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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

'BBB' da poluição mostrada pela NASA /// BBC

Imagens de satélite da Nasa mostram quais são os países mais poluídos do mundo

  • Há 3 horas
(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightGoddard Space Flight Center l Nasa
Image captionNasa mostra, em laranja e vermelho, as áreas mais poluídas em 2014; em azul, aquelas com melhor ar
Imagens divulgadas pela Nasa revelam quais são os países mais poluídos do mundo – e quais partes do globo reduziram ou aumentaram suas emissões nos últimos dez anos.
Embora ainda estejam entre as áreas com o pior ar em todo o mundo, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão apresentaram melhora entre 2005 e 2014, de acordo com as imagens da agência espacial americana.
No continente europeu, a queda da poluição chegou a até 50%, como resultado da maior restrição sobre os poluentes, mesmo em meio ao escândalo de fraudes no controle de emissões de veículos que abateu a Volkswagen, gigante do setor automotivo.
No Brasil, os mapas mostram que o quadro geral se manteve similar, ainda longe dos altíssimos lançamentos de gases ocorridos nas regiões mais desenvolvidas do mundo – porém, centros tradicionalmente mais poluídos, como a Grande São Paulo, continuam com altos e preocupantes índices, semelhantes às de outras metrópoles globais.
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(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightFoto Goddard Space Flight Center l Nasa
Image captionNo mapa acima, de 2005, "área vermelha" era maior nos Estados Unidos e na Europa, mas menor no norte da China
Desde 2004, a Nasa monitora as emissões em todo o planeta por meio de um instrumento instalado em seu satélite Aura. Entre elas, as de dióxido de nitrogênio, resultado da queima de combustíveis fósseis, principalmente por carros, pela produção de energia e pela atividade industrial.
O gás se transforma no “mau” ozônio ao reagir com compostos orgânicos voláteis, quando exposto à irradiação solar. O resultado dessa mutação é o poluente respiratório mais presente no ar que respiramos – por isso, o dióxido de nitrogênio é usado, em geral, como indicador da qualidade do ar em geral, principalmente nas cidades grandes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
“Ao monitorar do espaço as emissões de dióxido de nitrogênio, conseguimos ver os efeitos de fatores como a energia, políticas ambientais e até conflitos civis na qualidade do ar ao redor do globo”, afirmou, em comunicado divulgado pela Nasa, o cientista Bryan Duncan, que lidera o estudo no centro de voo espacial Goddard.

(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightGoddard Space Flight Center l Nasa
Image captionMudanças na Europa entre 2005 e 2014; quanto mais forte é o azul, maior foi a queda nas emissões

Onde a poluição cresceu

Em países como China, Índia e parte do Oriente Médio, principalmente na região do Golfo Pérsico, locais cujas economias e atividade industrial estão em expansão, a poluição aumentou.
As imagens da Nasa, porém, mostram um movimento interessante no norte chinês, onde estão as cidades mais industrializadas e a produção de energia se torna cada vez mais intensa. Enquanto a área, em geral, apresentou um aumento considerável da emissão do gás, Pequim, a capital do país, registrou uma considerável redução.
Segundo Duncan, isso é resultado de uma maior pressão da crescente classe média de Pequim por um ar melhor – a metrópole é historicamente considerada uma das cidades mais poluídas do mundo, e imagens constantemente a mostram coberta sob uma nuvem de poeira e com parte de seus habitantes usando máscaras nas ruas.

(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightGoddard Space Flight Center l Nasa
Image captionMapa mostra que emissões caíram entre 2005 e 2014 na Síria em guerra (área com manchas em azul) e avançaram no Iraque, que produz muito petróleo (onde há mais marcas vermelhas, à direita)
Os mapas da agência espacial americana mostram também os efeitos da movimentação demográfica, como a ocorrida por causa da guerra civil na Síria: enquanto os índices de dióxido de carbono caíram consideravelmente no país, principalmente em cidades maiores como a capital Damasco e Aleppo, as emissões cresceram nos países da vizinhança que mais receberam refugiados sírios.
Nos Estados Unidos, embora as emissões tenham sido reduzidas em geral, elas avançaram até 30% em algumas áreas de Estados como o Texas e a Carolina do Norte, onde há intensa produção de petróleo e gás natural.
(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightGoddard Space Flight Center l Nasa
Image captionÁreas "vermelhas", mais poluídas, diminuíram nos EUA entre 2005 (acima) e 2014 (abaixo)
(Foto: Goddard Space Flight Center/Nasa)Image copyrightGoddard Space Flight Center l Nasa

