11/03/2015
às 16:30 Cardozo muda de tom, mas não de tese. Continua errado, mas está mais manso
O governo mudou o tom do discurso em relação aos protestos marcados para domingo próximo. Até ontem, eram coisa de golpistas, segundo os gênios, e de pessoas que não respeitam a democracia. Nesta quarta, o inefável José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, deu uma baixada na bola, embora continue a dizer tolices.
Cardozo recomendou o que eu também recomendo: que as pessoas se manifestem “dentro da lei e da ordem”, respeitando “as autoridades constituídas” e afastando “quaisquer posturas golpistas”. E exortou: “Gostaríamos que não fizessem ação de ódio, de raiva”.
Que bom! MST e MTST estão promovendo invasões e ilegalidades neste exato momento. Para eles, Cardozo não costuma dar conselhos. Mas o ministro está certo. Não é para ter ódio mesmo. Aliás, uma pergunta: a recomendação também vale para as manifestações organizadas pelos petistas na sexta? Outra questão para o ministro: no dia 24, 300 milicianos do PT bateram em pessoas que protestavam contra Dilma na porta da ABI. O senhor não redigiu nenhuma nota de repúdio, ministro, ou eu é que deixei de lê-la?
Cardozo continua a se comportar como mau jurista. Indagado se protestos em favor do impeachment são manifestações golpistas, ele afirmou que a reeleição de Dilma foi “legítima” e que “democracia existe no país, e não existe qualquer razão jurídica para se mudar esse quadro que está posto”.
Pela ordem:
1: nunca ninguém disse que a reeleição foi ilegítima;
2: fazer petições ao poder público é um direito;
3: impeachment está na Constituição e na lei; pedir o exercício de códigos jurídicos democraticamente pactuados nunca é golpe;
4: afirmar que não há razão para uma denúncia de impeachment é só um juízo, de que muita gente discorda;
5: golpe é tentar definir, ao arrepio da lei, o que pode e o que não pode ser reivindicado.
1: nunca ninguém disse que a reeleição foi ilegítima;
2: fazer petições ao poder público é um direito;
3: impeachment está na Constituição e na lei; pedir o exercício de códigos jurídicos democraticamente pactuados nunca é golpe;
4: afirmar que não há razão para uma denúncia de impeachment é só um juízo, de que muita gente discorda;
5: golpe é tentar definir, ao arrepio da lei, o que pode e o que não pode ser reivindicado.
De todo modo, o ministro chega tarde ao convite à paz. Na segunda, na TVeja, eu recomendei que até petistas beijem na boca (de outro petista, é claro!) em vez de xingar os outros. Está no vídeo abaixo, a partir de 30min50s.
Tags: Dilma, impeachment, Petrolão
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