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segunda-feira, 28 de março de 2016

PMDB deve desmanchar a parceria com o governo no dia 29 deste mês

Edição do dia 28/03/2016
28/03/2016 08h26 - Atualizado em 28/03/2016 08h26

PMDB pode deixar governo em reunião marcada para terça (29)

Maioria dos diretórios estaduais apoia rompimento, mas é preciso convencer quem vai deixar ministérios e centenas de cargos no governo.

Em Brasília, o que o pessoal quer saber é para onde vai o PMDB. A maioria dos diretórios nos estados indicou que quer romper com o governo, e a decisão está marcada para terça (29). Mas difícil é despegar de tantos cargos na administração pública. Aliados do vice-presidente Michel Temer tentam convencer a ala governista do partido a praticar o desapego de cargos e seguir para o desembarque. Essa decisão do PMDB certamente terá consequências definitivas para o destino do governo, por isso o dia será de intensas articulações.
No fim da tarde de domingo a presidente Dilma chegou de helicóptero a Brasília para uma semana daquelas, como tão chamando os próprios governistas. A reunião do PMDB que vai decidir se desembarca do governo é na terça.
O vice-presidente da República e também presidente do PMDB, Michel Temer, passou o fim de semana em São Paulo. Ao todo, 14 dos 27 diretórios estaduais do partido já decidiram pelo rompimento com a presidente, incluindo os do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Rio Grande do Sul. O de Minas Gerais decide nesta segunda. Essas são as prévias para a reunião do diretório nacional. Todos os 119 peemedebistas com direito a voto receberam um telegrama.
E uma das discussões no fim de semana foi: desembarque confirmado, como fica a situação dos sete ministros do PMDB, que resistem à saída? Essa decisão deve também ser tomada na reunião, provavelmente também em votação. Por isso tem mais um monte de conversas nessa segunda.
O grupo contrário a Dilma disse que não vai aceitar rompimento pela metade. “Não tem meia gravidez, é gravidez ou não é gravidez. E o PMDB tem que olhar para frente com ousadia, com coragem”, afirmou o deputado Darcísio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul.
O deputado disse que há quem defenda punição para quem quiser ficar. “Serão encaminhados à Comissão de Ética para as devidas providências, que pode ser suspensão ou expulsão”, disse.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que vai insistir, nessas horas que restam, em uma solução negociada. “Se nós formos para a intolerância e para o radicalismo extremo o brasil não resolverá e não superará seus problemas”.
Falando em problema, com o desembarque do PMDB o governo vai atrás, com unhas e dentes dos votos contra o impeachment. Para evitar o afastamento da presidente precisa de pelo menos 171 votos no plenário da Câmara. O PMDB tem 69 deputados.
“Nesse momento, na minha opinião, é trabalhar para o PMDB não tomar a posição e não desembarcar do governo. O vice-presidente Michel Temer ocupou espaços muito importantes no governo da presidenta Dilma Rousseff. O sucesso ou insucesso é parte disso. Acho que seria uma decisão equivocada essa de sair do governo”, afirma o deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo.

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