domingo, 16 de outubro de 2011

Page One: New York Times

Enquanto os atores da vida cotidiana mostrarem suas obras, falas, dúvidas, descobertas, músculos, perfumes, arrogâncias, cores, inseguranças, dores, sonhos, amores, gestos, leis, artes, trocas, produtos, crimes, orações, movimentos, atitudes, confissões, desculpas, alegrias, objetivos, segredos, surpresas, traições, certezas, habilidades, doenças, sorrisos, sucessos, filosofias, currículos, prontuários, disfarces, responsabilidades, mentiras, fracassos, vitórias, preferências, idades, crenças, uniformes, descobertas, fraquezas, manias, músicas, poemas, intimidades, lembranças, opções, loucuras, vícios, paranoias, recursos, bens, virtudes, defeitos, preferências, antipatias, paixões, casos, suspeitas, fraudes, gostos, vestuários, lágrimas, aposentadorias, livros, quadros, cavalos, fazendas, apartamentos, vontades, experiências, quando essa integral de valores se tornar uma massa de informações que se expõe e se torna visível ou acobertada por nuances de versões verossímeis ...neste instante ela será acolhida por um grupo profissional que irá separar cada assunto produzido por estes atores e que vai verbalizar cada ato ou gesto,  que vai relatar fatos, que irá criar caminhos, que irá modificar costumes, incentivar atitudes, verbalizar sonhos, desfraldar paixões, colocar cores em preferências, motivar ideias turvas,  alimentar discussões, aproximar pessoas,  descobrir intimidades, distribuir opções, mostrar lugares distantes, traduzir emoções, desatar disfarces, definir traições, valorizar filosofias, descolorir fraudes, deslocar preferências, regular recursos, administrar crenças, instruir movimentos, coroar virtudes, abstrair loucuras, abonar currículos, valorizar vitórias, ajudar a compreensão do mundo e tornar previsível atitudes...
No dia seguinte a esta maratona de fricção, de intromissão você terá à sua frente um jornal, a notícia, a esperança, a desilusão, um resumo da realidade!

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