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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uma noite de adjetivos

Uma noite de muitos adjetivos
No último dia de maio, no foyer do Trianon, o Clube do Choro & Cia reapareceu depois de um intervalo de muitos meses. Pela iniciativa de Gerson Pereira fez-se uma festa de reintrodução do deste clube, um braço da cultura campista.
As cadeiras estavam completamente ocupadas. O público era um misto de pessoas de muitas atividades artísticas, de simpatizantes, de seguidores e amantes do choro, de iniciantes como crianças, pouco atentas, é verdade.
Como de hábito, o show começou na hora, 20 horas! Houve um retrospecto, uma linha do tempo foi relembrada. Em seguida, algumas homenagens foram prestadas aos primeiros componentes do “Carinhoso” que nos deixaram recentemente. Embalados pelo conjunto, rejuvenescido por componentes novos, que permanece tonificando as noites da música mais brasileira alguns artistas prestaram homenagens em forma de performances. Assim, artistas convidados como Waldir Simões e seu cavaquinho e Geraldo Gamboa, 82 anos e uma voz original, derramaram seus talentos para os antigos componentes do Conjunto Regional Carinhoso, um marco da cultura musical campista.
Adiante, mais homenagens. Como o poeta Antonio Roberto Leite Fernandes fazia aniversário     póstumo a assembléia do Café Literário, um programa fundado pelo poeta e forte de defesa da poesia, mais o Grupo Boa Noite Amor, outro braço defensor da canção e poesia musicada sentiram-se em casa. A partir desse momento alguns artistas se soltaram e deixaram aparecer suas habilidades cênicas.  Raquel Fernandes, filha de Antonio Roberto, cantou e chorou, sem trocadilho, um samba feito no próprio dia 31, uma homenagem ao pai. Lá, no palco, e por ela, soubemos que Antonio Roberto deixara nas mãos de Edinalda um livro de poesia para revisão e que possivelmente poderia ser titulado de “Para que não nos falte AR”, as duas primeiras letras do nome do poeta e que é um carimbo especial criado por Edinalda.
Em meio a tantas contribuições de diversos talentos não notamos a noitada passar. De certa maneira pode-se dizer que foi uma noite de sonhos. E ainda havia um bolo para ser divido e apreciado pelo público – uma marca registrada pelo poeta ao lembrar-se de outros aniversariantes nas reuniões habituais do Café Literário. Enfim, os cinco sentidos agradeciam também.
Foi uma noite bonita, harmoniosa, gostosa de vivenciar. Não pesei os gramas derramados pelas lágrimas dos presentes, agora com trocadilho, ao sarau da noite de 31 de maio no Trianon, mas gostaria de ter feito. Uma noite de homenagens e saudades pode sempre ser avaliada pelas lágrimas. Afinal, a lágrima é uma linguagem do coração. Ela é visível, sensível, tímida, mas, reflete o ambiente em cada rosto. E mais, é esteticamente e sintaticamente perfeita numa ocasião como a noite de adjetivos no Trianon.

Um comentário:

  1. Querido Fifica,
    obrigado pela referência afetiva ao meu irmão, Roberto. Saibas que estou sempre por aqui, na janela desse condominio de ideias.
    abraços
    do amigo
    Fernando Leite

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