan, pode pensar assim?
Ok, a imprensa esquecerá mais rapidamente o assunto por causa da decisão de Renan de reembolsar a FAB. E se ela esquece todo mundo muda de assunto.
Mas Renan, além de tudo, é reincidente. Em junho passado, foi a Trancoso, na Bahia, para o casamento da filha do colega Eduardo Braga (PMDB-AM). Usou um jato da FAB. Flagrado, devolveu à FAB R$ 32 mil.
Renan é tudo – menos um inocente coitadinho.
Ignorou a lei em junho, voltou a ignorá-la seis meses depois, só reembolsou a União quando os dois episódios se tornaram públicos. Do contrário...
Razoável supor que teria embolsado nosso dinheiro em silêncio. E sem remorso.
Reforma Política do Partido Bem Eficiente / Stephen Kanitz
O Senado deve representar os interesses do Estado em questão
O Senado não é a rigor necessário, porque o Brasil não surgiu de um pacto federativo como nos Estados Unidos, onde cada Estado queria manter um direito de veto sobre o Congresso por voto popular da maioria.
Neste sentido, o Partido Bem Eficiente sugere a extinção do Senado Federal.
Caso isto seja impossível, sugeriremos que o Senado seja representado pelo Vice Governador de cada estado. e não por 3 senadores normalmente de três partidos diferentes.
O senado deve representar os interesses do Estado em questão, e não dos mesmos partidos do Congresso Nacional.
Assim economizaríamos 3 senadores, e colocaríamos finalmente o Vice para trabalhar.
Governo da "Cara de Pau"... / A república do despudor / Estadão
29/12/2013
às 15:07 \ OpiniãoEstadão: A república do despudor
Publicado no Estadão deste domingo
Hábito ancestral e nefasto que só piora com os exemplos que vêm de cima, o despudor das autoridades brasileiras no trato da coisa pública afronta diariamente uma sociedade que só não reage com a indignação cabível porque — é a triste realidade — de algum modo ela se mostra desgastada pela deterioração dos valores morais e éticos que devem presidir a convivência social civilizada. Só isso pode explicar o fato de o presidente do Senado e do Congresso Nacional, o notório Renan Calheiros, permanecer no comando de um dos Poderes da República depois de ter convocado cadeia nacional de rádio e televisão, no último dia 23, para, entre outros floreios, vangloriar-se de austeridade nos gastos públicos, poucas horas após ter reincidido na requisição irregular de um jato da FAB, desta vez para viajar de Brasília ao Recife a fim de se submeter a urgentíssimo implante capilar. Tanto com a intervenção cirúrgica a que se submeteu quanto com o teor do pronunciamento que fez poucas horas depois à Nação, o senador alagoano revela-se extremamente fiel a um princípio que orienta a carreira dos políticos bem-sucedidos “da hora”: salvar sempre as aparências.
Tags: corrupção, dinheiro público, Estadão, FABTur, Renan Calheiros
Sussurro da Inflação: "me aguarde"...
segunda-feira, dezembro 30, 2013
DESONERAÇÕES TRIBUTÁRIAS E SUBSÍDIOS CONCEDIDOS PELO GOVERNO DO PT SOMAM MAIS DE R$ 300 BILHÕES. SÃO RECURSOS FABULOSOS MAS QUE ATENDEM A POUCOS!
O governo vai gastar, ou deixar de arrecadar, em 2014, R$ 323,17 bilhões com desonerações tributárias e subsídios. É mais do que a verba destinada aos ministérios da Educação e da Saúde somados, que terão disponíveis R$ 192,74 bilhões no ano que vem. A conta é dos economistas Érica Diniz e José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Cortes de tributos sobre setores selecionados e a concessão de empréstimos a juros abaixo do custo de mercado constituíram, desde a crise de 2008, as principais armas do arsenal do governo para levantar o produto interno bruto (PIB).
Eles, porém, fizeram crescer uma conta que é uma espécie de "lado B" do gasto público: os benefícios fiscais. Eles são aquilo que o Estado injeta na economia de forma indireta. Isso ocorre, por exemplo, quando abre mão de arrecadar tributos, como fez com montadoras ou com a desoneração da folha salarial. Ou quando deixa de cobrar integralmente os juros pelos empréstimos que concede, e cobre ele mesmo a diferença entre o que recebe pelo financiamento e o que paga para captar os recursos, criando assim um subsídio.
