Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador vendiam para comerciantes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vendiam para comerciantes. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Exemplo de parceria Público + Privada... Veja a reportagem


Rio de Janeiro

Presos policiais que roubavam carga e guardavam na delegacia

Quadrilha integrada por agentes da Polícia Civil, PM e bombeiro cobrava propina de transportadores e comerciantes para liberar mercadorias irregulares

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Policiais presos no Rio por roubo de carga e extorsão
Policiais presos no Rio por roubo de carga e extorsão (Severino Silva/Ag. O Dia)
Uma ação da Polícia Civil, do Ministério Público do Estado do Rio e da Secretaria de Segurança na manhã desta terça-feira resultou na prisão de uma quadrilha de policiais especializada em extorquir dinheiro de comerciantes e transportadores de carga. Nove pessoas foram presas, entre elas quatro policiais civis, um policial militar, um bombeiro e um policial civil aposentado. O grupo tinha integrantes da unidade da polícia especializada em combater exatamente este tipo de crime, a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). Com a ajuda de informantes, os chamados X9, eram identificados os alvos, a maioria deles comerciantes que compravam carga sem nota fiscal ou a documentação necessária.
“Em um dos casos, esses policiais apreenderam uma carga que havia sido roubada. A carga, no entanto, não foi devolvida ao proprietário que havia registrado o roubo na DRFC. O material ficou guardado em um caminhão apreendido no pátio da delegacia enquanto os policiais tentavam vendê-lo”, relatou Marcelo Fernandes, superintendente Operacional da Corregedoria Geral Unificada (CGU), órgão ligado à secretaria encarregado de investigar desvios cometidos por policiais.
A ousadia dos criminosos de farda era tanta que o caminhão-baú, estacionado no pátio da DRFC, funcionava como depósito das mercadorias apreendidas e não registradas na delegacia. A quadrilha utilizava ainda o cartório da DRFC para dar legalidade ao procedimento.
O bando, segundo denúncia do Ministério Público, não se limitava a atacar comerciantes e revender carga roubada, mas atuava também no roubo de carga. Os acusados também faziam diligências clandestinas, ameaçavam e invadiam domicílios para cobrar propina. O grupo responderá por estelionato, receptação, extorsão, peculato e concussão (extorsão praticada por agente público).
Segundo a denúncia do MP, o esquema criminoso foi descoberto no ano passado após denúncia de comerciantes. Eles foram à Corregedoria contar que sofriam extorsões semanalmente desde 2008 e que eram obrigados a pagar uma “taxa de segurança” ao cabo da Polícia Militar Alex Sander Santos de Souza. As vítimas relataram que a falta de alvará de funcionamento dos estabelecimentos era o argumento para que pagassem a propina, com valores entre 50 e 100 reais semanais.
De acordo com investigações da CGU, o policial civil Roberto Carlos Gomes Cavalcanti era o responsável por arrecadar o dinheiro. Os policiais civis Alessandro Alves Trindade e Wellington de Oliveira foram os primeiros a se associar ao esquema criminoso. Também faziam parte o oficial de cartório da delegacia Paulo João Reche Monteiro de Barros; o policial civil aposentado Sergio dos Santos Machado; o ex-soldado da PM Maurício Xaday do Nascimento Costa; o sargento do Corpo de Bombeiros Gilmar Antônio Rodrigues de Oliveira, além de Sandro Gomes de Oliveira, o “Chupeta”.
De acordo com investigações, estes três últimos eram os informantes do grupo e repassavam informações sobre possíveis vítimas. O policial Sergio Machado, mesmo aposentado, continuava a exercer a atividade policial na delegacia, segundo a denúncia.
Uma das investidas da quadrilha descoberta pela Corregedoria foi a invasão a um apartamento, no Maracanã, em junho deste ano, onde morava um casal que era proprietário de um box de produtos eletrônicos no camelódromo da Rua Uruguaiana. A denúncia relata que os policiais civis Roberto Carlos e Alessandro, além de Sandro, sem autorização judicial, revistaram a casa, ameaçaram a mulher e os dois filhos menores do casal. Na ação, segundo investigações, eles apreenderam videogames e caixas de jogos (supostamente sem origem legal) que haviam sido entregues pouco antes por uma transportadora.
O marido chegou à residência logo depois e seguiu com os policias para a DRFC. De acordo com o GAECO, os policiais exigiram 10 mil reais para liberar as mercadorias. Como a vítima não aceitou o pagamento da propina, eles apreenderam os produtos e registraram a ocorrência.
LEIA TAMBÉM: