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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cabo Bruno saiu da cadeia e foi morto com 10 tiros...


Edição do dia 27/09/2012
27/09/2012 20h41 - Atualizado em 27/09/2012 20h41


Cabo Bruno é assassinado em SP 




após   




cumprir pena de 27 anos

Ex-PM voltava de culto com a mulher e um parente quando foi alvejado com pelo menos dez tiros. Ele ficou conhecido na década de 1980 por comandar "esquadrão da morte".


Pouco mais de um mês depois de deixar a cadeia, onde cumpriu pena por quase três décadas, o ex-policial militar conhecido como Cabo Bruno foi assassinado, nesta quarta-feira (26) à noite, em Pindamonhangaba , no interior de São Paulo.
Foram pelo menos dez tiros. Cabo Bruno voltava de um culto com a mulher e um parente quando foi alvejado.
Segundo testemunhas, assim que ele saiu do carro, em frente de casa, dois homens se aproximaram e fizeram os disparos.
"Os tiros foram direcionados, muitos tiros à cabeça. Então foram tiros para executar mesmo, não houve nenhum tipo de conversa anterior, nada disso”, aponta o delegado Vicente Lagiotto.
Cabo Bruno era policial militar e ficou conhecido na década de 1980 por comandar o "esquadrão da morte", um grupo de extermínio que atuava na capital paulista. Ele foi preso e condenado a 105 anos de prisão pelo assassinato de dez pessoas. Ficou preso 27.
Depois de passar por diversos presídios, foi em um no interior de São Paulo que Cabo Bruno cumpriu os últimos dez anos da pena. Lá dentro era chamado de pastor Florisvaldo de Oliveira.
O homem que matava por não acreditar na recuperação de bandidos virou evangélico e convencia outros presos a entrar para a igreja. Ele se casou com uma pastora no presídio e, quando saiu, participou de cultos em diferentes cidades.
Outro criminoso que desfrutou pouco da liberdade foi João Acácio Pereira da Costa, o “Bandido da Luz Vermelha”. Condenado por quatro assassinatos e mais de 70 assaltos, ele cumpriu 30 anos na cadeia, mas foi morto durante uma briga de bar em Santa Catarina quatro meses depois de ser solto.
O promotor Paulo de Palma, que pediu a liberdade de Cabo Bruno, acreditava que o ex-policial teria outro destino.
“A melhora das pessoas depende apenas delas. Eu tenho ampla convicção de que o Florisvaldo estava de fato e de efeito ressocializado”, afirmou.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Marajó global: a ilha da fantasia | Lúcio Flávio Pinto - Yahoo! Notícias Brasil

Cartas da Amazônia 

Marajó global: a ilha da fantasia

 

