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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Groenlândia perdeu 97 por cento da camada de gelo em julho deste ano


MEIO AMBIENTE26/07/2012

Groenlândia tem derretimento de gelo sem precedentes

97% da camada de gelo descongelou, é o índice mais alto já registrado pela Nasa

por José Eduardo MendonçaFonte: Planeta Sustetável
Degelo na Groenlândia registrado por satélite da Nasa
Satélite da Nasa registra 97% de derretimento da camada de gelo na Groenlândia
Cientistas da Nasa disseram que em julho a cobertura de gelo de superfície da Groenlândia derreteu em uma área mais extensa que aquela vista em mais de 30 anos de observações por satélite. As mensurações mostram que o fenômeno não tem precedentes.
De acordo com a Nasa, metade da camada de gelo da região normalmente derrete no verão, e a maior parte da água derretida recongela em altas elevações. Na costa, parte desta água fica retida pela camada de gelo, e o resto se perde no oceano.Neste ano, no entanto, o derretimento de gelo foi mais extenso que em anos recentes. Dados de satélite mostram que cerca de 97% da camada de gelo de superfície derreteu em meados de julho. Mapas de três satélites independentes mostram que o descongelamento se espalhou rapidamente. No dia 8 de julho cerca de 40% da camada tinha derretido, e o índice chegou a 97% no dia 12 de julho.
Os pesquisadores não estão certos se o derretimento irá afetar o volume total de perda de gelo e contribuir com a elevação do nível do mar. De acordo com a Nasa, seu cientista Son Nghiem, do Jet Propulsion Laboratory, em Pasadena, Califórnia, observava dados do satélite Oceansat-2, das Organizações de Pesquisa da Índia (ISRO), no dia 12 de julho, quando percebeu que a maior parte do território tinha derretido. Ele disse: “Isto foi tão extraordinário que de início questionei o resultado. Era real, ou havia um erro nos dados?”.
Nghiem consultou Dorothy Hall, que estuda temperaturas de superfície da Groenlândia no Centro Goddard da NASA. Ela confirmou que o espectro-radiômetro de imageamento de resolução moderada (MODIS) mostrou temperaturas incomumente altas e confirmou a extensão do derretimento.Thomas Mote, um climatologista da Universidade da Georgia, e Marco Tedesco, da City University de Nova York, confirmaram o derretimento visto por Ocean-2 e MODIS, usando dados de satélite de microonda passiva da força aérea americana.
O evento, de acordo com a Nasa, coincidiu com um período de ar quente incomumente forte, ou domo de calor, sobre a Groenlândia. O cume de ar quente foi um de uma série que teve forte presença no clima local desde o final de maio. Segundo a NASA, até a área em torno da Summit Station, no centro da região, que fica a 3 quilômetros acima do nível do mar, mostrou sinais de derretimento não observados desde 1889, relata o Digital Journal.

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