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sábado, 18 de agosto de 2012

Associação de Delegados da PF considera processo disciplinar contra delegado "ato de censura"

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sábado, agosto 18, 2012

ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DA PF REAGE À AMEAÇA DE PROCESSO DISCIPLINAR CONTRA DELEGADO QUE INVESTIGOU MENSALÃO

Delegado Luís Flávio Zampronha
A corregedoria da Polícia Federal abriu ontem uma investigação para apurar se o delegado da Polícia Federal Luís Flávio Zampronha descumpriu regras da corporação ao conceder entrevista sobre o caso do mensalão à Folha e depois ao jornal "O Estado de S. Paulo". 
A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) protestou contra o início da apuração e afirmou que vai adotar medidas judiciais caso a investigação leve à abertura de processo disciplinar. Em nota, o diretor-geral da PF, Leandro Coimbra, nega que o procedimento configure "ato de censura".
De acordo com o órgão, na Polícia Federal "ao dirigente maior cabe a decisão de quem será o porta-voz para concessão de entrevistas ou comunicados oficiais".
"A impossibilidade de os integrantes da instituição se manifestarem individualmente sobre assuntos afetos à PF busca evitar que a ação da PF em prol da sociedade seja confundida com a opinião de seus integrantes", de acordo com o órgão.
Para o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, Zampronha não falou em nome da PF. "O caso é uma investigação concluída, sem segredo de Justiça, com julgamento amplamente divulgado. O delegado falou sobre um tema que a sociedade inteira está debatendo", disse.
Segundo Ribeiro, os delegados têm direito de se manifestar, "desde que as as declarações não causem prejuízos à instituição ou investigações em andamento".
Zampronha disse que não iria falar sobre a apuração.
Na entrevista à Folha, o delegado responsável pela investigação do mensalão quebrou um silêncio de vários anos e afirmou que "o mensalão é maior do que o caso em julgamento no STF".
Zampronha disse que os réus José Dirceu e Delúbio Soares poderiam ter sido denunciados também por lavagem de dinheiro, medida que não foi adotada pelo Ministério Público Federal.
O delegado apontou que funcionários dos principais réus "não sabiam o que estava acontecendo" e a denúncia contra eles contém "injustiças", citando as rés Anita Leocádia (assessora parlamentar) e Geiza Dias (gerente da agência de Valério). Da Folha de S. Paulo deste sábado

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