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Através de notícia-crime, presidente do Bahia é denunciado por advogados
Marcelo de Oliveira Guimarães Filho, presidente do Bahia e deputado federal, e outras três pessoas ligadas ao clube, foram denunciadas por dois advogados baianos à Procuradoria-Geral da República por meio de uma carta denúncia, na tarde da última quinta-feira. Antônio Rodrigo Machado e Marcus Tonnae Silva acusam o presidente, o gestor de futebol Paulo Angioni, o coordenador da divisão de base Newton Mota e André Garcia, sócio-proprietário da Calcio - empresa parceira do Bahia - de formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro.
Os advogados pediram uma investigação detalhada sobre a prestação de contas do clube e um inquérito civil para apurar supostos ilícios envolvendo a gestão de Marcelo, baseados em notícias de veículos regionais e nacionais que apontam a falta de transparência na gesão do deputado, que começou em dezembro de 2008.
Uma das denúncias é a relação entre o presidente e a Calcio, que pertence ao conselheiro do clube e amigo pessoal de Marcelo, segundo Antônio Rodrigo Machado. A empresa detem os direitos econômicos da maioria dos jogadores revelados pelo clube.
- A empresa, fundada em 2011, arrecadou no seu primeiro ano mais de um milhão de reais nas transferências (dados comprovados com notas fiscais anexas a denuncia) de Filipe, para o Milan e o Maranhão para o Cruz Azul (MEX). A sede da empresa fica numa das salas da OAS, patrocinadora do clube - destacou o advogado, ao LANCE!Net, antes de completar:
- Existe uma atmosfera nebulosa sobre o Bahia. Não há qualquer prestação de conta e a gestão do clube é a pior do Brasil em relação a transparência no futebol.
A notícia-crime também indica que Paulo Angioni e Newton Mota participam como "olheiros" nas categorias de base do clube, identificando jovens em potencial e transferindo os seus direitos econômicos a Calcio. Os autores afirmam que além da empresa, e do programa Sócio torcedor, a Loja 88 - que comercializa artigos esportivos ligados ao Tricolor - também não transparece a arrecadação e deixa de repassar dinheiro que deveria chegar ao clube.
- As vontades pessoais estão acima dos torcedores e da história do Bahia. A ligação entre o presidente e essas empresas é evidente e causa um mal estar ainda maior entre o Marcelo e os torcedores, que reinvidicam eleições diretas no clube e transparência sobre a venda de jovens da base - comentou Antônio.
O advogado citou a venda do apoiador Gabriel como o maior exemplo da falta de comprometimento da diretoria com a torcida. O jovem que acertou com o Flamengo, é torcedor declarado do clube e neto de Flávio, ex-jogador do Esquadrão, que participou da conquista da Taça Brasil, em 1959.
- Gabriel era tido como uma joia do Bahia, um mascote da torcida, todo mundo queria ele no clube, inclusive o próprio Gabriel, que antes de se tornar jogador de futebol era torcedor do Tricolor nas arquibancadas. Quando o potencial do jogador foi notado, o Bahia fez questão de abafar a qualidade do atleta, projetando uma transferência rápida. E isso aconteceu, mas o clube nunca transpareceu o que foi feito com o dinheiro (cerca de 7 milhões de reais) que recebeu da equipe carioca pela transação - pontuou o advogado.
Antônio definiu como unânime a ideia de que Marcelo utiliza o Bahia para fins pessoais e desrespeita o torcedor. O LANCE!Net tentou contato com o mandatário, que por meio de assessoria de imprensa, afirmou estar tranquilo e pronto para colaborar com as investigações, se solicitado.
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