99% somos nós... ! /// BBC

1% da população global detém mesma riqueza dos 99% restantes, diz estudo

  • Há 4 horas
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ReutersImage copyrightReuters
Image captionOxfam fez apelo a líderes reunidos em Fórum Econômico Mundial de Davos para que discutam e adotem medidas contra desigualdade
A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial agora equivale, pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes.
Essa é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015.
O relatório também diz que as 62 pessoas mais ricas do mundo têm o mesmo - em riqueza - que toda a metade mais pobre da população global.
O documento pede que líderes do mundo dos negócios e da política reunidos no Fórum Econômico Mundial de Davos, que começa nesta semana, na Suíça, tomem medidas para enfrentar a desigualdade no mundo.
A Oxfam critica a ação de lobistas - que influenciam decisões políticas que interessam empresas - e a quantidade de dinheiro acumulada em paraísos fiscais.

Ressalvas

Segundo o estudo da Oxfam, quem acumula bens e dinheiro no valor de US$ 68 mil (cerca de R$ 275 mil) está entre os 10% mais ricos da população. Para estar entre o 1% mais rico, é preciso ter US$ 760 mil (R$ 3 milhões).
Isto significa que uma pessoa que possui um imóvel médio em Londres, já quitado, provavelmente está na faixa do 1% mais rico da população global.
No entanto, há várias ressalvas a estes números. O próprio Credit Suisse reconhece que é muito difícil conseguir informações precisas sobre os bens e dinheiro acumulados pelos super-ricos.
O banco diz que suas estimativas sobre a proporção de riqueza dos 10% e do 1% mais ricos "podem estar subestimadas".
Além disso, os números incluem estimativas colhidas em países nos quais não há estatísticas precisas.
A Oxfam afirmou que o fato de as 62 pessoas mais ricas do mundo acumularem o equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da população mundial revela uma concentração de riqueza "impressionante", ainda mais levando em conta que, em 2010, o equivalente à riqueza da metade mais pobre da população global estava na mão de 388 indivíduos.
"Ao invés de uma economia que trabalha para a prosperidade de todos, para as geração futuras e pelo planeta, o que temos é uma economia (que trabalha) para o 1% (dos mais ricos)", afirmou o relatório da Oxfam.

Tendência

A Oxfam verificou que a proporção de riqueza do 1% dos mais ricos vem aumentando a cada ano desde 2009 - depois de cair de forma gradual entre 2000 e 2009.
A ONG britânica pede que os governos tomem providências para reverter esta tendência. A Oxfam sugerem a meta, por exemplo, de reduzir a diferença entre o que é pago a trabalhadores que recebem salário mínimo e o que é pago a executivos.
A organização também quer o fim da diferença de salários pagos a homens e mulheres, compensação pela prestação não remunerada de cuidados a dependentes e a promoção de direitos iguais a heranças e posse de terra para as mulheres.
A ONG britânica quer também que os governos imponham restrições ao lobby, reduzam o preço de medicamentos e cobrem impostos pela riqueza em vez de impostos pelo consumo.

Entrevista em frente ao espelho com conteúdo de vaidade e medo de ficar com bolsos vazios e mãos abanando... mãos nas costas


POLÍTICA

Kakay e o Manifesto: Vaidade e insulto contra a Lava Jato

Luis Buñuel, o cineasta dos absurdos mais impensáveis, faz um registro emblemático que me parece sob medida para ilustrar esta semana da entrevista surreal, à BBC Brasil, do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, na terça-feira. Seguida, ontem (15), do Manifesto, assinado pelo criminalista e mais de 100 colegas, publicado nos espaços mais nobres e mais caros dos principais jornais do País, sob o título "Carta Aberta" em repúdio aos "abusos na Operação Lava Jato".

Na linha de tiro, nos dois casos, as cabeças do juiz Sérgio Moro e do procurador geral da República, Rodrigo Janot. Os dois referências nacional e internacional (ao lado da Polícia Federal) na condução, apuração, prisão e ágil condenação de poderosos implicados no Petrolão - maior escândalo de corrupção e ladroagem, no país, envolvendo agentes públicos e privados: Políticos de alto coturno, gestores governamentais e executivos das maiores empreiteiras, metidos no saqueio que abala, quase de morte, a Petrobras, empresa nacional de maior orgulho dos brasileiros.

O trecho referido está no livro de memórias “Meu Último Suspiro”. No capítulo em que Buñuel fala das coisas de que mais gosta e das que mais detesta. Cito-o, a seguir, depois da espantosa (para quem ainda se espanta com alguma coisa no Brasil) entrevista de Kakay e da leitura do arrazoado que ele assina com mais de 100 advogados criminalistas.

O cabeça do “movimento” é defensor de 11 políticos e grandes empresários investigados pela Operação Lava Jato. Na conversa com a BBC Brasil, digna de obra do realismo fantástico, o advogado fala via celular, pachorrentamente sentado em um banco às margens do Rio Sena, em Paris.

Com a palavra o realizador de “O Cão Andaluz”: “Gosto das cobras e sobretudo dos ratos. Durante toda a minha vida vivi com ratos, exceto nos últimos anos. Eu os domesticava inteiramente e a maioria das vezes cortava-lhes um pedaço do rabo (é muito feio um rabo de rato). O resto é um animal apaixonante e muito simpático. No México, quando chegava a ter uns 40, ia soltá-los na montanha”.
Amaldiçoado seja quem pensar mal dessas coisas, diriam ironicamente os franceses. No entanto, em se tratando de absurdos, jamais diga que já viu ou ouviu tudo. Mesmo sendo um adepto fanático dos filmes do diretor de “A Bela da Tarde", ou um habitante da Bahia dos “maiores absurdos”, no dizer do lendário ex-governador Otávio Mangabeira, atualmente lembrado na placa que dá nome ao estádio da Fonte Nova, em Salvador.

Honraria dividida com a Cervejaria Itaipava, que, estranhamente, virou sócia do espaço sagrado do futebol baiano, depois da reconstrução da “arena” para a Copa do Mundo. Obra multimilionária  entregue às empreiteiras Odebrecht e OAS, no governo petista de Jaques Wagner, atual ministro chefe da Casa Civil do enrolado Governo Dilma. Uma história de inúmeros detalhes ainda submersos, cuja panela fervente começou a ser destampada, com a revelação de parte do conteúdo das conversas gravadas no celular de Léo Pinheiro (então diretor presidente da OAS), atualmente preso e condenado no bojo da Lava Jato atacada duramente por Kakay e seus seguidores.

Quer mais? Então sigamos para uma parada em Paris, da surrealista entrevista de Kakay. Conversa estranha, às vezes desconexa nas arengas despropositadas e frases mal alinhavadas (como é próprio dos anos de mando petista e de seus parceiros). Aparentemente surgida do nada, ou mais provavelmente fruto de alguma situação conjuntural, objetiva e factual, ainda a ser revelada em seus escuros bastidores e desvãos. Talvez caso de desespero profissional, político ou de imensos e insondáveis interesses financeiros ameaçados.

O fato é que a entrevista e a “Carta Aberta” são peças de virulenta hostilidade contra representantes da lei, da justiça e do poder público, considerados ética, técnica e profissional exemplares pela sociedade brasileira. Fala e escrito recheados de tiradas maliciosas, suposições condenáveis, afirmativas inverídicas ou com as marcas venenosas das meias verdades. Sem falar no escandaloso e quase infantil exibicionismo de tola vaidade pessoal.