Só este ano, essas despesas devem atingir R$ 274 bilhões, subindo para R$ 323 bilhões no ano que vem. O grosso dessa conta, que cresceu 38,68% acima da inflação entre 2011 e 2014, não aparece no Orçamento federal, ao contrário do que ocorre com o que é gasto com obras, pagamento de funcionários e de benefícios previdenciários, entre outros. Segundo os autores do estudo, a decisão desses "gastos atípicos" ocorre com pouca discussão com a sociedade.
"Os problemas são inúmeros. O primeiro é a opacidade", diz Afonso. "Essa despesa não aparece no Orçamento, então escapa ao processo normal de controle." O segundo problema é a ineficiência. "Nem concedidos de forma indiscriminada, eles impulsionam a economia." O terceiro, aponta ele, é a iniquidade, pois há grandes benefícios que atendem a poucos. Leia MAIS
Rússia > Mais um atentado mata 14 pessoas em Volgogrado
• • atualizado às 07h22
Novo ataque a bomba na Rússia deixa pelo menos 14 mortos
"Uma investigação foi aberta por 'atentado terrorista' e 'tráfico de armas'", declarou Vladimir Markine, porta-voz do comitê de investigação, organismo responsável pelas principais investigações na Rússia. Volgogrado fica perto do instável Cáucaso russo.Pelo menos 14 pessoas morreram em uma explosão na manhã desta segunda-feira em um ônibus elétrico em Volgogrado, sudoeste da Rússia, onde um atentado suicida deixou 17 mortos no domingo. "O número de mortos aumentou a 14 e o de feridos a 28", afirmou o porta-voz do ministério russo da Saúde, Oleg Salatai, citado pelas agências russas.
A explosão aconteceu às 8H23 locais (2H23 de Brasília), também de acordo com o ministério. O ataque destruiu completamente o ônibus, segundo imagens exibidas pela televisão russa. Outro atentado atribuído a uma mulher-bomba provocou 17 mortes no domingo na mesma cidade, que estava lotada no fim de semana, período de festas no país.
O atentado alimentou os temores sobre a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecerão em fevereiro em Sochi, estação balneária situada ao pé do Cáucaso. O ministério do Interior anunciou a intensificação das medidas de segurança em todas as estações e principais aeroportos do país.
As autoridades regionais anunciaram o nível elevado de alerta antiterrorista na região de Volgogrado para os próximos 15 dias. A rebelião islamista busca instaurar um estado islamita na região. O líder do movimento, Doku Umarov, inimigo número um do Kremlin, convocou em julho a execução de ataques para impedir por "todos os meios" os Jogos Olímpicos de Soch
Schumacher: "sem o capacete ele não estaria aqui agora"...
- Atualizado em
Com lesões no cérebro,
Schumacher segue em coma: '
Lutando pela vida'
Médicos do hospital em que o heptacampeão está internado na França afirmam que, se não fosse o capacete, o alemão não teria resistido ao acidente de esqui
Médicos e porta-voz do hospital atualizam o quadro de saúde de Schumacher, ainda grave (Foto: AFP)
Internado neste domingo após sofrer um grave acidente de esqui em Méribel, na França, Michael Schumacher segue em estado extremamente crítico. Na manhã desta segunda-feira (horário de Brasília), médicos e um porta-voz do Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, no qual o heptacampeão mundial da Fórmula 1 está internado, concederam entrevista coletiva para esclarecer o quadro do ex-piloto. Após negarem a realização de uma segunda cirurgia, noticiada pela imprensa internacional, os especialistas revelaram que o alemão será mantido em coma induzido.
