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terça-feira, 16 de abril de 2013

Suspeita de superfaturamento na compra da sede da CBF

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/04/1263285-marin-pagou-r-70-milhoes-por-sede-da-cbf-imovel-poderia-ter-custado-r-39-milhoes.shtml
16/04/2013 - 03h05

Marin pagou R$ 70 milhões por sede da CBF; imóvel poderia ter custado R$ 39 milhões

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LEANDRO COLON
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DO RIO
Seleção BrasileiraO presidente da CBF, José Maria Marin, assinou um negócio superfaturado na compra da futura sede da entidade no Rio, apontam documentos obtidos pela Folha.
O prédio, com oito salas comerciais e 6.642,83 metros quadrados na Barra da Tijuca (bairro nobre na zona oeste da cidade), custou à confederação R$ 70 milhões.
Marin anunciou o negócio por esse valor em 27 de junho de 2012, mas só formalizou a compra em 31 de agosto.

Novo prédio da CBF

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Daniel Marenco/Folhapress
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Novo prédio da CBF, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, passa por obras; nova sede foi comprada por R$ 70 milhões
Neste intervalo, a empreiteira que ergueu o prédio negociou cinco das oito salas para intermediários por R$ 12 milhões. As mesmas salas foram repassadas para a CBF por R$ 43 milhões.
As outras três salas foram vendidas diretamente para a entidade por R$ 27 milhões.
Caso tivesse pagado o mesmo valor que os intermediários pelas cinco salas (R$ 12 milhões), a CBF teria desembolsado no máximo R$ 39 milhões pelo complexo todo. Ou seja, R$ 31 milhões a menos do que os R$ 70 milhões que efetivamente pagou.
Procuradas, a entidade e as empresas envolvidas negaram haver irregularidades.
O NEGÓCIO
A CBF pagou R$ 15,2 milhões por três das cinco salas que comprou de intermediários. A Aprazível Empreendimentos recebeu um cheque de R$ 12,2 milhões e outros R$ 3,05 milhões foram pagos, segundo os documentos obtidos pela Folha, "anteriormente", sem mais detalhes.
Dois meses antes, em 28 de junho, a Aprazível havia recebido as três salas por R$ 8,5 milhões, da BT Empreendimentos, que ergueu o prédio.
Em 10 de julho, a D'Araújo Incorporação registrou a compra de uma sala e de garagens no prédio por R$ 2,5 milhões --mencionando acerto que havia ocorrido em dezembro de 2009.
A D'Araújo vendeu sua unidade à CBF, em 31 de agosto, por R$ 13,95 milhões (5,5 vezes superior ao que havia pago para a BT). Do total, R$ 11,1 milhões foram pagos em cheque e R$ 2,79 milhões em "moeda corrente já recebidos anteriormente".
No mesmo 31 de agosto, Marin registrou a compra de uma outra sala (e garagens) por R$ 13,75 milhões, sendo 70% da Zayd Empreendimentos 2025 Ltda. e 30% da BT.
Deste valor, foram R$ 11 milhões em cheque. Os demais R$ 2,75 milhões em "moeda corrente", "recebidos anteriormente". Os papéis indicam que a valorização desta parte específica do prédio pode ter sido de até dez vezes.
Semanas antes, no dia 17 de julho, a Zayd 2025 registrou em cartório que seus 70% foram comprados por R$ 902 mil da BT, mencionando que este negócio fora acertado em junho de 2009.
Só essa empresa recebeu R$ 9,9 milhões da CBF. Outros R$ 3,8 milhões ficaram com a BT.
Há ainda outras três salas vendidas diretamente pela BT para a CBF. Por elas, Marin pagou R$ 27 milhões.
A futura sede está em reforma e, por isso, a CBF ainda desembolsa R$ 130 mil mensais de aluguel para ocupar um andar em um condomínio de luxo na Barra, que ocupa desde 2002.

Isto é José Maria Marín

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Ricardo Moraes/Reuters
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José Maria Marin, presidente da CBF, em coletiva de imprensa, no Rio Leia mais
COFRES CHEIOS
Marin, 80, assumiu a presidência da CBF em março de 2012 após Ricardo Teixeira, alvo de suspeitas de corrupção, deixar o cargo.
Com isso, Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, amigo de Marin, tornou-se vice-presidente e primeiro na linha sucessória da entidade.
Enquanto Marin ficou com a presidência da CBF e do comitê organizador da Copa-2014, Del Nero herdou o assento de Teixeira no Comitê-Executivo da Fifa.
Marin e Del Nero assumiram a confederação com cofres cheios. Segundo o último balanço disponível, a entidade teve um lucro de R$ 73 milhões em 2011.
Editoria de Arte/Folhapress

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Folha de S.Paulo - Um jornal a serviço do Brasil / Um jogo suspeito

Folha de S.Paulo - Um jornal a serviço do Brasil                               
Fazenda de Ricardo Teixeira, em Piraí (RJ), sede da empresa aberta dias antes do amistoso
(<Foto)

Documento obtido pelaFolha revela ligação entre Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e a Ailanto, empresa contratada para organizar o jogo da seleção com Portugal, em 2008, em Brasília, informa Sérgio Rangel. A Ailanto, investigada por suspeita de superfaturamento no amistoso, foi dona da VSV Agropecuária Empreendimentos, que tinha sede na fazenda de Teixeira, em Piraí, a 80 km do Rio.