POLÍTICA
Lula chamou, Stédile respondeu “presente”
O PT se diz vítima do discurso do ódio. Muito bem: ninguém esgrima melhor com o ódio do que o PT
Ricardo Noblat
Lula e Stédile (Imagem: Divulgação)
Há 15 dias, em encontro na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, Lula ameaçou convocar “o exército” de João Pedro Stédile, coordenador nacional do Movimento dos Sem Terra, para sair às ruas em defesa do governo de Dilma.
Em Porto Alegre, ontem, Stédile anunciou que seu exército, hoje, estará nas ruas.
— Engraxem as botas e as chuteiras que o jogo só está começando. Quem não tiver barraca, compre uma. Compre um tênis. Estamos aqui no vestiário, só nos preparando - avisou.
Disse que o MST não irá às ruas em defesa de Dilma. Mas da Petrobras. E da legalidade. Apelou à presidente:
- Não se acovarde, Dilma. Querem tomar o poder no grito.
Por fim decretou:
- Se a burguesia tentar dar um golpe, temos que assumir um compromisso de ocupar as praças, acampar, fazer vigílias e, daqui do Rio Grande, como foi na campanha da legalidade, exigir respeito à democracia, manter o povo unido e marchar a Brasília para exigir que esses idiotas da Globo e do capital internacional, que querem botar a mão no pré-sal, respeitem a democracia e o povo possa avançar.
Stédile garganta profunda. Pensa em derrotar o grito com grito.
Anote-se desde já: se o MST, hoje ou nos próximos dias, for além de manifestações pacíficas como manda a lei, culpe-se Lula. E Stédile, naturalmente.
O PT se diz vítima do discurso do ódio. Muito bem: ninguém esgrima melhor com o ódio do que o PT.
Lula e Stédile (Imagem: Divulgação)
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