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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O Congresso é lugar de todos os ódios... / PSTU vai pra luta armada!


/SENADO/ 16/09/2014

Raquel: PSTU se prepara para a "luta armada"

A candidata ao Senado, primeira convidada da nova rodada de entrevistas no Grupo de Comunicação O POVO, admitiu radicalismo político, pregou fim do Senado e confisco de empresas
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Hébely Rebouçashebely@opovo.com.br
MAURI MELO

A candidata do PSTU ao Senado, Raquel Dias, defendeu a luta armada como método de transformação social e disse que o partido está se preparando para a revolução com armas. Raquel foi sabatinada ontem na TV O POVO. “Como a gente vive em um Estado opressor e o armamento é uma ação contra o próprio Estado, não posso dizer como estamos nos preparando”, respondeu.

Raquel, que é professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), também defendeu a extinção do Senado, traçou diferenças entre o PSTU e grupos como o Crítica Radical e disse que, se eleita, aportará emendas parlamentares na área de educação. Confira os principais momentos.

Fim do Senado
Raquel Dias concorre a uma vaga no Senado, mas disse ser a favor da extinção da Casa e defendeu a implementação de um sistema legislativo unicameral. “O Estado, com todas as suas instituições democráticas ou coercitivas, tem o caráter de classe, são instituições que ajudam na manutenção do status quo”, afirmou. Ela disse que, se eleita, utilizará o espaço para “fazer a denúncia” e, ao mesmo tempo, dialogar com a população. Questionada se não seria contraditório admitir funções importantes da Casa e, ao mesmo tempo, pregar sua extinção, Raquel ponderou que a proposta do fim do Senado é “apenas pano de fundo”, e não uma bandeira prioritária. “Mas queremos, sim, uma transformação radical da sociedade que inclui o fim de certas instituições”, afirmou.

Equilíbrio
Confrontada com o fato de a representação no Senado permitir equilíbrio entre estados ricos e pobres, a candidata do PSTU disse discordar da premissa de que o Ceará seja pobre. “Não consideramos o Ceará um estado pobre. O Ceará é o maior exportador de frutas tropicais, teve crescimento de PIB acima da média nacional. Isso é uma discussão abstrata. Um parlamentar eleito para o PSTU irá defender propostas relacionadas com a vida do trabalhador. Essa disputa entre estados não faz parte da lógica que defendemos”, apontou.

Confisco
O programa do PSTU defende que empresas que “boicotam” a economia do País merecem ter os bens confiscados. Questionada sobre que circunstâncias se encaixariam no conceito de “boicote”, Raquel citou a corrupção como exemplo. Outra forma de boicote à economia nacional são empresas que recebem isenções do governo e não devolve compensações. A candidata foi lembrada de que, no Ceará, várias empresas são beneficiadas com isenção fiscal. Quais seriam? “Eu não poderia citar sem ter embasamento sobre cada uma”, disse, apontando as áreas de transporte público, construção civil e calçadista. Mesmo sob insistência, Raquel não citou nomes. “Se não entraríamos numa discussão jurídica”, justificou.

Radicalismo
Raquel admitiu que o PSTU é uma sigla radical, mas negou que o radicalismo implique falta de diálogo. “Não queremos ficar isolados, pelo contrário. Raquel foi perguntada sobre por que o PSTU não abandona o sistema partidário – e, assim, abre mão de benefícios como o fundo partidário – tal como fizeram integrantes do grupo Crítica Radical. “Somos absolutamente diferentes dos companheiros do Crítica Radical. Se nós sairmos da luta política, como fez o Crítica, não vamos atingir nosso objetivo, que é pegar o trabalhador para nossa causa. O Crítica diz para o trabalhador não trabalhar, mas sem trabalhar ele não come”, analisou.