- Ele chegou ao hospital em coma, com um grave traumatismo, hematomas intracraniais e um edema difuso. Nós tivemos que operar com urgência para liberar a pressão em sua cabeça. Infelizmente, ele tem algumas lesões no cérebro. Eu diria que este acidente aconteceu no lugar certo porque ele foi levado para o hospital imediatamente e operado logo que chegou. Ele está mantido em estado de coma artificial, com hipotermia, para manter sua temperatura em torno de 34 graus. Sua condição é crítica. Reanimamos o paciente, mas seu estado é muito grave. Estamos fazendo o possível para melhorar seu prognóstico. No momento, não podemos nos pronunciar sobre seu futuro. Podemos dizer que ele está lutando por sua vida. Estamos trabalhando hora a hora, mas é muito cedo para dizer o que vai acontecer e ter um prognóstico. Achamos que o capacete ajudou. Sem o capacete, ele não estaria aqui agora – disse o chefe anestesista, o professor Jean-Francois Payen.
Coletiva de imprensa tem presença de veículos de comunicação de todo o mundo (Foto: AFP)
O médico Stéphane Charbardes, no entanto, lembra que a proteção na cabeça não impediu que o alemão sofresse traumas graves. Ele afirmou que todas as atualizações sobre o estado de saúde do ilustre paciente estão sendo diretamente repassadas à família. A esposa de Schumacher, Corinna, está no hospital com os dois filhos do casal (Gina-Marie, de 16 anos, e Mick, de 14) e também tem a companhia no Dr. Gérard Saillant, amigo da família e especialista em lesões de cabeça e coluna.
- O capacete não foi o suficiente para protegê-lo completamente. Mas ele realmente ajudou. Vemos muitos ferimentos na cabeça como este. Estamos em contato constante com sua família. Neste momento, não vemos que ele precisa de uma segunda operação - disse Charbardes, que evitou comentar qualquer possibilidade de sequela.
Estação de Esqui Méribel, na França, onde Schumacher se acidentou (Foto: AFP)
Recordista de títulos mundiais da principal categoria do automobilismo mundial, Schumacher teve um trauma grave ao bater a cabeça em uma pedra enquanto esquiava. Ele foi levado de helicóptero ao hospital Moutier, a 17km do local, menos de dez minutos após a queda. Logo depois, foi removido a outro hospital, em Grenoble. De acordo com a RMC, o heptacampeão foi socorrido consciente. Méribel, nos Alpes Franceses (sudeste do País), comporta mais de 70 pistas de esqui e recebeu em fevereiro de 2013 uma etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino. O local do acidente fica a 1.450m de altitude, subindo até 2.952m em seu ponto mais alto, onde se liga com a região de Les Trois Vallées.
Em comunicado divulgado pela assessoria de imprensa de Schumi, o ex-piloto de 44 anos chegou ao hospital com "traumatismo craniano grave, em coma, o que exigiu intervenção neurocirúrgica imediatamente". Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), e Ross Brawn, com quem o piloto trabalhou na Benetton, na Ferrari e na Mercedes, também estiveram no hospital para prestar solidariedade à família.
Inforgráfico - local do acidente de esqui sofrido por Schumacher (Foto: arte esporte)
SAIBA MAIS
domingo, 29 de dezembro de 2013
"Rainha Elizabeth II tem 6 meses de vida", Voz da Rússia / Globe
http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_12_29/Rainha-brit-nica-Elizabeth-II-est-por-morrer-6641/
Foto: EPA
Foto: EPA
Segundo a edição, a rainha teria informado o príncipe William e sua mulher Kate Middleton sobre o diagnóstico fatal. “Restam-me seis meses de vida”, teria dito a rainha.
No número desta semana, a Globe cita os pormenores do recente Natal, alegre e triste ao mesmo tempo para a família dos monarcas britânicos. O artigo da revista é intitulado “Último Natal da rainha moribunda”.
Não se informa onde a revista conseguiu essa informação.
