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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Walmart fechou 60 lojas no Brasil / Época Negócios

Walmart enfrenta tropeços no mercado brasileiro
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Walmart enfrenta tropeços no mercado brasileiro

Varejista fechou 60 lojas no país
17/02/2016 - 13H09 - POR REUTERS


Walmart  (Foto: Divulgação)
















Quando Wal-Mart Stores começou sua expansão na cidade de Campo Gr de (MS) sete anos atrás, a economia estava crescendo e executivos se mostravam ansiosos para abrir lojas mesmo emlocalizações desvalorizadas ou ruas de sentido único que levam para fora da cidade.
Isso não durou. No fim de dezembro, a varejista norte-americana fechou suas lojas de atacado Maxxi em Campo Grande como parte de uma reestruturação que encerrou 60 unidades no Brasil, incluindo alguns supermercados. Consumidores dizem que as lojas não podiam competir em termos de sortimento, preço e localização.
"Não estava claro para quem era o Maxxi. Não era barato o suficiente para os pobres. Mas não havia apelo para a classe média", disse Ordecy Gossler, 40 anos, contador que preenchia seu carrinho de compras com artigos de limpeza no Atacadão, rede rival controlada pelo francês Carrefour.
"Quando anunciaram em dezembro que os dois Maxxi fecharam, ninguém do meu escritório sabia onde eles ficavam."
Atualmente, o Walmart tem apenas um supermercado na cidade de 850 mil habitantes, cuja demografia marcada por consumidores parcimoniosos pareceu em algum momento adequada à maior varejista do mundo. A empresa fechou a outra unidade na cidade no fim do ano passado, conforme o tráfego caiu no shopping center que deveria ser sua âncora.
A saída de Campo Grande é emblemática das questões mais amplas que o Walmart enfrenta no Brasil, que foi por algum tempo destino importante de varejistas estrangeiros e outras companhias, mas que desacelerou. E o desempenho ruim da maior economia da América Latina mostra como as táticas que ajudaram o Wal-Mart a ter sucesso nos Estados Unidos às vezes não funcionam em outros países.
Os resultados internacionais têm sido anêmicos, apesar do investimento de capital de US$ 22 bilhõesnos últimos cinco anos. No ano passado, o Walmart gerou margem de lucro operacional de 4,5% nos mercados internacionais, bem abaixo do retorno de 7,4% publicado nos EUA.
Buscando retornos mais altos, o presidente-executivo do Walmart, Doug McMillon, anunciou em outubro uma revisão estratégica para os ativos globais da companhia. Alguns analistas especularam que o Walmart poderia sair do Brasil, assim como de outros países da América Latina, onde já está fechando outras 55 lojas.
O recuo no Brasil também remete a outros problemas registrados pela empresa no exterior, incluindo Coreia do Sul e Alemanha, dois mercados que o Wal-Mart abandonou em 2006.
No Brasil, em particular, a empresa tem sido afetada por localizações ruins de suas lojas, operações ineficientes, problemas trabalhistas e preços não competitivos.
O Walmart disse que não comentaria seus resultados financeiros no Brasil antes da divulgação do balanço trimestral da companhia em 18 de fevereiro. Mas pessoas com acesso aos números disseram à Reuters que o Walmart publicou perdas operacionais no Brasil nos últimos sete anos.
Jo Newbould, porta-voz da varejista, disse que o fechamento de lojas é parte dos esforços da empresa de "administrar ativamente" seus ativos globais e que tem trabalhado para reduzir custos no Brasil.
David Cheesewright, chefe das operações internacionais do Wal-Mart, disse em entrevista que a companhia não tem planos de deixar o Brasil.
Ele citou a decisão da companhia de investir na integração de seus sistemas computacionais como uma evidência do comprometimento com esse mercado.
(Por Brad Haynes e Nathan Layne)