Kakay se jacta de episódio do qual foi protagonista recentemente, no Rio de Janeiro, enquanto bebia com amigos no restaurante carioca Jobi, no bairro do Leblon. Diz que se surpreendeu na hora da conta: “Estava paga por um grupo de 10 dez amigos que me disseram “olha só você faz um enfrentamento contra esse povo aí da Lava jato”. O enfoque central da entrevista e do “manifesto” falseia fatos, ao afirmar que o Brasil vive, “sem a menor dúvida,” um momento de “criminalização da riqueza”, em que "a Justiça tenta, a qualquer custo, jogar a sociedade contra quem tem algum tipo de poder”. Nada, ou quase, sobre a corrupção e os poderosos - apanhados em fraudes, arranjos criminosos e roubal heira da grossa - já investigados, presos e condenados com a agilidade e severidade que os crimes praticados exigem. Afinal, a lei existe para todos e não só para ladrões de galinha.

A BBC pergunta ao criminalista se todos os seus clientes são inocentes, e ele não se acanha na resposta: “Não tenho a menor dúvida. Estão todos soltos e por isso estou aqui em Paris”. Chega! Quem quiser mais consulte a BBC Brasil e os jornais e meios onde saíram entrevista e manifesto. Chega! Fico por aqui, porque o resto é ainda mais insultuoso e impróprio para menores. Além disso, tenho a incômoda sensação de que os ratos de rabo cortado, de que fala Buñuel, começam a ficar impacientes nas montanhas do México, a caminho do Brasil.

Advogados, mais de 100, suprimem de seus currículos a Ética e 'atiram em seus pés'... //


POLÍTICA

Democracia de resultados

Estátua da igualdade, monumento central na  praça la République, Paris (Leopold Morice, estatuário, e Charles Morice, arquiteto (Foto: Domínio Público)Estátua da igualdade, monumento central na praça la République, Paris (Leopold Morice, estatuário, e Charles Morice, arquiteto (Foto: Domínio Público)
Democracia não tem dono, embora muitos se arvorem em tutelá-la. Não permite ser ditada por mandatários políticos ou econômicos. Muito menos tem espaço para ser transformada em democracia de resultados, de conveniência, como preconiza o grupo de advogados que assinou a “Carta aberta em repúdio ao regime de superação episódica de direitos e garantias verificado na Operação Lava Jato”, publicada na sexta-feira nos principais jornais do país.
Nada contra o direito de gritar, espernear, esbravejar, algo que só a liberdade de expressão garantida pelos regimes democráticos permite. Mas seria melhor fazê-lo sem banalizar o conceito de democracia, tão surrado no Brasil nestes tempos de domínio do lulopetismo, em que o governo se considera titular exclusivo dessa doutrina. E que agora tem de partilhar com os causídicos que defendem réus e investigados da operação Lava Jato, responsável por desbaratar a roubalheira desvairada que assolou a Petrobras.
A carta é um primor.
Do título extenso e nada convidativo, que denuncia a “superação episódica”, ao juridiquês, que transmuta descaso ou menosprezo em “menoscabo”, e salubridade em “higidez”, tudo nela é hiperbólico, ou melhor, exacerbado, exageradíssimo. A ponto de perder a razão até nos momentos em que poderia tê-la.
Para os signatários – 103, sendo que pelo menos um deles, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Gipp, negou ter autorizado o uso de seu nome –, a Lava Jato não apenas viola “as prerrogativas da advocacia”, dentre “outros vícios” não explicitados, como imputará “consequências nefastas para o presente e o futuro da justiça criminal brasileira”.
Ora, se é assim tão grave, e se a Lava Jato fere de morte a Constituição, como afirmam, por que a tese não foi levada ao Supremo? Por que só reclamam agora depois de perder sucessivos (não confundir com periódicos) recursos em nome de seus clientes na mais alta Corte do país? 
A certa altura, depois de criticar sem nominar a reportagem da revista Veja que traz o dia a dia de detentos nobres no presídio, a carta traça o cenário da conspiração perfeita: “estratégia de massacre midiático”, parte de um “verdadeiro plano de comunicação para incutir na coletividade a crença de que os acusados são culpados, mesmo antes deles (sic) serem julgados”.
E, pasmem-se, capaz de “pressionar instâncias do Poder Judiciário a manter injustas e desnecessárias medidas restritivas de direitos e prisões provisórias”. Nessa frase acusam diretamente – sem meias palavras - os juízes de tribunais superiores de serem suscetíveis à mídia e julgarem com parcialidade. Contra os clientes dos signatários, é claro.
Assim como o governo Dilma Rousseff e o PT, rechaçam com veemência o que chamam de “vazamento seletivo”, como se seus ricos fregueses tivessem foro privilegiado e depoimentos policiais protegidos.
Nem de longe mencionam que o Supremo manteve as prisões provisórias com base em fartura de provas e na possibilidade de os acusados, se libertados, manipulá-las.
Desafiam o STF e afirmam que a continuidade das prisões é instrumento de coerção para obter delação premiada. Os mesmos presos que representam “gravíssimo risco a ordem pública”, dizem, não oferecem ameaça alguma quando se tornam delatores. Omitem o fato de que, ao contrário dos demais detentos, delatores querem preservar as provas de seus dizeres, sob pena de perderem as vantagens negociadas, em vez de eliminá-las ou tentar alterá-las para driblar a Justiça.
Novamente com o cuidado de não citar nomes e até para evitar ser alvo de eventuais processos, imputam parcialidade ao juiz Sérgio Moro, que estaria se comportando “de maneira mais acusadora do que a própria acusação”.
Por fim, evocam a ameaça ao Estado de Direito e voltam a duvidar da capacidade do Poder Judiciário, que estaria sujeito a ser influenciado pela “publicidade opressiva que tem sido lançada em desfavor dos acusados”. Pura peça de defesa, aqui sem qualquer disfarce.
Mas nada é mais acintoso do que o uso indevido e oportunista do sentido da democracia. Muito mais do que uma “Justiça que se pretenda democrática”, como o documento defende, o país precisa de uma Justiça justa. Que não privilegie ninguém. Isso, sim, é democracia e o mérito maior da Lava Jato. 

