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sábado, 6 de janeiro de 2018

Um pouco de coragem outro tanto de sorte e os EUA parecem estar em paz com Trump e seu governo ...

sábado, janeiro 06, 2018


EM APENAS UM ANO DE GOVERNO DONALD TRUMP DETONOU O ESTABLISHMENT, FEZ A ECONOMIA AMERICANA BOMBAR E SE TRANSFORMOU NO MAIOR LÍDER GLOBAL.


Mais um vídeo excepcional produzido pelo site Tradutores de Direita, desta feita fazendo um balanço completo do primeiro ano do governo do Presidente Donald Trump. Algo que ninguém verá jamais nos veículos da grande mídia.
Conforme salientam os Tradutores de Direita, o ano 2017 deveria ter entrado para a história como o ano da infâmia nos EUA. Um ano perdido, desperdiçado por impasses políticos, por crises e escândalos fabricados. A elite política não honrou a vitória de Donald Trump como a decisão soberana e democrática do povo americano, mas como um acidente que deveria ser corrigido, um câncer que deveria ser detido a todo custo. Todas as forças do establishment político se uniriam para abortar a presidência do penetra que ousou a desmantelar todo um projeto de poder em andamento. A ordem era clara: abortar a presidência Trump já no seu primeiro ano de governo.
Mas, no final de 11 meses, uma supresa...
Apresentação: Hugo Silver

sábado, 4 de fevereiro de 2017

"Um país para chamar de meu..." .../ Donald Trump

Vergonha americana


O

 decreto do presidente Donald Trump contra a imigração desrespeita os valores de um país que construiu sua riqueza com o trabalho de imigrantes. A reação de movimentos da sociedade americana mostra que vai haver muita resistência à nova Casa Branca

Revista ÉPOCA - edição 972 - Vergonha americana (Foto: Revista ÉPOCA)
TERESA PEROSA, COM BRUNO FERRARI E NELSON NIERO NETO
03/02/2017 - 22h09 - Atualizado 03/02/2017 22h39
>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:
"Deixem eles entrar”, gritava a multidão que tomou o Aeroporto Internacional John Fitzgerald Kennedy de Nova York, um dos maiores dos Estados Unidos, na noite da sexta-feira, dia 27 de janeiro. O motivo do protesto era uma ordem executiva assinada naquele dia pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que barra a entrada de refugiados e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos Estados Unidos. Os manifestantes queriam a liberação de estrangeiros que estavam a caminho dos Estados Unidos quando Trump assinara o decreto e não sabiam que seu ingresso no país seria negado pelos agentes de imigração. No Aeroporto JFK, dois iraquianos, recém-chegados a Nova York, ficaram horas em um limbo burocrático. Um deles atuara por anos como tradutor do Exército americano durante a ocupação no Iraque. O outro era casado com uma prestadora de serviços dos militares dos Estados Unidos. Ambos entrariam no país como refugiados, já que, por causa de seus serviços prestados ao Exército americano, sofreram ameaças de morte no Iraque. Antes de serem liberados por um habeas corpus concedido pela Justiça, em resposta a uma ação impetrada por uma associação de direitos civis, ficaram duplamente barrados: por serem refugiados e por serem iraquianos.
O decreto de banimento temporário dos cidadãos desses sete países foi a mais polêmica das medidas tomadas pelo governo Trump até o momento. Ele faz parte da cruzada do presidente americano contra o que entende como ameaça estrangeira e, especificamente, muçulmana, contra os Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca, Trump prometeu acirrar o cerco contra os imigrantes ilegais no país, com mais deportações e mudanças em política de vistos, e banir a entrada de muçulmanos. Na campanha, as ameaças de Trump, tingidas da mais descarada islamofobia e discriminação religiosa, causaram ampla consternação. Por causa da reação negativa e da preocupação que todos os presidentes americanos anteriores a Trump tiveram de dissociar o islamismo do terrorismo, especulou-se que Trump talvez não levasse a cabo sua promessa. Mas ele o fez, ainda que, oficialmente, seus porta-vozes tentassem descaracterizar a medida como um banimento a “muçulmanos”, mas sim como um reforço da segurança nacional contra o terrorismo.
O teor discriminatório do decreto, revelado dias antes pelo jornal The New York Times, porém, é evidente.  A ordem executiva de Trump barra a entrada em solo americano de qualquer cidadão de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, países de maioria muçulmana, por 90 dias.  Trump também congelou o programa de refugiados e impediu a entrada nos Estados Unidos, por 120 dias, mesmo daqueles que já haviam sido autorizados a entrar no país. Para os sírios, vítimas do conflito sangrento que se arrasta há seis anos, o banimento é por tempo indeterminado. A cota total de refugiados a ser asilados nos Estados Unidos também foi cortada pela metade.  Também consequência da ordem executiva, 60 mil vistos já emitidos pelos Estados Unidos foram cancelados. Entre os especialistas,  especula-se que as novas medidas (cujo caráter seria, a princípio, temporário) têm como objetivo criar empecilhos definitivos para impedir a entrada nos Estados Unidos de pessoas vistas como “indesejadas” pelo novo governo.
Resistência
Editado sob a justificativa de segurança nacional, o decreto não encontra base numa política coerente e tem a marca da demagogia e do populismo de Trump. Nenhum dos cidadãos dos países listados cometeu atentados em território americano, ao passo que países de origem de responsáveis por ataques ao país, como Arábia Saudita (um tradicional aliado americano no Oriente Médio), ficaram de fora. Além disso, os países atingidos pelo banimento já são submetidos a políticas de visto específicas, mais rigorosas, uma herança do governo Obama. O programa de alocação de refugiados americano, por sua vez, é um dos mais criteriosos do mundo – uma família que pleiteia asilo nos Estados Unidos precisa estar preparada para 18 a 24 meses de árduo escrutínio pelas principais agências de segurança do país – FBI, CIA, Agência de Segurança Nacional entre outras. Até hoje, nenhum refugiado acolhido em solo americano cometeu atentados terroristas no país – que, salvo episódios isolados, tem sido poupado da recente onda de terrorismo vista na Europa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"Qual seria o cenário para a economia global de um Trump presidente?" / Monica de Bolle