A cena se deu faz poucos anos.
O jornalista chega a uma fazenda na ilha de Marajó, o centro de um arquipélago situado na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará, com outros três milhares de ilhas de todos os tamanhos. A maior, com 50 mil quilômetros quadrados, supera, sozinha, em tamanho, quatro dos 27 Estados brasileiros.
É a maior ilha marítimo-fluvial do mundo. O emaranhado de água e terra é a teia de um labirinto a induzir mistério: o continente se esfrangalha ou a ilha é que volta a se agregar ao território continental?
O repórter conversa com um velho vaqueiro e seu filho, também vaqueiro. Ambos descendem de escravos africanos que chegaram à ilha com a pecuária, quase três séculos atrás. Faz pergunta ao pai, de quase 70 anos.
Mas o pai não responde ao jornalista. Responde ao filho, que repassa a resposta ao inquiridor, sob o olhar vigilante do pai, atento a qualquer desvio na "tradução" do que disse, à sua maneira, cantada e alegórica, muito viva.
É uma cena surrealista. Os três personagens falam a mesma língua, mas o vaqueiro mais novo age, convicto e cioso das suas prerrogativas, como intérprete do patriarca, envelhecido de tanto amansar gado. Antes eram animais das raças brancas, nos últimos tempos búfalos asiáticos.
É o maior plantel bubalino do Brasil. O animal mais cria do que é criado pelo homem, livre pelos campos gerais ou chafurdando na lama e nos alagados da época das chuvas pesadas. Quase anfíbio como o caboclo, que, na época das águas grandes, toca o rebanho não sobre um cavalo, mas na montaria dos rios amazônicos, a canoa.
O repórter pergunta ao vaqueiro ancestral onde, afinal, é o limite da fazenda sem fim visível, em cujas demandas curtiu a pele ao sol e perdeu o viço da expressão. As fazendas marajoaras se medem por milhares de hectares. A maior tinha 100 mil hectares antes de ser retalhada e vendida pelos herdeiros, como está acontecendo em ritmo incrementado na maioria delas.
As 30 famílias originais, que sucederam os religiosos no poder, quando o marquês de Pombal expulsou da Amazônia os incômodos jesuítas, estão deixando de ser as donas de toda a ilha, das suas riquezas, da sua gente. Mas ainda são os coronéis, os doutores, quase como senhores de baraço e cutelo, como numa Sicília tropical, isolada e fechada em si mesma.
— O limite da nossa fazenda é onde o nosso gado empurra o gado do vizinho — responde o vaqueiro, com a naturalidade de quem vê limites dessa maneira secular, sem cercas ou pontos astronômicos.
Como se os primeiros marajoaras mal tivessem se acomodado de uma inacreditável viagem pelos mares, entre continentes, sem passar pelo estreito de Bhering, há milhares de anos, em percurso direto, sem escala nas possessões de incas, maias, astecas e, pela força da tecnologia, espanhóis, do outro lado do mundo.
Não é essa a ilha do Marajó que a TV Globo exibe todos os dias da semana, às 18 horas, em sua telinha da fantasia. O Marajó platinado tem mais décor, mais gente bonita, de fala arrebitada (e decorada), de gestos olímpicos e andar cosmopolita. O Marajó das cenas da novela é perene como perfume barato e autêntico como uma nota de mil reais.
Não que seus produtores precisassem voltar ao passado e cultivar o naïf, tosco e primitivo. Como sempre, a Amazônia é o que sobre ela projeta seus desejos, preconceitos e instintos aquele que, do centro para a periferia, de cima para baixo, diz o que ela precisa ser, deve ser para ser aceita como a região tardia do Brasil, mal assimilada, mal aculturada.
O Marajó, esse pedaço de terra esmagado pelo maior rio do mundo e um oceano de águas fortes, não é mais aquele, como na música carnavalesca dúbia (pleonasmo em se tratando de carnaval). E não se sabe ainda o que será quando "aquele" for apenas memória, daqui a pouco.
Depois de muitos anos esquecido pelos seus conterrâneos continentais, o Marajó receberá um "grande projeto", como os que têm mudado a feição da Amazônia. Se tudo der certo, ainda neste ano a ilha receberá energia firme e abundante da hidrelétrica de Tucuruí.
A energia chegará através de uma linha de transmissão com mais de 1.100 quilômetros de extensão, ao custo de 490 milhões de reais. Concluída, colocará o Marajó dentro do Sistema Integrado de Energia, que se espalha por todo país. Fim de uma era. Início de outra.
Pode-se esperar uma grande transformação, embora ainda seja incerta a sua qualidade. Hoje, 40% dos 437 mil habitantes do Marajó vivem abaixo da linha da pobreza. O Índice de Desenvolvimento Humano da ilha é de 0,627 (o índice máximo é um), bem abaixo da média nacional, de 0,792.
Só 41% dos habitantes recebem energia, 80% desse mercado concentrado nas sedes municipais. É uma energia inconstante, fornecida por velhas usinas geradoras a óleo diesel, que exigem 32 milhões de litros de combustível a cada ano, ao custo de R$ 90 milhões. Além de poluírem o ar.
A chegada de energia segura e suficiente deverá ser a maior novidade dos últimos tempos no Marajó, capaz de tirá-lo da estagnação (ou mesmo da decadência) que o tem caracterizado.
Mas pode também agravar os seus problemas se desde agora não houver uma política conseqüente para o melhor uso da energia e a correção dos problemas que inevitavelmente acarretará.
O primeiro vem com a própria linha, aberta à base de novos desmatamentos e de eventual destruição de recursos naturais, arqueológicos e sociais no seu percurso, que constituem o maior patrimônio da ilha.
A economia do Marajó sofre distorções e interferências políticas que nada têm a ver com o interesse público. A dependência do governo é quase absoluta nos municípios mais pobres, talvez justamente por isso.
Dos 2.158 empregos no município de Portel, em 2008, 1.173 eram no serviço público; em 2006 eles somavam apenas 310. A relação em Curralinho era de 753 dos empregos totais para 709 do governo.
O crescimento da presença do governo nos últimos anos é mediada por clientelismo político e desvio de recursos públicos, a partir de programas de transferência de renda ou de apoio a atividades tradicionais. O caso mais exemplar é o da pesca,
O seguro/defeso, que visa proteger os cardumes na época da reprodução, remunerando o pescador durante esse período de quatro meses de inatividade, se tornou o maior instrumento político-eleitoral da ilha, além de possibilitar outros desvios.
Em Muaná, por exemplo, de 13 mil habitantes do município, oito mil foram cadastrados como pescadores para receber o seguro. A maior parte do peixe consumido no local, porém, vem de fora. De fora também chegaram muitos moradores urbanos para se metamorfosear em pescadores e receber o seguro.>> Leia mais >Marajó global: a ilha da fantasia | Lúcio Flávio Pinto - Yahoo! Notícias Brasil

segunda-feira, 19 de março de 2012

"Fantástico" denunciou contratos corrompidos de empresas privadas com o Governo do RJ....

19/03/2012 - 18h48 | Atualizado em 19/03/2012 - 18h510

como-dizia-paulinho-da-viola-dinheiro-na-mao-e-vendaval.jpgGoverno do RJ cancela contratos com empresas denunciadas em reportagem

Matéria do Fantástico deste domingo, mostrou empresários envolvidos em falcatruas em licitação de hospital público...
Agênca Brasil
Na nota, assinada pelo secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, o governador informa que os eventuais contratos com as empresas Toesa Service, Locanty Soluções, Bella Vista Refeições Industriais e Rufolo Serviços Técnicos e Construções serão cancelados. “A forma de continuidade dos serviços essenciais será decidida caso a caso em comum acordo com a Secretaria da Casa Civil e a Procuradoria-Geral do Estado”, diz a nota.
A prefeitura do Rio também determinou o cancelamento imediato de todos os contratos com as empresas mencionadas na reportagem da TV Globo, e vai analisar com a Procuradoria-Geral do Município a melhor solução para substituí-las.
O município não tem qualquer contrato em vigor em vigor com as empresas Toesa Service e Rufolo Serviços Técnicos e Contruções. Atualmente apenas a Locanty presta serviços para cinco órgãos municipais – Previ-Rio, Controladoria-Geral do Município, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Rio Zoo e Secretaria Municipal de Saúde – em contratos que somam R$ 2.747.617,20.
“A prefeitura ainda está levantando todos os eventuais contratos com a empresa Bella Vista Refeições Industriais, já que este é o nome fantasia, para que também sejam cancelados”, informa, por meio de nota, a prefeitura carioca.