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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

MST é doença política sem remédio no Brasil


26/02/2014 - 08:37

Dinheiro público

Petrobras também ajudou a bancar evento do MST, com R$ 650.000

Assim como BNDES e Caixa, estatal contratou sem licitação contrato de patrocínio para associação ligada ao movimento

Manifestantes do MST entram em confronto com policiais militares em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Evento foi patrocinado com dinheiro público
Manifestantes do MST entram em confronto com policiais militares em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Evento foi patrocinado com dinheiro público (Pedro Ladeira/Folhapress)
Assim como a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras ajudou a bancar evento realizado durante o 6.º Congresso Nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), realizado há duas semanas em Brasília. O congresso dos sem-terra terminou em confronto com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes - no quebra-quebra, 32 pessoas ficaram feridas, sendo trinta policiais. Segundo reportagem publicada na edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras fechou contrato de patrocínio, sem licitação, com uma entidade ligada ao MST no valor de 650.000 reais.   
O congresso foi realizado entre os dias 10 e 14 de fevereiro e reuniu 15.000 pessoas. No dia 12, uma marcha organizada pelo movimento saiu do ginásio e percorreu cerca de 5 quilômetros até a Esplanada dos Ministérios. O objetivo declarado era a entrega de uma carta ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com compromissos não cumpridos pela presidente Dilma Rousseff na área da reforma agrária. No dia seguinte ao conflito, a presidente recebeu líderes do movimento para debater a pauta de reivindicações. 
A Caixa Econômica Federal e o BNDES colaboraram com um total de 550.000 reais para o evento, por meio de patrocínios para a Associação Brasil Popular (Abrapo).
A Abrapo recebeu os patrocínios para a Mostra Nacional de Cultura Camponesa, atividade que serviu como ponto de encontro para os integrantes do congresso do MST. Ao todo, foi gasto cerca de 1,6 milhão de reais em recursos públicos e de empresas com economia mista.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desembolsou 448.000 reais para a montagem da estrutura da Feira Nacional da Reforma Agrária, outra atividade ligada ao Congresso. A Abrapo e o MST têm relação próxima. A conta corrente da associação no Banco do Brasil aparece no site do movimento como destino de depósito para quem deseja assinar publicações como o jornal Sem Terra.
A Petrobras diz que os 650.000 reais foram destinados porque a Mostra "alinha-se ao programa Petrobras Socioambiental na linha dedicada à produção inclusiva e sustentável".
Além do patrocínio para o evento, a estatal informou ainda que planeja bancar outra iniciativa da Abrapo, "para a produção e lançamento de CD, DVD e caderno de canções infantis no meio rural, como estímulo à preservação e difusão da cultura tradicional e popular brasileira". Este contrato tem valor de 199.000 reais.
Ressarcimento - A Frente Parlamentar da Agropecuária pediu ao Ministério Público que investigue os patrocínios e peça ressarcimento aos cofres públicos em caso de irregularidade. A bancada ruralista quer também aprovar um requerimento para convocar o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para depor na Comissão de Agricultura da Câmara.
A Caixa, que patrocinou a Mostra com 200.000 reais, e o BNDES, que destinou 350.000 reais, alegam que havia motivos comerciais para o patrocínio. Os contratos foram assinados sem licitação. O Incra afirma não ter repassado recursos à Abrapo, sendo responsável apenas pela montagem da estrutura física do evento e pela infraestrutura de transporte de mercadorias dos produtores selecionados. 
O MST, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, se valem de uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra os próprios assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou por um processo de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói, saqueia – e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos.

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