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terça-feira, 3 de junho de 2014

A corrupção é doença universal

As novas acusações de corrupção contra a Copa do Mundo no Catar http://glo.bo/1l1nZKd (via @Época Digital)
A organização da Copa do Mundo de 2022, no Catar, está sendo acusada de ter criado um esquema de corrupção que pagou propina a dirigentes para ser escolhida como sede da Copa pela Fifa. Segundo o jornal britânico Sunday Times, dirigentes receberam pagamentos milionários para votar a favor do Catar.
Sunday Times diz que teve acesso a centenas de milhares de documentos e e-mails secretos com conversas entre Mohamed Bin Hammam, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e representante do Catar, banido do futebol em 2011 após acusações de corrupção, e membros de federações de futebol de vários países. Em uma reportagem de 11 páginas, o jornal mostra em detalhes as alegações de corrupção.
Segundo o Sunday Times, Hammam pagou até US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 11 milhões) para garantir que essas federações votassem a favor do Catar na escolha da sede da Copa do Mundo de 2022. Documentos mostram que Hammam pagou dirigentes da Nigéria, Costa do Marfim e Camarões; cobriu despesas de Reynald Temarii, da Oceania, evitando que ele fosse substituido por outro contrário à candidatura do Catar; e fez pagamentos ao ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, que também renunciou em 2011 após ser acusado de corrupção.
O comitê de organização do Catar se distanciou de Bin Hammam em 2011, quando ele foi pela primeira vez acusado de corrupção. O Sunday Times, no entanto, diz que o ex-dirigente estava sim trabalhando ao lado do comitê do Catar para "comprar" a Copa do Mundo. Em nota, o comitê reafirmou que Hammam não trabalhava para a candidatura do Catar. "Reiteramos que Mohammed bin Hammam não desempenhou papel oficial ou extraoficial algum na candidatura do Catar 2022. Como aconteceu com qualquer um dos membros do Comitê Executivo da Fifa, a equipe de nossa candidatura teve que convencer o senhor Bin Hammam dos méritos da Copa no Catar", diz a nota.
O comitê também negou toda e qualquer acusação de corrupção na escolha do Mundial de 2022. "Negamos com veemência as acusações de má conduta. E daremos os passos que forem necessários para defender a integridade da candidatura do Catar. Nossos advogados já estão trabalhando no assunto".
As novas acusações, às vésperas da Copa do Mundo do Brasil, colocou a candidatura do Catar em dúvida. Segundo a imprensa britânica, vários membros da Fifa já conversam entre si sobre a possibilidade de tirar o Mundial de 2022 do Catar, caso as alegações de corrupção sejam comprovadas. O próprio primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, comentou o caso e disse que a candidatura deveria ser reavaliada. Cameron tentou trazer a Copa do Mundo de 2018 para a Inglaterra, mas perdeu a votação para a Rússia - também acusada de compra de votos.
A Fifa já investiga, separadamente, as acusações de corrupção no Catar. O investigador principal da entidade, Michael Garcia, deve produzir um relatório sobre o caso. O relatório pode pedir uma nova votação para decidir a Copa de 2022, caso confirme as irregularidades.
bc

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Costa Concordia que naufragou em janeiro de 2012 será reerguido para sua quilha em manobra de 632 milhões de dólares


Costa Concordia começa a ser retirado do mar no dia 16 de setembro, na Itália

  • Manobra para levantar o transatlântico naufragado será realizada em apenas um dia
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O GLOBO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
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Vista aérea do Costa Concordia Foto: ALESSANDRO BIANCHI / REUTERS
Vista aérea do Costa Concordia ALESSANDRO BIANCHI / REUTERS
RIO - O Costa Concordia, que naufragou na costa da Itália em janeiro de 2012, será recolocado sobre sua quilha numa segunda-feira, dia 16 de setembro. A manobra é fundamental para a retirada total do navio de cruzeiro da água e acontecerá com um ano de atraso. O procedimento havia sido previsto primeiro para setembro de 2012 e depois para maio de 2013.
A manobra é complexa, de alto custo (aproximadamente US$ 632 milhões, segundo o jornal inglês “Sunday Times”) mas deve ser realizada em um único dia. Estima-se que o valor do resgate seja mais alto do que o valor do navio danificado.
O transatlântico, de 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, será apoiado em plataformas submarinas de 18 mil toneladas de cimento, construídas sob seu casco, e erguido por enormes guindastes. Quando o navio for endireitado, no dia 16, será estabilizado antes de ser rebocado até um estaleiro onde será desmontado. O diretor da agência de segurança civil na Itália Franco Gabrielli considera remota a possibilidade de o navio se partir durante a operação. A equipe de 500 pessoas contratadas para participar do resgate não trabalha com um plano B.
- Se o navio não se endireitar como planejamos fazer, não há como tentar de outro jeito - disse Gabrielli.
Desde 13 de janeiro de 2012, quando colidiu contra uma rocha, o navio faz parte da paisagem de ilha de Giglio. O acidente, que deixou 32 mortos, foi causado por falha humana, segundo a justiça italiana. O capitão Francesco Schettino foi indiciado maio sob a acusação de homicídio culposo e abandono do navio enquanto muitos dos 4.229 passageiros e tripulantes ainda estavam a bordo.