quarta-feira, setembro 28, 2016

Viés nos tempos da cólera - 

MONICA DE BOLLE

ESTADÃO - 28/09
Qual seria o cenário para a economia global de um Trump presidente?

Raiva, descontrole, fúria. Adjetivos que caracterizam o debate político dentro e fora das redes sociais, dentro e fora do Brasil. A exaltação é a marca dos defensores e opositores de Temer, de Dilma, de Trump, de Hillary. A cólera se alastra desidratando o pensamento e expondo o viés que habita dentro de qualquer pessoa.
Viés. Em 2012, a renomada bióloga Jo Handelsman, professora da Universidade de Yale, publicou estudo em que expôs o viés que existe na comunidade científica em relação à contratação de mulheres. O experimento randomizado com 127 cientistas e professores universitários apresentou a cada um dois currículos idênticos: em um deles, o candidato à vaga chamava-se John; no outro, o nome era Jennifer. Os currículos nada tinham de excepcional. Contudo, o fictício John foi não só o candidato que os cientistas se mostraram mais propensos a contratar, mas aquele cujo salário todos julgaram justo ser cerca de 10% mais elevado do que o oferecido a Jennifer. Desde então, o mesmo experimento foi usado em diversos ambientes profissionais para conscientizar as pessoas do viés que carregam dentro de si. Homens e mulheres.

Se o viés inconsciente é algo perturbador, o viés inconsciente nos tempos da cólera é um perigo. Deixando de lado o gosto e o desgosto pelos candidatos à presidência dos EUA, o fato concreto é que Hillary, goste-se ou não dela, tem propostas concretas, conhece os dados, tem substância. Trump, por mais que seja o homem anti-establishment, exibe conduta irascível, desconhece os assuntos de que fala, insiste na ladainha protecionista e destruidora de empregos que abordei na semana passada, e nada apresenta de concreto para a classe média americana. Contudo, expõe com eficácia assustadora todo tipo de viés inconsciente.
Se ele responde com falta de compostura, é porque é “autêntico”. Se ele ataca Clinton pelo escândalo dos e-mails quando era Secretária de Estado, a expõe como mentirosa, enquanto ele próprio, que mente e omite, é visto como aquele que tem a coragem de tirar a máscara dos políticos convencionais. Quando ele revela sua mal escondida misoginia ou seu desprezo por imigrantes, é elogiado por não ser politicamente correto. Quando ele diz que reduzirá impostos “como nem Reagan foi capaz de fazer”, é aplaudido pela audácia, sem que tenha dito como pretende que essa política evite o aumento da dívida que ele próprio chama de “insustentável”. Há pouco tempo, Trump fez alusões a não pagar a dívida dos EUA, deixando claro que não tem a menor noção do impacto que isso teria sobre a economia global.

Qual seria o cenário para a economia global de um Trump presidente? Supondo que suas reduções de impostos não sejam tão fáceis de implementar – haja vista que terão de passar pelo Congresso e pelo crivo de democratas que discordam veementemente de mais cortes de impostos para os ricos – é razoável esperar uma forte reação negativa dos mercados, tanto nos EUA quanto no resto do mundo. Ao referir-se à atual presidente do Fed como “aquela Janet Yellen”, o candidato insinuou não apenas que não respeita a dirigente do Fed, como que estaria disposto a removê-la de suas funções, provocando onda ainda maior de incertezas no mundo.

O peso mexicano é barômetro desse porvir. Quando Trump sobe nas pesquisas, o valor do peso cai. Quando Hillary parece ter conquistado alguma vantagem, o peso sobe. É impossível exagerar o tamanho da incerteza de um governo trumpista. O que aconteceria com o petróleo, por exemplo? Pela retórica beligerante em relação ao Oriente Médio, o petróleo deveria subir pelo risco geopolítico. Pela retórica protecionista ao extremo, o preço da matéria-prima deveria cair ante o impacto negativo sobre as empresas americanas, o comércio mundial, e a economia global de maneira mais geral. A resposta? É difícil dizer para que lado iria o preço do petróleo, o que é, em si, um fator de incerteza e de volatilidade.

Quando li O Amor nos Tempos do Cólera lembro-me da sensação de asfixia, do calor opressivo provocado pelas descrições pulsantes de Gabriel García Marquez. A mesma opressão sinto ao observar a disseminação descontrolada do viés nesses tempos de cólera.

*Economista, pesquisadora do Peterson Institute For Internacional Economics e professora da Sais/Johns Hopkins University