Troca de conhecimentos de Segurança! / Veja / Segurança nas cidades
Rio de Janeiro
As lições de Medellín para as UPPs
Na cidade colombiana que serviu de inspiração para a PM do Rio, polícia não anuncia quando vai chegar e reforços policiais não são propagandeados
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Aníbal Gaviria, prefeito de Medellín (Reprodução)
Quando o assunto é o combate ao crime, cada cidade tem desafios próprios. Retomar o controle sobre áreas da qual o tráfico de drogas se apropriou, no entanto, parece ser uma necessidade em muitas das metrópoles da América Latina. No Brasil, em especial no Rio de Janeiro, favelas tornaram-se zona de livre trânsito de armamento pesado e de esconderijo para chefões das quadrilhas. A experiência considerada mais bem-sucedida dos últimos anos na cidade, com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), guarda semelhanças com a política de segurança adotada em Medellín, na Colômbia. Em visita ao Rio no início de dezembro, o prefeito da cidade colombiana, Aníbal Gaviria, comparou as ocupações nas duas cidades. E surpreendeu-se com uma particularidade das ocupações cariocas: diferentemente do que ocorre no Rio, em Medellín a polícia usa o elemento surpresa para tentar capturar os bandidos, sem o aviso prévio da chegada da polícia, como ocorre por aqui.
“Em Medellín, não é público saber que determinado local terá mais policiamento. É melhor não dar informações aos criminosos, porque eles podem se mover e traças estratégias de atacar locais que não se fortaleceram”, disse Gaviria.
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O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), visitou Medellín em 2007 e em 2012, para um intercâmbio na área de segurança pública. A cidade colombiana, que já teve o título de mais violenta do país, viveu uma progressiva redução da taxa de homicídios desde 1991, quando houve 381 assassinatos por grupo de cem mil habitantes. Os indicadores voltaram a subir em 2009, colocando em xeque as políticas de controle da violência. Até 2012, quando houve 52,3 mortes por cem mil habitantes, os índices não tinham recuado para o patamar de 2008 (45,6). Gaviria está confiante de que Medellín encerrará 2013 com 38,45 assassinatos por 100 mil habitantes. Ao contrário do que ocorre no Brasil, Gaviria, como prefeito, tem importante papel no planejamento das ações de segurança da cidade, com capacidade direta de influência sobre a polícia colombiana, que é federal. As ocupações em Medellín são operadas pela polícia nacional, que cumprem na Colômbia as funções desempenhadas no Brasil pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
Confira os principais trechos da entrevista:
As operações de reforço policial em determinada localidade devem ser avisadas publicamente? O reforço do policiamento é definido em acordo da polícia com o município. A estratégia é conjunta. Sabem que cresceremos o policiamento e que isso vai ocorrer de forma mais intensa em algumas regiões. Mas não é público saber que determinado local terá mais policiamento. É melhor não dar informações aos criminosos, porque eles podem se mover e atacar locais que não se fortaleceram. A filosofia é fazer com que o crime seja mais custoso, mais difícil, com maior risco de o criminoso ser preso.
A que o senhor atribui a queda da taxa de homicídios em Medellín? É preciso uma combinação de ações para diminuir a violência. Obviamente, em primeiro lugar vem a autoridade, que é uma maior ação da polícia e da Justiça. Em segundo lugar, o investimento social em bairros marginais ou nas favelas, com bibliotecas públicas. Agora estamos com um projeto novo que se chama Unidade de Vida Articulada (UVA), espaços públicos nos quais integramos atividades esportivas, culturais, em pontos de encontro comunitário. São como clubes sociais populares, onde as comunidades que não têm esse tipo de espaço podem se encontrar em família, para recreação e capacitação. Essa queda de homicídios se atribui a ter mais policiais e mais fiscais (policiais que investigam e acusam). É um fortalecimento da Justiça. O desemprego local é também o mais baixo em 20 anos. Se existe mais emprego, mais educação, cai a violência.
Não houve queda dos crimes por acordo de coexistência de facções de criminosos? Cada vez que o crime cai em Medellín, dizem que foi acordo das facções. Claro que às vezes há acordo entre eles, mas esse acordo, mencionado a cada três ou quatro anos, é resultado da ação das instituições, que punem. Em certa medida, deixam de se atacar, para atacar a institucionalidade. Ou seja, continua sendo uma ação da institucionalidade. Que eles tenham pactos, isso é problema deles. Nós continuamos atacando o crime.
Que conselhos o senhor teria para as autoridades de segurança do Rio? Devem simplesmente seguir o que estão fazendo. Têm que combinar autoridade, investimento social, oportunidades e ocupar os espaços. Com os espaços ocupados, os criminosos perdem completamente a capacidade de mobilidade, o oxigênio. Ocupação com surpresa, mas com continuidade e determinação.
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