Postagem em destaque

Seria um voo secreto ...?

"Janja, em um Airbus A330-200 (KC-30) da FAB, com capacidade de até 250 passageiros ou 70 toneladas de carga, indo sozinha para Rússia,...

sábado, 19 de novembro de 2016

"a sustentabilidade da dívida pública. Todos sabiam,...!"


Cumplicidade na anarquia

Deixaram em xeque a sustentabilidade da dívida pública. Todos sabiam, mas Executivo, Legislativo e Judiciário não se importaram com as consequências

Seiscentas e oitenta e três mil pessoas foram expulsas do mercado formal de trabalho entre janeiro e setembro. Foi esse o saldo de empregos eliminados nos centros urbanos, informa o governo.
Em todo o país demitiu-se muito mais trabalhadores com carteira assinada do que se contratou. Na média, 3.557 pessoas foram expelidas do mercado a cada dia útil.
Significa que, sob os governos Dilma e Temer, o país liquidou 148 empregos regulares a cada hora durante nove meses seguidos. Tem sido assim há quase dois anos.
Boa notícia nesse quadro nacional é que o declínio no nível de emprego regular agora ocorre em velocidade 60% menor do que se registrou no ano passado.
Para o Estado do Rio, porém, a situação é preocupante. Em setembro, de cada dez vagas fechadas no mercado brasileiro de trabalho formal, seis estavam em território fluminense.
A soma do desalento com a perda de perspectiva de progresso individual, mais o descrédito nos líderes políticos, resultou num recorde de ausência nas urnas, em outubro.
A mensagem do eleitorado foi cristalina, e o Estado do Rio concentrou cinco das dez cidades com o maior índice de abstenção no segundo turno das eleições municipais: Petrópolis (27,09%), Rio (26,85%), São Gonçalo (25,61%), Belford Roxo (25,38%) e Nova Iguaçu (25,25%).

Na ruína fluminense há sinais de advertência sobre um desastre nacional, caso prevaleça o imobilismo dos líderes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Só não vê quem não quer.
Já não se trata apenas do estado de anarquia consolidado por sucessivos governos, durante décadas, com a cumplicidade do Legislativo e do Judiciário. É real o risco de contágio nacional.
A destruição das contas nacionais, assim como o regime de baixa competitividade empresarial, é fruto de políticas contemporizadoras de governos de coalizão, cujos líderes não souberam ou não quiseram defender o interesse público. Preferiam privilegiar corporações e atender à clientela dos lobbies setoriais.
Ao aprovar as últimas cinco leis orçamentárias, por exemplo, a Assembleia do Rio autorizou o governo local a não realizar poupança necessária para pagamento dos juros da dívida estadual. No Executivo, Legislativo e Judiciário, todos sabiam precisamente o que estava sendo feito — e não se importaram com as consequências.
Na semana passada, por duas vezes, as contas do Rio foram bloqueadas por calote nas dívidas contratadas com a União.
Em Brasília e nas 26 capitais estaduais já se sabe que o caso fluminense não é isolado. Há uma dúzia de estados e 3,5 mil prefeituras na fila dos devedores insolventes.
Ainda assim, nos palácios de governo, nas assembleias e nos tribunais continua-se a viver numa realidade própria.
Finge-se não entender o perigo de deixar em xeque a sustentabilidade da dívida pública, ou de paralisar os serviços essenciais de saúde, educação e segurança em todo o país. Evita-se a tropa de desempregados, que em 18 meses ganhou tamanho equivalente à população de Curitiba, a oitava metrópole.
Em agosto, ao assumir o mandato-tampão, Michel Temer se disse preocupado em “evitar que se impute a mim a ideia de que nós somos responsáveis por isso".


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/cumplicidade-na-anarquia-20467653#ixzz4QSt1cLzf 
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário