terça-feira, 29 de julho de 2025
AS ESCOLHAS ESQUISITAS do BRASIL para o momento ATUAL das relações entre NACÕES ...
O Brasil na ONU: Diplomacia Ideológica a Serviço da Narrativa por Sander Pacheco
Cruz A recente ida do chanceler brasileiro a Nova York para participar de uma
reunião da ONU sobre a situação palestina, em plena escalada de tensões
comerciais entre Brasil e Estados Unidos, escancara a inversão de prioridades do
governo Lula e revela, mais uma vez, a face ideológica de sua política externa.
Com a economia brasileira ameaçada por sanções comerciais impostas pelos Estados
Unidos, o óbvio seria ver o Itamaraty mobilizado para abrir diálogo direto com
Washington, buscando conter os danos e preservar interesses nacionais. Em vez
disso, o governo prefere se projetar como porta-voz de uma causa distante e
polêmica, numa postura que mais parece um aceno militante do que uma ação
estratégica. E aqui não se trata de defender ou atacar um lado específico no
conflito do Oriente Médio. Trata-se de reconhecer que o chanceler brasileiro
deveria, acima de tudo, representar os interesses imediatos do povo brasileiro.
E, neste momento, esses interesses passam longe das fronteiras de Gaza e de
Ramallah. O foco deveria estar em proteger o comércio exterior, garantir
estabilidade cambial, atrair investimentos e evitar o encarecimento de produtos
essenciais, todas áreas diretamente impactadas pelas medidas retaliatórias
norte-americanas. Mas o que se vê é uma manobra política bem conhecida de quem
acompanha a trajetória de Lula e do PT: tensionar relações com os Estados
Unidos, fomentar o discurso anti-imperialista, e quando os efeitos colaterais
dessa postura chegarem à mesa do cidadão comum, transferir a culpa. A receita é
velha: provocar o caos para, em seguida, responsabilizar o “império” pelas
consequências internas. Esse tipo de diplomacia performática, onde o interesse
nacional é preterido em nome de uma agenda ideológica, não fortalece a soberania
brasileira, ao contrário: fragiliza-a. Enquanto o governo se ocupa em buscar
protagonismo em conflitos geopolíticos de terceiros, os brasileiros assistem à
alta do dólar, ao risco de perda de exportações e à erosão silenciosa da
credibilidade internacional do país. O Brasil precisa urgentemente resgatar o
pragmatismo em sua política externa. Ser respeitado no cenário global não exige
bravatas nem alinhamentos ideológicos, mas sim clareza de propósito e defesa
intransigente dos próprios interesses. Enquanto isso não acontece, seguimos
reféns de uma diplomacia que serve mais à narrativa de um partido do que às
necessidades de uma nação.
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