Chico Caruso no blog de Ricardo Noblat

Conversa de arrependido...

Charge (Foto: Chico Caruso)

Lavo-Jato descobriu o Brasil...! // Sergio Roxo


Para MP, Lava-Jato pode ajudar a esclarecer caso Celso Daniel

Investigadores pedem acesso a citações sobre corrupção em Santo André
Sérgio Roxo, O Globo
As investigações da Operação Lava-Jato podem ajudar a esclarecer mistérios que ainda cercam o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), que completa 14 anos na próxima quarta-feira. O Ministério Público de São Paulo pretende pedir nos próximos dias ao juiz Sérgio Moro acesso às informações levantadas na apuração do Paraná sobre um empréstimo fraudulento obtido pelo pecuarista José Carlos Bumlai, cujos recursos podem ter sido usados para calar um empresário de Santo André, que teria chantageado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Operação Lava-Jato (Foto: Arquivo Google)Operação Lava-Jato (Foto: Arquivo Google)
A partir da análise dos documentos, o Ministério Público paulista decidirá se abre novas frentes nas investigações sobre o esquema de pagamento de propina que funcionava na prefeitura da cidade do ABC paulista e teria motivado o assassinato de Daniel. As informações levantadas pela Lava-Jato podem esclarecer se a cúpula do PT sabia dos desvios de recursos em Santo André.
A suposta ligação dos desvios no município paulista e o comando petista foi levantada em 2012, quando o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, citou, em depoimento à Procuradoria Geral da República, que foi abordado por um dirigente petista, em 2004, para obter R$ 6 milhões para pagar o empresário Ronan Maria Pinto. Ronan estaria chantageando Lula, então presidente da República, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, com ameaças de contar detalhes da corrupção na prefeitura do ABC. O depoimento de Valério foi usado por Sérgio Moro, em novembro, como um dos motivos para justificar a decretação da prisão preventiva de Bumlai, amigo de Lula.
Saiba mais

domingo, 17 de janeiro de 2016

Frase do dia no blog de Ricardo Noblat


FRASE DO DIA
Estamos dando toda a força às investigações, mas a melhor forma de dar encaminhamento é o processo no TSE. Dilma e Temer são faces da mesma moeda.
MARINA SILVA, EX-SENADORA

sábado, 16 de janeiro de 2016

Leandro Karnal > Estratégia e liderança: uma leitura através da história


Leandro Karnal faz a palestra principal sobre Liderança, Ética ...Mundo Líquido !

Aproveite!

Shailin foi chargista antes de ser humorista... // Correio da Paraíba



15.01.2016 - 06:29   por Redação

Antes de fazer sucesso com imitações Shaolin foi chargista em jornais da PB



Imagem da história para fotos imagens shaolin humorista de OfuxicoHumorista fazia charges com temas voltados para a política do Estado. Foi na época de chargista que Josenilton Veloso adotou o nome "Shaolin".      








 O comediante Francisco Josenilton Veloso, o Shaolin, ficou mais conhecido no Brasil pelas piadas que contava e imitações de artistas que fazia. Entretanto, antes de fazer sucesso nos programas de rádio e televisão, Shaolin era chargista e tinha publicações em jornais impressos do estado da Paraíba entre as décadas de 80 e 90. Em suas charges ele abordava, em sua maior parte, temas envolvendo a política local.
O jornalista Josué Cardoso, trabalhou com Shaolin na época em que ele foi chargista. “Shaolin era um misto de cartunista e humorista. Na medida em que ele fazia charges, ele já imitava as pessoas, como forma de brincadeiras na redação. Nós começamos a estimular ele a seguir carreira como humorista, pois o forte dele sempre foi a imitação. Na época ele já imitava muito bem os políticos e autoridades do Estado”, disse ele.
Ainda nas primeiras charges feitas, o humorista assinava suas obras com o nome “Nilton” e depois passou a usar o nome artístico “Shaolin”, como explica o jornalista. “Como o nome dele é Josenilton ele assinava as primeiras charges com o nome “Nilton”, mas nessa na época um diretor do jornal achou que o nome não era bom. Como ele era baixo e tinha os olhos apertado, o diretor disse que ele parecia com Shaolin, o lutado, e todos passarma a chamar ele por esse apelido na redação. Inicialmente ele não aprovou, mas depois passou a usar o nome”, acrescentou o jornalista.
Shaolin foi enterrado no fim da tarde desta quinta-feira (14)O artista morreu aos 44 anos na madrugada após uma parada cardiorrespiratória, em uma clínica particular de Campina Grande, no Agreste da Paraíba. O enterro aconteceu em cerimônia íntima, restrita à família e a alguns amigos no cemitério Campo Santo Parque da Paz, também em Campina Grande. A cerimônia aconteceu sob aplausos e ao som da música "Não aprendi dizer adeus", da dupla Leandro e Leonardo.
O velório aconteceu ao longo do dia e foi reservado à família em alguns momentos, mas também  foi aberto ao público. Durante o dia e no velório, vários artistas e políticos prestaram homenagens e falaram sobre a importância do comediante. "A lição que ele deixou foi de que não importa a desgraça, a gente sempre pode fazer graça", disse o filho do comediante Shaolin, o também comediante Lucas Veloso, durante o velório do pai.
Lucas contou que esteve com o pai na noite de quarta-feira (13) e que "ele estava sereno". "Foi uma surpresa porque ele estava muito bem. O que sinto agora, depois de quase 20 anos convivendo com um paizão maravilhoso, é mau humor", disse. O filho do comediante também destacou a luta pela vida nos últimos anos. "Ele sofreu o acidente e passou cinco anos mostrando que não é um 'caminhãozinho' que tira a gente da estrada", lembrou.
A cantora Joelma, ex-Banda Calypso, chegou ao velório no fim da tarde. A cantora era uma das artistas imitadas pelo humorista. “Shaolin é um amigo, uma pessoa especial para mim e para o Brasil. A tristeza não chegava perto dele e as pessoas que estavam tristes sorriam naturalmente com ele. Isso é um dom lindo de Deus e ele vai deixar muita saudade lembranças em meu coração. Eu tive momentos maravilhosos com ele nos camarins e nos palcos. Ele era diferente e especial. Muitos viam ele sorrindo o tempo inteiro, mas ele tinha um caráter muito puro e verdadeiro”, disse a cantora.
Shaolin recebia cuidados médicos em casa desde 2011, após sofrer um acidente de carro. A informação da morte foi publicada no Facebook de Laudiceia Veloso, viúva do artista.
