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sábado, 3 de março de 2012

Fraude no Conselho de Emigrantes, às barbas do Itamaraty

A última acusação de fraude nas eleições do Conselho de Representantes das Comunidades Brasileiras, mais conhecido como CRBE, publicada no blog betomoraes.com e reproduzida pelo jornal da comunidade emigrante brasileira Brazilian Voice (Leia aqui) reabriu uma questão arquivada às pressas, há um ano e meio, pelo Itamaraty e pelos próprios titulares desse Conselho.

Mas é chegado o momento do próprio ministro Antonio Patriota, da chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, e da presidente Dilma Roussef dedicarem cinco minutos de atenção a esse órgão que, no atual formato, compromete a própria política brasileira da emigração. Ou o governo cria alguma coisa realmente legítima para os emigrantes ou sairá desprestigiado, pois a cada semana se acumulam informações demonstrando a ineficácia desse Conselho e a maneira como vem sendo utilizado por alguns de seus membros por interesses meramente pessoais.
A questão das fraudes não é nova. Já havia sido levantada no online do jornal O Globo, quando algumas pessoas, nos EUA, desejosas de votar para um candidato ao CRBE, descobriram com surpresa que alguém já votara por elas, utilizando o número de seu passaporte, CPF, RG e outros tipos de identificação que os emigrantes deixam ao se inscrever numa associação, fazer um requerimento, abrir um crédito ou enviar dinheiro para a família.
Agora, a denúncia feita pelo mineiro Antonio José Candido, ex-emigrante sem papéis nos EUA retornado a Goiás, é esclarecedora. Ele presenciou a venda de um pacote de nomes, cerca de 1500, com todas as informações de cadastro deixadas na empresa Pão de Queijo Brasileiro, em Marlboro, Massachusetts.
A empresa não existe mais e seus ex-proprietários não foram localizados mas o testemunho de Antonio José Cândido, justamente por confirmar suspeitas, não pode ser ignorado, nem colocado embaixo do tapete e muito menos minimizado pelo Itamaraty.
Caso o Itamaraty faça o papel do avestruz, não querendo assumir a responsabilidade por eleições não seguras, isso só servirá para desmoralizar ainda mais, algo que não conseguiu se impor junto aos emigrantes.
Usando de minha recente titularização no CRBE, depois de uma vergonhosa e antidemocrática tentativa de alguns membros de me expulsarem por delito de opinião, e me reconhecendo como porta-voz de todos quantos querem uma transformação do CRBE num órgão realmente representativo dos emigrantes e não tutelado por diplomatas, enviei um pedido ao Itamaraty para investigar a denúncia. É caso de sindicância ou inquérito.

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