"#‎LUTO? Depois de 1821 dias, nosso guerreiro terminou sua batalha. É com muita tristeza que divido a nossa dor com todos vocês. Shaolin apresentou um quadro febril nesta terça e que, infelizmente evoluiu para uma infecção, precisando de internação imediata. Recebemos a notícia do hospital, neste momento, que ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. As informações sobre velório e local de sepultamento, divulgarei mais tarde. Obrigada a todos pelas orações e pela força!", informou a viúva pela rede social.
'Alegria de viver'
Apesar de estar acamado após quase cinco anos de acidente de carro, Shaolin, tinha alegria de viver. Isso é o que diz o cunhado do artista, Ricardo Santos. Segundo ele, Shaolin começou a ter complicações na terça-feira (12), quando apresentou um quadro de febre. "Laudiceia [esposa de Shaolin] medicou ele em casa com a orientação dos médicos, Shaolin reagiu, a febre passou na terça-feira mesmo", explicou Ricardo Santos.
Na quarta-feira (13), a febre voltou e a família e os médicos decidiram interná-lo em uma clínica no bairro da Prata, em Campina Grande. De acordo com o parente do humorista, ele estava em estado regular, mas durante a madrugada os familiares receberam dos médicos a notícia da morte.
"Assim que ele chegou, os médicos detectaram um quadro de infecção pulmonar, que é até natural para um doente acamado. A gente não esperava [a morte]. Nós esperávamos que com a medicação houvesse uma evolução e ele recebesse alta e já voltasse para casa, pelo menos, até o fim de semana", disse o cunhado.
O humorista não conseguia falar e se comunicava com expressões faciais. Mesmo com dificuldades, Shaolin era ativo na vida da família Veloso. "Ele estava 100% consciente. Tudo que se falava perto dele, ele demonstrava por meio da expressão facial. Ele ria quando achava engraçado, chorava quando achava triste. Ele tinha alegria de viver, que é o principal de tudo. Sempre teve muita força e lutou até o momento que pode. Jamais desistiu", contou Ricardo Santos.
Por conta da morte de Shaolin, o prefeito de Campina Grande, cidade onde a o artista morava, decretou luto oficial na cidade por três dias.
O filho de Shaolin, Lucas Veloso, está seguindo a mesma profissão que o pai. Em entrevista em abril de 2014, ele contou que o pai acompanhava seus primeiros passos de perto. "Ele está consciente, entende tudo. É inclusive, digamos assim, o diretor do meu show. Todas as piadas eu testo com ele para saber se pode ou não ir", contou na época.
Nesta quarta-feira, o jovem também publicou em seu perfil em uma rede social uma homenagem ao pai. "Não aprendi dizer 'adeus'/ mas deixo você ir, sem lágrimas no olhar/ seu adeus me machuca/ o inverno vai passar, e apaga a cicatriz." Descanse em paz, meu guerreiro! Desejo honrar sua alegria todos os dias! #LUTO", disse, citando música do cantor Leonardo, que era imitado por Shaolin. Até as 9h30 (horário local) a publicação já tinha mais de 4,7 mil compartilhamentos.
O acidente
Shaolin sofreu um acidente no dia 18 de janeiro de 2011 na rodovia federal BR-230, em Campina Grande. No mesmo dia, Shaolin foi socorrido e internado no Hospital de Emergência e Trauma da cidade. Pouco tempo depois, foi transferido para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde foi submetido a cirurgias e ficou internado por cerca de cinco meses.
O motorista do caminhão envolvido no acidente com o carro de Shaolin, Jobson Clemente, foi condenado no mesmo ano a dois anos em regime aberto, pena que foi convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de três salário mínimos. Em 2012 o Ministério Público chegou a pedir revisão da pena, considerada muito branda, mas o pedido foi negado em outubro de 2015.
Em 2015, quatro anos após o acidente que o deixou em coma, Shaolin conseguia se comunicar e interagir com a família através de "expressões faciais e dos olhos", conforme relatou sua à esposa época, Laudiceia Veloso.